COMO SOME A DOENÇA QUANDO SE CONTEMPLA A ESSÊNCIA

Masaharu Taniguchi

Tudo que chega ao conhecimento de uma pessoa passa a fazer parte do universo em que ela vive, isto é, do universo projetado pela mente dela. Por exemplo, se o preletor A recebe o pedido de cura da doença do indivíduo B, este passa a existir dentro da mente de A. B tem sua personalidade própria e aparentemente é um ser independente de A; porém, desde que ele “desejou ser curado” por A, uma parte de B, a que “deseja a cura”, penetrou na mente de A. Por conseguinte, B será tal qual A acreditar: se A sentir que “o estado de B é muito grave e não vai se curar”, B não se curará exatamente como foi sentido. Mas se A acreditar que “B já é saudável”; é Filho de Deus e não está doente”, ocorrerá exatamente como se acreditou. Nesse caso, parecerá que A realizou uma “cura”, mas, na verdade, não foi isso. O que ele fez foi contemplar o Aspecto Real de B “isento de doença”, e por isso manifestou-se a imagem perfeita da Essência, desaparecendo a “doença, que na realidade não existe”.

DAVI E GOLIAS

Allen White

A história você já sabe: Davi mata Golias e é coroado Rei de Israel. Já sabe também  o sentido destes fatos: Davi mata a idéia de dualidade pela percepção de que existe Uma Presença, Um Poder e Uma Evidência.

Saiba que detalhes aparentemente insignificantes, registrados na Bíblia, são usualmente muito importantes. O autor desta passagem é cuidadoso em mencionar que “Davi escolheu na torrente cinco pedras bem lisas, colocou-as no surrão de pastor que trazia consigo, tomou a funda na mão e saiu contra o filisteu.” (I Samuel 17:40). E lemos em seguida: “Davi pôs a mão no surrão, tirou uma pedra e a arrojou com uma funda e depois de o ferir o matou.” Estas sentenças trazem a mais valiosa lição para uma vida triunfante.

As cinco pedras representam os chamados sentidos físicos. A água simboliza a pureza do Espírito, e a pedra, que realizou a grandiosa façanha, representa o sentido da alma. O sentido da alma é o conjunto infinito de sentidos espirituais atuando como unidade. Juntando tudo, a lição pode ser resumida numa única sentença:

QUANDO OS CINCO SENTIDOS FÍSICOS SÃO PERCEBIDOS COMO SENDO SENTIDOS ESPIRITUAIS, E FUNÇÕES DE PERCEPÇÃO ESPIRITUAL (PERCEBENDO UMA PRESENÇA E UM PODER), TUDO É PARAÍSO.

Você, leitor, não é um ser físico. Você não é um ser humano, e você não é um ser material. Além disso, você não é um ser espiritual. VOCÊ É ESPÍRITO SENDO. Ciente disso, deve também perceber que não possui sentidos físicos captando um mundo material. Os cinco sentidos físicos são realmente cinco funções de percepção. São cinco dentre um número infinito de formas com que Deus Se Auto-percebe ou Se Auto-sente. A despeito das aparências, estes sentidos estão prestando informações sobre um Reino Espiritual do Absoluto, de invariável perfeição.

Em certo ponto da história, Davi percebe plenamente que DEUS É TUDO. Isto está simbolizado pela coleta de cinco pedras lisas na torrente. Precisavam ser lisas, para mostrar que não havia nenhum traço de rigidez ou densidade de materialidade em sua percepção. Neste ponto, Davi estava em iluminação, onde tudo possível de se perceber e experienciar era Espírito e formado do Espírito.

Entenda esta lição. Se você está lidando com um problema que lhe parece  intransponível, sua única necessidade é a de ir até o fim em sua realização de que DEUS É TUDO.  Esta é a solução.

Seus sentidos físicos devem atuar como um sentido espiritual. Para ver a evidência disto, uma conscientização da natureza espiritual dos sentidos deve ser experienciada. Isto exige que você realmente vá ao fim do caminho em sua percepção da Totalidade de Deus. Você não terá de “trabalhar” os sentidos individuais na tentativa de espiritualizá-los. Porém,  não deverá deixar nenhuma “pedra” fora da percepção correta, ao dizer que “DEUS É TUDO”. Automaticamente, você começará a perceber este mundo de modo bem diferente. E saberá o que Jesus quis dizer, ao afirmar que “o reino dos céus está próximo”.

Muitas pessoas freqüentemente se satisfazem apenas em dizer que “Deus é Tudo”, enquanto continuam na aceitação de que há sentidos físicos captando um mundo físico. Eis por que esperam pela evidência da Verdade. Ao dizer que “DEUS É TUDO”, você deverá entender estar confirmando que DEUS É A ÚNICA EVIDÊNCIA. Não mais negando a evidência ficando à espera ou na expectativa do surgimento de outra evidência qualquer. Deus, sendo Tudo, de onde viria a evidência falsa? Indo ao fim do caminho, você perceberá: NÃO EXISTE NENHUM MUNDO FÍSICO, E NÃO HÁ SENTIDOS FÍSICOS PARA REGISTRAR UM MUNDO FÍSICO. DEUS É TUDO. DEUS É O ÚNICO PERCEBEDOR, E É AQUELE QUE É PERCEBIDO. DEUS ESTÁ ETERNAMENTE SE PERCEBENDO COMO A ÚNICA PRESENÇA E O ÚNICO PODER. NO PONTO EM QUE ESTOU, DEUS ESTÁ NO ETERNO ATO DE AUTO-PERCEPÇÃO.

Você dirá estas palavras por serem  verdadeiras, e são verdadeiras agora. Ao declarar estes fatos, não haverá nenhuma expectativa de que eles “se tornem” verdadeiros. E também não haverá vestígio algum de dúvida quanto ao fato de eles já  estarem sendo verdadeiros . Nesta percepção, você não vacilará em permanecer no Absoluto, além da oposição às aparências. Por quê? Por saber que o seu conhecimento é verdadeiro.

Lembra-se dos tempos de metafísica, em que fazíamos afirmações e aguardávamos que elas se tornassem verdadeiras? Uma das favoritas era: “Deus é meu suprimento abundante, constante e instantâneo”. Todos nós, que a afirmávamos com vigor suficiente para mover dez montanhas, comumente pensávamos a seguir: “Mas, quando? de onde será que virá o dinheiro?” O motivo  destas afirmações raramente darem certo é que eram feitas com dúvida, com uma expectativa indeterminada. Se esperar que uma Verdade Se torne verdadeira, estará simultaneamente negando agora a Sua veracidade. Não será o caso, se fizer declarações da Verdade sabendo  que elas já são verdadeiras. Compreender isto fará eliminar esforços e lutas em suas preces e contemplações. Não haverá ansiedade por tentar se tornar mais iluminado. Nesta percepção, irá perceber que você é a ILUMINAÇÃO EM SI, “sentindo” sua própria Luz.

Leitor, em cada contemplação que fizer, parta da Verdade de que você é a Percepção de Deus percebendo a Si mesmo. O progresso lento decorre da falsa idéia de que existe Deus e alguém que não seja Deus, e que este alguém possa se tornar Deus, caso diga frases certas, sentado em longos períodos de silêncio, etc. Esta premissa é inverídica. Não obstante, ainda insistimos em começar as contemplações como se fôssemos alcançar Deus, ou atingir algum lugar. Mesmo sendo bastante sinceros neste proceder, ainda assim  a recompensa será mínima.

Quando disser que DEUS É TUDO, esteja certo de notar que sua percepção é Deus sendo Cônscio, e que sua Consciência é Deus sendo consciente. Não poderia ser de outra forma. Estaria Deus consciente de um Golias? Não, e nunca poderia estar. Estaria Deus consciente de algum problema? Não, nem poderia estar. Estaria Deus consciente de algo, ou de alguém, que fosse outro, além de sua própria perfeição? Não, e nem tampouco você está.

Seus sentidos são o Espírito de Deus percebendo Sua própria Presença, Sua própria Substância e Suas próprias formas. Seus sentidos são o Deus Perfeito “sentindo” Sua própria Perfeição, Amor e Alegria. Tudo isso é verdadeiro, e facilmente experienciado, quando você conscientiza a natureza espiritual de seus sentidos.

AS GARRAS DA COBIÇA

Edmundo Teixeira

No deserto do Oriente Médio há uma serpente de presas arqueadas para dentro. Quando abocanha uma presa, ela não escapa. Há também, lá, um rato que, à semelhança do gambá, exala um odor repugnante em momentos de perigo. Ora, quando esta serpente apanha esse tipo de rato, fica num terrível dilema: não o pode soltar porque as presas não deixam; e não o pode engulir porque o seu cheiro é insuportável. (Tradição da Índia)

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O mesmo dilema se apresenta ao homem apegado: conquista o que ambiciona, mas depois sofre para conservá-lo. O apego são presas voltadas para o “si mesmo”. Mas tudo o que não serve a todos, cheira mal e compromete a alma de seu pretenso possuidor. O ideal é ter presas normais, para tudo conquistar e deixar ir, sabendo que são meios e não fim, numa administração conscienciosa, pondo tudo em rotatividade útil, na edificação própria e dos demais.

É TUDO VERDADE!

Mr. Lopeslima

Quando lemos algo novo, escrito por alguém inspirado, é comum dizermos que é profundo, que leva a uma nova percepção ou a um novo sentido.

O que não percebemos é que tudo isso já foi escrito por alguém, talvez em formas e palavras diferentes, mas com o mesmo conteúdo . E isso ocorre muito com este tipo de texto que você está lendo agora. Tudo o que está escrito aqui, já deve ter sido escrito. E, portanto, não traz novidade nenhuma. No entanto, quantos textos como esse lemos, que nos elevam, que nos fazem transcender, que nos fazem pensar em nossas vidas etc; e ainda assim, continuamos com a nossa vidinha exatamente igual como era antes. E mais e mais ficamos ansiosos por “novos textos” que mantenham acesa a chama da esperança em nossas pobres vidas.

Ocorre que tudo isso tem um nome, uma definição: preguiça mental. Sabemos muito mas fazemos pouco, ou melhor, achamos que sabemos muito e por isso fazemos muito pouco.

Este texto mesmo: foram alguns segundos para que surgisse como idéia; mas, para colocá-la num papel impresso, um tempo muito maior foi exigido. De que me adianta uma idéia, se não a colocá-la em prática?

Por isso, antes de reclamar que sua vida continua na mesma e ficar esperando que algo ou alguém venha e lhe diga o que fazer, faça algo muito simples: observe o silêncio. Apesar de parecer simples, é trabalhoso não pensar em nada e simplesmente observar o nada. Mas é um exercício, para que a criatividade se manifeste. Quando conseguir que a criatividade se manifeste, coloque-a em prática o quanto antes! Anote em um pedaço de papel, grave em algum lugar, não interessa onde, mas faça-o. O que realmente importa é deixer o silêncio se manifestar em sua mente. A criatividade é a única forma de o ser humano manifestar algo de bom, é a forma de escapar do sistema mental que o aprisiona.

A mecânica Metafísica é simples: sendo Deus a única coisa existente, onipresente, tudo o que essa suposta humanidade acha que precisa, já está aqui. A humanidade é material e Deus Espírito, imaterial. A humanidade é que cria mentalmente o que a cerca: Seu corpo, seu mundo,… tudo!

É importante lembrar que existem regras e todas elas tem exceções. Imagine um sonho no qual você quer voar: as vezes, você consegue, mas, ainda assim, será um sonho; a qualquer hora você despertará dele e nada do que você tenha criado será importante, e sim apenas o que você realmente é.

Para finalizar, lembre-se de que tudo já existe, porque Deus já É tudo antes que a mente humana possa criar; por isso, não há nada de novo, nem no céu, na terra nem abaixo dela. Tudo já está pronto desde o principio. Não caia na ilusão de achar que descobriu algo novo, pois na verdade isso é impossível e desnecessário. Isso deve ser então tedioso? Se tudo está pronto, o que há para se fazer?

Viva e aproveite a vida, não se deixando atingir pelas armadilhas mentais da humanidade, não se prendendo a círculos viciosos. Aproveite o sonho. Não deixe o deixe virar um pesadelo. Seja o senhor de sua vida, pois a sua vida é a presença de Deus manifestada. Seja Feliz!

COMPREENDENDO A ORAÇÃO POR "OUTROS"

Allen White

Quando orar por um filho, um ente querido doente, ou alguém que possa aparentar estar com problema, o FATO essencial é conscientizar que OS OUTROS NÃO EXISTEM. HÁ SOMENTE DEUS. Somente o que Deus É, realmente é! Nada mais é ocorrência. Inexiste outra presença, poder, identidade ou manifestação.
 
Como você já tem percebido, não podemos continuar a dizer: “Deus é a única Presença e o único Poder”, e acreditar que exista algo ou alguém com problema — inclusive que haja alguém que necessite de nossa ajuda em oração.
O que você e eu temos considerado ser  orar pelos outros, é realmente deixar nítido e  claro que tudo quanto existe (exatamente agora)  para ser visto, ouvido e sentido é a PERFEIÇÃO IMUTÁVEL DE DEUS. Quando você está com clareza neste FATO, não sente mais  que algo exterior necessita de ajuda ou de cura. Quando você está com clareza neste fato, o que você conhece se mostra. 
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Sua dúvida é quanto aos outros , os doentes,  se  eles têm  necessidade de conhecer também esta Verdade? Não, OS OUTROS NÃO EXISTEM. Existe somente Deus, e Deus conhece a Si próprio como imutável Perfeição Absoluta.

RENASCIMENTO ESPIRITUAL

Dárcio

A base do Renascimento espiritual está em entendermos que a Mente divina não pode estar coexistindo com a chamada mente humana. “Temos a Mente de Cristo”, afirma o apóstolo Paulo, para nos impulsionar diretamente e sem rodeios no sentido da Iluminação.
 
Para tanto, a “Prática do Silêncio” é de vital importância! Com ela, as revelações iluminadoras podem ser comprovadas dentro de nós, em nossa própria Consciência divina. É quando nos abrimos “à descida do Espírito Santo”.
 
Todo o processo se dá dentro de nós, numa atitude interna de comunhão plena com o Infinito onipresente, o Espírito divino, que ajudamos a formar com a participação de nossa individualidade, tal como uma gota de água forma o oceano. O Universo é um Corpo único, perfeito sempre, e imutável. “Tudo está feito”, revela o livro do Apocalipse.
 
Em nosso estudo, passamos a dar atenção ao Poder de Deus, desconsiderando por completo os chamados “poderes humanos”. Isto porque desprezamos, de início, a dualidade “Mente divina e mente humana”. Já havíamos dito anteriormente: não são mentes que coexistem, pois somente Deus é Mente real ou verdadeira.
 
No livro 2 Crônicas 20, há uma passagem que bem ilustra este princípio da ação única ser a de Deus. O rei Josafá e seu país estavam sendo ameaçados de ataque por vários exércitos. Josafá disse ao povo que todos deveriam se volver a Deus em busca de proteção. Jaaziel, alguém do grupo, acabou por receber de Deus, através de um anjo, a seguinte mensagem:
 
“Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, mas de Deus… Neste encontro não tereis de pelejar; tomai posição, ficai parados, e vede o salvamento que o Senhor vos dará, ó Judá e Jerusalém. Não temais nem vos assusteis; amanhã saí-lhes ao encontro, porque o Senhor é convosco.”
 
Conta a Bíblia que Josafá se manteve confiante com esta mensagem divina. Quando ele e seu povo chegaram ao campo de batalha, já não havia mais lá nenhum inimigo.
 
Que significa esta passagem? O anjo e sua mensagem simbolizam a Ação inspiradora da Mente divina, ordenando o silenciar completo da mente humana. Como foi a proteção de Deus? Aqui está o segredo! A anulação da mente humana anula os quadros ilusórios, de bem ou de mal, que ela nos mostra como sendo um “mundo”. Assim como os inimigos de um sonho desaparecem com o despertar do sonhador, os problemas deste mundo também desaparecem pelo Renascimento espiritual, ou seja, pela percepção de que não temos “mente humana”, mas que somos Mente divina!
 
Não existe evolução! Este processo de melhoria paulatina do ser humano é outro engodo forjado pela ilusória “mente carnal”. A cada reconhecimento radical que formos fazendo desta Verdade, estaremos nos identificando com Deus e com o “TUDO ESTÁ FEITO”, ou seja, com o Universo perfeito, iluminado e imutável da Realidade divina. E, mais importante ainda, estaremos nos identificando com a nossa real identidade eterna, que jamais nasce, envelhece ou morre. O Renascimento espiritual é, em última análise, “vencer o mundo”, vê-lo pelo que ele de fato é: simples MIRAGEM! Pura ILUSÃO!
 
O Budismo também traz esta revelação da natureza ilusória deste “mundo material”. Sakyamuni, após ter tido esta revelação, pregou a Verdade durante 45 anos de sua vida. Ensinou o enfoque absoluto de que “nada é o que parece ser”, o que, na linguagem de Cristo, corresponde ao “tendes olhos, mas não vedes”.
 
Conta-se que seus discípulos diretos, diante da impressionante revelação de que “este mundo” é maya”, uma ilusão da mente humana, acabaram por deixá-lo. Também Cristo, quando disse que “o reino não seria deste mundo”, foi abandonado por muitos de seus seguidores. Por absurdo que possa parecer, a verdade é que “este mundo” é ilusório! Paulo encontrou a mesma dificuldade em pregar a Verdade absoluta, chegando a dizer que “as coisas de Deus são loucuras para os homens”.
 
Quando nos detemos nas Revelações, endossamos fatos espirituais eternos! “Tudo está feito!” O tempo não existe! A ciência atual também vem descobrindo este fato espiritual da inexistência do tempo.
 
Estes pontos revelados precisam ficar muito bem estabelecidos dentro de nós, para que, durante as contemplações da Realidade, ou “Prática do Silêncio”, possamos, de fato, reconhecer o real como real e o nada como o nada.
 
Fechemos os olhos! Aceitemos que inexiste o tempo! E que “tudo está feito”. Contemplemos, com o “olho espiritual”, a Realidade harmônica onipresente! Consideremos o fato de que somos a Mente idêntica à de Buda, Cristo, Isaías, Moisés, e a de todos os iluminados! A Mente Divina é ÚNICA! Ela discerne espiritualmente as coisas verdadeiras, perfeitas e eternas! Deixemos de aceitar as imagens “deste mundo” como sendo reais! Não são! Não passam de puras miragens! Eis a natureza de todas elas, tanto das boas quanto das más! Lembremo-nos de Josafá! Ouviu que “a peleja era de Deus”, confiou, aquietou-se, e seus inimigos sumiram! Vale comentar aqui o seguinte: o sentido dessa passagem é o de que Deus é a ÚNICA Presença e o ÚNICO Poder! Deixar com Deus a “peleja” não significa que Ele lutará contra o mal por nós! DEUS É TUDO! O sentido, portanto, é o de não mostrarmos “resistência” aos quadros “deste mundo”, considerando-os ilusórios e sem presença ou poder, assim como lidaríamos com uma miragem de lago no deserto. Assim, a “peleja” será de Deus, ou seja, “aguardaremos a Salvação vinda do Senhor”, o que, de fato, significa que a Verdade da Sua Totalidade foi por nós reconhecida!
 
Do exposto, podemos concluir que este estudo é fácil e sem esforço, mas requer dedicação constante! ´Trata-se do “orai e vigiai sem cessar”, registrado na Bíblia.
 
Nosso ponto de partida: Deus é Tudo! Nosso ponto de chegada: Deus é Tudo! “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim”…”Tudo está feito”! Com a “mente humana”, este Renascimento não se daria nunca! Ela é ilusória! Assim, assumindo que “somos a Consciência iluminada”, considerando que as aparências “deste mundo” são simples miragens, poderemos “aguardar o salvamento”, ou seja, a “descida do Espírito Santo”, a percepção da Realidade perfeita, infinita, atemporal e onipresente! E única!
 
Esta dedicação constante à “Prática do Silêncio” nos fará permanecer no “caminho estreito” da invisibilidade, porque, como disse Cristo, “é espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela”.
 
“ENTRAI PELA PORTA ESTREITA!”
(Mateus 7:13)

A VERDADE HOMEM-FILHO-DE-DEUS

Masaharu Taniguchi

Se enfrentares a doença ou a infelicidade convicto da Verdade de que o homem é filho de Deus, a doença desaparecerá e a infelicidade cessará. Não temas a doença. Não temas a infelicidade. Não havendo temor na mente, não haverá úlcera nem inflamação. Se destruíres todas as ilusões da mente, desaparecerão qual sonho todas as infelicidades e doenças. Deus jamais criou tuberculose, disenteria, resfriado, tumor nem doença alguma. Doença nada mais é que projeção de idéias concebidas pelo homem em sua mente em ilusão. Deves conscientizar a IMAGEM VERDADEIRA do homem—FILHO DE DEUS—onipotente e eliminar a tua ilusão mental. Quando se elimina a ilusão, desaparece todo o temor; conseqüentemente desaparecem tumores, ulcerações e inflamações e se recupera a saúde. Inflamações e ulcerações são meras manifestações de temor. Não havendo temor, mesmo que o corpo seja ferido, não ocorre inflamação e a parte lesada não se ulcera, prontamente nascem novas células e formam-se novos tecidos. Não temas a hemorragia. A vida é mais nobre que o sangue. A Vida, mediante seu poder natural de cura, restaura os vasos da região hemorrágica e produz sangue novo, com o qual supre o organismo em pouco tempo. Se não temer, o homem não morre de hemorragia.

O segredo para serenar a mente está em agradecer a tudo, com um sincero “Muito obrigado”. Ao agradeceres a todos os fatos, pessoas, coisas e sintomas, a paz voltará à sua mente. A mente em paz se sintoniza com as vibrações curativas de Deus. Estando pacífica a mente, manifestam-se vibrações curativas de Deus em forma de saúde. Mantém, pois, a mente tranqüila. Conscientiza que a saúde já está em ti.

CONSCIÊNCIA DE EXISTIR

Dárcio

Enquanto com os olhos neste mundo de aparências, cada um se acha “no mundo” e não em Unidade com o Deus infinito! Quando digo “se acha no mundo”, quero dizer que cada um não se percebe sendo o todo, mas sim, uma parte convivendo “com o todo”, ou seja, se vê separado.

Quando meditamos e contemplamos a Verdade, os supostos sentidos humanos são desconsiderados! Cada um percebe: “Eu existo”, “Eu vivo”, “EU SOU!”. Neste percepção além das aparências, o que deve ser discernido é o seguinte:

A CONSCIÊNCIA DE QUE EU EXISTO NÃO TEM LIMITES NEM FIM!

O MEU SER TERMINA ONDE? COMEÇA ONDE? ONDE DEUS TERMINA E EU COMEÇO? HÁ ESSA SEPARAÇÃO? ONDE EXISTE “OUTRO” AO LADO DE MIM? EXISTE? OU TUDO É UM?

Medite agora sobre tudo isso, e tenha esta percepção:

A Consciência de EXISTIR é infinita e ilimitada! Ela “se estende”, a partir de onde EU digo “Eu Sou”, e, daí, cobre a infinitude! E é quando me é claro que DEUS É TUDO, que TUDO É UM, e que EU SOU DEUS!

"PAZ, SÊ QUIETO"

Dárcio

Marie S. Watts escreveu o seguinte:

Quando Jesus acalmou a tempestade, dizendo: “Paz, sê quieto!”, sabia que não estava dissolvendo nem expulsando uma tormenta. Antes, ele estava consciente da totalidade, da UNICIDADE daquilo que estava, e está, presente. Ele sabia que a própria Presença do Amor, Alegria, Paz universais, elimina a possibilidade da presença de qualquer ameaça à Vida, Mente ou Consciência. Em outras palavras, Jesus sabia o que estava presente. Sabia também que somente o que estava presente era Poder. A Perfeição estava, e está, sempre presente. Assim, jamais pode haver uma tempestade, ou algo que pareça ser destrutivo. Este é nosso dizer: “Paz, sê quieto”, endereçado a tudo que aparente ser destrutivo, seja como ameaça à vida, à alegria, Paz, Abundância, etc. Nós, como ele, podemos dizer: “Paz, sê quieto”. Desse modo, aquilo que está presente, será evidenciado. Somos a Mente que estava em Cristo Jesus; inexiste outra mente que pudéssemos ser! Assim, nós sabemos exatamente o que ele sabia, e sabe. Nosso “paz, sê quieto”, é nosso conhecimento—nossa percepção—de que a Perfeição, somente, está presente; a Perfeição, somente, é Poder; a Perfeição, somente, reina. Naturalmente, esta é apenas uma outra forma de se dizer: Deus é Tudo; Tudo é Deus.”

A Metafísica vem revelando esta Verdade absoluta: SOMENTE DEUS É REALIDADE!. Precisamos deixar de lado a mente humana, seus “quadros ilusórios” e seus supostos “poderes”. A Mente ÚNICA, Deus, precisa ser reconhecida! E, realmente reconhecida como ÚNICA! Os problemas não são as pessoas ou as condições, vistas isoladamente. Cristo disse: “Eu venci o mundo”. É o mundo ilusório que precisa ser vencido! Não com lutas físicas ou mentais, mas com o firme e suave reconhecimento de que o Universo da Realidade é único e perfeito.

Aqui, Marie S. Watts comenta o episódio em que Jesus acalmou a tempestade. A intenção não foi a de utilizar um poder superior para acalmá-la, mas de utilizar seu conhecimento de que a Perfeição é a Verdade onipresente! Não se deteve em analisar o suposto temporal, mas, sim, em fazer valer a Verdade absoluta de que DEUS É TUDO! Com a Mente de Cristo, a Perfeição é discernida facilmente!

Esta é a sua Mente única! Pare de aceitar imperfeições e depois orar para corrigi-las! Parta do fato de que a Mente divina é SUA Mente atual, e que Ela discerne somente a Perfeição total!

O suposto mundo da matéria, todinho, é uma ilusão de massa! Mostrada pela suposta “mente humana!” “Vença o mundo” encarando esta Revelação de modo radical e permanente! Assim, como diz o texto, diante de quaisquer aparências ilusórias, VOCÊ dirá: “Paz, sê quieto”, apenas discernindo a Perfeição Absoluta sempre-presente com o seu Sentido espiritual aguçado e fixado na Verdade.

TODAS AS INFELICIDADES SÃO SUGESTÕES HIPNÓTICAS

Masaharu Taniguchi

Devemos saber que as doenças, infelicidades ou calamidades, embora aparentem existir aos nossos olhos carnais, na verdade não existem (não são existências verdadeiras). Isto porque Deus, que é o único Criador e possuidor de profundo amor e sabedoria infinita, criou através de Sua sabedoria onisciente um mundo perfeito e harmonioso que não contraria o amor. Todos os “males” e “desarmonias” apenas parecem existir, devido à sugestão hipnótica do pensamento coletivo da humanidade. Nós não lutamos contra uma “infelicidade que existe verdadeiramente” nem mentalizamos para curar uma “doença que existe verdadeiramente”. Nós mentalizamos o Aspecto Perfeito da “Realidade”, a fim de nos despertarmos da hipnose provocada pelo pensamento coletivo da humanidade. Se o homem é auto-realização de Deus, se ele é o centro da expressão de “Deus perfeito”, por que haveria de sofrer com desgraças, calamidades, pobreza ou doença?

DECISÃO E PODER

Dárcio

Por mais que as sugestões do mundo tentem convencê-lo de que há OUTRO PODER além de Deus em atividade, a Verdade é que Deus é o Poder Amoroso único que está ativo como o Universo todo e como a sua Consciência. Portanto, quando tomar a DECISÃO de meditar e reconhecer este PODER, deve entender que DECISÃO E PODER são UM, mas que são “departamentos” distintos em você próprio! A DECISÃO vem da mente e o PODER vem da Consciência! Por isso temos o registro, “Aquieta-te, e sabe: Eu Sou Deus”, no Salmo 46.

Medite consciente da ação conjunta e una das duas funções! DECIDA-SE por reconhecer que a ONIPOTÊNCIA É! Ao mesmo tempo, entregue-se, com esta convicção, á Consciência divina que Se derrama como TODO O PODER presente no Universo, em sua vida, em sua Mente e em seu Corpo. Contemple esta atividade da Onipotência!

A DECISÃO trava o mesmerismo! Enquanto isso, o PODER, que é Atividade onipresente, Se revela espontaneamente! Assim, sempre que meditar, permaneça nesta DECISÃO, e “deixe” o PODER Se mostrar em VOCÊ! E como onipotente!!

A VIDA CUMPRE SEU OBJETIVO (PARTE UM)

Marie S. Watts

PARTE UM

Percebamos o fato de que o único cumprimento de Objetivo deve ser, necessariamente, o Todo Universal Se manter como Perfeição absoluta, constantemente e por toda a eternidade. Percebamos, também, de que forma este Objetivo é cumprido em e como nossas atividades do dia-a-dia. Percebamos como esta Verdade é evidenciada, não apenas em nossos afazeres diários, mas também como o nosso Corpo. Percebamos como a Vida, a Mente, a Consciência, o Amor, são evidenciados exatamente aqui e agora em e como cada faceta de nossa experiência. Exatamente aqui, precisamos conscientizar a inseparabilidade do Amor inteligente, consciente e vivo, que é Deus; e esta conscientização deverá permanecer durante toda a nossa contemplação.

Principiemos com a Vida: vejamos de que maneira nós parecemos limitar a Vida em Si. Como sabemos, a Vida é Atividade. Assim, qualquer ilusão que aparente limitar a Vida parece manifestar-se como uma limitação de nossa atividade. Esta farsa se apresenta sob várias formas. O que predominantemente é considerado como manifestação da Vida é o Corpo. Portanto, consideremos, primeiramente, a Vida e seu objetivo do ponto de vista do Corpo.

Se a Vida aparenta estar crescentemente limitada, o Corpo também aparenta se tornar mais limitado em sua atividade. (Naturalmente, isso é inteiramente ilusório.) Todavia, este quadro falso aparece como um corpo que é mais limitado em sua força, liberdade e atividade que não requeira esforço.

Uma das mais trágicas de todas as ilusões é a conhecida como “velhice”. Oh, isto é uma farsa! Se não tivéssemos este discernimento, por certo nos entristeceríamos ante estes quadros completamente falsos de envelhecimento que aparentemente vemos. Sempre ouvimos alguém a dizer: “Ah, antes eu podia fazer essas coisas, mas já não posso mais realizá-las!” Exatamente aqui está o falso quadro da Vida. Ele representa equivocadamente a Vida ilimitada, mostrando-a limitada em sua livre atividade, imutável, eterna. Ele supõe que a Vida esteja em mutação, perdendo sua força, sua liberdade, seu propósito de existir.

Ás vezes ouvimos alguém afirmar: “Eu não consigo me lembrar de mais nada, agora que estou velho”. Ora, isto certamente é uma falsidade sobre a Mente imutável eterna. Poderíamos citar infinitos exemplos de relatos ilusórios desse tipo. Porém, sigamos além dessas declarações falsas e passemos a perceber o motivo pelo qual estas aparências — que não são genuínas — continuam aparentando ser tão reais ou tão predominantes

Toda fantasia chamada de “velhice” tem origem na ilusão de que a Vida, a Mente, a Consciência, o Amor, tiveram começo. Supostamente eles passaram a existir; e, supostamente, deixarão de existir. Neste intervalo, supostamente eles amadurecem, enfraquecem, se deterioram para, finalmente, desaparecerem. Este quadro, por certo, não é algo cuja consideração nos dê qualquer alegria. Se ele fosse verdadeiro, não haveria muito sentido em estarmos vivos; e, certamente, não existiria alegria alguma em vivermos. Se realmente acreditarmos que a Vida, a Mente, a Consciência, o Amor, nasceram — tiveram começo –, esse conceito equivocado e falso simplesmente terá de desaparecer na Presença do Amor inteligente, consciente, vivo e eterno. Contudo, até que seu completo “nada” seja percebido, este senso ilusório de vida continuará aparentando ser verdadeiro.

Se o Amor inteligente, consciente e vivo penetrasse num corpo, certamente iria amadurecer e envelhecer no corpo, e também um dia iria se extinguir fora do corpo. Mas o fato é que o Amor inteligente, consciente e vivo constitui eternamente Sua própria Substância, Sua própria Atividade, e Sua própria Corporificação. Como poderia , então, penetrar num Corpo, amadurecer, envelhecer no Corpo — ou como o Corpo –, e morrer fora do Corpo? ISTO É TOTALMENTE IMPOSSÍVEL. A Vida não pode morrer fora de Si mesma. A Consciência não pode se tornar inconsciente de Si mesma. A Mente não pode se separar de Si mesma. Nem pode o Amor desertar de Si mesmo.

Conseqüentemente, pode-se notar que tudo se deve a um errôneo conceito quanto ao que constitui o Corpo; e isso explica o motivo pelo qual ele aparenta envelhecer e morrer. Naturalmente, por trás desse conceito equivocado, há a ilusão de que existe uma pequenina vida pessoal, capaz de fazer, saber, possuir ou ser algo de si mesma. Ah, eis o ponto crucial de toda a ilusão! NÃO HÁ PESSOA ALGUMA SEPARADA, CAPAZ DE FAZER ALGO, SABER ALGO, POSSUIR ALGO, OU SER ALGO DE SI MESMA. Uma vez percebido esse fato clara e completamente, todas as demais falácias referentes a uma mente ou identidade inexistentes, são eliminadas completamente. Nada eram e nada permanecerão sendo.

Nesse ponto, é importante perceber o fato de que VOCÊ nunca é uma ilusão. Nem tampouco é uma mente iludida. Uma ilusão é simplesmente uma ilusão e nada mais. A única forma de uma invenção ilusória poder existir é no caso de ela ser aceita, acreditada ou imaginada como genuína. A ilusão realmente jamais ilude VOCÊ. É impossível que a Mente consciente perfeita, que você é, seja o tipo de mente que possa ser iludida. A Mente consciente perfeita, que você é, é a própria Mente que é Deus. E Deus nunca está iludido.

Uma ilusão — nulidade — ilude somente a si mesma. Em nada ela se relaciona com a Identidade que você é. VOCÊ SABE QUE UMA ILUSÃO É PURO NADA. VERDADEIRAMENTE, VOCÊ NÃO TEM CONSCIÊNCIA ALGUMA DE UMA ILUSÃO OU DE ALGUMA DE SUAS PRETENSÕES ILUSÓRIAS. Numa das preces do Ultimato, consta o seguinte: “Como poderia saber algo que Deus desconhece, quando Deus é tudo que sabe?” Sim, é impossível, para a Mente que você é, saber alguma coisa que seja desconhecida para, ou como, a Mente que é Deus. Portanto, você não tem sequer um conhecimento de uma ilusão, nem de qualquer de suas alegações ilusórias. No decorrer de toda a nossa discussão sobre uma ilusão, por favor, esteja ciente do fato de que a Mente que você é, é completamente desconhecedora de uma ilusão; e de que esta Mente nunca está iludida.

Você não está vivo como uma pequenina vida temporária ilusória. Você não é uma identidade separada, ou uma mente consciente viva separada. Jamais você entrou num corpo temporário; tampouco chegou a viver em, ou como, um corpo temporário. Não existe tal coisa como Alma e Corpo. Alma e Consciência são a mesma Essência. A Alma é o Corpo, e o Corpo é a Alma. Você não habita um corpo. Antes, a Mente consciente viva que você é, constitui o ÚNICO Corpo que você conhece, ou que sabe constituir o seu Ser. Se você pudesse ter entrado num corpo, poderia também ter vivido muitos anos num corpo — tê-lo habitado –, e, por fim, iria ter de abandonar um corpo. É exatamente aqui que se encontra a fantasia chamada “tempo” surgindo no quadro ilusório. Todos os enganosos quadros de idade, deterioração, nascimento, morte, estão basesados nesta mentira fundamental, ou seja, que existe a coisa denominada “tempo”.

Continua…>

A VIDA CUMPRE SEU OBJETIVO II (PARTE FINAL)

Marie S. Watts

PARTE FINAL

O TEMPO NÃO EXISTE. Alguns cientistas espaciais sabem que realmente não existe nem o tempo nem o espaço. Obviamente, eles não colocam o assunto nesses termos, por saberem que isto soaria de modo irracional, até mesmo ridículo. Todavia, eles estão certos. Realmente não existe nem tempo nem espaço. Há somente uma ilusão que engana a si mesma no sentido de crer que o “tempo” existe. Você irá recordar esta maravilhosa citação de nossa Bíblia: “O que foi, é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer: nada há, pois, novo debaixo do sol” (Eclesiastes 1: 9). Esta é uma citação da Verdade Absoluta. O tempo não existe.

Toda Verdade — tudo que é verdadeiro — é eternamente verdadeira. Toda atividade é uma atividade eterna. Nada muda. Nada é acrescido, e nada é subtraído do AGORA eterno e infinito de Inteireza constante. Um livro inteiro poderia ser escrito sobre o tema de o Universo ser sem tempo e sem espaço, bem como o porquê de Ele ser assim. Contudo, não devemos desviar o assunto, para não interferirmos na continuidade de nossas revelações. Por ora, basta dizermos que a Mente perfeita, inteligente, consciente, viva e eterna, é AGORA. Ademais, esta Mente eterna não cumpre Seu objetivo sendo mente temporal em corpo temporal. A Consciência eterna não cumpre Seu objetivo vivendo como um corpo temporal. Não existe corpo desse tipo. O que aparenta ser um copo temporal é simplesmente uma corporificação da própria ilusão. Mas esta formação ilusória não é o meu Corpo, não é o seu e não é o corpo de ninguém. Uma ilusão não está viva; ela não é inteligente; tampouco é consciente. Ela não tem substância ou atividade. Sendo nada, ela nada possui, nada sabe, e nada é.

A conscientização de que não existe o tempo significa, naturalmente, a percepção de que não existe tempo algum em que houvesse nascimento, amadurecimento, declínio, envelhecimento ou morte. Não existe tempo algum em que pudesse ocorrer mudança. Não existe tempo algum em que o corpo pudesse ficar decrépito, inativo, doentio, sem agilidade, ou sujeito a qualquer outro tipo de anormalidade.

O Corpo eterno é tão imutável quanto o Amor, a Vida, a Consciência ou a Mente eternos. O Corpo vivo, que você é, tal como o Universo, não pode se deteriorar e envelhecer. O Corpo eterno, que você é, assim como o Universo, não pode ter começo ou fim. O Corpo eterno, que você é, é incapaz de sofrer, adoecer, envelhecer, ficar inativo ou decrépito, assim como o Corpo universal é incapaz de passar por algo assim, ou incapaz de se tornar alguma destas falácias ilusórias.

O precedente é verdadeiro, pois a Vida que está viva, exatamente aqui e agora, é a Vida universal, perfeita e eterna. Sem tempo, sem mudança, sem idade, esta é a ÚNICA Vida que pode estar viva. É a ilusão chamada “tempo” que aparenta limitar o homem a uma duração de somente alguns anos. É esta mesma ilusão que parece limitar sua livre e perfeita atividade propositada a alguns poucos anos. E, é esta mesma falsidade que aparenta limitar sua força, sua liberdade, sua harmonia e Perfeição a um certo número de anos.

Toda ilusão — mentira — sobre algo tem de se curvar ante o fato — a Verdade — que é aquele Algo. Aquilo que é verdadeiro permanece em Sua inteireza, eternamente. Aquilo que é falso aparece, e tem de desaparecer. A ilusão cria suas próprias assim-chamadas leis. A Verdade não necessita de leis. A Verdade é o Princípio que é sempre Autogovernado, sendo, portanto, a Sua própria lei. Qualquer ilusão, com todas as suas leis falsas, passa; porém, a Verdade não governa por leis, e tampouco a Verdade passará. A ilusão chamada “tempo” deve, necessariamente, terminar, assim como toda ilusão aparenta ter começo e ter fim. No livro Apocalipse 1;3, há uma perfeita colocação desta Verdade Absoluta: “Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo”. Como está estabelecido nO Ultimato, isso não é nenhuma profecia. Antes, é uma colocação do fato de que toda a eternidade, em Sua inteireza, existe neste momento. Para a Consciência iluminada, o “tempo” é desconhecido e impossível de se tornar conhecido. A Consciência iluminada é consciente somente daquilo que é verdadeiro. E, naturalmente, não existe nenhuma Consciência que não seja Consciência iluminada.

A Mente Universal desconhece as limitações chamadas “tempo” ou “espaço”. Todos já devem ter observado que juntamente com esta falácia chamada “velhice”, aparenta também haver uma crescente tendência de se permanecer num círculo cada vez menor. Há uma aparente aversão a viagens, ou ao abandono do ambiente atual. É dessa forma que a falsa limitação chamada “espaço” iria, se possível, limitar a Mente Universal consciente e viva. Mas, onde estão as barreiras? Onde existe uma circunferência delimitando o Amor, a Mente, a Vida, a Consciência? Olhe para o céu e faça a seguinte pergunta a seu Eu: “Onde a Consciência que Eu sou, deixa de estar consciente nesta Infinitude ilimitada?” Você poderia traçar uma linha de demarcação entre VOCÊ e os céus? Realmente, nenhuma linha de demarcação cerca a Identidade UniversaL, livre e sem fronteiras, que VOCÊ É. E, como agora alegam os nossos amigos físicos, tempo e espaço são a mesma coisa. E eles estão começando a descobrir que nenhum dos dois existe como um real fato absoluto.

Assim, onde estão as limitações? Onde está a limitação que alega ser sua saúde capaz de ficar completa somente por um número limitado de anos? Onde está a limitação capaz de convencê-lo de que está confinado pelo tempo ou pelo espaço? Se nem o tempo nem o espaço existem, como existiria tal limitação?

Nem seria preciso dizer que, de um pequeno e limitado ponto de vista pessoal, esta gloriosa liberdade não pode ser realizada, É simplesmente impossível separar a Vida irrestrita que nós somos. Esta Vida não pode ser dividida ou separada em fragmentos ou partes de Si mesma. Nós não podemos personalizar o infinito Todo Universal impessoal.

Amado, o reconhecimento de sua Identidade livre e irrestrita é glorioso. Nesta realização, você se encontra consciente de ser vibrante, dinâmico, livre, e, portanto, jubiloso. Há uma percepção de ser a Vida rítmica pulsante. E é desta maneira que você é a própria Presença consciente da Vida infinita eterna, cumprindo o Seu objetivo. Esta é a Vida infinita eterna que VOCÊ É, cumprindo o Seu objetivo de ser jubilosa, livre e harmoniosamente viva, eterna e infinitamente COMO VOCÊ. Eternidade é AGORA. Infinitude é AQUI. É exatamente aqui e exatamente agora que a Vida cumpre o Seu Objetivo de estar viva como VOCÊ, e como seu Corpo. Você e seu Corpo são UM. Inexiste outro VOCÊ, e inexiste qualquer “outro” corpo. Além disso, você nada sabe sobre um outro “você”, ou sobre um outro “corpo”.

Você está a imaginar sobre que tem tudo isso que dissemos a ver com seu cotidiano e experiência diária? Realmente, tem tudo a ver com seus afazeres diários. Viver cada dia livre, jubilosa e dinamicamente é, na verdade, um maravilhoso cumprimento de Objetivo de a Vida existir. É, certamente, uma prazerosa experiência estar vibrante e destemidamente vivo, dando continuidade às suas atividades em e como vigor e energia inexauríveis. Se esta Verdade não Se evidenciasse em e como os nossos afazeres diários, poderíamos duvidar de sua autenticidade. Mas Ela Se evidencia, fazendo-o em e como sua vida diária, como cada atividade sua, e como a atividade de seu Corpo.

OUÇA, EM VEZ DE PENSAR!

Dárcio

Na vida corrida de hoje em dia, a oração precisa ser feita sem perda de tempo! Escolha um período qualquer para meditar, e, realmente, faça destes momentos os mais esperados, preciosos e elevados do dia! Como? Não levando a mente humana junto! Deixe-a fora de sua meditação! Faça o seguinte: Feche os olhos e reconheça:

Aqui estou, Pai, sem pensamentos, sem preocupações e sem vontades! Eu apenas aqui estou! Ouço com total atenção o que preciso ouvir!

Permaneça em quietude e paz nesta oração de “escuta”. Aguarde uma paz interior ser sentida! Uma revelação! Uma sensação de liberdade! Aguarde a sensação de que a Voz de Deus é a Voz de sua própria consciência! Simplesmente aguarde!

A PERCEPÇÃO ILUMINADA

Dárcio

Tudo que reconhecemos na vida, como “problema”, se deve a uma causa única: a incapacidade da mente humana em perceber a presença da Perfeição absoluta e imutável em nosso aqui e agora.
 
A Metafísica Absoluta, com seus princípios revelados, enfatiza que não há seres humanos, mundo humano, estudantes e mestres humanos da Verdade, humanidade, etc. EXISTE SOMENTE DEUS! Assim, são descartados os esforços humanos ou “busca da Verdade”, quando passamos a levar em consideração a AUTO-REVELAÇÃO DIVINA, pela Graça. Sabemos que “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam”. (Salmo 127:1).
 
Analisemos os fundamentos da PERCEPÇÃO DIRETA DA REALIDADE. Desse modo, deixaremos a mente ilusória de lado para, com a Mente de Cristo, discernirmos o que sempre foi, é, e será a nossa Realidade, a nossa real experiência iluminada de vida.
 
De início, façamos três considerações:
 
a)   a Percepção espiritual não é gradativa.
b)   a mente humana, também chamada de “mente carnal”, é uma ilusão coletiva; assim, sendo inexistente, obviamente não está sendo nossa mente deste agora.
c)   O fato de a mente inexistente não perceber a Realidade divina não afeta a nossa PERCEPÇÃO REAL.
 
Não podemos PERCEBER algo que julgamos não existir. Seria inútil tentarmos perceber a Verdade Total aceitando a crença de que “parte dEla ainda está por se manifestar”. Não há graduações de Percepção espiritual. Quem aceitaria que o Universo é parcialmente existente? Ou que estamos parcialmente vivos ou conscientes? A VERDADE É! Não admite meios-termos. Quem faz este estudo, tomando por base o que a mente humana aceita em sua lógica, e difunde a outrem esta mesma noção errônea, será “o cego guiando outro cego”, indo ambos para o “buraco da não-percepção”.
 
Partindo da premissa de que existe um Universo glorioso aqui presente, e plenamente manifestado, será fácil aceitarmos o Fato de que “nele já vivemos, nos movemos e existimos”, como a Bíblia nos revela. Se admitirmos que NOSSA CONSCIÊNCIA É O NOSSO UNIVERSO, naturalmente concluiremos que a PERCEPÇÃO COMPLETA já está manifesta! Deus, percebendo a SI mesmo como “MINHA PERCEPÇÃO: eis em que consiste a PERCEPÇÃO ILUMINADA! Ela é direta e absoluta! Deus é o Universo e também a Consciência que O está percebendo como a nossa própria Consciência. Por conseguinte, estamos percebendo a Presença da Realidade Onipresente, aqui e agora. Como havíamos antecipado, inexistem “graduações” de percepção espiritual, uma vez que a Consciência divina é a única Consciência que há, é infinita, e está plenamente manifesta e consciente como a Consciência individual de todos nós.
 
A suposta mente humana é inexistente; desse modo, por não existir, não pode estar “bloqueando” a percepção daquilo que existe. Assim, na Percepção espiritual, a suposta “mente humana” não desempenha papel algum. A intenção de “querer enxergar o Universo espiritual”, bem como empreender esforços mentais voltados para esse objetivo, são práticas infundadas. Você, eu, qualquer ser real, já é a Consciência iluminada em Autopercepção, em discernimento total e constante do Universo infinito que existe PRONTO, de forma COMPLETA, aqui e agora.
 
A suposta “falta de Percepção da Realidade”, atribuída à “inexistente mente humana”, NÃO AFETA A PERCEPÇÃO DA CONSCIÊNCIA DIVINA, MANIFESTA AQUI E AGORA COMO A NOSSA CONSCIÊNCIA ILUMINADA.
 
O total abandono do “desejo ardente” de perceber a Realidade é, na verdade, o campo propício para a PERCEPÇÃO LEGÍTIMA, pois aquele anseio partia de um instrumento ilusório: a chamada mente humana. Se não há mente humana, não há também o anseio mental humano de “perceber a Realidade”. Desse modo, a admissão radical da existência única da Consciência divina, que é nosso ponto de partida neste estudo, desfaz o dualismo ilusório que nos fazia considerar “Universo real” e “mundo terreno”; “eu superior” e “ego humano”, etc. Alguém já disse que “o paraíso é a terra corretamente discernida”. Desfeito o dualismo, AQUILO QUE SEMPRE É, É VISTO POR NÓS COMO ALGO SEMPRE PERCEBIDO! Em outras palavras, quando aparentemente estamos contemplando o Universo espiritual pela “primeira vez”, durante a experiência de iluminação, jamais nos sentimos surpresos, achando que houve o “início” da experiência, ou que estivéramos anteriormente fora dela por algum instante. Pelo contrário, a experiência endossa os três pontos que salientamos no início, ou seja, que não existe Percepção gradativa, que a nossa Percepção está sempre SENDO, e, que jamais existiu outra mente, senão a Mente divina em constante Auto-percepção onipresente.
 
A Percepção iluminada revela o “nada” da mente humana, o que promove o sumiço automático de todos os chamados problemas aparentemente presentes em sua nulidade. Assim como alguém hipnotizado se liberta da ameaça de ataque de todos os leões de uma jaula, tão logo desperte para a realidade de que ela jamais existira, não passando de visão imaginária sugerida pelo hipnotizador, também os problemas desaparecem mediante a PERCEPÇÃO ILUMINADA! Entretanto, isto não significa que eles chegaram a estar presentes, ou que a Percepção espiritual os eliminou. A PERCEPÇÃO ESPIRITUAL SIMPLESMENTE REVELA O QUE SEMPRE E UNICAMENTE ESTÁ EXISTINDO: A PERFEIÇÃO ABSOLUTA!
 
Há uma brincadeira infantil que consiste em se observar as nuvens para identificá-las com alguma forma conhecida. A criança, após observá-las, deixa de encará-las como nuvens e passa a reconhecer nelas alguma forma conhecida. Assim, ela passa a “ver” um elefante, uma cachorro, um rosto, etc. O adulto, olhando para o céu, apenas enxerga as nuvens; no entanto, para a criança, elas “parecem nem existir”, entretida que está na “percepção daquilo que não existe”, ou seja, as formas identificadas pela sua mente presa à idéia de “ver coisas conhecidas como as nuvens”. A percepção iluminada corresponde à visão do adulto desta ilustração, que revela somente a Realidade (nuvem) onde a “mente inexistente” (mente da criança) parece identificar inexistências (elefante, cachorro, rosto, etc.).
 
As formas ou coisas do mundo não são o que parecem ser. Deus abrange a totalidade da Existência. Ao nos identificarmos somente com Deus, reconhecendo nossa Visão como puramente       divina, estaremos aptos a perceber e contemplar este Universo tal como Ele já é; e, também, constataremos que esta PERCEPÇÃO nunca deixou realmente de estar presente.
 
Voltando à ilustração, os olhos da criança estavam observando corretamente a nuvem, apesar de sua mente, sugestionada pela brincadeira, parecer nublar-lhe a visão correta para mostrar as formas identificadas por ela. TODOS OS NOSSOS SENTIDOS ESTÃO PERCEBENDO A REALIDADE ESPIRITUAL, AQUI E AGORA, COM A MÁXIMA PERFEIÇÃO. Tão logo a inexistente “mente humana” seja realmente reconhecida como tal, a REALIDADE, que nossos sentidos estão captando, será discernida de modo correto, já que a Mente divina estará sendo identificada como a “nossa” Mente Única.
 
“Tu vês muitas coisas, mas não as observas; ainda que tenhas ouvidos abertos, nada ouves”. (Isaías 42:20) Como dissemos, nossos sentidos estão abertos. É preciso observar (PERCEBER) todas as coisas que vemos mediante a nossa TOTAL E EXCLUSIVA IDENTIFICAÇÃO COM DEUS. Somente assim, teremos conhecido a Verdade que somos; somente assim, a chamada “mente humana” será vista como NADA; somente assim, a nuvem será reconhecida como sendo nuvem, e NÓS, como sendo DEUS.

"A FÉ QUE REMOVE MONTANHA"

Dárcio

Passando de carro por uma estrada, olhando à distância eu vi um tratorista removendo uma montanha de areia do local. Ele e o trator pareciam uma formiga, perto do tamanho da montanha. Coletava, saia com o trator levando a areia que podia levar, e a montanha parecia estar do mesmo jeito! Voltava, repetia a mesma cena, de novo a montanha nem parecia diminuir, e assim aquilo foi se repetindo. Ele tirava, tirava, tirava areia, mas a montanha nem parecia mudar de tamanho! Quando entrei na curva da estrada, não pude mais acompanhá-lo.

À tarde, na volta, passei novamente pelo local e me lembrei do tratorista! Fui ver como estava a montanha, mas ela, inteira, já não mais estava ali!

A prática da Verdade exige uma decisão de tratorista! Ele estava convicto da sua capacidade para remover a montanha, sem se preocupar nem com ela e nem com o tamanho dela! Assim, cada um, diante de sua “montanha”, ou “problema”, deve, sem esmorecer, trabalhar em sua eliminação! Cada reconhecimento de que a Verdade é mais concreta do que a ILUSÃO apresentada, é uma “retirada de areia pelo trator”. A “ILUSÃO” é nada! Apenas dá ares de ser alguma coisa! A permanência no princípio divino torna a ação da Verdade acumulativa! E é quando a “montanha” acaba “virando nada”, e a “cura” se mostrando realizada.

Se o tratorista retirasse a areia do local para em seguida trazê-la de volta, a montanha iria ficar do mesmo jeito! O mesmo se dá na prática da Verdade! Se desprezarmos a ILUSÃO como “nada”, para logo em seguida a buscarmos de volta, com pensamentos do tipo: “Será que a ilusão já sumiu? Terei meditado certo certo para acabar com a ilusão?”, etc, a “montanha” da ILUSÃO ficará do jeito que estava! É preciso uma convicção plena de que DEUS É TUDO! E que Deus e Homem são UM! Para isso, as contemplações devem ser constantes e perseverantes! São elas que nos dão a convicção de que ” todo o Poder nos é dado no céu e na terra”.

A BASE FILOSÓFICA DO IDEALISMO ABSOLUTO

Masaharu Taniguchi

Para curar com a Verdade, jamais se deve ver o homem como entidade corporal. A convicção comum da humanidade é que a matéria eventualmente perderá seu presente equilíbrio químico e de um estado mais complexo, regressará a outro mais simples. No ponto de vista de que o homem é matéria, encontramos implicações de sua destrutibilidade e inconstância. Na idéia de que o homem é corpo carnal também implica a idéia de que pode ser invadido e morto por germes, vírus, bactérias, etc.
 
Conseqüentemente, ao guiar alguém à cura, não se deve ver ao homem como uma entidade física, pois esta idéia implica em destrutibilidade, inconstância e doença. Deve-se, sim, ver o homem como um ser espiritual, eternamente indestrutível. Não importa quão crítica possa ser a condição presente, ou quão débil possa achar-se a pessoa, não se deve deixar preocupar por tais condições, que são apenas fenômeno e não realidade. Qualquer coisa fenomênica é meramente uma sombra, a sombra não é o objeto real. O que não é real só pode ser falso. A falsidade apresenta como existente o que não existe de verdade. O que não existe, logicamente, é inexistente. Um corpo inexistente manifesta uma doença inexistente, mas ninguém deve permitir que sua atenção seja capturada por semelhante falsidade. O filósofo tem que ver a verdade. Deve meditar sobre a verdade de que o homem é FILHO DE DEUS, portanto um SER ESPIRITUAL. Ninguém pode realizar a cura metafísica, se as aparências fenomênicas lhe causam preocupação e inquietações. A terapia metafísica, baseada no idealismo absoluto, não tenta curar através de poderes mentais humanos. O tratamento médico é um processo levado a cabo por médicos. Os médicos reconhecem a existência da doença e aplicam terapia medicinal. Esta é uma ação iniciada a partir de um ponto de vista fenomênico e é completamente aceitável em si mesma. É comparável ao ato de alimentar uma pessoa faminta. Administrar uma adequada quantidade de pílulas vitamínicas e outros medicamentos, pode-se comparar ao ato de alimentar a uma pessoa com uma apropriada quantidade de comida. Sem dúvida, não é uma ação que se realize do ponto de vista metafísico. O mesmo médico metafísico, como homem corporal, toma seus alimentos. Esta ação é aceitável em si mesma. Não obstante, o médico metafísico não vê carne, não leva em conta a existência do fenômeno(mundo visível); em lugar disso, medita sobre a verdade.
 
Através da meditação, ele imprime uma imagem perfeita no filme mental que será projetado na tela chamada mundo-fenomênico. Como resultado, a aparência que se projeta na tela chamada mundo-fenomênico é perfeita. As pessoas vêem as aparências e dizem que a doença se curou. De fato, não houve nenhuma cura, pois a doença não é uma entidade real curável.
 
Quando o praticante adota o ponto de vista de um verdadeiro curador-metafísico, não vê os fenômenos devido a isso, por paradoxal que seja, não busca resultados no mundo dos fenômenos. Se uma pessoa busca, ao meditar, a cura de uma doença, está tomando o ponto de vista de um terapeuta e não o ponto de vista filosófico-metafísico. Um curador metafísico somente medita sobre a verdade. E, ao meditar, percebe plena e profundamente a unidade com a pessoa que busca ajuda, mediante pensamentos de amor, e logo medita sobre a NATUREZA DIVINA desta pessoa. A natureza divina e verdadeira se manifesta da mesma forma como aparece na meditação; a doença não se cura; desaparece. Com o sentido de unidade, aquele em cuja natureza se medita, se manifesta da mesma forma em que o metafísico-sanador meditou.
 
Antes, o paciente havia estado vendo o homem do ponto de vista dos fenômenos. Devido a esse estreito ponto de vista, a verdade não havia se manifestado plenamente sobre a tela do mundo fenomênico. O mundo da verdade aparece claramente com a ampliação do campo de visão do homem (visão que o vê como Filho de Deus perfeito e harmonioso).

UM COM DEUS

Dárcio

 

Ao dizer, “Eu vim ao mundo para dar testemunho da Verdade”, Jesus dava o exemplo de como cada um pode e deve reconhecer a si próprio como o Cristo de Deus! Em toda parte do Universo, Deus Se faz presente com a totalidade de seus dons e qualidades! Contemple este fato em VC MESMO! Feche os olhos e perceba:

TODAS AS QUALIDADES E DONS DIVINOS ESTÃO EXPRESSOS AQUI E AGORA COMO O SER QUE EU SOU!

Dê testemunho desta Verdade, por contempla-La já aceitando sua permanente validade! Faça-o da forma mais simples possível! Já é a Verdade!

A ILUSÓRIA IMPERFEIÇÃO DO SER

Dárcio

Escreve Mary Baker Eddy: O homem é a expressão do ser de Deus. Se alguma vez tivesse havido um momento em que o homem não expressasse a perfeição divina, então teria havido um momento em que o homem não teria expressado Deus, e, por conseguinte, um momento em que a Divindade teria deixado de ser expressa, isto é, teria ficado sem entidade. Se o homem perdeu a perfeição, então perdeu o seu Princípio perfeito, a Mente divina. Se o homem alguma vez tivesse existido sem esse Princípio perfeito ou Mente, então a existência do homem teria sido um mito. As relações entre Deus e o homem, o Princípio divino e a idéia divina, são indestrutíveis na Ciência; e a Ciência não concebe um desgarrar-se da harmonia, nem um, retornar à harmonia, mas sustenta que a ordem divina ou lei espiritual, na qual Deus e tudo o que Ele cria são perfeitos e eternos, permaneceu inalterada em sua história eterna. 

O trecho acima revela o ponto em que devemos nos deter, se quisermos vivenciar a Verdade revelada. Não há duas existências: a divina e perfeita, ao lado de outra, humana e imperfeita. Esse dualismo é a ilusão, a aceitação de uma dupla existência, quando erroneamente nos posicionamos numa condição imperfeita para ficarmos almejando sempre alcançar a perfeita.
 
Que é ilusão? É nada! A suposta aceitação de um fato inexistente! Ilusório! O ponto de partida é a admissão plena e incondicional de que Deus é Tudo! Assim, teremos a sustentação para encarar o Fato verdadeiro, a nossa relação de unidade inquebrantável com Deus, e a conseqüente aceitação de que a Mente única, divina, é a nossa única Mente atual. Se aceitarmos que o homem desgarrou-se da harmonia, estaremos iludidos, estaremos utilizando a “mente humana”, e esta é falsa! Esta mente ilusória tenta nos fazer crer que a harmonia ficou faltante em algum ponto, e que deveríamos trazê-la de volta. Aqui está o segredo da prática metafísica! Decididamente desmascaramos esta fraudulenta mente humana com o Fato verdadeiro: Deus é nossa Mente atual e única! Ela discerne a harmonia perene e intocável! Ela reconhece a Onipresença desta Harmonia infinita! Ela sabe que esta Harmonia É! E sabe que esta Harmonia é TUDO que É!
 
Assim como a onda expressa o mar, em unidade, o homem expressa Deus, também em unidade. Um Deus perfeito Se expressa como homem perfeito. Assim cada um de nós já é! A suposta mente humana, ilusória, deve ser desconsiderada! Não ficará “positiva”, mas ficará reduzida ao nada que sempre foi, quando a Mente única, perfeita, que Se mantém em toda parte em unidade com Suas idéias perfeitas, for aceita com plena naturalidade como sendo a nossa Mente real, eterna e única.

FALANDO DE CASAMENTO

Joel S. Goldsmith

Os casamentos, como estão sendo vistos atualmente, não estão dando certo. Nem é para menos! Da forma com que são interpretados, cada cônjuge acaba ficando sem identidade e individualidade, com a mulher muitas vezes perdendo até o sobrenome!
 
Dois seres se tornarem um não deve implicar a perda da individualidade, coisa impossível de realmente ocorrer! Sempre, de antes do nascimento até a eternidade, o indivíduo se mantém como indivíduo: jamais perdemos a qualidade de ser únicos. O casamento humano, com seu sistema de submissão um ao outro, tenta anular o que de mais precioso cada um possui aos olhos de Deus: a sua individualidade espiritual, ou seja, a manifestação do próprio Deus como homem e como mulher. Temos todos qualidades e dons que não se destinam a ficar anulados simplesmente porque alguém se casou.
 
No casamento espiritual, pelo contrário, em vez de submissão existe liberdade. Um cede ao outro total liberdade, reconhecendo este ponto logo que se casam. Depois de trinta anos de experiência, concluí que somente darão certo os casamentos em que houver a mútua concessão de liberdade. Cada um vivendo a própria individualidade e, ao mesmo tempo, sem exigências, compartilhando a vida a dois.
 
Se no casamento humano homem e mulher têm direitos legais, no casamento espiritual a coisa é diferente: ambos têm somente o privilégio de amar e compartilhar, sem direito algum de fazer exigências. Não cumpriremos nossa experiência humana enquanto não pararmos de aprisionar alguém como  vítima de nossos direitos.
 
Geralmente, no casamento humano, o marido assume a função de sustentar a mulher. Espiritualmente, jamais ela fica nessa dependência, pois estaria negando sua divina herança de se manter autosuprida graças à sua comunhão com Deus. Quando esta herança é reconhecida, o marido é liberto para compartilhar, liberto das obrigações legais que o forçariam a fazer alguma coisa. Ninguém gosta de agir por obrigação! Nem legal nem moralmente! Porém, quando fazemos as coisas espontaneamente, de livre vontade, sentimos enorme prazer. São feitas de coração, e não movidas por alguma lei de tribunal humano.
 
A volta ao lar do “filho pródigo” é o casamento místico. Quando o indivíduo, que se via separado de Deus, descobre sua unidade consciente com Ele, temos o casamento místico. Separado de sua Fonte, jamais o homem será completo!
 
O indivíduo, quando está consciente de sua unidade com Deus, encontra sua unidade com todo ser e idéia espiritual— e isto inclui todo tipo de relacionamento no céu e na terra. O casamento humano, portanto, é a expressão visível do casamento místico, da unidade consciente com Deus. Sem esta base real de fortalecimento espiritual, casamento algum poderá resistir. Quando cada um, homem ou mulher, fizer o contato consciente com Deus, estará em contato consciente com seu par, com os filhos, vizinhos, nação e resto do mundo. Jamais haverá esta “união fortalecida” sem que haja, antes, o relacionamento de união com Deus. Aí, sim, teremos uniões fortalecidas em todas as esferas humanas.
 
Não devemos crer no casamento como instituição permanente, a menos que ele tenha sido fruto da conscientização de unidade com Deus por parte do casal. Então, sim, haverá a união impossível de ser rompida. Ouve-se muito, em cerimônias de casamento, a frase “o que Deus uniu não se pode separar”. De fato, o que Deus une ninguém conseguirá separar! Será um relacionamento indestrutível, mas se for consolidado realmente por Deus. Inexiste unificação, inexiste união, exceto na consciente união com Deus.
 
De minha própria experiência, posso adiantar que as desarmonias não têm acesso ao lar ou casamento em que o casal com freqüência se une em meditação. Se algo pude aprender em minha vivência espiritual, tal aprendizado foi o seguinte: onde quer que nos unamos em meditação, ocorre o desdobrar do amor.
 
Para que um casamento não se restrinja ao mundo visível, e seja uma união do Reino de Deus, para que ele tenha, não a “paz do mundo”, mas a “Paz celestial”, deverá existir não somente por um vínculo espiritual, mas também ser mantido por constante meditação, em que nos unimos a Deus e nos unimos mutuamente.
 
Este é o segredo da meditação. Com ela, unimo-nos a Deus e nos descobrimos em unidade com toda a humanidade sensível à espiritualidade. Isto se torna ainda mais real no casamento. Na união com Deus, principalmente quando homem e mulher se unem para meditar, ambos descobrem entre si um elo indissolúvel, uma vez que o relacionamento que daí emerge, é algo muito além daquele meramente pessoal. Ele transcende inclusive o bom relacionamento humano. Dissolve todo o mal entre os casamentos comuns, dissolve toda a sensualidade, todo ciúme, toda malícia, toda exigência, e se torna a livre doação de Deus a nós, e a cada um, reciprocamente.
 
Não há questão alguma, num lar, que não se resolva pela meditação conjunta, desde que ambos abram mão de querer fazer prevalecer a sua vontade ou desejo pessoal, para que a Vontade de Deus possa ser feita. Este é o segredo, e não há outro. Todos os tipos de relacionamentos humanos podem ser mantidos em harmonia; porém, esta possibilidade somente existe pela submissão de nossa vontade a Deus, e nunca pela submissão mútua de nossa individualidade.
 
Sempre devemos honrar e respeitar a individualidade do outro. Recordemos que, da infância à fase madura, temos em cada casal duas pessoas trazendo traços individuais de caráter, de hábito e de vida; assim, não nos iludamos: tudo aquilo não ficará passível de resignação somente por ter ocorrido um casamento! Portanto, mesmo quando nossos meios, modos ou maneiras diferirem por completo dos praticados por nosso parceiro, os fatos que acabamos de expor deverão ser lembrados. Enquanto cada um tiver a liberdade para ser “ele mesmo”, enquanto os dois estiverem sendo “eles mesmos” em união consciente com Deus, o casamento será uma relação indissolúvel, assim na terra como é no céu.