“EMANUEL” E A MANIFESTAÇÃO DA TOTALIDADE DE DEUS-2

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É interessante notar que no Sermão do Monte, Cristo Jesus nos ensina primeiramente (Mateus 5) todas as maneiras através das quais devemos amar nosso próximo, antes de nos ensinar a orar e de mostrar o nosso relacionamento direto com o nosso Pai celeste (Mateus 6). Leva-nos a uma jornada através da mansidão, da misericórdia e da pacificação; do trabalho abnegado, da moral na educação e no ministério do perdão, de advertências contra o assédio sexual, da responsabilidade pelos nossos atos, das obrigações conjugais, do domínio sobre a tendência de reagir e de se sentir vítima; e conclui mandando que amemos universalmente. Quão belo e lógico, já que alguém que discorda do amor universal não poderá realmente começar a compreender a definição principal que Jesus deu de Deus como “Pai nosso que estás nos céus”.
 
Com a mais pura simplicidade, o Mestre explica: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”. E por que? “Para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste”. Mas por que isso nos torna, em demonstração, filhos de nosso Pai celeste? Porque o amor do Amor, como Jesus o define, é imparcial. Poderíamos dizer que esta é a” ideia da totalidade” do amor – porque ele (Deus) faz nascer seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos”. É bem aqui, em declarações notáveis como essa, e em sua demonstração, que a ideia da totalidade de Deus se torna particularmente vívida. É precisamente porque o Amor é Tudo, que nós podemos ser obedientes e amar nossos inimigos; é precisamente a mui verdadeira presença do puro Amor divino que demonstra a nulidade do erro naquilo que chamamos de “cura”.
 
A veracidade da totalidade do Amor tem sua eficácia comprovada em exata proporção à sua vitalidade em nossa vida diária – em nossos pensamentos, palavras e ações. Por exemplo, o Amor é tudo para nós e é manifestado por nós quando praticamos o afeto imparcial, universal, sem amarras. O Amor é tudo para nós à medida que realmente procuramos, de sã consciência, manter nosso pensamento e nossas conversas isentas de maledicências, da crítica destrutiva, do ressentimento, da arrogância, da inveja, do egoísmo, da fraude e da retidão própria. Ajudamos os outros a sentir a totalidade do Amor à medida que subjugamos o egotismo que nos faz sentir ofendidos.

A segunda das duas ideias na profecia de Emanuel é inseparável da primeira: a Ciência da relação entre Deus e o homem. Muitas vezes as pessoas não compreendem por que a palavra Ciência está ligada à ideia de cristianismo. Mas quando começamos a perceber o desenvolvimento da mensagem bíblica, comprovada em sua totalidade por Cristo Jesus, de que o Amor divino está em todo lugar, está sempre presente, nunca falha, como os raios solares, brilhando igualmente sobre tudo e todos, como é possível não pensar em termos de lei? O que, a não ser uma lei, age desse modo? Considere a lei da gravidade, por exemplo. Ela não escolhe, não é diferente para pessoas diferentes, não está aqui hoje e desaparece amanhã. O conceito  que denominamos “lei” simplesmente identifica coisas que são universais, imparciais, infalíveis, confiáveis e previsíveis. Isso nos leva de volta ao modo como todos queremos nos sentir, quanto a Deus e Seu amor.
 
Ser o filho ou a emanação de Deus, o Amor, é sentir-se amado. Sentir-se amado eternamente envolve Ciência – significa conhecer o amor como lei absoluta. As palavras e obras de Jesus não deixaram nenhuma dúvida de que as dádivas do Amor, que incluem saúde, abundância, paz, liberdade, beleza e força, são tão invariáveis quanto o próprio Amor. Ele até afirmou que a verdadeira identidade inclui uma alegria que ninguém jamais pode tirar de nós.
 
Um amigo e colega meu, do meio artístico, havia lutado com a depressão de tempos em tempos, por anos a fio, até que, de repente, esta chegou a um ponto em que parecia ser constante. Acordava de manhã profundamente deprimido e incapaz de trabalhar, começava a sentir-se um pouco melhor no fim da tarde, ia dormir cheio de energia e feliz e acordava num estado de extrema escuridão mental. Isso continuou por um ano e meio. Mas ele era Cientista Cristão e estava orando por uma compreensão mais profunda de Deus e de seu parentesco com Ele. Também tinha a expectativa de perceber a verdade que destruiria essa ilusão, que não era seu verdadeiro modo de pensar.
 
Um dia sentou-se e volveu-se a Deus de todo o coração à procura de uma resposta. Subitamente, veio-lhe um pensamento: “Se você tivesse estudado muito para um teste de matemática e estivesse bem preparado, ficaria com medo de que pudesse acordar no dia do exame totalmente despreparado, porque todas as regras mudaram durante a noite?” A ideia era ridícula. “Então por que?”, raciocinou ele, “você pensa que poderia ir dormir cheio de alegria e acordar deprimido? Qual é a diferença?
 
Subitamente compreendeu que estivera considerando a alegria como sendo uma emoção, algo finito, divisível e pessoal, oriunda do cérebro em vez de Deus, e sujeita à limitação e à instabilidade. Percebeu que, ao contrário, a alegria é como um fato matemático, uma realidade única, indivisível, nunca um bem pessoal. Compreendeu que a alegria , como qualidade da Mente divina, Deus, só podia ser imparcial e universalmente refletida, que não podia ir e vir, acabar-se ou tornar-se nebulosa, porque era totalmente independente de pessoas, lugares, coisas ou circunstâncias. Assim que percebeu essa preciosa verdade, compreendeu que simplesmente precisava afirmá-la como lei absoluta. Em duas semanas estava completamente livre da depressão, e continuou livre nos anos que se passaram desde aquela ocasião. Ele havia provado, em certo grau, o “Emanuel” da alegria.
 
Referindo-se ao “Princípio divino absoluto da cura mental científica”, a Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde, o livro-texto da Ciência Cristã: “Esse Princípio apodíctico aponta para a revelação de Emanuel, isto é, “Deus conosco” – a eterna presença soberana que aos filhos dos homens livra de todos os males ‘de que a carne é herdeira’.”
 
Emanuel, Deus conosco – uma ideia insondável, totalmente deslumbrante em sua simplicidade. Na profundidade e magnitude do amor que revela, é puramente cristã. Na constância, universalidade e imparcialidade desse amor, ela é puramente científica. A parte essencial de  sua mensagem é a divindade abraçando a humanidade, expulsando o erro até que nada reste que contradiga o fato de que Deus é Tudo-em-tudo.

(EXTRAÍDO DE O ARAUTO DA CIÊNCIA CRISTÃ – DEZEMBRO 1994)

EMANUEL E A MANIFESTAÇÃO DA TOTALIDADE DE DEUS -1

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A ideia de que o bem é tudo e de que o mal não é coisa alguma, uma nulidade, ideia essa demonstrada por Cristo Jesus e elucidada pela Ciência Cristã, parece um tanto remota para muita gente – às vezes até para aqueles que estudaram a Ciência Cristã a vida inteira. Afinal, parece que vivemos num mundo dualista em que o bem e o mal participam igualmente de todos os momentos da vida diária.
 
Ainda assim, por mais grandioso e idealista  que esse conceito possa parecer, a totalidade é a ideia que as pessoas, instintivamente, têm o desejo de ver manifesta. Em nenhum ponto este anseio é tão profundo, ou tão frequentemente explícito, quanto em relação ao amor. As pessoas dizem que se sentem amadas parte do tempo, mas admitem ter o desejo íntimo e sincero de se sentirem profundamente queridas todo o tempo. Fiquei muito comovida, recentemente, pelo comentário honesto e perspicaz de uma mulher identificada simplesmente como Elisabeth. Num texto escrito em 1936, intitulado “Todos os cães de minha vida”, ela exclama (referindo-se aos cães): “Quando amam, amam com constância, imutavelmente, até o último suspiro. É assim que eu quero ser amada”.
 
Embora essa questão todo-abrangente do amor sempre pareça estar no topo dos desejos humanos de constância, o conceito de totalidade permeia todo anelo humano pelo bem. Ouço diariamente as pessoas dizerem que se sentem criativas, fortes, alegres, satisfeitas, saudáveis e em paz, parte do tempo. Dizem que têm a capacidade parcial de andar, ouvir e sentir. Mas naturalmente querem a capacidade total todo o tempo. Certamente esse é o senso prático de totalidade, que para cada um significa algo diferente.
 
Estava pensando nisso, certo dia, quando a profecia messiânica de Isaías me veio distintamente ao pensamento. “O Senhor mesmo vos dará sinal. Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e lhe chamará Emanuel”. Subitamente, este trecho se me apresentou sob nova luz, como a predição do aparecimento na carne, a manifestação prática da ideia da totalidade de Deus.
 
Emanuel significa “Deus conosco”. Significa que tudo o que o Amor divino dá, está conosco, com cada um de nós, todo o tempo. Essa mensagem da onipresença divina, que dissolve progressivamente as crenças mortais de tempo e espaço, demonstra tanto a infinidade como a eternidade; a Vida e sua bondade enchendo todo o espaço a cada momento.
 
Emanuel nos salva. É a ideia da totalidade do Amor na consciência humana, reprovando o dualismo que diz que o mal existe (ocupa espaço) e que é tão real quanto o bem. Também repreende a interpretação insatisfatória sobre a relação entre Deus e Sua criação, conhecida como “intervenção divina”, a crença de que Deus não está conosco a todo momento, mas que se torna uma presença ocasional quando O chamamos e quando Ele quer vir.
 
Cristo Jesus era verdadeiramente a plena corporificação da profecia de Emanuel. Tudo o que ele fazia era uma firme e fulminante repreensão à alegação perversa de que o bem não está sempre presente, não é onipresente. Quando a enfermidade, a cegueira, a surdez e a paralisia alegavam que a saúde, as faculdades e a ação normal podiam variar ou estar ausentes, a cura instantânea demonstrava sua presença ininterrupta no homem, a expressão do bem infinito. Quando os pescadores pareciam estar ”desempregados” por falta de “produto”, ou grande número de pessoas estava sem comida, a visão clara que Jesus tinha da realidade espiritual provou que o homem, a imagem do Espírito, é inseparável da provisão de Deus. Quando pecadores foram destinados ao ostracismo ou execução, Jesus os curou, mostrando-nos para sempre que a inocência e a pureza estão eternamente com o homem, a semelhança da Alma. E quando era chamado para o leito, ou mesmo para o túmulo, dos mortos, ele os ressuscitava, demonstrando “Emanuel”, a Vida conosco.

A ideia de Emanuel apresentada no Antigo Testamento profetiza com tocante simplicidade o Cristo, a ideia espiritual de filiação, e a Ciência dessa filiação. Ambas, a filiação e a Ciência, precisam ser compreendidas, se quisermos demonstrar em nossa vida  a totalidade de Deus, a constância do amor e da bondade.
 
Considere primeiro a ideia de filiação. Não faz muito tempo, descobri que há poucas referências à filiação espiritual, no Antigo Testamento. As referências a Deus como Pai ou Mãe, no Antigo Testamento, são indiretas e aparecem principalmente como comparações: o Senhor se compadecerá como um pai, guiará como uma águia que “voeja sobre seus filhotes”. A ênfase do Antigo Testamento é, principalmente, no homem como objeto do amor de Deus. “Não temas, homem muito amado”, lemos no livro de Daniel, “paz seja contigo, sê forte, sê forte”. Nessa bela e tríplice bênção, se nos assegura que o homem, como objeto do amor de Deus, pode ter a expectativa de não sentir medo, de estar em paz e de ter autoridade. É difícil minimizar, sob qualquer ângulo, o significado de ser simplesmente o amado de Deus.
 
Ainda assim, chegamos à conclusão de que, ao nos vermos apenas como o objeto do Amor, perdemos parte da visão, porque não fica explicado inteiramente nosso merecimento de sermos profunda e constantemente amados. Isso tende a nos deixar a sensação de que Deus e o homem são dois seres separados, em dois lugares diferentes, eu aqui, sendo amado; Deus lá, mandando Seu amor em minha direção. Simplesmente continua a estar subentendida alguma distância.
 
Só há um tipo de relacionamento que ajuda a explicar e a expressar a absoluta unidade e constância da relação do Amor divino com o homem: Deus e o homem vistos como Pai e filho, Pai-Mãe e sua descendência. Essa é a mensagem do Novo Testamento. Não uma ou duas vezes, mas muitas vezes há referência ao homem como filho descendente, ou herdeiro de Deus. E Deus “apresentou” Jesus declarando que ele era igualmente o objeto e o filho (manifestação) do Amor: “Este é o Meu filho amado, em quem me comprazo”.
 
Uma profunda responsabilidade acompanha a descoberta do motivo de sermos tão amados. E há condições específicas  vinculadas  a sentirmos realmente o amor que nosso Pai celestial dedica à sua ideia espiritual, o homem: temos de rejeitar o erro de origem física, conhecer-nos espiritualmente, e amar à maneira imparcial, universal e indivisível do “amor de Emanuel” que enche todo o espaço e não concede nenhuma realidade ao mal. Em outras palavras, se quisermos escapar do mal e sentir o amor constante, a inteireza e a realização pelas quais ansiamos, e que pertencem de direito à descendência de Deus, temos de aceitar o amor incondicional que caracteriza nossa verdadeira natureza à semelhança do Amor divino.

Continua..>

“OLHOS NÃO VIRAM, OUVIDOS NÃO OUVIRAM…”

“Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.
Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus”.

1 Coríntios, 2: 9-10

Isaías já  nos havia alertado:  para DEUS, povos e nações são “menos  do que nada”, são “coisas que não existem!”  Buda chamou a todas de ILUSÃO,  e Jesus escolheu chamá-las de “mundo do pai da mentira”.  Paulo ressaltou O QUE É, AOS  FILHOS DE DEUS: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam”.

Teria a humanidade percebido que a revelação chama a todos de cegos, surdos e alheios às coisas reais e eternas? Claro que não! Cada um que lê a revelação parece entender que ela se dirige a “outros”, e nunca a ele próprio!

Se os sentidos da mente humana  nada captam  DO QUE DEUS FAZ, obviamente,  captam O QUE DEUS NÃO FAZ, como “doenças”, “pecados”, “nascimentos”, “mortes”, “problemas”, “infelicidades”, e assim por diante. Qual é o objetivo das revelações divinas? ALERTAR A TODOS QUE UNICAMENTE  “O QUE DEUS FAZ”  É QUE É REALIDADE!  E quanto ao que DEUS NÃO FAZ? JAMAIS FOI FEITO!  Como disse João, “SEM O VERBO, DEUS, NADA DO QUE FOI FEITO  SE FEZ”!

Estes pontos precisam ficar bem conhecidos, para que as revelações possam ser praticadas com eficácia no AQUI E AGORA!  Através deles, ficamos capacitados a NÃO ENDOSSAR O QUE “DEUS NÃO FAZ” – a ilusão-  PARA TESTEMUNHARMOS  A REALIDADE QUE “DEUS FAZ”, INCLUSIVE A NOSSA IDENTIDADE CRÍSTICA , FEITA E MANTIDA  POR DEUS!

“Em DEUS vivemos, nos movimentamos e temos o nosso ser”, disse Paulo. Esta revelação sempre esteve presente nas mensagens absolutas, pois afirma e sintetiza O QUE DEUS FAZ, TANTO  COMO O REINO EM QUE ESTAMOS,  COMO O CRISTO QUE  AGORA SOMOS!

As mensagens, se levadas a sério em leituras e contemplações,  vão abalando e detonando a errônea convicção de que “somos filhos da carne”, vivendo em “mundo material”.  MERAS CRENÇAS FALSAS sustentam esta ILUSÃO DE MASSA, e o conhecimento da Verdade faz ruir este “efeito hipnótico enganador”.  ASSIM,  AQUILO QUE VERDADEIRAMENTE É,  AQUILO QUE DEUS FAZ, É COLOCADO COMO “FOCO” DE NOSSA ATENÇÃO, ENQUANTO O SUPOSTO “MUNDO DE CRENÇAS”  É RECONHECIDO COMO “NADA”!

Quem entender com clareza estes pontos, entenderá a mensagem libertadora presente em todas as Escrituras!  DEUS É TUDO, UNICAMENTE O QUE É  FEITO POR DEUS É REALIDADE, razão pela qual o enfoque absoluto nos leva ao reconhecimento pleno de que:

SOMOS O QUE DEUS É, SOMENTE O QUE DEUS É, E TUDO O QUE DEUS É!

 

“Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus”.

*

A MENTE VÊ

 

A visão é uma faculdade eterna da Mente infinita, Deus. Não é orgânica nem transiente. O homem, sendo ideia de Deus, acha-se dotado desse discernimento – claro, distinto e permanente.

A visão é a atividade da consciência divina que tudo vê. O funcionamento dessa faculdade está incluído na Oniação de Deus. Seu alcance é infinito, expressando a onipresença da Mente; sua clareza reflete o brilho da Verdade, seu foco manifesta a precisão imutável do Princípio divino; e sua permanência repousa na eternidade do único Ego. Por isso, a verdadeira visão manifesta o alcance, a clareza, o foco e a eternidade da consciência divina.

A Mente imortal é a única autoexistente, a expressar-se no homem e no universo. As ideias da Mente são mantidas na consciência divina, nunca podem ser externas a essa consciência. A natureza de cada ideia, sua substância e forma, é concebida e mantida pela Mente. O Criador está eternamente cônscio de cada ideia, tanto em seu contorno como em cada um dos delicados detalhes de sua identidade.

O homem é a mais elevada ideia da Mente. Seu discernimento não é uma faculdade separada e sim a manifestação da Mente que tudo vê. O homem percebe claramente sua origem, sua própria identidade e seu relacionamento com seu Criador.

Como a Mente é infinita, não existe poder algum oposto a ela que possa ferir a verdadeira visão nem há separação entre a Mente e sua imagem. Não pode haver névoa na infinidade da Verdade. A faculdade da visão não pode deteriorar-se nem ser destruída. Permanece para sempre intacta.

O sentido mortal contradiz esses fatos. Retrata o homem como fisicamente sensório, insistindo ser a visão uma faculdade carnal, orgânica e temporal;

Essa névoa, o sentido material da existência, é o erro básico subjacente aos problemas de visão. O Cristo penetra essa névoa com a luz da Verdade. Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy escreve: “A Ciência declara que é a Mente, não a matéria, que vê, ouve, sente e fala”.

O profeta anteviu o poder do Cristo para abrir “os olhos aos cegos”, para tirar “da prisão o cativo e do cárcere os que jazem em trevas”. O ministério de cura de Cristo Jesus cumpriu essa profecia de Isaías. Quando Jesus curou o caso de cegueira congênita, declarou: “Nem ele pecou, nem seus pais, mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus”. “Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam”.

O mesmo poder curativo de Cristo pode ser demonstrado no nosso século. Mediante a aceitação individual da Ciência Cristã, como revelação, a luz da Verdade desfaz a neblina do sentido material e cura a visão física deficiente. Essa função sacrossanta do Cristo revela as obras de Deus: o homem incorpóreo e a capacidade que lhe foi dada por Deus de perceber a criação de Deus.

Uma dificuldade de visão pode ser superada pela verdade específica que destrói o erro específico. O medo pode ser desfeito pela conscientização de que a fonte da percepção do homem é o Amor infalível, pois a Mente e o Amor são um só. A crença em olhos enfermos pode ser refutada por afirmações da perfeição imutável do ser. Tais problemas são negações da realidade da perfeição imutável do ser. Nunca podem afetar a faculdade real da visão.

Quem cura pela Ciência Cristã afasta-se dos fatores materiais – do foco óptico, da luz física e da visão da matéria. A cura ocorre mediante a desmaterialização do pensamento e do claro discernimento da realidade espiritual. Demonstra o fato científico de que é a Mente quem vê e não a matéria.

As verdades fundamentais da visão genuína são a infinidade da Mente e a eterna unidade da Mente e suas ideias. Tudo o que procura separar o pensamento do ideal espiritual precisa ser encarado como uma falsa imposição e ser-lhe negada realidade. Toda falsa evidência precisa ser detectada e negada. Essa correção leva a consciência humana a uma união mais íntima com a Mente divina, e ao despontar da realidade, a demonstração da verdadeira visão.

Na medida em que o pensamento humano captar os fatos da existência, cessará de ser nublado pelas vagas teorias materiais. Os passos vacilantes da crença cega na Verdade serão trocados pela fé iluminada e a convicção inspirada.

A opacidade do egoísmo precisa ser desfeita mediante uma mais clara apreensão do Amor divino universal. A visão restrita do pensamento egotista precisa ser substituída pela perspectiva ilimitada do amor abnegado. As trevas da justificação própria precisam ceder ante o humilde reconhecimento do único Ego. A densa cegueira do sensualismo precisa ser substituída pela luz da pura espiritualidade. O pensamento humano precisa tornar-se transparência mais clara da Verdade e do Amor divinos.

A crença em envelhecimento e seus efeitos sobre a visão humana precisa ser firmemente negada. O nascimento, o amadurecimento e o declínio humanos não relatam a verdadeira história do homem. Uma vez que a visão não depende da estrutura física, não está ela sujeita à deterioração. Tais crenças falsas podem ser rejeitadas. Ninguém precisa deixar que suas atividades fiquem cada vez mais restritas. Em vez disso, lhe é possível obter vistas mais amplas da realidade, anulando quaisquer crenças em visão decadente. O homem é a expressão do Ego imutável. Manifesta a eterna novidade e o vigor da Vida, a permanência do ser divino.

A hereditariedade é uma crença da mente mortal que precisa ser fortemente refutada. O homem não é um mortal sujeito a maldição. Como ideia de Deus, ele está eternamente abençoado, não é nem um pouco mortal. A suposta lei de hereditariedade é a contrafação da lei de Deus e pode ser provada irreal. Fica-se livre dos assim chamados defeitos visuais hereditários negando-se tenhamos origem mortal e reconhecendo que o homem tem por origem o único Progenitor divino, que de Suas próprias faculdades perfeitas dota Sua descendência.

Os acidentes não têm lugar na ordem divina. A perceptividade não está na matéria transitória. Está no Espírito e é do Espírito. Portanto, é indestrutível. O discernimento que o homem tem é mantido pela única causa eterna. Entendendo-se a permanência da visão, é possível demonstrá-la.

Não se deve consentir que lembranças aflitivas escureçam a consciência humana. As mesmas podem ser apagadas pela conscientização de que o homem real conhece apenas a harmonia imutável do ser. E o medo do futuro pode ser substituído pelo reconhecimento de que o bem está sempre se revelando. Quando o pensamento magnifica Deus, não pode ao mesmo tempo estar apreensivo e obscurecido.

A única consciência divina percebe claramente tanto a vastidão da criação infinita de Deus como sua parte infinitesimal. Só a mente mortal considera os objetos como materiais e externos à consciência e impõe a si mesma limitações de miopia e presbitia.

Na realidade, a cor é uma qualidade da Alma e inclui beleza e radiância. A cor é um aspecto do caráter e da identidade. O homem é espiritualmente sensitivo. Nunca está cego à infinita variedade de cores da criação de Deus. E o ser humano consciente dessas verdades pode sobrepujar a crença em daltonismo.

Não existe fraqueza inata, ou desenvolvida, em qualquer elemento do ser real, inclusive na visão. Toda identidade expressa o vigor infalível do Espírito. Nas faculdades da Mente não pode existir tensão nem exaustão. O discernimento genuíno não conhece fadiga nem ação excessiva. Essas verdades eclipsam a crença em vista fraca.

A Sra. Eddy afirma: “Quando perdemos o pretenso sentido material, e a Verdade restaura o sentido perdido – na base de que toda consciência é Mente e eterna – fica provado ser errado o primeiro ponto de vista de que o sentido é orgânico e material”.

Em seu livro Historical Sketches, Clifford Smith escreveu: “Em novembro de 1884, quando a Sra. Eddy morava em Boston, uma senhora veio vê-la e disse: “Sou cega…” Em sua resposta, a Sra. Eddy falou na bondade  e na saúde como sendo mais naturais do que a maldade e a doença. Falou também no dever que cada pessoa tem de louvar a Deus e da necessidade de abandonar as evidências materiais pelas evidências espirituais. Essa senhora disse: “Posso ver um pouco melhor”, e retirou-se. Depois de uma semana ela mandou uma mensagem à Sra. Eddy, dizendo que sua visão havia sido perfeitamente restaurada.

Precisamos exercer com inteligência e humildade a faculdade divina da visão. Na medida em que nosso pensamento vai se espiritualizando, discernimos cada vez  mais distintamente a realidade espiritual. Demonstramos a verdadeira visão em toda a sua clareza, foco e permanência. Provamos que não é a matéria, mas a Mente divina que vê!

(De O Arauto da Ciência Cristã – jan. 1981)

VOCÊ JÁ É COMPLETO!

“Você não terá vivido, a não ser que tenha feito isso!”. Muitas vezes nos dizem que nos falta algo importante na vida. Determinarmos se devemos desejar esse “algo” pode constituir-se num desafio.

Por saber o que nossa vida realmente é, descobrimos o que é realmente recompensador. Na Ciência Cristã aprendemos as verdades espirituais com respeito à vida. Deus cria o homem para que O glorifique em toda Sua perfeição e inteireza espirituais. Ao homem não falta coisa alguma na vida santa e perfeita que a Vida divina, Deus, lhe dá. Ao levar essa vida, temos tudo quanto realmente vale a pena possuir. A Sra. Eddy garante-nos em Ciência e Saúde: “Quando nos compenetrarmos de que a Vida é Espírito e nunca está na matéria nem é de matéria, essa compreensão se expandirá ate a sua autocompletação, achando tudo em Deus, o bem, sem necessitar de nenhuma outra consciência”.

Se estamos nos dirigindo para a autocompletação ou afastando-nos dela depende de estarmos conscientemente empenhados em nos identificar com nossa natureza espiritual, criada por Deus, ou de estarmos procurando realização própria mediante coisas, pensamentos e conduta materiais, que estão em desacordo com essa natureza.

Pode ser recomendação insignificante a que nos diz: “Você não terá vivido” – a não ser que tenha tido uma experiência em especial ou adquirido certa coisa. Não é preciso ir além da alegoria de Eva: ela comeu o fruto proibido porque lhe disseram que isso tornaria melhor sua própria vida e também a de Adão, pois que lhes faltava algo vital.

Uma vez que Deus, a Vida divina, é a verdadeira origem da autointeireza do homem e permite que somente o bem espiritual exista, devemos rejeitar tudo aquilo que conduz ao pensamento ou a ação a uma atitude contrária à espiritualidade. A Vida, Deus, é Espírito. Somente mentiras descaradas haveriam de persuadir-nos, dizendo: “Sereis como deuses”. Em verdade, só há um único Deus, uma única Vida real.

Na harmonia ilimitada da existência espiritual, que Deus cria e mantém, não há outros deuses – nada dessemelhante de Deus. O homem está abundantemente suprido de felicidade ilimitada, de satisfação e perfeição no bem espiritual que Deus está sempre dando. No bem que Deus concede nada falta.

A Ciência Cristã dá-nos a capacidade de nos afastarmos da noção de que no homem é um ser mortal que depende de um corpo material e de coisas materiais para viver, para ter esperança, substância e prazer. Tal ponto de vista sobre o homem não tem validade porque ignora o fato de que o homem é espiritual. “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito, são espírito e são vida”. Essas palavras de Jesus proporcionam na atualidade a mesma ajuda cristã propiciada quando foram proferidas. Para sermos revivificados espiritualmente, precisamos aceitar as coisas do Espírito, o bem de Deus. Esse bem, embora não seja perceptível ao sentido material, está verdadeiramente presente e é tangível ao sentido espiritual. “O sentido material”, diz a Sra. Eddy, “nunca ajuda os mortais a compreenderem o Espírito, Deus. É unicamente pelo sentido espiritual que o homem compreende e ama a Divindade”.

Quando exercemos nosso sentido espiritual colocamo-nos em contato com a realidade do verdadeiro ser do homem em toda a sua plenitude. Nisso podemos sentir-nos animados pela vida de Cristo Jesus, que demonstrou plenamente a inteireza da vida espiritual. Imperturbado por prazeres frívolos, ele foi capaz de estar inteiramente consciente de Deus e da vida espiritual. Essa demonstração que Jesus fez da realidade do Cristo, a Verdade, deu-lhe domínio sobre a carne e apresentou a aplicabilidade universal da Verdade em favor da salvação da humanidade.

A fidelidade para com as instruções de Cristo Jesus requer que aceitemos aquilo que é espiritual em lugar daquilo que é material, em todos os aspectos da vida. A utilização do nosso sentido espiritual, a fim de provar nossa inteireza imortal, inclui a cura, assim como também a inclui, mediante oração, a correção de males corpóreos. Cada caso impõe que aceitemos a perfeição atual da existência imortal e que substituamos pensamentos incorretos sobre a vida, pela ideia verdadeira. Em cada caso desaparecem as limitações que haviam obscurecido o sentido mais livre do ser.

O crescimento espiritual abre nossa vida a conquistas mais profundas e mais satisfatórias. Ao mesmo tempo nos traz inspirações mais sublimadas com as quais vencemos as ciladas e as tentações da mente mortal. À medida que nos desembaraçamos das redes do sentido material, tornamo-nos mais apercebidos da natureza perniciosa das mentiras da serpente, e essas mentiras terão menos possibilidade de nos encantar com levar-nos a crer nas sugestões de que a ganância, o sensualismo e a fé na matéria possam ser canais que nos conduzam a uma vida melhor.

Oh, como deveríamos ser gratos pela consciência espiritual que nos proporciona a inteligência para discernir entre pensamentos e ações que são espirituais e curam, e aqueles que são mortais e nocivos! A percepção espiritual põe a descoberto a pretensão que o erro se arroga de proporcionar satisfação. É literalmente uma tolice – uma vacuidade – tentar encontrar uma vivência mais rica por perseguirem-se objetivos materialistas. A matéria é inteiramente vazia, não é substância, e a vacuidade fundamental de sua inexistência não pode ser a fonte de autointeireza verdadeira. O verdadeiro eu do homem é sua individualidade espiritual como reflexo de Deus, encontrada mediante nossa consciência da Vida divina.

Até mesmo os fatos mais corriqueiros provam a incapacidade da matéria para compensar, enriquecer, engrandecer. A matéria não pode satisfazer e não pode ser satisfeita. Não se melhora a individualidade verdadeira com o se lhe adicionar ou subtrair matéria. O sentido material não é mais satisfatório ou verdadeiro do que o seu objeto irreal, a matéria. Somente quando aceitamos o bem duradouro da vida espiritual é que somos verdadeiramente enriquecidos.

Há quem suponha obter satisfação através de doses de matéria, assim como se supõe que somos curados por doses de matéria. Isso acontece porque o sentido material é incapaz de apresentar o homem como quem já está realizado. Somente Deus, a Verdade divina, pode produzir esse resultado. A apresentação fraudulenta que a materialidade oferece em relação às satisfações da vida não pode elevar-se acima daquilo que é fragmentário, porque ela é a contrafação do fato espiritual de que a vida já é perfeita. Pelo fato de nossa verdadeira vida ser eternamente completa, a satisfação não precisa esperar o resultado de contingências futuras nem o ser conseguido mediante a procura frenética. Uma vida melhorada não resulta de se juntar assiduamente ou de açambarcar toda oportunidade de ganho material ou de prazeres que se apresentam ao longo de nosso caminho, porque a vida realmente não é uma acumulação de coisas e pensamentos materiais. Nosso verdadeiro eu encontra-se em Deus, que não sonega alegria ou só a proporciona parcialmente. Deus está sempre revelando as alegrias da criação infinita, e nós as receberemos na proporção em que estivermos preparados para acolhê-las. A Sra. Eddy declara: “O Princípio não pode ser encontrado em ideias fragmentárias”.

Para as pessoas de mentalidade espiritual, as ilusões materiais vazias, fragmentárias e irreais perderão a tentação que exercem, porque a materialidade não é cognoscível para a inteligência divina. O poderio curativo da Verdade divina dá-nos poder imortal para ouvir de todo o coração a diretriz sempre presente de Deus e também para sermos obedientes a essa diretriz.

Toda vez que formos confrontados pela pretensão de “não termos vivido” enquanto não tivermos feito certa coisa, podemos apelar para nossa inteligência divina. Seremos recompensados por dar fielmente ouvidos à mensagem de Deus, por saber se estamos sendo conduzidos a um amor maior por Deus e Seu bem espiritual, ou se nós estamos sendo colocados face a uma atração de coisas materiais, do sensualismo e de pontos de vista inverídicos sobre a vida.

A satisfação só pode vir de uma fonte capaz de proporcioná-la. Essa fonte é Deus, o criador de tudo quanto é real. O ambiente em que as verdadeiras bênçãos podem ser encontradas é o da totalidade do Espírito e não o do nada da matéria. A busca por inteireza, portanto, deve começar e terminar na compreensão de que a vida é de Deus, e que o universo está infinitamente ocupado pela inteireza de Deus e de sua amada criação, o homem.

(Extraído de O Arauto da Ciência Cristã – Abril 1982)

VOCÊ PODE CURAR, SEM HESITAÇÃO!

Será que você se sente hesitante quanto a exercer a prática da Ciência Cristã para auxiliar outras pessoas? Acaso você não se considera suficientemente bom, ou que não está tão adiantado espiritualmente, ou que não é capaz de prestar aquela forma de ajuda que você muitas vezes recebeu? Ou acha que poderia deixar para mais tarde, quando você estiver mais preparado para ajudar? Se for assim, entendo como se sente. Talvez você queira pensar novamente sobre o caso. Aconteceu comigo, eu tive de reconsiderar esse assunto e contarei a você quando o fiz.

Eu estava servindo como Primeira Leitora em minha filial da Igreja de Cristo, Cientista, quando, uma semana, a Regra Áurea constou na Lição Bíblica. Lembrei-me de que eu deveria fazer aos outros o que eu gostaria que eles fizessem por mim. Uma coisa que outras pessoas, certamente, tinham feito por mim, durante anos, havia sido dar-me apoio em oração, quando eu o necessitava.

Recentemente notei que, para ser justa, eu deveria fazer o mesmo para os outros. De fato, despontou-me na consciência que para cada benefício que eu havia recebido pelas orações devotadas de alguém, eu tinha a obrigação de prestar assistência semelhante ao meu próximo. Passei a encarar a prática da Ciência Cristã em prol dos outros, não como uma atividade que eu escolheria no futuro, mas como uma exigência moral e espiritual que se me apresentava no presente. Reconheci que eu tinha de estar disposta a cumpri-la.

Não muito depois disso, uma praticista da Ciência Cristã, que atendia sempre a muitos pacientes, perguntou-me se, ocasionalmente, ela poderia dar meu nome a alguém que lhe pedisse ajuda, caso estivesse, no momento, impossibilitada de atender. Recordando o discernimento que tivera sobre a Regra Áurea, respondi que sim.

Passaram-se vários meses. Quase esqueci do acordo. Então, um dia, no meio do verão, recebi um chamado. Eu havia estado descontente todo o dia devido a diversas contrariedades e, praticamente, a última coisa no mundo que naquele momento eu me sentia capaz ou inclinada a fazer, era ajudar alguém em espírito de oração.

Quando atendi ao telefone, entretanto, as primeiras palavras que ouvi do outro lado da linha foram: “A senhora é praticista da Ciência Cristã?”  De repente, lembrei-me do acordo com a outra praticista e respondi, sem muita convicção: “Sou sim, pelo menos sou estudante da Ciência Cristã”. A voz era de mulher e parecia preste a chorar. Ela falava em nome do marido, que havia tido, há algum tempo, uma constrição na garganta que o impedia de falar. Parecia que estava com medo e perguntou-me se eu podia ajudá-lo, ao que respondi afirmativamente.

Como eu nada sabia acerca da mulher, perguntei-lhe se possuía uma Bíblia. Ela disse que sim. Então, pedi-lhe que lesse para o marido o Salmo 23, usando a palavra Amor, um sinônimo de Deus, em substituição a Senhor, onde esta palavra aparece no texto. Ela disse que o faria e combinamos de conversar novamente na manhã seguinte.

Quando larguei o fone, pensei: “Em que eu me meti? Como posso ajudar alguém?” Senti-me tão deprimida todo o dia, que eu é que deveria pedir ajuda a alguém.

Enquanto eu estava em silêncio, na cozinha, acabando de jantar, meu pensamento começou a mudar. Lembrei-me de como eu havia me comprometido com a praticista que se sentia tão ocupada. Para ser exata, recordei a Regra Áurea. No mesmo instante, um pensamento bom ocupou-me a consciência: “Se Deus quer que eu ajude alguém, Ele também deverá dar-me a capacidade para fazê-lo”. Percebi que possuía essa capacidade, sem levar em consideração minha sensação do contrário. Eu sabia que Deus era inteiramente justo e não exigiria mais do que eu podia fazer. Também comecei a reconhecer que era Ele, e não eu, quem curava.

Fui à sala de estar e sentei-me no sofá. “Bem, admiti, devo agir como uma praticista”, pensei. “Como devo fazer?” Lembrei-me que a Sra. Eddy inclui em Ciência e Saúde um capitulo intitulado: “A Prática da Ciência Cristã”. Abri-o e comecei a ler.

Começa contando com pormenores a ocasião em que Cristo Jesus foi convidado à casa de Simão, o Fariseu, quando numa mulher, mais tarde identificada pela tradição como Maria Madalena, entrou sem ser convidada. Ela regou os pés de Jesus com suas lágrimas e ungiu-os com óleo. À medida que eu lia, tornou-se claro para mim que essa história era decisivamente importante, que representava uma profunda verdade espiritual fundamental para a prática da Ciência Cristã.

Pareceu-me que o que estava sendo enfatizado no capítulo escrito pela Sra. Eddy era a atitude da Madalena diante do Cristo. Aí estava uma mulher que, tendo sido pecadora, se arrependera e buscava perdão. Sua atitude mental, sua contrição e humildade estavam sendo recomendadas ao praticista da Ciência Cristã. Até mesmo um “pecador” pode praticar a Ciência Cristã, desde que se haja arrependido completamente, é o que esta parte do capítulo parece dizer. Esse pensamento me reconfortou.

Jesus disse que os pecados da mulher foram perdoados porque “ela muito amou”. Obteve o perdão por causa de seu amor. Comentando esse fato, Ciência e Saúde diz: “Se o Cientista tem bastante afeição cristã para conseguir seu próprio perdão e tal louvor como o que Madalena recebeu de Jesus, então ele é bastante cristão para exercer a prática científica e tratar seus pacientes com compaixão; e o resultado corresponderá à intenção espiritual.”

Não li além dessa frase. Vi claramente o que devia fazer. Precisava obter meu próprio perdão mediante a afeição crística, para que eu pudesse exercer a prática científica da Ciência Cristã. Como poderia eu obter meu próprio perdão? Fazendo exatamente o que Madalena fizera, curvando-me em humildade e arrependimento e permitindo que esse profundo amor espiritual a Deus, que exprime o verdadeiro caráter cristão, varresse da consciência humana tudo o que fosse dessemelhante de Deus. Durante mais ou menos uma hora, senti como se estivesse sendo batizada espiritualmente, pondo fora todas as impurezas, submissa ao Cristo, a Verdade. À medida que eu sentia a presença de Deus, via meu paciente de modo mais claro, nós dois tocados pelo espírito do Cristo, ambos perdoados, enaltecidos, curados. Quando fui dormir, naquela noite, sentia-me mais feliz do que vinha me sentindo havia dias.

Logo depois do desjejum, na manhã seguinte, falei com a esposa do paciente. Ela disse que o marido tivera uma verdadeira batalha no começo da noite, mas mais tarde as coisas começaram a melhorar. Então ela disse: “Aguarde um minuto. Irei buscá-lo. Ele mesmo falará com a senhora”. E ele veio ao telefone e agradeceu-me pelo que eu fizera.

Imagine quão grata eu fiquei ao único bom e grande Deus que “sara todas as tuas enfermidades” (Salmos). Todavia, eu estava menos impressionada com a cura, que ocorreu exatamente como eu esperava, do que com o outro aspecto do ocorrido.

Eu havia estado todo o dia anterior sentindo-me deprimida, imprestável, inútil. Mas Deus e Seu Cristo, em nenhum momento, me haviam abandonado. O que eu precisava fazer era corresponder ao bem sempre presente, sempre ao meu dispor. Acho que nunca mais me deixarei enganar pela crença de não estar preparada para ajudar.

(Extraído de O Arauto da Ciência Cristã – Abril 1992

A ESTABILIDADE DA REALIDADE

Mudanças são, muitas vezes, fator de progresso e são bem-vindas. A maioria de nós, porém, vez ou outra lamentou o contínuo fluxo de acontecimentos.

É inerente ao coração humano ansiar por estabilidade – pelo bem estabelecido – mas o raciocínio humano não vê tal estabilidade. O bem duradouro só pode ser discernido pelo sentido espiritual. Este revela a estabilidade da realidade, a constância da benevolência divina. Tal faculdade está, por definição, ancorada na estabilidade: “O sentido espiritual é uma capacidade consciente e constante de compreender Deus”, escreve a Sra. Eddy em Ciência e Saúde.

A realidade é constante e é constante a capacidade que o homem tem de percebê-la. Nem a realidade nem a capacidade de perceber tal realidade incluem quaisquer elementos flutuantes ou causadores de atritos. Ao pormos em ação o sentido espiritual, este age como um amortecedor contra os solavancos da experiência humana, harmonizando nossa vida e demonstrando a abundante bondade da realidade.

Temos de tirar Deus de um céu distante, se O pusemos ali, e tornar-nos conscientes dEle como a própria presença em que vivemos. Deus é a origem e a totalidade de nosso ser – inteligência causativa, imaterial e sempre presente, que sustenta toda existência verdadeira e é o meigo e amoroso Pai-Mãe da criação.

Nunca podemos cair fora do amplexo de Sua bondade invariável. E não há condição fora de alcance de Sua influência harmonizadora. O sentido mortal, porém, assustado pelo que vê e ouve, rejeita esse fato divino. O mundo que o sentido mortal percebe é caótico e imprevisível, tal qual os seus deuses. Ora, esse mundo é também tão passível de mudança e sujeito à correção quanto o é o pensamento. Referindo-se à natureza ilusória e instável de um ponto de vista mortal, limitado, Ciência e Saúde declara: “A mente mortal vê o que crê, tão certamente como crê no que vê. Sente, ouve e vê seus próprios pensamentos”.

A fim de sairmos da montanha russa dos errôneos conceitos, temores e teorias humanos, temos de exercer nosso sentido espiritual em oração – em comunhão com o conhecimento de Deus sobre a realidade. Isso nos firma, protege, guia e atende a todas as nossas necessidades.

O universo de Deus não varia. A realidade é estável. Está sempre cheia de paz, de saúde e de alegria. Deus não muda, mas os pensamentos, as atitudes e as crenças mudam. Compreender a bondade imutável de Deus e a identidade do homem como a própria expressão dessa bondade é encontrar a solução para a instabilidade da existência material. Essa compreensão tem um impacto direto em nosso viver diário.

Por exemplo, seria realístico esperar receber boa saúde? O raciocínio mortal vê saúde como dependente do que é físico e de sua interminável lista de variáveis: condições do tempo, vírus, bioquímica, citando só alguns. Esses elementos colocam a saúde numa posição precária que, frequentemente, está fora do nosso controle.

Um sentido mais divino, porém, o sentido espiritual, revela que a saúde nunca foi e nunca será condição do corpo físico. A saúde é, segundo a Ciência Cristã o ensina, uma qualidade ininterrupta da Mente, da Mente única, aquela que o homem manifesta, a Mente de cada um de nós.

Para sermos saudáveis, temos de rejeitar a sugestão persistente, que em geral nunca foi questionada, de que nossa saúde está à mercê de fatores materiais (com muita frequência fora de nosso controle). Temos de entrar em acordo mental com a realidade divina da saúde, como sendo esta espiritual e, portanto, inalterável. Silenciar as preocupações sutis do medo e volver o pensamento à invariável realidade espiritual da saúde é a melhor maneira de cuidar de nosso corpo. Com estas palavras, a Sra. Eddy aponta a essência da saúde: “A verdadeira consciência é a verdadeira saúde”.

Com relação ao estado da economia, o sentido espiritual habilita-nos a discernir e demonstrar com certeza absoluta a abundância contínua da Vida divina, que Cristo Jesus manifestou. Jesus disse: “Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino”. O Cristo, a natureza divina manifestada por Jesus, habilitou-o a perceber e a dar prova de que a bondade de Deus é infinita, ilimitável e estável. E esse mesmo Cristo está conosco hoje, sem jamais ter sido afetado por condições econômicas desfavoráveis, que são apenas o resultado do pensamento baseado na matéria. A bondade de Deus está disponível a todos por meio da obediência à lei espiritual, a qual não varia no que tem constantemente disponível de provisões, para as necessidades da humanidade. Queridas ao coração de muitos são estas palavras tranquilizadoras de Ciência e Saúde: “O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana”.

A provisão benevolente e inexaurível que Deus tem preparado para Seus filhos não inclui qualificações ou atrasos. Isso é mais do que animador. Captar, em sua plenitude, o profundo significado da dádiva incondicional de Deus é encontrar a mensagem curativa do Cristo para o sentido crônico de carência e limitação, flutuação e frustração, do mundo. A bondade de Deus é constante e nossa capacidade de expressar Sua infinidade absoluta está sempre presente. Num mundo em alteração contínua, essa verdade é nossa rocha.

Podemos começar cada dia com uma percepção renovada de nossa união com Deus. Estamos aqui para evidenciar Sua bondade completa e imutável de expressar saúde, abundância, alegria, beleza, domínio, inteligência. Essas qualidades são espirituais. Não dependem, de maneira alguma, da matéria ou de condições materiais. Derivam-se do Espírito e por este são sustentadas. São tão estáveis quanto Deus.

Qualquer que seja a necessidade, há uma lei espiritual – lei baseada no Princípio fixo – que nos mostra o que precisamos ver. Nunca nos deveríamos assustar ou impressionar com o que os sentidos físicos percebem, pois tal percepção é efeito material. A causa verdadeira é divina; seu efeito verdadeiro é sempre perfeito.

Se somos assediados por dúvida e medo, podemos parar por um momento e lembrar-nos de como é certa a bondade de Deus, certo tudo o que é real. Podemos prestar ouvidos ao sentido espiritual e permitir-lhe que governe nossos pensamentos e ações. Talvez nos surpreendamos de ver quão rapidamente os acontecimentos e as circunstâncias dão meia-volta, quando o pensamento está ancorado na verdade.

Aquilo que parece ser matéria e condições materiais é apenas a mente mortal exteriorizada. A inteligência divina desfaz esses conceitos errôneos, e aparecem a beleza, a majestade e a ordem da criação de Deus.

(Extraído de O Arauto da Ciência Cristã – Junho 1983)

A NATUREZA DO HOMEM

VOCÊ está querendo ser curado? Ser curado muitas vezes é descrito como “tornar-se completo”. Um dos conceitos sanadores mais abrangentes na Ciência Cristã é o da natureza do homem como uma expressão completa, indivisível, de Deus.

Mary Baker Eddy, que apresenta a Ciência divina da cura em sua descoberta da Ciência Cristã, faz uma declaração que é a base de uma compreensão constantemente eficaz sobre a verdadeira natureza do homem. Ela escreve: “Será que o homem não é metafísica e matematicamente o número um, uma unidade,e portanto um algarismo completo, governado e protegido por seu Princípio divino, Deus?”

Considere Deus como o Princípio divino do ser, a própria Vida. Como Deus é o único Criador e é infinito, de um modo individual Seu reflexo necessariamente manifesta, qualitativamente, a totalidade de Seu ser como uma unidade plena ou representativa dEle. Uma unidade implica estar intacto, inteiro, um todo indivisível. Como semelhança de sua origem, cada filho de Deus, de um modo distinto, individual, manifesta a inteireza de Deus, que é Tudo e sabe tudo.

Os problemas corpóreos que queremos curar são os efeitos subjetivos da crença de que o homem é uma máquina pessoal, biológica, composta de diferentes sistemas e órgãos materiais, às vezes saudável, às vezes doente, jovem e depois velho. Estas máquinas podem supostamente ser afligidas em parte; o aparelho digestivo pode estar com defeito, enquanto as funções motoras estão funcionando bem, por exemplo.

Essa noção falsa sobre o homem é o exato oposto do homem verdadeiro, espiritual, à imagem e semelhança de Deus. Cristo Jesus claramente indicou essa verdade, quando disse: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai, porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz”.  E ele disse: “Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo”.

A Sra. Eddy discorre mais amplamente sobre a natureza do homem como reflexo espiritual, quando escreve em Ciência e Saúde: “Deus é o criador do homem, e como o Princípio divino do homem permanece perfeito, a ideia divina ou reflexo, o homem, permanece perfeito. O homem é a expressão do ser de Deus”. E continua mais adiante: “As relações entre Deus e o homem, o Princípio divino e a ideia divina, são indestrutíveis na Ciência e a Ciência não concebe um desgarrar-se da harmonia, nem um retornar à harmonia, mas sustenta que a ordem divina ou lei espiritual, na qual Deus e tudo o que Ele cria são perfeitos e eternos, permaneceu inalterada em sua história eterna”.

Assim como cada número inteiro na matemática, assim também cada um de nós, como expressão individual do Princípio divino, a Vida, tem uma identidade nítida. Temos nosso próprio nicho no plano de todas as coisas – um propósito ordenado pelo Princípio que ninguém mais pode preencher, assim como temos um relacionamento, baseado no Princípio, como todas as outras ideias de Deus. A integridade de cada expressão de Deus é mantida pelo Princípio, Deus.

A verdade espiritual nos reeduca, corrigindo a impressão equivocada quanto ao homem como uma fração, uma germinação material, que se desenvolve para depois se deteriorar. A Verdade revela o estado genuíno do homem como uma imagem completa, que está sempre se desdobrando, de tudo o que constitui o Espírito divino. Uma compreensão da indivisibilidade do homem anula a aceitação impensada da mentira mortal de que a vida é uma troca, que começamos a vida como um bebê incompleto que, apesar de inocente e puro, não tem experiência, sabedoria, discernimento e paciência. Parece que essa criança tem de alterar suas jovens qualidades para poder adquirir aspectos de maior maturidade. No entanto, através da Ciência Cristã, descobrimos que nós e nossos filhos temos o direito divino de expressar inteireza inalterada. O homem reflete a inteireza espiritual como imagem de um Pai-Mãe ilimitado. Essa integridade da verdadeira identidade pode ser demonstrada em nossa experiência à medida que a compreendemos e a vivemos. Uma vez aberto o pensamento a essa possibilidade, através do Cristo, que é a verdadeira ideia de filiação, a demonstração de nossa verdadeira natureza pode começar.

Não pode haver incoerência entre uma unidade individual e o todo que ela representa. Esta dedução tem a autoridade do Cristo, a Verdade, a apoiá-la, e nos investe do poder de adquirir domínio sobre o processo mortal de envelhecimento. À medida que compreendemos o fato espiritual a respeito da integridade do homem, podemos ajudar as crianças a expressarem mais independência e a merecerem confiança, e aqueles “idosos” perceberão que suas capacidades se mantêm constantes e normais, livres de enfraquecimento e decrepitude. Não é necessário abrir mão do entusiasmo para preservar a força, nem da flexibilidade para desfrutar da estabilidade.

O estado intacto, imperturbável, do Espírito divino assegura que o homem como ideia do Espírito também é intacto. Como a fonte é eternamente perfeita, sua manifestação não pode ser nada menos que isso. Tiago disse bem: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tiago 1:17).

Continua..>

Devido à praticidade que caracteriza a Ciência Cristã, as majestosas verdades espirituais são aplicáveis aos pequenos detalhes da vida diária, até mesmo à cura do que é chamado de simples resfriado. Tive uma cura assim um dia desses, aplicando as verdades contidas neste artigo. Sentia-me muito mal, e estava longe de parecer um todo harmonioso! A ignorância mortal sugeria que eu estava presa num corpo material que podia ter uma parte doente, enquanto o restante estava normal; que eu podia estar bem num dia e doente no outro.

Peguei a Bíblia e ela se abriu em Hebreus, onde li: “Pela fé entendemos que foi o Universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem”. Ótimo, pensei. Pela autoridade da bíblia sei que sou, na verdade, uma ideia, refletindo a substância espiritual, não a material, como parecia. Sou tão pouco sujeita a uma condição material, a um resfriado, quanto o algarismo um na matemática ou a nota dó na escala musical. Percebi que toda ideia é destituída da noção de tempo; ela não existe de acordo com parâmetros temporais, sob diferentes condições em diferentes épocas.

Então refleti em oração sobre a natureza da fonte que determina minha condição imutável. Na Bíblia, no livro de Isaías, o autor pergunta: “Quem na concha de sua mão mediu as águas, e tomou a medida dos céus a palmos? ” (Isaías, 40: 12). Através da oração senti ordem tangível, economia perfeita, onde não pode haver excesso, nem deficiência; senti algo do equilíbrio e da pureza do Princípio divino. Sabia que esse era o Princípio de todo o meu ser, ali mesmo, independente da falsa evidência material em contrário. Deus não podia ser causa de uma parte de mim, fazendo essa parte funcionar normalmente (minha habilidade de me mover estava bem! Minha moralidade estava intacta!), enquanto outra causa governava minha habilidade de respirar. O homem não consiste de muitas partes, mas é um todo íntegro.

Instantaneamente, minha cabeça e peito ficaram desimpedidos. Não foi como se alguma substância houvesse vazado ou tivesse sido expelida. Só sei explicar que foi como se de repente eu tivesse ficado livre de uma ilusão. Num momento o resfriado era uma convicção concreta com o respectivo mal-estar; no momento seguinte não era mais aceito no pensamento nem no corpo. Percebi que o homem, como ideia completa, íntegra, a expressão do Princípio perfeito, é influenciado e governado apenas pelas leis sustentadoras do Princípio, o Amor, não pelas variações da matéria. Perceber a unidade de Deus e o fato de que Sua ideia espiritual está intacta, havia me curado!

Será que uma ideia pura poderia ser parcialmente impura? Será que o Princípio pode ser tanto ordenado quanto caótico? Como Jesus trouxe à percepção humana a noção de que o homem é completo, provando que o homem não é feito de partes materiais, capaz de ver, mas não de ouvir, capaz de amar, mas não de andar. Com visão espiritual Jesus viu que toda a pretensão de fragmentação física é ilusória. As qualidades e atributos de Deus refletidos, os quais constituem o homem espiritual, não devem ser considerados “partes”, mas aspectos de um todo íntegro que nunca dá defeito, nem quebra. Cortes, ossos quebrados, personalidades divididas ou qualquer outra forma de divisibilidade não precisam ser aceitas como o verdadeiro status do homem.

A realidade é, em verdade, unidade espiritual, integridade, à qual nada falta. Como ela é impenetrável, indivisível, o fato científico é que por podermos ver, podemos ouvir. Por podermos ouvir, podemos ser ativos. Por podermos ser ativos, somos inteligentes. Por sermos inteligentes, somos amorosos. Por sermos amorosos, estamos espiritualmente empregados. Por estarmos espiritualmente empregados, somos supridos. O homem é uma ideia composta, completa, e a lei de Deus o mantém e sustenta intacto.

Na verdade, então, não somos uma entidade material governada por um cérebro e composta de partes separada; somos a semelhança completa, intacta e espiritual de Deus. Compreender essa idéia correta sobre o homem tem o efeito prático de restaurar os doentes e os pecadores à integridade. A verdade de que nenhum indivíduo pode ser menos do que completo reforça nosso empenho em expressar mais e mais de nossa superioridade, dada por Deus, sobre as pretensões tanto da matéria quanto do pecado, aqui e agora.

Assim como nós somos a causa de cada aspecto de nosso reflexo num espelho, Deus é a causa de cada aspecto de Seu reflexo, o homem e o universo. O homem, como reflexo, não pode ser parte espiritual e parte material, ou parte mortal e parte imortal. A integridade do Princípio divino é a lei de eliminação destas incoerências ilusórias. O homem é, como a Ciência Cristã ensina, “governado e protegido por seu Princípio divino, Deus”, inteiro, santo, livre da materialidade.

(Extraído de O Arauto da Ciência Cristã – Abril 1995)

PRIMEIRO MANDAMENTO: A BASE DA LIBERDADE!

Verdadeiramente livres são os indivíduos cuja convicção de poderem se entregar confiantemente a Deus é tão forte, que sabem que coisa alguma os pode afrontar a ponto de separá-los de Deus. Esta liberdade tem por base uma compreensão firme da unidade inseparável entre o homem e Deus, o Princípio de toda realidade e bondade. Jamais foi enunciada uma diretriz mais fundamental para a obtenção dessa liberdade, do que o Primeiro Mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim”.

O grande significado do Primeiro Mandamento deve penetrar a fundo em nosso pensamento. Nossa constante necessidade é a de medir nossa obediência a ele, perguntando-nos se estamos atribuindo poder a qualquer pessoa ou a qualquer coisa além de Deus. A Divindade é a fonte de toda a realidade. Tudo o que Ele sabe é real e Ele conhece somente o bem. Portanto, unicamente o bem é real. Não há, nem pode haver, outro poder além de Deus, porque Ele é Tudo. Ele é o Único, e não existe coisa alguma fora de Sua totalidade. Um domínio e uma independência cada vez maiores se fazem sentir à medida que aprendemos o significado vital de não nos deixarmos sujeitar a poder algum, exceto o Poder de Deus.

Ora, se concedermos poder ou realidade a qualquer outra coisa ou pessoa, estaremos, com efeito, admitindo outros deuses, e violando o Primeiro Mandamento.

No decorrer dos séculos, a humanidade fez enormes esforços para se libertar da escravidão de toda espécie. E a liberdade foi valorosamente conquistada em muitos setores da experiência humana. Conquistaram-se liberdades tais como o direito de voto, o direito de propriedade, de julgamento justo, de imprensa livre e de adorar a Deus de acordo com a própria consciência – aquisições extremamente importantes, as quais, conquanto ainda não tenham caráter universal, proporcionaram bênçãos incalculáveis.

Não será, porém, que a liberdade final deveria incluir o estar livre do pecado, da enfermidade e da morte, como Cristo Jesus prometeu?

Mary Baker Eddy pesquisou as Escrituras durante muitos anos, de modo que nós, seus seguidores de hoje em dia, pudéssemos obedecer às suas palavras: “Curai enfermos, ressuscitai os mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça daí.” A Sra. Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, pela graça e pela revelação discerniu que Deus é Amor, Verdade e Vida, como a Bíblia O define, e que Ele é também o único Princípio divino e demonstrável. Ela percebeu que as portentosas obras de cura realizadas por Jesus não se baseavam numa fé cega nem eram uma dispensação especial a um só homem. Elas destinavam-se a toda a humanidade, porque Deus é o Princípio divino.

Moisés, que numa era remota da história deu-nos o Primeiro Mandamento de Deus, deu provas, em sua própria experiência, do poder libertador de se compreender a unicidade e a suprema autoridade de Deus. Percebeu essa verdade com tal clareza que obteve domínio, em grau excepcional, sobre as restrições e os temores do pensamento mortal. No deserto solitário, Moisés talvez tenha despendido longas horas em oração. Por certo emergiu, de sua experiência no monte Horebe, fortalecido pela convicção de que Deus é o grande “Eu Sou”. Moisés havia começado a discernir sua missão de libertar da escravidão egípcia os filhos de Israel. A liberdade individual de Moisés foi emergindo à medida que ele aprendia mais a respeito do único Deus.

Moisés a princípio teve medo, pois não era eloquente e, por isso, não se sentia capaz de falar com o faraó a respeito da libertação dos israelitas, mas Deus lhe disse: “Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca, e te ensinarei o que hás de falar”.

Moisés e o seu povo foram se libertando mais e mais de todo tipo de limitação, à medida que crescia a confiança radical de Moisés no único Deus. Mais tarde, no ermo, estava espiritualmente preparado para escutar e registrar a portentosa revelação da Verdade nos “Dez Mandamentos”.

A respeito do Primeiro Mandamento, muitos séculos mais tarde, a Sra. Eddy escreveu: “O Primeiro Mandamento é meu texto favorito. Demonstra a Ciência Cristã. Inculca a triunidade de Deus, Espírito, Mente; significa que o homem não terá outro espírito ou outra mente senão Deus, o bem eterno, e que todos os homens terão uma única e a mesma Mente. O Princípio divino do Primeiro Mandamento é a base da ciência do ser, pela qual o homem demonstra a saúde, santidade e vida eterna”.

Compreender o Primeiro Mandamento, e a ele obedecer , conduz à saúde, santidade e vida eterna. Para ficarmos livres do cativeiro da mortalidade precisamos da Ciência do ser, que se baseia no Princípio divino do Primeiro Mandamento. O que é que a obediência do Primeiro Mandamento exige de nos? Tal como Moisés, precisamos compreender Deus mais plenamente – Deus, o grande Eu Sou, a fonte da individualidade do homem. Nossa verdadeira individualidade, nosso ser real, tem sua origem apenas em Deus. A confiança cada vez maior em Deus capacita-nos a provar, até mesmo nos pequenos detalhes dos afazeres do dia a dia, que não existe outro Deus, nenhuma outra presença ou poder, mas somente Ele.

Libertamo-nos das crenças e limitações escravizadoras de todo tipo, à medida que aumenta nossa compreensão de Deus e de nossa unidade com Deus. Nossa crescente devoção a Deus resulta em que nos libertamos paulatinamente das insatisfeitas exigências da matéria. O reconhecimento do domínio dado por Deus como um direito divino nosso, resulta de nossa crescente convicção de que só Deus é a fonte de toda substância real, de toda saúde e de todo suprimento – de um bem permanente e imperecível.

A confiança radical no único Deus livra-nos do medo de virmos a ficar separados do bem. O bem está sempre à mão, porque Deus está sempre ao nosso alcance. Constatamos estar Ele tão perto de nós como o nosso próprio pensamento e descobrimos paz e liberdade imensuráveis à medida que aprendemos a nos volver radical e continuamente e de todo o coração a Ele, a única fonte do bem.

A Sra. Eddy resumiu sua convicção da grande importância do Primeiro Mandamento, nestas palavras:

“O Primeiro Mandamento, – Não terás outros deuses diante de mim – , é uma lei que nunca será revogada, um estatuto divino para ontem e hoje e para sempre”.

À medida que cresce nosso discernimento do estatuto divino e aumenta nossa obediência a ele, encontramos liberdade individual e, portanto, ajudamos toda a humanidade. A Bíblia conta-nos que Moisés, perto do fim de sua carreira terrena, lembrava os filhos de Israel da importância suprema de obedecer aos ditames do Primeiro Mandamento. “Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os cumprires, para que bem te suceda, e muito te multipliques na terra que mana leite e mel, como te disse o Senhor Deus de teus pais. “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor”.

(Extraído de O Arauto da Ciência Cristã – Janeiro 1987

UM REINO EM PLENA AÇÃO

O que quis Jesus dizer, ao declarar: “O reino de Deus está dentro em vós?”  Estava ele falando em termos abstratos? Ou teria dito essas palavras a fim de acalmar alguém? Qualquer dessas conjecturas está em desacordo com o que sabemos acerca de Cristo Jesus, o qual se expressava sempre de maneira direta. Por certo, então, quis dizer que o reino de Deus vigora no coração do homem. Vejamos o que significa para todos nós, hoje em dia, essa ideia poderosamente sanadora.

Jesus seguramente não indicou que o reino de Deus está dentro no homem mortal, material. Isso seria panteísmo. Significaria que a criação de Deus é feita de matéria e constitui o mundo material. O panteísmo pretende não só considerar real a desventura, mas também pretende tornar Deus responsável tanto pelo caos como pela ordem, pela discórdia como pela harmonia. Acaso não estaria Jesus mostrando que o Reino de Deus reside no homem verdadeiro, o homem descrito no primeiro capítulo do Gênesis, o homem formado à imagem e semelhança de Deus?

O verdadeiro corpo do homem criado por Deus, como o explica a Ciência Cristã, é a expressão perfeita da natureza de Deus, inclusive de cada uma das qualidades de Deus – qualidades que têm de ser espirituais, e não materiais, qualidades provenientes exclusivamente de Deus. Essas qualidades caracterizam para sempre a imagem de Deus. Cada uma delas tem de estar em harmonia com todas as outras, pois a imagem de Deus está total e constantemente sob o seu Governo.

O reino de Deus inclui o desvelo, a perfeita integridade e o sustento de cada ideia – inclui a continuidade de sua identidade perfeita. Esse reino é controlado pela inteligência infinita, ou Deus. Na página 151 de Ciência e Saúde, a Sra. Eddy diz: “A Mente divina, que fez o homem, mantém Sua própria imagem e semelhança”.

A vida está baseada no Espírito, Deus, de maneira completa, positiva e permanente. Acreditamos, realmente, que o homem espiritual é a realidade da vida? Ou será que pensamos no homem como uma estrutura de ossos, movida por músculos, alimentado pelo sangue, protegido pela pele, controlado por um cérebro e um sistema nervoso material? É isso o que a mente carnal, ou a maneira de pensar baseada na matéria, nos quer fazer crer. A Sra. Eddy o explica dessa forma, em Ciência e Saúde: “Jesus via na Ciência o homem perfeito, que lhe aparecia ali mesmo onde o homem mortal e pecador aparece aos mortais. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes. Assim, Jesus ensinou que o reino de Deus está intacto e é universal, e que o homem é puro e santo”.

Quando encaramos no homem a expressão da natureza de Deus completamente controlada por Deus, não dizemos realmente que o controle reside na Mente,   Deus? Por certo o controle não está e jamais pode estar na matéria ou com a matéria. Também sabemos que quando uma cura ocorre, ocorre na consciência. Explica Ciência e Saúde:  “Esse reino de Deus ‘está dentro de vós” – está aqui, ao alcance da consciência do homem, e a ideia espiritual o revela”.

Estaremos aceitando o pensamento de que o homem é um ser material, sujeito à doença, à infecção, a acidentes ou à morte? Não será que devemos manter a noção de que o homem é a ideia espiritual de Deus, perfeitamente formada, mantida e protegida pela Mente infinita, e, portanto, nunca sujeita a nenhum dos erros da carne ou do pensamento incluindo ao que é mortal e materialista?

A Sra. Eddy diz na página 259 de Ciência e Saúde: “A compreensão crística acerca do ser científico e da cura divina inclui um Princípio perfeito e uma ideia perfeita – Deus perfeito e homem perfeito – como base do pensamento e da demonstração”. Tal como é compreendido na Ciência Cristã, o homem não é uma mistura de matéria e espírito, nem é ele um ser material com um espírito ou uma alma nele residentes, programado para algum dia deixar para trás a carcaça material. O homem é, agora mesmo, sempre foi, e sempre será, a perfeita imagem espiritual de Deus. Por ser o homem a imagem de Deus, é ele a evidência da própria existência de Deus. Todas as qualidades de Deus, qualidades de estrutura, forma, vigor, inteligência, segurança, suprimento, movimento, etc., têm de ser expressas por esse homem, têm de ser expressas de maneira perfeita, e mantidas com perfeição, pois o homem é o reflexo de Deus.

Quando nos vemos tentados pelo pensamento agressivo de uma dor ou mal-estar devido a acidente ou enfermidade, acaso não deveríamos desafiar tal pensamento? Pode um tornozelo, por exemplo, doer ou inchar e ficar escuro devido a um acidente, ou por sermos levados pelo pensamento materialista a crer que os acidentes e seus efeitos são reais?

Uma vez, andando numa moto numa rua movimentada, parei num farol vermelho ao lado de uma grande tombadeira. Quando o sinal abriu, o motorista deu a partida antes de mim, e inadvertidamente rodou com as rodas traseiras sobre meu pé, que estava apoiado no pavimento. Meu sapato era de couro macio. Ao perceber que algo havia acontecido, e temendo o pior, o motorista saltou da cabina do caminhão e insistiu em chamar uma ambulância. Aí estava, certamente, minha oportunidade de aceitar que alguém tivesse pena de mim e, ao mesmo tempo, de reconhecer existir um problema. Embora sentisse muita dor, imediatamente comecei a insistir mentalmente em que eu era perfeito como a expressão de Deus, e garanti ao motorista que não era necessária a ambulância.

Logo retomei o caminho, insistindo durante todo o tempo com o que eu sabia ser verdadeiro sobre a estrutura, a ação, a substância, e sobre a impossibilidade de qualquer forma de acidente ou ferimento no reino de Deus. Ao chegar ao lugar onde queria, pude tratar do problema com mais estudo profundo e com a ajuda da Bíblia e de Ciência e Saúde. Trabalhei sinceramente para saber que nenhuma qualidade de Deus pode ficar ferida e que não poderia ter havido um incidente causador de ferimento. O reino de Deus, o controle de Deus, a proteção infalível de Deus, estavam intactos e em plena evidência, independentemente do que a matéria ou o pensamento mortal, materialista, estivesse tentando afirmar. Só há uma fonte real do pensamento do homem, e essa fonte é a Mente divina, a fonte de todo o bem, e do bem somente.

Orei por mais algum tempo, e a dor cedeu. Decidi, porém, não olhar para a evidência material naquela noite, quando fui dormir. Portanto, não tirei a meia. Na manhã seguinte havia só uma pequena mancha no meu pé, não havia inchação e praticamente nada de dor. Logo esses traços também desapareceram. Os efeitos do acidente haviam sido curados, mas a gravidade do ocorrido estava visível na grande marca negra do pneu no meu sapato. Fiquei grato, e continuo grato por essa cura.

O reino de Deus está, sempre esteve e sempre estará intacto – isto é, perfeito. Esta minha experiência foi apenas uma pequena maneira de dar provas desse fato. Nunca pode haver fratura da verdadeira substância, nunca pode haver interrupção da verdadeira ação, nunca pode haver mancha ou falha na substância de Deus, refletido pelo homem que Deus criou. Na medida em que compreendermos a verdadeira natureza do reino de Deus, poderemos demonstrar esse reino dentro em nós.

(Transcrito de O Arauto da Ciência Cristã – Maio 1988)

A CONSCIÊNCIA QUE CURA

 

Às vezes fico pensando: “Que é que Deus, a Mente divina, está sabendo agora? O que é que a Mente divina está vendo como sendo o estado atual do ser?  Sendo eu a imagem e semelhança da Mente divina, tenho de refletir o que a Mente divina sabe, e pretendo adotar como meu cada um dos seus pensamentos poderosos e sanadores”.

Uma coisa que aprendi sobre a Mente divina, por meio da Ciência Cristã, é a verdade profundamente simples de que Deus, a Mente, é Tudo. Em seu livro Unity of Good, a Sra. Eddy apresenta um diálogo hipotético entre o bem e o mal. A certa altura, o bem responde às sugestões do mal: “Tuas hipóteses insistem em que haja mais de uma Mente, mais de um Deus; mas, em verdade te digo, que Deus é Tudo-em-tudo, e não podes estar fora de Sua unicidade”.

 Pense nisso! Toda a vida se manifesta dentro da infinita totalidade de Deus e por isso é boa. Toda a realidade está no âmbito da Mente única, dentro da consciência divina, que o homem reflete, e essa é a nossa única e verdadeira consciência. Tal raciocínio espiritualmente científico ajuda-nos a compreender que a cura por meio da oração consiste em trazer à luz a harmonia que para sempre existe dentro da Mente divina. É um despertar para aquilo que é real, em Deus e no homem. Por isso, a cura não ocorre fora do nosso pensamento, em alguma circunstância ou situação. 

Às vezes, nos vemos frente a frente com sugestões perturbadoras acerca de nossa vida. A sugestão de que a escassez, a perda ou a doença sejam incuráveis, chega a ser assustadora. A sugestão de que o abuso irá deixar sequelas permanentes, ou que a solidão seja inevitável, também é perturbadora. Mas, será que essas coisas estão fora de nosso controle? Fora de nossa consciência? Não! Podemos redefinir essas situações, que parecem existir fora de nós e fora de nosso controle. Podemos classificá-las pura e simplesmente como pensamentos errôneos, crenças falsas, porque não estão incluídas na totalidade de Deus. Isso ajuda a colocar a situação sob o controle divino e, assim, a cura tem início. 

Jesus certa vez viajava de barco, atravessando o Mar da Galileia, quando foi despertado do sono por seus discípulos, com a notícia de que um terrível temporal se abatera sobre eles. Estavam com medo de morrer e, desesperadamente, aguardavam do Mestre alguma ação. A eles, parecia estar ocorrendo algo externo, fora do controle deles. Viam-se desamparados. Mas Jesus, compreendendo que Deus é Tudo, deu à crise uma solução simples e poderosa. Relata-nos a Bíblia que Jesus “despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança”.

 Jesus deve ter reconhecido que nenhuma tempestade perigosa poderia jamais ter sequer entrado na perfeita criação de Deus. Parece evidente que ele considerou-a apenas uma tempestade de pensamentos, e compreendeu que tinha a habilidade e a autoridade, dadas por Deus, para rejeitar os elementos  destrutivos do pensamento mortal, por serem ilegítimos e impotentes. 

A Sra. Eddy diz: “Nada aparece aos sentidos físicos a não ser seu próprio estado mental subjetivo”.  Depois acrescenta: “Destruí o pensamento de pecado, de doença e de morte, e destruireis a existência deles”. A Mente que havia em Cristo Jesus acalma as tempestades da vida. Essa Mente é a nossa verdadeira consciência, a consciência que cura.

A percepção que Jesus tinha da supremacia de Deus e da natureza espiritual e perfeita da existência era maior do que qualquer desafio que tivesse pela frente. Confiava resolutamente em que esse ponto de vista o informaria da realidade, ainda que a evidência material fosse diferente. E aquilo que Jesus provou, de forma científica, é igualmente natural para nós comprovarmos em nossa vida, hoje. 

Por exemplo, sofri várias lesões num acidente de carro e estava com muitas dores. Eu estava com uma perna inutilizada. Vi-me diante da terrível sugestão de que talvez não voltasse a andar. Chamei um praticista da Ciência Cristã e pedi ajuda por meio da oração.

O trabalho do praticista me ajudou a ver a mim mesma como a verdadeira expressão da divindade, que não necessita de nada fora de seu próprio reino de infinita perfeição. Isso me fez comnpreender que a totalidade de Deus incluía a mim também, e não era algo externo a mim. Esse raciocínio levou à cura.

Durante as semanas de consagrado estudo da Bíblia e de Ciência e Saúde, da Sra. Eddy, cheguei a perceber que o único e verdadeiro apoio de minha existência era Deus. Aprendi que eu incluía todo o bem e que não existia bem algum que não estivesse incluído em minha própria consciência, como reflexo da Mente divina. Apoiando-me inteiramente no Princípio-Cristo, consegui ficar de pé novamente e mais tarde voltei a caminhar. Embora a cura tivesse demorado algumas semanas, foi completa. Hoje movimento-me livremente, mesmo ao correr.

Nenhuma tempestade de pecado, doença, morte, invalidez, escassez, depressão, medo, declínio ou dúvida pode determinar o estado do homem, a imagem e semelhança de Deus.

As Escrituras nos aconselham: “Tende em vós a mesma mente que houve também em Cristo Jesus”. Como o homem é a imagem e semelhança da Mente divina, Deus, nós, em realidade, refletimos apenas a Mente divina. Não podemos pular para dentro e para fora da Mente, pois nela moramos para sempre e a refletimos. Nossa tarefa é a de ceder mentalmente a essa Verdade. Para a Mente divina não há tempestade que invada nossa paz, nossa inteireza espiritual e perfeição.

Você tem opção de não ficar num estado mental cheio de medo, olhando para uma tempestade. Em vez disso, poderá ver a si mesmo como reflexo da Mente celestial, compreendendo que na realidade divina não há tempestade, nada que possa roubar-lhe a alegria, o suprimento, a saúde, a segurança e  o bem-estar, nada que possa diminuir o bem eterno.

A Mente que havia em Cristo Jesus é a sua mente e ela sempre sabe que tudo é bom, Deus e Sua manifestação, sabe que esse fato está sendo comprovado continuamente. Quando nos submetemos a essa consciência pura e divina, a consciência que cura, o poder sanador da Ciência Cristã é demonstrado.

 

(O Arauto da Ciência Cristã  – Fev. 1997)

 

 

NATAL, ONDE QUER QUE ESTEJAMOS

O Natal pode ser uma ocasião para sentirmo-nos em casa, onde quer que estejamos. “Vou passar o Natal em casa” é expressão que não deveria condoer-nos o coração, caso não possamos passar o Natal com aqueles a quem amamos. No seu significado mais profundo, estar em casa, em qualquer época do ano, significa muito mais do que residir num lugar especial na terra: é estar felizes no íntimo, com nossos pensamentos e atividades, e essa felicidade provém de permanecermos em Deus, no Amor divino.

Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras a Sra. Eddy nos oferece uma ideia profundamente metafísica com que ponderar o tema de permanecer-se em Deus. Escreve: “Os sentidos do Espírito permanecem no Amor e demonstram a Verdade e a Vida”. E que fácil é permitir, caso estejamos longe de casa ou separados da família, principalmente na época do Natal que nosso pensamento repouse naquilo que os sentidos físicos nos querem dizer – que estamos sozinhos, solitários, que ninguém nos aprecia. Contudo, quando damos as costas àquilo que percebemos pelos sentidos, pelos olhos e ouvidos, e julgamos pelos “sentidos do Espírito”, isto é, pelo nosso verdadeiro sentido espiritual, descobrimos que permanecemos no Amor.

O sentido espiritual é o exato oposto dos assim chamados sentidos físicos. O sentido espiritual é a capacidade outorgada por Deus, que todos nós temos, de discernir a eterna presença de Deus e Seu eterno cuidado para com cada um de nós. A Ciência Cristã revela que temos sentido espiritual porque somos, cada um de nós, na realidade, criados por Deus. E como Deus é Espírito, nossa verdadeira identidade  de homem – a semelhança de Deus – é espiritual, não material. Os únicos sentidos que realmente podemos ter, têm de provir de Deus, e são bons, revelando a nós a presença da Verdade, da Vida e do Amor. Talvez até digamos que o sentido espiritual é nossa “hereditariedade” e nossa herança. De acordo com a Bíblia, Paulo disse: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”.  Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo”.

Jamais podemos realmente estar separados do sentido espiritual, ou seja, da consciência da Verdade e do Amor divinos, pois o homem é inseparável de Deus. Cabe a nós, no entanto, utilizar as faculdades espirituais a fim de perceber o que realmente está acontecendo. Mas, como se utiliza o sentido espiritual? E o que é que realmente está acontecendo? O que é que realmente está se passando, no preciso momento em que nos possa parecer que a vida é tão triste?

Valemo-nos do sentido espiritual quando nos recusamos a acreditar que a solidão faça parte real de nossa vida, e permitimos que Deus nos fale de Sua constante bondade, de Sua onipresença e onipotência. O que realmente está acontecendo durante o tempo todo é que o Amor infinito está em contínuo desenvolvimento no homem, em nossa própria consciência, as ideias ilimitadas de beleza, amor, alegria, inteligência, bondade, ideias que satisfazem e nos trazem o espírito do Natal, onde quer que estejamos.

Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy escreve: “O lar é o lugar mais querido da terra, e deveria ser o centro, mas não o limite, dos afetos”.  O Amor não pode limitar-se a um lugar, por mais querido que esse lugar nos pareça. O Amor, sendo Deus, está em toda parte, e onde quer que estejamos, porque Deus e o homem são um, como Princípio e ideia. Se tomarmos nosso próprio amor ao bem e o utilizarmos expressando e apreciando o Amor divino ali mesmo onde nos encontramos, sentiremos o Amor em todas as situações. Talvez se faça evidência do amor de Deus fornecida por outra pessoa, a qual esteja respondendo à orientação divina. Ou, talvez, surja de nossa própria convicção, profundamente satisfeita e sincera, de que realmente Deus nos ama. Seja como for que reconheçamos a presença divina, teremos o sentido espiritual palpável de que permanecemos no Amor, e isso realmente constitui o Natal.

É interessante que Cristo Jesus, cuja própria vida nos proporcionou o Natal, demonstrou o verdadeiro lar no mais amplo dos sentidos. A Bíblia nos fala de um homem que se chegou a Jesus e disse: “Seguir-te-ei para onde quer que fores.” Com que cuidado Jesus analisou o compromisso daquele homem para com o Cristo, a Verdade. Jesus lhe respondeu: “As raposas têm seus covis e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”.

Ás vezes uma exigência espiritual que se nos apresenta (enquanto nos esforçamos por seguir a senda da espiritualidade, do pensamento inclinado às coisas espirituais), talvez requeira de nós a disposição de ampliar nosso conceito daquele lugar querido e cômodo a que chamamos lar. Com escutar e obedecer ao chamado do Cristo, talvez nos vejamos conduzidos a lugares e situações desconhecidos. Aprender a permanecer no Amor divino faz parte da oportunidade que acompanha essa mudança, a qual nos proporciona o privilégio de aprender que o homem está sempre sob o cuidado de Deus, que o homem habita na infinidade do Amor divino, onde o companheirismo eterno do Amor fornece toda paz e alegria. E descobrimos que nunca nos privamos de nosso verdadeiro lar, nunca nos vemos separados nem isolados do Amor que a tudo envolve.

Quando encaramos o Natal sob uma perspectiva eterna, quando entendemos que a ideia mesma do Natal assinala a existência completa do homem em Deus, desaparecem os sentimentos de sermos estranhos. De estarmos limitados, solitários. Concluímos que o Espírito infinito ultrapassa distâncias, anos, relógios e calendários. O homem está sempre em casa no que é o seu lar, ao permanecer no Espírito, e esse lar é o próprio Amor infinito. É nele que encontramos o verdadeiro espírito do Natal.

(De O Arauto da Ciência Cristã – Dez. 1986

“VINDE A MIM, QUE EU VOU A VÓS!”

A desconfiança da humanidade quanto à TOTALIDADE DE DEUS é o que a faz se APEGAR AO “SEPULCRO DE CRENÇAS” CHAMADO MUNDO. em vez de SE RECONHECER EM DEUS! Sendo TUDO, Deus constitui a TOTALIDADE da Existência, e a TOTALIDADE de cada um de nós! Para esta Verdade ser percebida, o que se requer é uma SOLTURA DA ILUSÃO DE “VIDA MATERIAL”, chamada pela Bíblia de “ressurreição dos mortos”, ou “renascimento espiritual”!

Após ter-me sido revelado que UNICAMENTE O UNIVERSO DE LUZ  EXISTE,  visão que se torna uma GARANTIA de que  o suposto “mundo de aparências”  sequer pode ser considerado “mundo”. por ser somente  UMA ILUSÃO,  após “voltar” a VER  AS APARÊNCIAS FRAUDULENTAS, achei que seria simples e fácil passar a todos esta revelação! DEVERIA SER FÁCIL, SE A “LÓGICA DO MUNDO” NÃO FIZESSE A MAIORIA SE ESPANTAR, AO OUVIR O QUE, PARA O INTELECTO, SERIA  “TAMANHO ABSURDO”!

E enquanto esta “sabedoria da serpente” não se render à ONISCIÊNCIA ONIPRESENTE, persistirá a CRENÇA ABSURDA que admite a irreal “matéria” com seus hipnóticos “nascimentos, sofrimentos e mortes”!

DEUS É TUDO, E O CONVITE “VINDE A MIM”, feito por todos os reveladores da Verdade, é simplesmente CRER E CONTEMPLAR A SI PRÓPRIO, não  mais como “carnal nascido”, e sim como O EU DIVINO ABSOLUTO! 

“VIR A MIM” É MERAMENTE “VIR AO TODO”, AO CONHECIMENTO DE “SER A VERDADE”!

Em outras palavras, “VIR A MIM” É  PERCEBER A DEUS “VINDO A NÓS”, ou seja, é cada um repetir o que disse Jesus:

“EU E O PAI SOMOS UM – E O MESMO!”

Emquanto os ilusórios “PRAZERES DO MUNDO” não forem desmantelados e trocados pelo ÊXTASE DA NOSSA GLÓRIA, percebido através da plena IDENTIFICAÇÃO COM DEUS, a suposta “mente carnal” sugestionará a todos com o seu IRREAL “SEPULCRO SE CRENÇAS MATERIAIS”  e seu IRREAL “EU MORTAL”!

“Vinde a Mim, vós que estais cansados e oprimidos, e EU vos aliviarei” –  disse Jesus!

QUEM SERIA ESTE”EU”? SERIA, E  É “O SENHOR TEU DEUS”,  SUA REAL E ÚNICA REALIDADE, QUE REQUER TODA A SUA ADORAÇÃO E ATENÇÃO.

A Metafísica Absoluta não é “religião” nem “modo de pensar”!  É CIÊNCIA DIVINA ABSOLUTA, FUNDAMENTADA  NA VERDADE DE QUE DEUS É TUDO!  Desse modo, não reconhece “Deus e drogados”, “Deus e internados em hospitais”, “Deus e encarcerados em presídios”, nem “Deus e mundo do pai da mentira”.

DEUS É TUDO, E ÀQUELE QUE “VAI A DEUS” , “DEUS VEM A ELE”!

O  mundo”, abarrotado de problemas, tenta resolvê-los acreditando piamente  neles!  O metafísico se vê EM DEUS, SENDO DEUS, E COM DEUS SE EVIDENCIANDO COMO ELE PRÓPRIO!

Sem as falsas crenças sendo levadas em consideração, o próprio reconhecimento da TOTALIDADE DE DEUS  levará alguém a humanamente  “sumir”, para DEUS SER VISTO SENDO O SEU EU REAL!

Joel S. Goldsmith assim disse: “VÁ TER COM DEUS ESPERANDO DEUS!”   ESPERANDO POR “QUANTO  TEMPO?”  POR “ZERO SEGUNDOS”! DEUS É TUDO NESTE EXATO “AGORA”!

ELIMINE QUAISQUER RELUTÂNCIAS!

ABRA-SE TOTALMENTE A ESTA VERDADE AGORA!

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A Verdadeira Consciência Não Pode Ser Invadida

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Na Ciência Cristã, aprendemos que a consciência não está sujeita a ser invadida por forças mentais malignas. Essa verdade tem vinculações profundas com a liberdade da humanidade. Como Deus é a Mente única, a verdadeira consciência procede de Deus e está absolutamente imune a influências malignas. E, de fato, não existem forças mentais malignas que possam influenciar o homem criado por Deus.

Essa verdade oferece base muitíssimo alentadora para todo aquele que deseja orar pela capacidade, dada por Deus à humanidade, de despertar e vencer as aparentes investidas do mal contra o pensamento.

Quer estejamos orando por nós mesmos, quer por outra pessoa ou pela humanidade em geral, temos nossa defesa na compreensão espiritual de que o homem só é governado por Deus. Nossa verdadeira identidade é a do homem espiritual, o próprio reflexo de Deus. O homem não tem uma consciência própria, sua, separada de Deus, a qual possa dar expressão ao mal ou da qual possa se apossar. Todos os pensamentos estão estabelecidos pela Mente divina que é Deus, o bem, e dela procedem.

Contudo, aos sentidos materiais, talvez pareça que a humanidade seja suscetível a todas as formas de influências insidiosas – tentações que brotam da crença de que a vida exista na carne e seja da carne.

A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Em um mundo de pecado e de sensualidade, que se precipita para um maior desenvolvimento de poder, é prudente considerar a sério se é a mente humana ou a Mente divina que nos está influenciando.”

Estar alerta às sugestões do pecado e da mortalidade e resistir a seu aparente empuxo ou atração, são passos necessários para se vencer as influências errôneas. Esse estado de alerta é o resultado natural de começarmos o dia alicerçados na oração sincera, e de nos mantermos firmes nesse alicerce. Tal oração reconhece que cada indivíduo, em toda parte, é, realmente, a ideia espiritual de Deus, é o homem criado pela Mente divina. Estaremos ajudando a nós mesmos e, bem assim, a toda a humanidade, quando nos dermos conta disso e soubermos que as supostas sugestões de medo e ódio não podem penetrar na Mente divina, a única Mente do homem. Porque o homem é espiritual, o homem é livre.

Sabermos que tanto a nossa verdadeira identidade como a dos demais é espiritual, e dispormo-nos a viver de acordo com essa verdade, desfaz as ilusões agressivas da mente carnal. Encontramo-nos cada vez mais receptivos à influência do Cristo, a Verdade – a Verdade salvadora por causa da qual expressamos as verdadeiras mensagens do Espírito, ou Deus, e só a estas respondemos.

Outro aspecto de nossa autolibertação das influências do pensamento mortal é o de entendermos que cada indivíduo, por ser o homem de Deus, é realmente inocente do mal. Jesus provou-o em sua própria vida humana. Não podemos curar a nós mesmos, ou a outrem, ou à humanidade em geral, quando partimos da premissa de que qualquer pessoa é inerentemente pecadora ou irremediavelmente culpada. A Sra. Eddy diz em Unity of Good: “Quanto mais compreendo a verdadeira natureza humana, tanto mais a vejo impecável – tão ignorante do pecado como o Criador perfeito.”

Embora aos sentidos materiais possa parecer que algum indivíduo está sendo enganosamente influenciado pelo erro, o problema realmente está sempre em crermos que um indivíduo ou um povo, como um todo, sejam instrumentos ou as vítimas de algum poder diabólico. Realmente, todo aquele que aceita a crença no mal irá sofrer a punição que acompanha a crença, até vir a ser redimido, pela atividade do Cristo em sua consciência. Permanece o fato espiritual de que, embora o pretenso poder tome a forma de governos repressivos, vírus invasores ou pensamentos sensuais, nada existe realmente além de Deus e o homem, Sua criação perfeita e isenta de pecado.

Se formos constantemente acossados por pensamentos de discórdia, bem poderemos perguntar-nos: “Será que estou sendo influenciado pela crença da mente humana, de que as pessoas são más, de que estão sujeitas ao mal”?  Se houver resposta positiva, poderemos ser curados desse conceito errôneo e do medo e ódio que resultam dessa falsidade. A humanidade tem o direito de gozar da liberdade e da paz que são naturais ao homem criado por Deus.

É propósito vital da Ciência Cristã curar o conceito errôneo de que o mal é real e está dotado de poder. Mediante as revelações do Cristo, aprendemos que Deus é o bem infinito, a Mente única, ou Ego divino, que é a causa e o criador de tudo o que é real. O mal é, portanto, inteiramente desprovido de fundamento, carece de poder, presença, ação ou identidade. Não existe Princípio, nem Deus, a sustentar uma força, quer mental quer física, chamada o mal. A própria pretensão do mal e a crença no mal são coisas hipotéticas. E a consciência não pode ser invadida por aquilo que não tem nenhuma realidade! Com o progresso espiritual, torna-se natural conhecer essa verdade – saber que nossa consciência sagrada, dada por Deus, não pode ser invadida pelo nada.

Para usar uma analogia, a escuridão nunca penetra a luz. A escuridão não é uma coisas ou entidade real que pode penetrar a luz, mudar as condições da luz e tornar a luz em escuridão. A luz não pode ser assaltada e a escuridão é incapaz de lhe montar um ataque. Igualmente, a consciência humana, na proporção em que está iluminada pelo Cristo, não pode ser invadida pelo vazio da escuridão que se denomina o mal. Lemos em 1 João: “Ora, a mensagem que da parte dele temos ouvido e vos anunciamos, é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma.”

É necessário perceber o que a mente carnal haveria de sugerir como real, mas é ainda mais necessário corroborar a irrealidade completa de tudo o que é dessemelhante de Deus. Em vez de lutar contra o mal como se este fosse um poder capaz de se apossar de nós, podemos alçar nosso pensamento ao reino de Deus, ver o que está ocorrendo no Seu reino e deixar que a Verdade nos defenda.

Deus é Tudo. Deus não conhece coisa alguma fora de sua própria paz imperturbada. E porque Deus é Tudo, não existe coisa alguma fora d’Ele ou além d’Ele que possa invadir a consciência divina. A Mente divina não tem oposto maligno que venha a penetrar Sua totalidade e causar dano à Sua criação. Deus habita na serenidade, na quietude e na supremacia de Sua própria e terna bondade. O homem, como ideia de Deus, vive, prazenteiramente e a salvo, em Sua presença, que a tudo abrange. Quanto mais meticulosamente nos identificarmos, mediante o pensar e o agir crísticos, como o homem de Deus, tanto mais gozamos do domínio pacífico da Mente.

Por certo, Cristo Jesus demonstrou o domínio de Deus. Ao enfrentar a crucificação, manteve-se calmo diante desta indagação de Pilatos: “Não sabes que tenho autoridade para te soltar, e autoridade para te crucificar?” Respondeu Jesus com confiança: “Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada”. Jesus sabia que o mal não é poder nem mente nem influência real. Confiava de todo em Deus como o único poder. A consciência do Cristo, que Jesus corporificava, não era tocada ou afetada pela sugestão de haver um poder maligno. E, porque Jesus reconhecia sempre ser a supremacia de Deus o único poder, sua liberdade e demonstração de vida eterna eram inevitáveis.

Todos podemos usufruir disto, de estarmos livres da crença escravizadora de que nossa consciência possa ser invadida por qualquer pensamento ou elemento estranho à bondade de Deus. O status espiritual do homem – o que verdadeiramente somos como ideias incorpóreas de Deus, ideias que vivem inteiramente fora da crença na carne – é impérvio às pretensões espúrias da mente carnal, de que haja vida e inteligência na matéria. E, quanto mais vivermos nossa vida firmados no ponto de vista de que somos o homem espiritual criado por Deus, tanto mais conheceremos a paz e a liberdade que provêm de demonstrarmos, como a nossa própria, a consciência divina.

(De O Arauto da Ciência Cristã – maio 1986)

“O SENHOR ESTÁ CONTIGO, AONDE QUER QUE VÁS!”

São diversas as revelações do Antigo Testamento direcionando a humanidade ao Referencial Divino, para eliminar-lhe o temor, a insegurança e fraquezas gerados pelas ilusão de “vida separada de Deus”.

 

“Sê forte; tem bom ânimo; não temas nem desanimes, pois o Senhor está contigo, aonde quer que vás” (Josué, 1:9).

Nesta citação encontramos implícita a pregação do ensinamento absolutista aliado ao “poder da palavra”, associação necessária e eficaz para eliminar o ilusório envolvimento com as limitantes e insubstanciais “aparências”, que intentam ser vistas como realidades, enquanto são todas puríssimos “nadas”.

O foco do ensinamento absoluto se estabelece na Verdade de que DEUS É TUDO COMO TUDO, de forma que as supostas “aparências materiais” são imediatamente descartadas, e o que é muito importante, MESMO SENDO APARENTEMENTE VISTAS!

Jesus, enquanto aparentemente no mundo, VIA A REALIDADE COM A MENTE DE CRISTO, E VIA AS “APARÊNCIAS” COM A MENTE CARNAL, QUE SABIA SER ILUSÓRIA E GERADORA DE IMAGENS FALSAS,  SEMELHANTES A “MIRAGENS”. Desse modo, podia ver um ilusório leproso SEM CRER ter ele realidade!

COM A MENTE DE CRISTO VIA A SI MESMO E A TODOS NA “UNIDADE PERFEITA”, EM QUE SABIA RESIDIR A REAL E ILUMINADA EXISTÊNCIA, subjacente às  fantasiosas CRENÇAS NO BEM E NO MAL.

“O Senhor está contigo AONDE QUER QUE VÁS” – afirma Josué!  Esta Verdade deve ser entendida de modo absoluto! A ONIAÇÃO É ONIPRESENTE, E SOMOS SUA ATIVIDADE REAL ONDE QUER QUE ESTEJAMOS, PORÉM, JAMAIS NO MUNDO DO PAI DA MENTIRA, E SIM NO REINO DE DEUS!

O QUE ESTE ARTIGO EXPÕE É A NECESSIDADE DE SE VIVER NA PRÁTICA ESTAS VERDADES! Certamente, Josué e Jesus muito meditaram para fazer este treinamento de obtenção da

CONVICÇÃO ABSOLUTA de que DEUS ESTÁ CONOSCO POR SER QUEM SOMOS, E QUE É NELE QUE VIVEMOS, E NÃO EM “MUNDO DE APARÊNCIAS”.

“Buscar, em primeiro lugar, o REINO DE DEUS E A SUA JUSTIÇA” é, portanto, cada um praticar estas Verdades, consciente de que DEUS É TUDO e  que as APARÊNCIAS SÃO NADAS!  O “CRISTO É TUDO EM TODOS”, enquanto os supostos “CARNAIS” são todos “mortos”, figuras SEM VIDA”

A REAL VIDA DE TODOS – SEM EXCEÇÃO – É DEUS, A VIDA ETERNA!

*

PARA OBTER A CURA: PONHA SEU PESO NO PRATO CERTO

Quando eu era jovem, meu pai foi transferido para uma pequena cidade num estado distante. Primeiro, a família toda fez a viagem e depois meu pai voltou para completar a mudança. Enquanto ele estava fora, adoeci grave e repentinamente. Logo a seguir, tive febre muito alta e fiquei incapacitada de mover as pernas normalmente.

Embora naquela época minha mãe já estivesse interessada na Ciência Cristã, não lhe ocorreu apoiar-se na Ciência para cura, nessa situação em particular. Assim, lá estava ela—num lugar estranho, sem conhecer ninguém, sem telefone, sem condução e com uma filha desesperadamente doente.

Em pânico, ela correu para uma casa próxima, procurando alguma ajuda. Ficou sabendo que o único médico da comunidade se encontrava a serviço numa cidade vizinha. Foi-lhe assegurado que ele viria logo que possível! A casa na qual ela usou o telefone era uma pensão, e duas senhoras que lá moravam acompanharam-na bondosamente de volta ao lar, para dar apoio à sua nova e assustada vizinha.

Quando elas entraram em meu quarto, encontraram-me delirando em febre, num balbuciar incoerente. Uma das senhoras pôs a mão na minha testa e, cheia de medo, exclamou: “Essa criança está ardendo em febre!” Justamente quando o medo de minha mãe aumentava ainda mais, a outra senhora adiantou-se e calmamente declarou com grande autoridade: “Mas essa criança está perfeitamente bem.”Minha mãe conta-me que cada vez que aquela senhora falava, mamãe sentia o medo diminuindo. A senhora continuou a conversar comigo como se nada houvesse de errado—perguntou-me se eu já vira seu cachorrinho. Bem depressa, conversei coerentemente com ela e logo depois, tranquilamente, adormeci.

Quando o médico chegou, examinou-me e não pôde encontrar nada de errado! Achou que havia ocorrido um engano. Na manhã seguinte eu estava de pé, normalmente, como se nada tivesse acontecido.

Quanto mais mamãe ponderava sobre minha inacreditável cura, mais certa eu sentia de que o que ocorrera estava relacionado com aquela amável vizinha que lhe havia acalmado o medo. Após indagar, ficou sabendo que a senhora era Cientista Cristã—e não somente Cientista Cristã, mas praticista da Ciência Cristã! E foi aquela a primeira cura ocorrida em nossa família.

Bem, por certo a praticista não me dera tratamento pela Ciência Cristã sem ter sido solicitada. Mas obviamente havia lançado o peso de seu próprio pensamento no prato da Verdade e da saúde, esperando somente o bem—em vívido contraste com a outra senhora, que, embora também se preocupando e desejando ajudar, sem querer dera impulso negativo no caso, ao temer desorientadamente o pior e provocar ainda maior medo e pavor no ambiente.

Todos desejamos que o nosso cuidado pelos outros tenha efeito sanador em vez de ser inútil ou, mesmo, nocivo. Portanto, se formos nós o paciente, o praticista, o enfermeiro da Ciência Cristã, ou membros ou amigos da família, é extremamente importante atentarmos para que a influência do nosso pensamento pese em favor da cura e não se torne, inadvertidamente, em obstáculo nalguma situação.

A Srta. Eddy escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Tua influência para o bem depende do peso que lançares no prato certo da balança”.  E “se os pratos da balança estão bem equilibrados, o tirar um peso de qualquer dos pratos dá preponderância ao outro. Qualquer influência que puseres do lado da matéria, estarás tirando da Mente, que, de outro lado, preponderaria a tudo mais”.

Pode-se usar a metáfora de pratos da balança para representar com ela tanto o pensamento individual como, num sentido mais amplo, a assim chamada consciência humana, a consciência humana coletiva e sua noção atual da natureza da realidade. Num dos pratos da balança estaria o peso da crença material e no outro prato teríamos o peso da compreensão espiritual. A cura ocorre em determinado caso quando, pelo efeito da oração, concentra-se maior peso no prato espiritual—quando o pensamento se apoia com maior vigor na realidade espiritual do que na ilusão material.

Suponha estar você na companhia de um amigo e este sofre de uma alucinação mental. Ele imagina estar com o corpo coberto de aranhas, centenas delas. Está totalmente apavorado e, é lógico, você quer ajudá-lo. Fará o quê? Pegará num matador de moscas e tentará eliminar as aranhas? Ou talvez recomendará um bom inseticida? Irá lamentar-se com ele por estar ele nessa aflição horrível?

Certamente que não! Se você o acompanhasse no sonho e se deixasse se envolver pela ilusão, ficaria incapacitado de ajudá-lo. Portanto, você permanece fora do sonho e desperta seu amigo para a realidade, rompendo o mesmerismo. Você convence seu amigo de que não há nele aranha nenhuma—que toda a cena é mero fruto de uma falsa impressão, que ele está totalmente a salvo. Como estudante de Ciência Cristã, você vai mais além. Afirma que Deus é a Mente de seu amigo—a única Mente. Portanto, seu amigo não está sujeito ao falso medo. Não ocorreria a você cuidar das aranhas. Você sabe que aí não há nenhuma! Ao contrário, enfrenta o problema e elimina a crença insana de estar seu amigo coberto de aranhas. Você lida com a situação ao nível do mesmerismo.

Agora, suponha você estar com um paciente, ser o praticista ou o enfermeiro dele; ou, suponha estar com um ente querido e este sofrendo um ataque cardíaco. Aí, tudo já soa mais real do que imaginárias aranhas, não é mesmo? Assim se dá devido a nossa educação errônea nas crenças materiais. Mas, não é isso também uma ilusão? O homem, como reflexo de Deus, como Sua própria imagem e semelhança, é necessariamente tão incapaz de ter um ataque cardíaco como Deus o é!

No livro de João encontramos as palavras de Cristo Jesus: “O Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; (…) assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo”.

A Vida e a substância do homem são Deus e nesta Vida e substância inclui-se sua saúde. O homem real é emanação divina. Ele expressa a própria perfeição eterna de Deus. O homem não tem condição mortal, material, nem má condição física.

Tudo quanto, de substância ou de ação espirituais foi falsificado no corpo material, está, de fato, perfeito. O conceito errado de coração ou de qualquer outro aspecto do corpo não é, nem um pouco, a verdadeira expressão da Mente. Nós todos refletimos, em formas individuais, a presença sustentadora de Deus, o grande coração do Amor. Como seria possível ao seu paciente ou ente querido sofrer um ataque cardíaco? Você e ele, ambos refletem a Vida. Ambos pertencem a Deus e por Deus são governados. Para Deus não há oposição.

Portanto, veja você, uma crise dessas é uma cena ilusória, pois é uma impossibilidade! E, na medida em que mantivermos o pensamento acima do quadro do sonho mortal, acima da falsa educação de que algo precisa ser feito fisicamente ao coração(como às aranhas, no exemplo anterior), na medida em que permanecermos acima do sentido pessoal errôneo e da falsa responsabilidade—nessa mesma medida lançaremos, de fato, nosso peso no prato certo da balança.

Compreender que um problema é apenas uma falsa pretensão não basta. Saber que é uma falsa pretensão nos conforta e nos prepara para orar ainda mais, mas não basta para efetuar a cura. É preciso continuar o raciocínio em oração, até compreendermos que não existe tal pretensão!

Deus é Tudo—é a única consciência. Como Deus é a Mente divina, Deus expressa Sua sabedoria no homem. Uma vez que a ação criativa da Mente é “saber”, nada se cria—não existe—a não ser que Deus o conheça. O homem, como uma imagem na Mente divina, sabe apenas o que a Mente lhe faz saber pela lei do reflexo. Deus é onipresente, onipotente, onisciente—é Tudo-em-Tudo. Portanto, nada há para proclamar uma pretensão contrária! Como Cristo Jesus o disse, o erro, o mal, é “mentiroso e pai da mentira”. A crença em qualquer forma de materialidade é uma falsidade em si própria, não tem origem nem lugar para existir, não tem ninguém para conhecê-la nem tem nenhum efeito. Ciência e Saúde deixa claro o nada do erro, nas seguintes palavras: “A ilusão, o pecado, a doença e a morte resultam do falso testemunho do sentido material, o qual, de um ponto de vista hipotético fora da distância focal do Espírito infinito, apresenta uma imagem invertida da Mente e da Substância, onde tudo se apresenta de cabeça para baixo”. ”Imagine-se o falso testemunho apresentando uma imagem invertida baseada num suposto ponto de vista fora da distância focal do Espírito infinito!  Está claro que não pode haver aranhas nem pessoa mesmerizada! Não pode haver nenhum ataque cardíaco nem a pretensão de que haja algum! A mente mortal é “mentirosa” e é o “pai da mentira!”.

Raciocinar desse modo em oração e compreender que o indivíduo passa a ser a maioria quando seu pensamento se coaduna com a lei divina, faz a luz do Cristo incidir sobre a situação humana específica e lança nosso peso no prato da cura. Mas os estados de pensamento anteriormente mencionados—o medo, o sentido pessoal, a comiseração, a falsa responsabilidade, a participação mesmérica no erro e a falsa educação nas crenças e leis materiais—lançariam nosso peso em sentido contrário à cura.

Atualmente, o maior impedimento para a cura, no movimento da Ciência Cristã, talvez esteja na tentativa de misturar o tratamento pela Ciência Cristã com remédios materiais. Tal procedimento simplesmente não funciona! O tratamento pela Ciência Cristã afirma que o homem é espiritual. Quando alguém inverte seu curso e procura ao mesmo tempo remédios materiais ou busca diagnóstico médico, está realmente declarando: “Sou material”. Um método anula os efeitos do outro na balança da confiança mental, e a cura fica bloqueada até que a frivolidade de misturar os métodos seja compreendida e abandonada. Alguém pode até atrasar sua cura sem que, de fato, chegue a consultar um médico ou tomar remédios. Se, enquanto alguém recebe tratamento pela Ciência Cristã, mantiver no fundo da consciência a ideia de que, não sendo curado espiritualmente, ainda poderá recorrer à medicina, isto já é suficiente para impedir a cura. Enquanto sua confiança e esperança estiverem divididas entre Deus e a matéria, tal divisão impedirá a pessoa de ter confiança radical no Espírito suficiente para fazer pender a balança para o lado certo. Assim, a fim de efetuar a cura espiritual num caso desses, é preciso negar diretamente a pretensão de que o homem possa ser doutrinado com crenças materiais. Falando cientificamente, a falsa educação que um paciente parece manter em pensamento faz tão pouca parte dele como a doença; e somente necessita ser corajosamente enfrentada e curada.

A atração hipnótica e magnética da falsa crença na morte está entre os métodos da mente carnal que nos induzem a lançar peso no prato errado da balança. Dificilmente alguém aceitaria a ridícula sugestão de que lhe seria melhor estar aleijado ou de que mais fácil seria para ele e para todos se ficasse cego; mas talvez se deixaria levar pela crença mesmérica de que para ele a morte seria uma bênção ou facilitaria as coisas para a sua família. Este tipo de raciocínio predomina na sociedade. Nos hospitais, os pacientes com diagnóstico de doenças terminais, por exemplo, seguidamente acompanham sessões de aconselhamento visando a ajudá-los a aceitar a morte como parte natural da vida. Não obstante, desde o ponto de vista da Ciência Cristã, a morte não pode ser parte da vida. As duas são exatamente opostas. A realidade é a Vida divina e sua expressão; a morte não tem existência—é uma contradição.

A falsa teologia—outro fator importante em impedir a cura – também apoiaria essa pretensão de que a morte é uma amiga que liberta as pessoas do sofrimento e das condições materiais. Mas este ensinamento está em conflito direto com a missão de Cristo Jesus, que superou toda materialidade, inclusive a morte. Se a morte fosse realmente uma amiga, isto contradiria a inspirada declaração de Paulo: “O último inimigo a ser destruído é a morte. Porque todas as cousas (Cristo) sujeitou debaixo dos seus pés”.

A pretensão mesmérica de que a morte é inevitável e que é remédio a ser buscado, parece especialmente atraente nos casos de idade avançada. Mas o Cientista Cristão esclarecido está alerta e nunca lança seu peso na direção da morte, quer para si quer para outrem. Não temos por meta preservar a vida na matéria, e, sim, compreender a existência espiritual ininterrupta do homem—ver claramente que o homem nunca nasceu na matéria e, portanto, nunca pode morrer na matéria, que ele coexiste com Deus, expressando a eterna vida espiritual. A experiência humana reflete nossa aceitação atual da realidade divina e por isso a situação humana corresponderá de maneira apropriada à nossa compreensão no presente. “Como” não é da nossa preocupação. A nossa responsabilidade é apenas a de lançar todo nosso pensamento no lado da Vida.

Resumindo, podemos relembrar o que foi dito anteriormente: que precisamos não só ver o erro como uma falsa pretensão, mas também, persistir até perceber que, em realidade, não existe tal pretensão. A Sra. Eddy declara: “Dizer que há uma falsa pretensão chamada doença é admitir tudo o que a doença é; pois esta não passa de uma falsa pretensão. Para sermos curados, precisamos perder de vista uma falsa pretensão”.

Referindo-se ao anjo no Apocalipse que “se apresentou com balanças para pesar os pensamentos e ações dos homens”, a Sra. Eddy escreve: “Viestes para serdes pesados; e, no entanto, eu não vos pesarei nem vos farei pesar. Por quê? Porque Deus faz tudo e não há nada no prato oposto da balança. Não há dois pratos—Mente e matéria. Precisamos libertar-nos desse conceito. Da forma como geralmente pensamos, imaginamos que tudo estará bem se lançarmos algo no p           rato da Mente, mas precisamos compreender que a Mente não é pesada com a matéria; somente então estaremos trabalhando de um só lado e em conformidade com a Ciência”.

Não há oposição a Deus. Lemos em Jó: “Se ele resolveu alguma cousa, quem o pode dissuadir? O que ele deseja, isso fará”.  Frente à totalidade, não pode haver lado oposto—nada no prato oposto da balança! Que não existe nada no prato oposto da balança fica provado, em certo grau, cada vez que uma cura acontece por meio da oração na Ciência Cristã.

(De O Arauto da Ciência Cristã)

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Curar-se Da Dor

Nossos pensamentos afetam nosso corpo. A felicidade produz o sorriso, a tristeza produz as lágrimas. O estresse, a raiva e o ódio produzem problemas físicos e, até mesmo, orgânicos. Esses fenômenos são geralmente bem conhecidos.

Mas, ao examinarmos esses efeitos em maior profundidade, descobriremos que não apenas o pensamento tem influência sobre o corpo, mas que o corpo é a objetivação do pensamento. As condições do corpo são a aparência exteriorizada dos pensamentos que entretemos conscientemente, bem como conceitos e temores que possamos abrigar inconscientemente.

Isso também é verdadeiro com relação à dor. Embora possa parecer como algo físico, a dor de fato objetiva pensamentos errôneos, ou seja, medos e conceitos materialistas sobre a vida e sobre aquilo que nos governa. A razão pela qual sabemos que esses pensamentos são errôneos, é que são eles que produzem os problemas. As verdadeiras ideias acerca de Deus e de Sua bondade produzem harmonia em nossa vida. As crenças irreais e falsas causam os problemas e a cura ocorre quando esses pensamentos errôneos são corrigidos.

A maioria das pessoas acredita que a matéria cria suas próprias condições e, em seguida, sofre com as condições supostamente criadas pela matéria…. Mas na realidade a matéria não tem a inteligência que parece ter

Por exemplo, certa vez, ao abrir o forno, inadvertidamente toquei na chama do aquecedor. Aparentemente, esse era um caso óbvio de causa e efeito físico, isto é, tocar uma bobina incandescente trouxe dor. Mas eu sabia, por experiência, que todo o problema estava, na verdade, enraizado em um conceito errôneo sobre a vida, e que a solução seria encontrada ao obter uma compreensão espiritual do controle sempre presente de Deus e da minha individualidade real como filho de Deus.

Ao me volver em oração, com base no que eu compreendia da Bíblia e dos escritos de Mary Baker Eddy como a verdade de meu ser, declarei silenciosa, mas vigorosamente, que eu era a imagem de Deus, ou Sua expressão (ver Gênesis 1:26, 27). Raciocinei que, uma vez que eu era a semelhança espiritual de Deus, não poderia realmente ser ferido. Como poderia a imagem do Espírito ser queimada, uma vez que não há matéria na totalidade do Espírito? Como poderia a expressão da Mente divina sentir dor, levando-se em conta que a Mente, Deus, está consciente somente de Sua própria perfeição e harmonia? Se Deus é bom e verdadeiramente supremo, como poderia um acidente interferir no cuidado terno e harmonioso que Ele tem por mim? Orei com essas ideias durante alguns minutos, até me sentir inspirado e em paz. Vislumbrei com compreensão espiritual que, em realidade, eu não poderia estar ferido, e que, portanto, não estava ferido. Embora uma marca tenha permanecido por uns dois dias, a dor desapareceu naqueles primeiros momentos.

Nessa cura, nada foi feito fisicamente. Não usei nenhuma loção, nem mesmo deixei escorrer água fria sobre a mão. A única coisa que apliquei foi a verdade espiritual sobre o ser, aquilo que eu afirmei, por meio da oração, ou seja, o tratamento pela Ciência Cristã. À medida que percebia de forma mais clara as verdades espirituais específicas, os temores contra os quais lutava eram corrigidos, até que o medo deu lugar à compreensão espiritual e a noção sobre mim como um mortal material cedeu naturalmente à compreensão de que sou um filho de Deus espiritual e harmonioso. Essa mudança de pensamento resultou na mudança do corpo, e a dor desapareceu.

Pensamentos materialistas, ou crenças, nunca fazem parte da nossa individualidade real, que expressa Deus, a única Mente verdadeira. Por não fazerem parte de nós, desaparecem à medida que despertamos para o que realmente somos

A maioria das pessoas acredita que a matéria cria suas próprias condições e, em seguida, sofre com elas. Mesmo aqueles que aprenderam de forma diferente, por meio dos ensinamentos da Ciência Cristã, podem, às vezes, ainda acreditar nisso e temer que possam estar à mercê das condições materiais, porque essa é uma convicção universalmente aceita. Mas a matéria, em realidade, não tem a inteligência que parece ter. A matéria que está em um dedo, por exemplo, não tem mais sensação do que a matéria em um pedaço de madeira. A matéria parece causar, comunicar e sentir a dor. Mas sustentando essas aparentes sensações físicas está a ação do que Mary Baker Eddy denomina mente mortal. Em Ciência e Saúde, ela escreveu sobre essa questão: “Os nervos não são a fonte da dor ou do prazer. Sofremos ou gozamos em nossos sonhos, mas essa dor ou esse prazer não nos é comunicado por meio de um nervo. Um dente extraído volta às vezes a doer, segundo a crença, e a dor parece estar no seu antigo lugar. Um membro que havia sido amputado continuou, segundo a crença, a causar dor a seu dono. … Quando já não existe o nervo, o qual, segundo dizemos, era a causa da dor, e a dor ainda persiste, isso prova que a sensação está na mente mortal, não na matéria” (pp. 211–212).

A mente mortal é que sofre, mas ela não tem recursos para curar a si mesma. A mente humana ou mente mortal, com seus conceitos materialistas de vida, seus defeitos e temores, é a origem de nossos problemas, não a solução. As soluções para as discórdias inerentes à mente mortal são encontradas em Deus, na Mente divina, de onde emanam as ideias corretas, as verdades espirituais do ser, as quais curam. Encontramos a cura na medida em que nos tornamos mais conscientes dessas ideias. É como estar sentado em uma sala com as persianas da janela fechadas. Lá fora o sol está brilhando, provendo luz ilimitada, mas não aproveitamos a luz. Precisamos abrir as persianas e, então, a luz pode entrar e transformar a sala, iluminando-a.

Nem a dor nem os pensamentos que a produzem podem existir em Deus, no Espírito infinito, na única Mente ilimitada e que é inteiramente boa. Portanto, da mesma maneira, a dor, ou qualquer outra discórdia, não existe na imagem de Deus

A escuridão mental é o alicerce para toda sensação de dor, quer seja o medo generalizado de que somos mortais vulneráveis a infortúnios e doenças, a sentimentos de irritação e raiva ou a qualquer outra agitação mental que possa se objetivar como dor no corpo. A erradicação desses pensamentos perturbados por meio da luz transformadora da Verdade restaura a harmonia do corpo. A escuridão não é algo. É meramente uma ausência, um vácuo, o nada. Pensamentos materialistas, ou crenças, nunca são algo, nunca fazem parte da nossa individualidade real, que expressa Deus, a única Mente verdadeira. Então, por não fazerem parte de nós, desaparecem à medida que despertamos para o que realmente somos.

Volvermo-nos à verdade do ser em oração leva-nos a compreender que, como filhos de Deus, fomos concebidos pelo Amor divino e caracterizados pelo bem infinito. Portanto, nossa identidade espiritual inclui somente o bem, ou seja, bons pensamentos, a boa substância. Ao invés de ficarem com raiva e negativos, os filhos de Deus se regozijam na consciência do governo sempre presente do Amor divino sobre tudo e todos. Em vez de ficarmos irritados, refletimos a Mente que é serena e todo amorosa. Até mesmo o medo, em realidade, nem faz parte de nós, porque os filhos de Deus estão eternamente conscientes de sua individualidade espiritual real, que é sempre harmoniosa, indestrutível e governada pelo Amor. Nem a dor nem os pensamentos que a produzem podem existir em Deus, no Espírito infinito, na única Mente infinita, que é inteiramente boa. Portanto, da mesma maneira, a dor, ou qualquer outra discórdia, não existe na imagem de Deus.

Essas verdades afluem em nossa consciência, à medida que somos receptivos a elas. Elas vêm a nós por meio do Cristo, a terna luz da Verdade que Jesus tão magnificamente corporificou. Devido ao que ele compreendia e expressava da Verdade, Jesus foi capaz de exercer um efeito profundo, até mesmo surpreendente, sobre a vida e o corpo das pessoas. Essa Verdade sanadora e transformadora está ainda aqui, e fala constantemente conosco. Ser receptivos a ela nos possibilita expressar cada vez mais “[a mente] que houve também em Cristo Jesus” (Filipenses 2:5). Essa harmonia divinamente mental, preenchendo toda nossa consciência, desaloja e destrói as lancinantes discórdias da mente mortal e isso se objetiva no corpo como cura.

 

(Extraído de O Arauto da Ciência Cristã)

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Curar A Partir De Um Ponto De Vista Correto

Hoje em dia há uma enorme necessidade de cura! A pergunta que se impõe é: como melhorar a saúde das pessoas? Como estancar a proliferação de doenças? A Ciência Cristã aborda esses problemas de maneira espiritualmente científica, a partir de uma base sólida., que alcança resultados práticos. Sendo a Ciência que Cristo Jesus demonstrou, em suas curas extraordinárias, ela nos capacita a seguir o exemplo do Mestre, vencendo , por meios espirituais, a doença e o pecado.

Que maravilha é compreender que aquilo que o mundo procura está aqui, à nossa disposição, agora mesmo! Portanto, a cura espiritual pode ser pesquisada por qualquer um de nós. A Sra. Eddy diz: “A cura metafísica, ou a Ciência Cristã, é uma exigência desta época. Todo o homem e toda a mulher passariam a desejá-la e exigi-la, se conhecessem seu valor infinito e sua base segura”.

Chegamos ao âmago desse grandioso assunto, a cura espiritual, quando partimos do ponto de vista correto. Isso significa que começamos com Deus, em vez de começarmos com a doença ou com qualquer outro problema. Portanto, o ponto de vista correto é espiritual, não material.

O pensamento materialista, por sua própria natureza, aceita a matéria como real e substancial. Por isso, ele parte da premissa de que as condições físicas, inclusive o pecado e a doença, sejam realidades concretas. No entanto, por mais que essa opinião prevaleça entre o gênero humano, tal raciocínio não oferece uma base segura para a cura. Por quê? Pergunte-se: “Pode algo real tornar-se irreal? Podemos nos desfazer de algo que seja real? Podemos curar a realidade?”

Consideremos, porém, uma abordagem espiritual para a discórdia. Podemos encarar a cura a partir do ponto de vista daquilo que Deus, o Espírito, vê e sabe. A Mente onisciente, que é Deus, está cônscia somente de sua própria totalidade, de sua própria perfeição e glória. Dessa forma percebemos que a cura espiritual pela Ciência Cristã começa com o reconhecimento da totalidade e da supremacia do Espírito. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy explica: “O ponto de partida da Ciência divina é que Deus, o Espírito, é Tudo-em tudo”, e que não há outro poder ou outra Mente – que Deus é Amor, e por isso, Ele é Princípio divino”.

Segue-se que a totalidade de Deus é o ponto de partida correto para tudo o que pensamos ou fazemos. Assumir essa posição nem sempre é fácil, mas é de suma importância. À medida que cultivamos a espiritualidade, passamos a perceber, cada vez mais, através das lentes do Espírito, a onipotência e onipresença de Deus. A compreensão da supremacia do Espírito atua como uma lei de cura imediata.

A oração científica – baseada na totalidade de Deus – ajuda-nos a ver a falácia de se aceitar a discórdia como um fato, para depois tentar nos livrar dela. Constatamos que não é preciso aceitar a doença, ou o sofrimento, como reais. Devemos vê-los como de fato são: uma “sugestão mental agressiva”, que diz haver algo mais, além da totalidade de Deus. Toda discórdia é um conceito falso de que Deus não seja Tudo-em-tudo.

Sem dúvida, o sofrimento parece muito real. A Ciência Cristã, porém, ajuda-nos a encontrar o caminho da libertação. Quando percebemos claramente que a dor é, de fato, uma manifestação da mente carnal ou mortal, e não a realidade do ser, ela não consegue nos amedrontar. A dor é uma espécie de sonho do qual podemos despertar pelo reconhecimento da totalidade do Espírito e da nulidade da matéria.

Se não estivermos alerta, porém, a dor tentará hipnotizar-nos. Ela procura privar-nos de nossa capacidade de pensar claramente, tentando-nos a procurar alívio do sofrimento a qualquer custo. Cristo Jesus disse: “Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo, e só então lhe saqueará a casa”. A dor não tem o poder de mesmerizar-nos, quando compreendemos que ela é uma ilusão da mente mortal e não a realidade do ser. Devemos procurar manter controle sobre o pensamento, rejeitando todos os argumentos da assim chamada mente mortal. Eliminamos a dor, apoiados numa base científica, quando reconhecemos sua natureza mental fraudulenta e aceitamos a totalidade da Mente divina única.

A evidência dos sentidos dá crédito à crença de que a vida esteja na matéria. No entanto, nossas orações pouco a pouco nos revelam que o homem vive no Espírito, Deus. Portanto, reconheçamos a dor pelo que ela é: uma falsa crença, uma sugestão mental agressiva de que exista algo separado de Deus.

Em vez de sucumbir a todas as queixas de um corpo doente, devemos apegar-nos ao que é divinamente verdadeiro. Queremos ver o que Deus está vendo. Então seremos capazes de substituir o irreal pelo que é real. Conseguiremos ver a doença e o pecado serem substituídos pela saúde e pela santidade.

A alegria de curar emana do raciocínio correto e da profunda compreensão espiritual. Na Ciência divina trabalhamos com o Espírito, não com a matéria ou com as condições materiais. Em vez de diagnosticar, modificar ou remendar matéria, compreendemos que o Espírito é a única substância genuína, e que o homem reflete a perfeita substância do Espírito. O ponto de vista correto para nossas orações é sempre começar com Deus, não com o problema ou com o sentido físico.

Será que o leitor já notou com que frequência somos tentados a encarar todas as coisas do ponto de vista de nosso próprio sentido pessoal, ou seja, a partir do que nós pensamos sobre Deus, ou de como nós nos sentimos? Muitos já devem ter se apercebido de quão desastroso é o pensamento que gira em volta do “eu”. Começa com “meus problemas”, “minha dor”, “meu corpo”, “minha família”, e nos faz cair inadvertidamente numa armadilha sutil, qual seja, a de aceitar os problemas como pessoais e, portanto, como reais e plausíveis. Em vez de nos curar, essa forma de pensar tende a sustentar a ilusão de que somos seres materiais, vítimas das circunstâncias.

Cada um de nós, no entanto, pode provar que a cura se segue à compreensão de que Deus é a única causa, e que o homem é Seu resultado perfeito. A Sra. Eddy escreve: “A Ciência Cristã é absoluta; não está aquém do ponto de perfeição, nem está avançando para ele; ela já está nesse ponto de perfeição e precisa ser praticada a partir daí. A menos que compreendas plenamente que és filho de Deus e, portanto, perfeito, não tens Princípio para demonstrar nem regra para demonstrá-lo. Com isso não quero dizer que os mortais sejam filhos de Deus – longe disso. Ao colocar a Ciência Cristã em prática, precisas enunciar seu Princípio corretamente, caso contrário, perdes a capacidade de demonstrá-lo”.

Todos nós podemos aprender a mentalmente mudar de marcha. Em vez de lutar pela perfeição como um objeto distante, podemos aprender a começar com a criação espiritual de Deus e reconhecer que já somos ideias perfeitas dEle. Esse modo revolucionário de pensar pode fazer maravilhas em nossa vida.

Poe exemplo, vi claramente a praticidade da oração que começa com Deus, quando morava num bairro residencial onde havia outras famílias como a minha.

Uma vizinha, que sabia ser eu Cientista Cristã, telefonou-me certo dia e pediu-me para ir à sua casa. Logo percebi que ela estava com muito medo. Poucos dias antes, seu filhinho, ainda bebê, fora repentinamente acometido de meningite, e morrera. Agora a filha apresentava os mesmos sintomas e, como os esforços médicos não haviam curado o bebê, a mãe estava, naturalmente, muito assustada.

Enquanto caminhava até a casa dela, eu orei. Não apenas para superar meu próprio medo, mas com o desejo de realmente ajudar. Senti, no íntimo, a necessidade de expressar a coragem e a convicção sanadora de Deus – de reconhecer a presença sanadora do Cristo naquele lar.

Ao chegar, encontrei a menina prostrada, encolhidinha no colo da mãe. Em silêncio, conseguimos sentir o terno amor de Deus. Logo depois começamos a ler a Bíblia. Alguns trechos de Salmos deram-nos a certeza da presença sanadora de Deus, envolvendo-nos num sentido sagrado de consolo e segurança. Oramos juntas. Repetimos a Oração do Senhor várias vezes, imbuindo-nos de seu espírito, sentindo seu poder.

Depois, repeti a “exposição científica do ser”, de Ciência e Saúde, o livro texto da Ciência Cristã. Dessa forma estabelecemos no pensamento consciente a totalidade da Mente e sua manifestação, e a consequente espiritualidade e perfeição do homem.

Enquanto continuamos a orar e nos aferrar a esses fatos científicos, perguntei-me: “E agora?” A resposta logo veio: “O que é que Deus está vendo? A perfeição, sem dúvida nenhuma! Causa perfeita, efeito perfeito”. Convicta disso, perguntei à menina: “Meu benzinho, você gostaria de vir comigo até minha casa?” Ela pulou do colo da mãe para trocar de roupa e veio comigo. Esse foi o fim do problema. Houve profunda gratidão e alegria de todos os lados.

Essa experiência inspiradora nos mostra que recuperar a harmonia pode ser algo simples e natural, quando aceitamos plenamente a presença e o poder de Deus. O Cristo vivo havia penetrado naquele lar com domínio e autoridade divina, desalojando o medo de uma nova tragédia.

Quanta coragem você e eu podemos auferir, ao constatar que o pensamento do Cristo substitui a discórdia com a harmonia ininterrupta do ser! A cura não necessita de tempo para ocorrer. Ela acontece quando aceitamos e compreendemos a totalidade de Deus. A luz do Cristo, a Verdade, é imediata, e revela a perfeição de Deus e do homem como Seu filho amado.

Podemos, portanto, afirmar que a cura na Ciência Cristã decorre de reconhecermos e admitirmos a perfeição da criação espiritual de Deus, presente agora mesmo. Essa maneira de pensar, que está de acordo com o Cristo, suplanta o mero pensamento positivo ou fé cega. Trata-se de compreensão espiritual, que exige que cultivemos as qualidades espirituais que emanam da consagração e da devoção ao Deus único. PRECISAMOS TOMAR A CRUZ DA DEDICAÇÃO A ESSA TAREFA.

Os dias de hoje clamam pela aceitação da cura espiritual, que ocorre mediante a compreensão de que a vida não é carnal, mas espiritual. Os ensinamentos da Ciência Cristã oferecem a solução para a luta da humanidade com o materialismo e pelo sofrimento dele resultante. Na verdade, os dias de hoje estão forçando uma abordagem melhor, uma maneira mais espiritual de resolver nossos problemas. No oitavo capítulo da Epístola aos Romanos, Paulo mostra como é a vitória, quando deixamos de lado um sentido carnal de existência, em favor de um ponto de vista divino. Diz ele: “Os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz”.

Cultivemos, portanto, a capacidade de perceber a perfeição que Deus vê e conhece. Em vez de tentar mudar a imperfeição para torná-la perfeita, compreenderemos que a causa perfeita deve ter um efeito perfeito. Não nos deixaremos mesmerizar, aceitando a discórdia como se fosse real, nem seremos vítimas da discórdia. Veremos que somente o que é espiritual é real e que, apesar das informações agressivas que os sentidos físicos oferecem, tudo está verdadeiramente bem. Com essa oração seremos capazes de trazer à tona a perfeição. Veremos os resultados curativos da oração que se firma na totalidade de Deus – no ponto de vista correto.

Transcrito de O Arauto da Ciência Cristã – Junho 1995

Contemple A Vida De Deus Como Sua Vida!

Muitos não se afinam com os textos absolutos da Verdade, por estarem habituados com o “referencial da ilusão”, que aceita o tempo e as imperfeições como existentes;  desse modo, ao se defrontarem com a Verdade dos fatos revelados, sentem que destoam da lógica e das evidências comuns, e, em vista disso, optam por seguir ensinamentos relativos e dualistas, que aceitam Deus e “mundo fenomênico”.

Li um artigo em que o autor dizia que “estamos aqui para expressar Deus”,  e, também nas  Escrituras, colocações desse tipo estão registradas. SÃO VERDADEIRAS? NÃO! O REFERENCIAL DA EXISTÊNCIA É DEUS E NÃO O MUNDO! EXPRESSAMOS DEUS EM DEUS E NÃO EM “MUNDO DO PAI DA MENTIRA!”

O enfoque absoluto considera DEUS COMO TUDO e a suposta “vida humana” como NADA! Considera o AGORA como TUDO e o suposto “tempo” como NADA!  PARTINDO  DESTE REFERENCIAL ABSOLUTO, DECLARA QUE DEUS É SUA VIDA, SUA MENTE, E SEU CORPO, OU SEJA, REVELA QUE DEUS É, AQUI  E AGORA,  A TOTALIDADE DO SER QUE AGORA VOCÊ É!

Sem deixar o “referencial da mentira”, o SER DIVINO E PERFEITO, O CRISTO QUE VOCÊ É, PARECERÁ ESTAR EM QUALQUER  LUGAR, MENOS ONDE AGORA VOCÊ ESTÁ! POR ISSO, O REFERENCIAL ABSOLUTO AFIRMA SOMENTE EXISTIR O AGORA DAS “OBRAS PERMANENTES DE DEUS”, O QUE LHE DEIXARÁ  NITIDAMENTE CLARO QUE É AGORA QUE O CRISTO É DEUS SENDO VOCÊ!

Como este FATO é a Verdade, JAMAIS SERÁ ALGO A SER CRIADO! JÁ É! DEUS É TUDO, E DEUS É VOCÊ! ISTO SIGNIFICA QUE VOCÊ É DEUS SENDO TUDO E SENDO VOCÊ! SILENCIE-SE E CONTEMPLE A REVELAÇÃO!

No Referencial Absoluto não há “ontem nem amanhã”; e também não há o “presente fenomênico”! HÁ UNICAMENTE O AGORA DA ONIPRESENÇA PERFEITA!  VOCÊ É “REVESTIDO DO PODER DO ALTO” AO SE NOTAR INTEGRALMENTE “DESPIDO “ DO ILUSÓRIO “EU NASCIDO”!

São muitos os ensinamentos que dizem que “aqui estamos para expressar Deus”, quando deveriam explicar que DEUS ESTÁ EXPRESSO EM SUA TOTALIDADE, para “quem tem olhos para ver”, como os tinha Jesus, ao dizer: “O REINO ESTÁ PRESENTE NO MUNDO INTEIRO, MAS OS HOMENS NÃO O ENXERGAM”.

“Seja feita a  VOSSA VONTADE, assim na terra como no céu”, diz uma das mais famosas e conhecidas orações!  PRECISA SER CONTEMPLADA EM SEU SENTIDO ABSOLUTO!  TERRA E CÉU SÃO UM, DEUS ESTÁ MANIFESTANDO SUA VONTADE, AQUI E AGORA! E NÃO HÁ “MAIS NADA NEM NINGUÉM” EXISTINDO, SENÃO ELE!

Medite e se veja INCLUSO na totalidade de Deus, e a VIDA DELE, SENDO A SUA, SERÁ PERCEBIDA COMO SENDO A VIDA PELA GRAÇA!

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Magnetismo Animal-20 (Final)

20

Por Que Orar?

As curas espirituais acontecem desde que a história do homem começou,  e sem qualquer conhecimento do magnetismo animal ou da necessidade de lidar com ele. Entretanto, estes esforços de cura são incertos em seus resultados. É necessário algo mais confiável e mais específico, de como enfrentá-lo e destruí-lo na consciência, através da espiritualização do pensamento. Qualquer estrutura de metafísica que não der atenção a este aspecto da Ciência Cristã não curará com eficácia.

O magnetismo animal não se dissolverá ou desaparecerá por sua livre vontade. Não desaparecerá com o passar do tempo. Não pode ser ignorado nem se deve condescender com ele. A afirmação da Verdade, somente, não é suficiente para afrouxar o seu domínio na consciência.

A destruição do mal não pode acontecer sem o esforço consciente por parte da pessoa. Este fato é um dos pontos importantes absolutos da descoberta da Sra. Eddy, e é a razão porque a cura na Ciência Cristã é totalmente confiável. Ela deixa claro  que o mal é irreal, mas que deve ser negado até ser destruído. O trabalho de cura confiável não pode acontecer sem este aspecto absolutamente importante da oração científica.

Podemos com acerto chamar o mal de “nada”, porque quando é confrontado com a Verdade compreendida, o mesmerismo do mal é sempre destruído. Quando curamos a nós mesmos do mesmerismo do mal, curamos o mundo. Se cada um de nós trabalha diariamente para curar qualquer pequena sugestão do magnetismo animal em nós mesmos, esta espiritualização do pensamento permeia a consciência do mundo, neutraliza o erro e traz o reino dos mil anos.

Através da Ciência Cristã podemos aprofundar nossa compreensão espiritual, ampliar nossa visão e provar a irrealidade do magnetismo animal com trabalhos de cura. “Muito pode, por sua eficácia, a oração do justo”. (Tiago 5: 16)

F  I  M

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