O UNIVERSO REAL

Lillian DeWaters

O Universo espiritual é o Corpo ou Reino das identidades e idéias espirituais infinitas…formas de expressão e pensamentos espirituais infinitos da Mente ou Consciência Universal única.

A Consciência perfeita possui perfeita inspiração, perfeita sabedoria, bondade, beleza e amorosidade, e o poder de expressá-las; qualidades, faculdades e atividades perfeitas.

Quando captamos esta luz, e continuamos a viver e expandi-la, nós discernimos as realidades espirituais de uma nova maneira; e a REVELAÇÃO desce sobre nós continuamente. Começamos a aprender mais e mais sobre nosso Eu como Espírito, o Perfeito e Divino, como nosso mais amado instrutor; nosso Eu como Vida, Verdade e Amor…imortal, infinito, indivisível. E então, vemo-nos face a face com a percepção do corpo espiritual como sendo puro, imortal, imutável e todo-harmônico.

Uma visão desse tipo descarta a posição de mudar mentalmente, corrigir, curar, desmaterializar ou espiritualizar uma forma espectral ou insubstancial; e, em vez disso, procura com luz e glória contemplar, discernir e tomar posse do corpo único do Espírito, que pertence a todos…e proclamá-lo como o nosso próprio Corpo. “E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira”. (Apoc. 21:27).

Exemplificando, aquilo que chamamos de dedos, olhos, pés, etc; rosa, pássaro, leão; todos  existem como identidades espirituais distintas…onipresentes, imutáveis, imperecíveis, imortais e tangíveis. O corpo infinito do Espírito, incluindo suas idéias e identidades, jamais pode ser corrompido, contaminado, perdido ou prejudicado de algum modo.

Não tente controlar alguma suposta forma material por meio de algum tipo de maneira de pensar. Afaste-a total e inteiramente de sua atenção. Focalize-a no Reino da Verdade, Vida e Amor, contemplando o Imutável, o Infalível e o Absoluto.

No Reino da Consciência, em seu íntimo, existe o corpo espiritual eterno, que é seu eternamente…onipresente, incontaminável, invariável, eterno, espiritual, real e tangível. Está pronto para assumi-lo?

Olhe, agora, para o conceito de Paraíso como o Universo perfeito e sempre-presente, e determine para si mesmo o que nele é para ser visto…e para ser descoberto como já pertencente a você. Que pensamentos, idéias, identidades vê você? Diga a si mesmo…e permaneça nessa realização flamejante e intuitiva. Você não sente e aprecia Harmonia, Perfeição, Imutabilidade, Completeza, Pureza, Beleza, Alegria, Paz, e qualidades similares de Ser? Tome-as…pois já são suas… elas constituem você!

O Reino do Espírito-Vida-Mente, que você está contemplando, é a Cidade Santa…o Reino que Jesus chamou de Paraíso, e em que ele se baseou para citar diversas de suas maravilhosas parábolas. Ele sempre o mantinha como Consciência, rogando para que deixássemos e abolíssemos todos os passos humanos que se mostrassem como um obstáculo para que nós o aceitássemos.

Vividamente, animadamente, dinamicamente, ele reforçava a importância de nossa aceitação do Paraíso…a Cidade Santa…como acima de todas as posses materiais. Ele antecipou que nenhum trabalho faria obtê-lo…e que personalidade alguma o alcançaria. Pureza, somente, pode perceber e possuir o Paraíso.

Por que alguém deveria continuar lutando em treva, com inconsistências e confusões, quando a alegria e glória do conhecimento de que somos Espírito nos aguarda a todos? Quão simples e fácil é aceitar o Espírito imensurável e imaculado como a totalidade de todos nós! E aceitar que somos integralmente isto! Iluminados pela Luz de nosso próprio Ser, sabemos que nós somos Auto-existentes e Auto-completos.

AS MAIORES OBRAS

Doris D. Henty

Que motivos nos foram dados por Jesus para que realizássemos “as maiores obras”? Ele nos deu este motivo: “Por que eu vou para meu Pai”. Devemos deixar o “Eu” ir ao Pai e Nele permanecer, de forma que possamos viver a Realidade divina mais e mais infinitamente. O Eu único pertence ao Pai. Jamais pertence à dor, medo, confusão, solidão ou dúvida. Para realizarmos “as maiores obras”, a maior obra de evitar todo sofrimento, deveremos observar que o Eu está sempre no lugar a que pertence.

O Eu que está com o Pai está eternamente livre, eternamente alegre, eternamente na abundância, eternamente na paz, eternamente na integralidade e bem-aventurança. Tão logo você possa reconhecer e sentir : “O Eu de meu ser está com o Pai”, estará se identificando com tudo que Ele é, e estará imune a toda sugestão de discórdia. Irá, assim, experienciar uma vida realmente harmoniosa, jubilosa, plena e segura. Irá experienciar a soma-total do bem que nada será capaz de restringir.

Passemos a desfrutar do sentido infinito de Vida—o divino, o maravilhoso, o jubiloso, o saudável, o real. SEJAMOS tudo isto, e pelo nosso próprio ser passaremos, em medida cada vez maior, curar o enfermo, recuperar o perdido, redimir o pecador, ressuscitar o morto. E mais, pelo nosso próprio SER, evitaremos o surgimento de tais discórdias.

ORAÇÃO SEM PEDIDOS

Joel S. Goldsmith

I have been asking our students and will continue to ask, that they give one period of their meditation each day to God alone. Not for themselves, not their family, not for their business, not for their patients or students, and not even for peace on Earth, but for God alone. In other words reserve one period for a meditation in which we come to God with clean hands.

Tenho pedido aos nossos alunos, e continuarei a pedir, que eles dediquem um período de suas meditações diárias somente a Deus. Não por eles próprios, nem suas famílias, não por seus negócios, nem por seus pacientes ou alunos, e nem mesmo pela paz na Terra, mas tão-somente por Deus. Em outras palavras, que reservem um período de meditação em que irão a Deus com mãos limpas.

Pai, não busco nada. Não estou pedindo nada para ninguém. Não vim aqui para obter algo nem realizar algo. Estou aqui com o mesmo espírito com que iria ver minha mãe onde ela estivesse disponível. Apenas para visitar. Apenas para comungar. Apenas para amar. O amor entre minha mãe e eu é de tal natureza que adoraria me sentar perto dela, andar com ela, me sentar a seus pés, ou ficar em seu colo. Adoraria estar na companhia dela, sem me importar se por dias, semanas, meses, ou se ocasionalmente, apenas pudesse contar  com 2 ou 3 minutos de seu tempo. Nada desejaria dela. Nada estaria buscando. Apenas a alegria de estar em sua companhia, sentindo a alegria que flui naturalmente da mãe pra um filho, pra uma criança. Por isso estou aqui hoje. Você é o Pai e a Mãe de meu ser. Você é a Fonte de minha vida. Você é minha Alma, o meu Espírito. Você é Aquele que me faz pulsar. E eu venho neste momento apenas pela alegria da comunhão. Não tenho favores a pedir. Nem desejos. Passemos este momento juntos, em comunhão. De tal forma que, onde Você estiver, eu esteja. E que eu me lembre de que onde eu estiver, Você estará, por sermos um. Apenas pela jubilosa percepção de que estou em Você e Você em mim. Sim, e se possível, sentir a certeza de Sua Mão na minha, ou um toque de Seu dedo em meu ombro. A Sua Presença me basta, é Tudo! A Sua Presença!

"EU SOU O ALFA E O OMEGA" – Parte 1

Dárcio

Parte 1

“EU SOU O ALFA”

Quando os ensinamentos da Verdade Absoluta nos são revelados, devemos imediatamente fazer radical identificação com eles, assumindo-os como princípios já válidos agora para cada um de nós. Não devemos analisá-los com a suposta mente humana, esta ilusão de mente que desaparece diante do reconhecimento pleno e direto de que Deus, a Mente Única, é a nossa Mente real.

Toda análise humana da Verdade acaba por limitar o sentido total de uma Revelação. Exemplificando, se dissermos que “o tempo não existe”, teríamos algum benefício se nos prendêssemos a meras divagações intelectuais sobre o assunto? É comum querermos associar uma Revelação com as “coisas deste mundo”. Entretanto, toda Revelação retrata um Fato espiritual eterno, válido, portanto, AGORA para todos nós.

Diante da Revelação “Eu Sou o Alfa”, que faz a mente humana? Analisa e diz: “Deus é o Alfa”. E daí? Que vantagem tiramos disto? Nenhuma! Que estaria faltando? A nossa “identificação” com esta tremenda Verdade; a nossa percepção de que este “EU”, que é Deus, é a ÚNICA Presença no Universo inteiro, por ser Onipresente e por ser o Universo em Si. Estaria também faltando a nossa percepção de que este “Eu”, por ser único e igualmente presente em toda parte, já é o nosso Eu,

O Salmo 46 registra: “Aquieta-te e sabe, EU SOU DEUS”. Este “aquietar-se” pode ser avaliado como sendo a própria pessoa se empenhando em apaziguar seus pensamentos para perceber a própria identidade divina. Todavia, este entendimento, apesar de se mostrar útil até certo ponto, é relativo e dualista. Que “mente” existiria para ser aquietada? A da pessoa? Não, pois Deus é a Mente Única! A percepção “EU SOU DEUS” é direta e imediata, pois EU SOU O ALFA. Nada há, além de MIM. Portanto, este “aquietar-se” é uma direta percepção da Verdade Absoluta que desconhece o “tempo”, e desconhece “outra mente”.

Deixar a mente humana receptiva às Revelações é válido somente enquanto aparentemente dermos início à “Prática do Silêncio”. Se não mudarmos rapidamente de referencial, e não formos diretamente à percepção da Realidade (Deus Se Autopercebendo como este Eu que Eu Sou), a ilusão de “mente humana” irá perdurar, pois ela estará sendo admitida como existente por “estar à espera da aquietação”.

Não existe mente humana! Não existe, portanto, um ser ao lado de Deus tentando aquietá-la. “Eu Sou o Alfa” – eis a percepção atemporal que temos AGORA!

Em geral, quando chega alguém a este estudo, há nele a intenção de obter algo desejável no mundo visível. Quando lhe é informado que “TUDO JÁ EXISTE DENTRO DE NÓS”, esta Verdade, a princípio, lhe parece ser algo impalpável, abstrato demais e sem qualquer vínculo direto com sua vida atual. Enquanto não for feita a DIRETA CONTEMPLAÇÂO DA REALIDADE ESPIRITUAL, com sua total e radical IDENTIFICAÇÃO com a mesma, a ilusão de que a vida está na matéria não será transcendida, ou melhor, desmascarada!

A percepção direta, de que “EU SOU O ALFA”, anula a ilusão de nascimento humano. Assim, o Deus-Vivo, único Ser presente, espontaneamente Se revela estando VIVO como a VIDA ATUAL de todos nós. Nesta percepção, não existe esforço mental algum! Com naturalidade, é observado o Infinito Onipresente simplesmente sendo!

Ensinamentos dualistas ou relativos, por darem atenção à ilusória lógica humana, partem da aceitação de um mundo material aqui presente; assim, reforçam a ilusão de que “nascemos neste mundo”, e que nele vivemos em corpos materiais temporais. Jesus, ao ser rotulado de “muito jovem para ter conhecido Abraão”, confirmou a Verdade Absoluta válida para todos nós: “Antes que Abraão existisse, EU SOU”. Este “EU” é o “ALFA”: o princípio de tudo, ou seja, o princípio existencial de cada um de nós.

Uma Substância eterna, amorosa, constante, é o Universo inteiro da Realidade. A este Universo, damos o nome de Deus, ou Eu Sou. Onde Deus está, existe Realidade. Como Deus é Onipresente obviamente, somos esta Presença, exatamente aqui e agora. Eis por que cada um pode afirmar: “EU SOU O ALFA”. Sendo O ALFA, inexiste “alguém” que sofra mudança, que conheça tempo e espaço, que saiba algo além de MIM. Esta constatação é a síntese do Evangelho dos Iluminados.

Quando falamos em Iluminação, mesmo quando citamos “mestres” Iluminados, não devemos nos enganar achando que há “pessoas iluminadas”. EXISTE UMA MANIFESTAÇÃO UNIVERSAL PRESENTE! QUE É LUZ INFINITA! Um “Iluminado” simplesmente é o ser individual consciente desta Presença Impessoal Infinita! A percepção da Presença da Luz desfaz a ilusão de que a Luz, em algum ponto, possa estar ausente, dando lugar à ocupação pelas trevas. QUANDO DEIXAMOS DE LADO O MUNDO DAS APARÊNCIAS, CENTRADOS NA PERCEPÇÃO DE QUE, NESTA AUTOMANIFESTAÇÃO DO UNO, ESTAMOS INCLUSOS, ENTENDEMOS AS PALAVRAS DE JESUS: “QUEM ME VÊ A MIM, VÊ AQUELE QUE ME ENVIOU; QUEM ME VÊ, VÊ O PAI, EU E O PAI SOMOS UM”. Não falava de si mesmo como pessoa, mas como Luz Onipresente!

O conhecimento que a humanidade veio adquirindo, sobre a chamada mente humana, pode ter trazido algum tipo de alívio ou um certo domínio sobre a vida humana. Porém, o ser humano é ilusão. Mesmo que um ensinamento traga progresso visível, se estiver fundamentado em “mente humana”, e não na compreensão de que “EU SOU O ALFA”, não podemos dizer que houve o despertar espiritual. As “melhorias visíveis”, decorrentes deste despertar, nada têm a ver com mudanças de mentalidade humana que alguém possa promover em si mesmo. Poucos se detiveram nesse ponto, para bem observar a diferença radical entre melhoria vinda por acréscimo, fruto do “despertar”, e melhoria gerada por mentalização, fruto de força de vontade humana. Os resultados visíveis talvez se mostrem parecidos; entretanto, o agente-causa é regido por princípios totalmente distintos.

A ilusão “corpo humano” e a ilusão “mente humana” são a mesma ilusão: a crença de que há vida ou substância ao lado de Deus. Esta crença de mundo, ou da mente humana, é realidade. Assim, a cada mudança da crença, ou da mente humana, para melhor ou para pior, a suposta pessoa se vê diante do reflexo visível equivalente. Observemos que a crença em vida humana, nesse caso, ainda perdura; e, o que é pior, aparenta dar segurança à pessoa, que passa a se considerar “onipotente” com estes seus conhecimentos de “mentalismo”.

O “despertar espiritual” traz a melhoria visível; porém, esta é conseqüência de um Princípio espiritual. Quando Jesus disse: “Antes que Abraão existisse, EU SOU”, estava enfatizando a Verdade “EU SOU O ALFA”. Estava anulando a dualidade “Eu divino” e “eu humano”. O “despertar” é esta compreensão da Verdade: “EU SOU O ALFA”, ou seja, “Eu não tenho vida humana; Eu não tenho mente humana; Eu não tenho corpo humano”. Este “despertar” revela Deus! Revela que a Vida é Consciência, é Mente, é Corpo, é Verdade. Revela que “EU SOU O ALFA”.

Uma coisa é admitirmos corpo humano, mente humana, mentalizarmos “melhoria do corpo”, e, decorrente disso, surgir uma “aparência” de corpo curado; outra coisa é reconhecermos unicamente o Corpo de Luz, perfeito, uno com a Mente Infinita perfeita, já estando aqui presente como o nosso único Corpo atual, eterno e imutável. Este segundo enfoque, às vezes chamado de “cura divina”, é o enfoque absoluto, em que não há mente humana para criar o bem ou mal, mas que existe unicamente Deus.

A Consciência divina aparece como Corpo. Consciência e Corpo são UM; além disso, este “UM” é Deus. Eis por que Jesus disse: “Se o olho for simples, todo o Corpo terá Luz”.

O mundo se entretém com suas próprias crenças e teorias: fala em encarnação, reencarnação, regressão a outras vidas, etc. Todo esse emaranhado não sai do âmbito da ILUSÃO. Enquanto o Universo perfeito não for reconhecido como Onipresente, a ilusão irá permanecer dividindo a cabeça das pessoas. O intelecto ilusório logo se deixa atrair por “novas descobertas científicas”, alimentando cada vez mais a tendência de se tentar associar “avanços científicos” com a eterna “Sabedoria revelada”. Psicólogos, psiquiatras, e vários tipos de terapeutas procuram associar seus “estudos” com as práticas religiosas ou meditativas que vêm acompanhando a raça há milênios. Entretanto, seus “pacientes” nunca se vêem cem por cento libertos! Os traços de humanidade não chegaram a ser eliminados pela raiz!

“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.”Eis a milenar frase deixada por Jesus. Que é a Verdade? Resposta: “EU SOU A VERDADE.” A Verdade não muda; a Verdade não “evolui”; a Verdade não nasce, não morre, não reencarna! A Verdade não tem passado nem futuro; a Verdade não faz regressão mental! A Verdade simplesmente É!

Leitor, parta da Verdade Absoluta! Abandone o “mundo das aparências”, voltando-se radicalmente ao Reino interior em que se achará “sendo O ALFA”. “Habite neste Esconderijo do Altíssimo!” A LUZ É VOCÊ! A LUZ É A SUA CONSCIÊNCIA! A LUZ É SEU CORPO! A LUZ É SEU UNIVERSO! Não tente entender esta Verdade com a ilusória “mente humana”! Não pense que esta Verdade será válida para VOCÊ somente “futuramente”, quando “for conscientizada”. Não existe mente humana! Nada há além de Deus. O TODO ESTÁ MANIFESTADO COMO LUZ UNIVERSAL INFINITA! ESTA LUZ JÁ É VOCÊ! DIGA COM A AUTORIDADE DO CONHECIMENTO: “EU SOU O ALFA!”

Continua…>

"EU SOU O ALFA E O OMEGA" – Parte 2

Dárcio

Parte 2

EU SOU O ÔMEGA

Já vimos que quando a ilusão de dualidade é desfeita, mediante o conhecimento da Verdade, a Mente única deste Agora Se revela como onipresente e, conseqüentemente, como a “nossa” Mente.

O livro Ciência e Saúde, de Mary Baker Eddy, traz o seguinte: “Para o sentido mortal, o pecado e o sofrimento são reais, mas o sentido imortal não inclui nem o mal nem a peste. Por não ter erro no sentido, o sentido imortal não tem sentido de erro; por isso não tem elemento destrutivo” (p. 210). Esta frase elucida o entendimento do cap. 21: 4, de “O Apocalipse”: “E (Deus) lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram”.

Tudo se resume num único ponto: “visão correta”. O Sentido espiritual, enquanto não reconhecido como onipresente e perfeito, aparentemente divide espaço com a ilusória mente humana ou, como diz Mary Baker Eddy, com o “sentido mortal”. O objetivo do estudo do Absoluto deve ser bem compreendido, para que a dualidade desapareça como nunca tendo realmente existido.

A Realidade espiritual é O ALFA E O ÔMEGA! Os dois são UM: O AGORA ETERNO. As “primeiras cousas passam” quando o SENTIDO IMORTAL, sempre atuante, é percebido como ÚNICO!

Como fazer com que o sentido mortal desapareça? Através de um aquietar consciente, em que reconhecemos a totalidade do Sentido divino já em nós. Enquanto estivermos reconhecendo imperfeições, estaremos “vendo-as”, apesar de inexistirem. Como podem ser vistas, sendo inexistentes? Aqui está a chave! Elas aparentemente são “vistas” porque acreditamos em mente humana coexistindo com o Sentido divino. Acreditamos que a mente humana evolui, conscientiza a Verdade, até que Deus nos seja revelado. Em outras palavras, o sentido mortal crê no “tempo”, e tenta nos iludir para que creiamos em suas imagens falsas e mentirosas! Como acabar com a ilusão? Identificando-nos com a Mente perfeita, com O ALFA que é O ÔMEGA. Assim, Ocupamo-nos unicamente com a totalidade de nosso Sentido real sendo Deus. E que este Sentido, exatamente AGORA, está discernindo a PERFEIÇÃO ABSOLUTA UNIVERSAL.

No cap. 6, de Malaquias, encontramos: “Porque EU, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos”. Eis outra confirmação da mesma Verdade: existe um EU ÚNICO, imutável, o “Alfa” que é o “Ômega”, à espera do reconhecimento que, de fato, é uma total identificação com a Unidade essencial atemporal, em que Alfa e Ômega “se fundem no Agora.

Ensinamentos dualistas, que colocam o referencial de existência na ilusória matéria, e não em Deus, vêm reforçando a ilusão de que há um ser humano necessitado de conscientizar a Onipresença de Deus. Tal contradição deve ser percebida, para que esta prática ilusória seja de vez abandonada. SOMOS O EU ÚNICO “que não muda”. E o estudo consiste em fazermos este reconhecimento: O EU ÚNICO, IMUTÁVEL, ESTÁ SENDO A NOSSA IDENTIDADE REAL.

“Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Apoc. 1:8). O livro do Apocalipse é tido como de difícil interpretação ou compreensão; porém, tal avaliação parte justamente da suposta mente humana, que é falsa ou ilusória. Uma Revelação não se destina a ser interpretada! É a Verdade. Presa às alegorias do texto, a mente humana busca interpretá-las com a “sabedoria da serpente”, que aceita o bem e o mal, fazendo com que nos escape a direta Revelação de que cada um de nós já é “o que era, é e há de vir”.

A mensagem do Cristo faz com que descartemos qualquer tipo de filiação humana, para podermos discernir nossa REAL IDENTIDADE: “Em verdade, em verdade EU vos digo: Antes que Abraão existisse, EU SOU”. Este “EU” é o Alfa e o Ômega. Em Colossenses, 3: 9-11, encontramos a mesma Revelação: “Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com seus feitos, e vos revestistes do NOVO HOMEM que se refaz para o pleno CONHECIMENTO, segundo a imagem daquele que o criou; onde não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre: PORÉM, CRISTO É TUDO E EM TODOS”.

O “velho homem” não se tornará futuramente “novo homem”. Esta é a ilusória teoria da evolução! O NOVO HOMEM É O CRISTO! “Aquele que É, que ERA e que HÁ DE VIR”. O “novo homem” é o CONHECIMENTO da REAL e ÚNICA IDENTIDADE de todos nós. Em outras palavras, este “novo homem” é o HOMEM ETERNO, a Identidade que sempre estivemos sendo, e que, aparentemente, não percebíamos enquanto a mente humana parecia atuar como nossa mente verdadeira. Sem o sentido mortal, inexistem seres mortais; por outro lado, com o Sentido Imortal, “CRISTO É TUDO E EM TODOS”, conforme registra a citação de Paulo.

A Revelação diz que “a quem tem sede, EU darei de graça da água da Vida”, ou seja, a Consciência Divina, o Cristo, Se revela diretamente e sem nenhum esforço, quando “alguém tem sede”, e Se mostra como a REALIDADE ETERNA PRESENTE desse “alguém”. A partir de então, a partir deste AGORA, este “alguém”, com CONHECIMENTO PRÓPRIO, poderá dizer:

EU SOU O ALFA E O ÔMEGA, O PRINCÍPIO E O FIM.”

Apocalipse 21: 6.

"EU VOS DEIXO A MINHA PAZ"

Dárcio

Há séculos que o homem vem sendo ensinado a reconhecer a “Paz que excede o humano entendimento”. Deus é Deus da Paz e não da confusão! “Eu vos deixo a paz”, disse Jesus! Isto quer dizer que a “Paz” é uma constância universal, uma realidade permanente, que pode e deve ser discernida agora e sempre!

O mundo continua injetando suas imagens de tragédias, guerras e imperfeições! E diante destas imagens, várias reações são encontradas por parte das pessoas. O que nos interessa, se estudamos a Verdade, é permanecer na visão correta, a visão que contempla a Paz já manifestada! Para reconhecer a presença do Deus da Paz somente depois que os quadros hipnóticos pararem de nos lançar suas sugestões falsas, até ateus saberiam se comportar dessa forma!

O que se requer é uma confiança inabalável na Onipresença do Deus que é Paz e Amor, para que a “paz que excede o humano entendimento” seja o natural para nós! É assim que contribuímos efetivamente na dissipação das mentiras da mente carnal!

HÁ SOMENTE UM

Marie S. Watts

Com freqüência alguém dirá: “Não consigo fazer um elo entre a Totalidade de Deus, que eu experiencio na contemplação, e a existência humana, que eu pareço experienciar.” Isto não é de causar surpresa, pois não há elo algum entre a Existência Absoluta e a suposta existência a que atribuímos o nome de experiência humana. NÃO HÁ DUAS EXPERIÊNCIAS. De fato, é impossível haver duas experiências ou existências em oposição, pois toda a Existência é UMA Existência onipresente, indivisível e infinita. Este fato exclui a possibilidade de haver duas existências opostas.

Surge agora a questão: “Mas como podemos evitar de ver e acreditar num segundo mundo, numa segunda existência; quando tudo parece ser tão real, tão contrário àquilo que vemos em contemplação e iluminação?” Bem, existe um meio. E ele consiste em realmente vermos e percebermos aquilo que está aqui, o que está vivo aqui, e o que está se passando exatamente aqui e agora.

É certo que não podemos ficar tentando evitar de ver o aparente conflito ou problema. Mesmo que temporariamente pudéssemos evitar de ver a ilusão, ela iria retornar seguidamente. Portanto, o caminho é claro. Em vez de tentarmos deixar algo de lado, ou evitarmos vê-lo, devemos ser tão absolutamente convictos daquilo que está aqui, e daquilo que está acontecendo aqui e agora, que perceberemos não haver nada mais para não ser visto, nem alguma coisa que devêssemos deixar de lado.

Assim, passemos a encarar o exato fato Absoluto de que existe, realmente, somente UMA Existência, e somente UM que existe. Sendo isto verdadeiro, onde deixar de lado uma segunda existência que não seja Deus? Onde desconsiderar um mundo confuso e problemático? ABSOLUTAMENTE EM LUGAR ALGUM. Não há tal existência; e não há tal atividade ou experiência.

CONTEMPLAÇÕES COLETIVAS

Dárcio

A disciplina, neste estudo, é fundamental. O Reino de Deus deve ser buscado em primeiro lugar! O próprio Jesus deixou esta meta como prioritaria. A qualquer momento do dia ou da noite, sempre que pudermos, deveremos “contemplar a Verdade”, deixando de lado as aparências visíveis para reconhecer a Perfeição de Deus, que Se expressa como tudo e todos!

Nosso REFERENCIAL DE SER é Deus e nunca o mundo das aparências. Este mundo é mero desdobramento da Semente Divina que somos na tela hipnótica da mente humana. Nesta tela, o “tempo” parece existir! Por que? Por aparentar haver mudanças! Em Deus, tudo é perfeição permanente, mas, aos olhos do mundo, as imagens ora se mostram harmônicas, ora desarmônicas. Por isso, costumamos divulgar dois horários em que fazemos juntos a “Contemplação da Verdade”. Estes períodos, chamados de “A Prática do Silêncio”, visam a formar em cada um esta “disciplina” no que diz respeito a meditar e contemplar este REINO INFINITO em que vivemos, e que a mente humana busca nos ocultar.

Os horários são os seguintes:

3as: 20,30-21,00h

5as: 21,30-22,00h

Cada um, onde quer que esteja, poderá realizar estas “Contemplações Coletivas” da seguinte forma. De olhos cerrados, poderá ter em mente o seguinte pensamento:

“Pai, cria em mim silêncio para que eu possa discernir a Tua Presença sendo a minha!”. Em seguida, aguardar uma resposta interior.

A MENTE SUBSTANCIAL QUE VOCÊ É

Dárcio

Enquanto parecemos atuar num mundo tridimensional, mutável e finito, por ser assim que a mente humana nos mostra o mundo, estaremos simplesmente nos deixando iludir por irrealidades. Esta visão humana nos torna seres separados, com interesses pessoais ou próprios, e independentes do bem comum. Quando Cristo disse: “Eu sou o Pão da Vida”, revelava a unidade-essência, a Mente Substancial que, mesmo Se “repartindo” entre todos, não se “divide”! “Por que nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão” (I Cor. 10; 17).

A humanidade conta, hoje em dia, com uma quantidade enorme de literatura espiritual avançada, que revela a natureza totalmente ilusória deste “mundo de crenças”. Entretanto, esta variedade de informações, apesar de verdadeiras, têm trazido efeitos pequenos, se comparados com a Verdade tremenda que contém. Qual seria o motivo? O principal é o seguinte: as informações reveladas ficam somente fazendo parte da mesma mente humana geradora da ilusão!

As Verdades reveladas atuam de imediato quando, após lidas, aceitas e assimiladas, provocam uma motivação para que troquemos a “mente que as ouviu” pela “Mente que as revelou”. O processo não prevê uma mudança  dentro da mesma mente, e não prevê a transformação de uma na outra! O processo é o de substituição! Se um aparelho de TV foi projetado para captar imagens em preto-e-ebranco, e, se formos informados de que existe, também, outro projeto de aparelho, que capta as mesmas imagens em cores, se quisermos ver tais imagens coloridas, de nada nos irá adiantar ficar apertando botões da TV limitada! Ela terá de ser deixada! Substituída pela outra! E, é este processo que não tem sido feito pela maioria! Livros e livros são lidos! Revelações e revelações são conhecidas! Mas, é feita a substituição do instrumento de captação do Universo? Não! Em geral, continua a mesma mente humana, mostrando suas ilusões, mas, apenas com seu conteúdo informativo ampliado pelo conhecimento chegado. Há, inclusive, correntes que acreditam ser, este acúmulo contínuo de informações, um desejável processo evolutivo, que, supostamente, culminaria na nossa libertação. Nada poderia distar mais da verdade!

As revelações chegam à mente humana! Promovem iluminação? Não! Para que nos chegam? Para que, em contato com elas, despertemos para o fato de que há um Universo infinito, aqui mesmo, e que, com ela, a mente humana, tal universo jamais será discernido! “Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus. Mas nós não recebemos o espírito do mundo (mente humana), mas o Espírito que provém de Deus (Mente divina), para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus” I Cor. 2; 11,12).

Como não podemos ficar o tempo todo “substituindo” a ilusória mente humana, que vê falsidades, pela Mente divina, que vê a Realidade, devemos aproveitar ao máximo os períodos da “PRÁTICA DO SILÊNCIO” para fazermos esta “troca de mente” de modo o mais radical possível. O próprio Paulo já nos deixou revelado que “Nós temos a Mente de Cristo” (I Cor. 2; 15). A Mente divina é a Substância que somos. Não recebemos de Deus a suposta mente humana, que vê o hipnotismo de sua criação ilusória!

Em silêncio pleno, VOCÊ deve aceitar, assumir e reconhecer a Mente substancial que tem e que É: “Eu tenho a Mente de Cristo”. A princípio, isto poderá lhe parecer mera afirmação da mesma mente humana; não se prenda a isto! Antes, ao mesmo tempo, contemple o Fato de que inexiste mente humana, e avance na compreensão de que, de fato, a Mente que é a Substância do Universo está sendo a SUA Mente atual e única! Como soltar a mente humana? Deixando-a de lado e “aguardando” a ESPONTÂNEA manifestação da Mente de Cristo, que VOCÊ JÁ POSSUI. Não leve em conta as informações que a mente humana lhe vinha passando! Não pretenda mudar ou melhorar algum de seus quadros ilusórios! Não se imagine estando num mundo material e tridimensional! Deus é o Universo onipresente! Assim, reconheça os Fatos verdadeiros revelados:

“Em Deus eu vivo, me movo e tenho o meu ser (Atos 17; 28); “Sei que sou o Templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em mim” (! Cor. 3-16); “Eu tenho a Mente de Cristo”, etc.

Sua “soltura” no Universo infinitodimensional, onde O Espírito de Deus habita em você como a Mente substancial crística, sua única Mente verdadeira, o faz discernir a Verdade que você é, quando, com conhecimento iluminado, pode dizer com Jesus: “Quem me vê a mim, vê o Pai”, ou, com Paulo: “Já não sou mais eu quem vive, o Cristo vive em mim” (Gálatas, 2: 20).

Esta Verdade sempre esteve sendo VOCÊ! As Obras de Deus são permanentes! Unicamente pareciam estar “encobertas” pela ilusória mente humana e seus sonhos, de modo similar ao “encobrimento” que se dá ao quarto e ao seu dono, enquanto ele dorme e sonha pela madrugada afora, totalmente alheio aos fatos verdadeiros já ocorrendo exatamente naquele local em que ele se encontra. Dure quanto durar o sonho, o “quarto já lhe é chegado, e com ele dentro”; dure a ilusão o quanto durar, “O REINO JÁ LHE É CHEGADO, E COM VOCÊ  DENTRO DELE! Por isso, diz a Bíblia: “Desperta, tu que dormes, e a Luz do Cristo te alumiará!”.

ACORDADO ENTRE O SONHO

Dárcio

Além de ler e crer que “este mundo é miragem”, será  bom parar por alguns momentos, pela manhã e também durante o dia,  para se posicionar conscientemente no “Referencial-Verdade”, que é Deus.  Tome, por exemplo, a frase:”Eu não sou deste mundo!”  Em seguida, com olhos abertos, observe o que a mente humana lhe mostra, e reconheça:

“Estou em Deus, e não nesta miragem em três dimensões”.

Perceba isso com clareza, mantendo-se com os olhos abertos! Olhe a “miragem” vendo-a como “miragem”.

Se assim fizer, a influência mesmérica coletiva será travada! Não deixe que  miragens lhe tragam informações! Informe, você mesmo, e a VOCÊ PRÓPRIO,  que a Verdade é sua  “fonte de informação”, e não o mundo das aparências fraudulentas! Depois disso, você se sentirá como que CAMINHANDO ACORDADO  em meio ao sonho coletivo.

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OBS: Este treinamento se aplica enquanto você estiver em meio aos seus afazeres do dia-a-dia, quando a mente humana estará aparentemente sendo usada. Na “Prática do Silêncio”, feita com os olhos cerrados, contemple unicamente o Universo der LUZ INFINTA, sem levar em consideração alguma as “miragens” ou pessoas e fatos supostamente presente nela, pois tudo é ILUSÃO! DEUS É TUDO!

A RENÚNCIA AO HOMEM NATURAL

Dárcio

“ORA, O HOMEM NATURAL NÃO COMPREENDE AS COISAS DO ESPÍRITO DE DEUS, PORQUE LHE PARECEM LOUCURA; E NÃO PODE ENTENDÊ-LAS, PORQUE ELAS SE DISCERNEM ESPIRITUALMENTE.”

I Coríntios 2: 14

A linguagem do Espírito é totalmente estranha ao ser humano mergulhado na ilusão. O “homem natural”, ou seja, o ser que se julga material e nascido neste mundo temporal, está plenamente convicto de que a realidade é o que ele consegue discernir com a mente humana! Querer contrariá-lo seria perda de tempo! Por que? Paulo dá aqui a resposta: “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura, e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.”

Por que há tantos ensinamentos espirituais? Por que eles vêm sendo repetidamente apresentados à raça humana? Porque este “homem natural” considera “loucura” aceitar que Deus é Tudo, inclusive ele próprio! Convicto de sua natureza mortal, imperfeita e temporal, este ser em ilusão cria, no máximo,  teorias de evolução julgando que, pela repetição contínua de “sonhos” (reencarnação), um dia ele se tornará perfeito!

Para ele, esse processo evolutivo é muito lógico! Mas, reconhecer estar hipnotizado pela crença na matéria, e que, exatamente AGORA, ele já é o “ser perfeito criado à semelhança de Deus” lhe parecerá, como disse Paulo, uma tremenda “loucura”.

As coisas materiais são discernidas pela mente que não recebemos de Deus. Paulo nos diz que as coisas do Espírito de Deus somente podem ser discernidas espiritualmente. Quem quiser experienciar as altas revelações divinas, terá de fazer o que chamamos de “Mudança de Referencial”: abandonar a mente humana, sua “lógica” ou “sabedoria”, aceitar a “loucura” de que Deus está sendo a totalidade do nosso Ser, aqui e agora, e nos identificar com a nossa Mente verdadeira, idêntica à de Jesus Cristo. Somente assim, poderemos discernir “espiritualmente” o que é real, eterno e verdadeiro.

O suposto “homem natural” jamais existiu! Era uma sugestão hipnótica da mente carnal,  que vínhamos aceitando, sem contestações,  ser a nossa real identidade.

“Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque quem conheceu a mente do Senhor para que possa instruí-lo?

Mas nós temos a mente de Cristo.
I Coríntios 2: 15.

Pai, revela-me que Tua Mente é indivisivel e onipresente. Mostra-me que esta mesma mente, que também está em Jesus Cristo, é a minha única Mente, para que eu possa espiritualmente discernir, aqui e agora, as Tuas coisas, a Tua Graça, e a minha Glória nesta eterna Unidade que somos.

A CRENÇA EM PROFECIAS

Dárcio

Volta e meia, e o mundo nos envia suas “profecias”, sempre dando jeito de mostrar que “parte dela” se cumpriu ou se cumpre atualmente! Que são as profecias? Que é o interesse por “profecias”? Uma demonstração nítida do desconhecimento do REINO DE DEUS, da REALIDADE, DA VERDADE! Se, no Apocalipse, por exemplo, é revelado que “TUDO ESTÁ FEITO”, a maioria descarta esta afirmação da Verdade absoluta para ficar analisando as cenas descritas sob as mais diversas formas simbólicas! Que são as imagens descritas? Cenas do futuro? NÃO! Representam o sumiço da ILUSÃO! Nada há além de Deus! Quem fica preso a profecias, sejam elas quais forem, pode se comparar àquele que deixa sua mente presa às mutações de sua sombra pelo chão! E, ainda crendo que  cada deformação apresentada pela sombra seja uma deformação ocorrida nele próprio! O nosso “referencial de existir”, se conhecemos a Verdade, é DEUS e não o “mundo de aparências”!

“TUDO ESTÁ FEITO” — eis a REVELAÇÃO ABSOLUTA! As obras de Deus são permanentes! E, somente DEUS existe! Todas as imagens visíveis são ILUSÓRIAS! INCLUSIVE AQUELAS DE SUPOSTAS PROFECIAS!

“Vinde, benditos de meu Pai, ao REINO que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mateus; 25-34). O chamado para o REINO PERFEITO E CONSUMADO é milenar! Alguém pode realmente se dedicar a DISCERNI-LO ESPIRITUALMENTE, ou, pode continuar usando a iludível “mente humana” para “enxergar” quadros de “passado”, de “presente” e de “futuro”, que, somados todos eles, PERFAZEM O “NADA”.


"E QUANDO JEJUARDES…"

Dárcio

“E QUANDO JEJUARDES, NÃO VOS MOSTREIS CONTRISTADOS COMO OS HIPÓCRITAS, PORQUE DESFIGURAM SEUS ROSTOS, PARA QUE AOS HOMENS PAREÇA QUE JEJUAM. EM VERDADE VOS DIGO QUE JÁ RECEBERAM O SEU GALARDÃO. PORÉM TU, QUANDO JEJUARES, UNGE A TUA CABEÇA E LAVA TEU ROSTO, PARA NÃO PARECERES AOS HOMENS QUE JEJUAS, MAS A TEU PAI, QUE ESTÁ EM SECRETO; E TEU PAI, QUE VÊ EM SECRETO, TE RECOMPENSARÁ.
“MATEUS 6: 16-17.

O jejum está diretamente ligado à revelação absoluta de que não somos estes limitados seres materiais vistos pela mente humana. Cada vez que lemos “Teu Pai”, encontramos Jesus Cristo anulando nosso suposto nascimento humano! O jejum é uma espécie de comprovação de que “temos alimento que o mundo desconhece”, ou seja, o “Pão da Vida” que Se constitui da presença divina sendo o nosso ser real!

O jejum não é um objetivo em si mesmo! Ele atua como lembrete de nossa natureza divina, enquanto parecemos viver neste suposto “mundo material”.

Em sentido mais amplo, o “jejum” se refere à percepção de que “este mundo material” é NADA! Uma crença falsa a ser desmascarada! Quanto mais formos reconhecendo a Deus como a totalidade de nosso ser, mais estaremos “jejuando” e mais estaremos sendo por Deus recompensados, por estarmos lidando com a Substância real, que é Espírito, e deixando de tanto  trabalhar  pela “comida que perece”, que é pura ilusão gerada pela também ilusória mente humana.

"EU SOU O PRINCÍPIO E O FIM"

Dárcio

A premissa básica do estudo da Verdade Absoluta diz: DEUS É TUDO COMO TUDO! Do Verbo é expressada a Existência toda, razão pela qual somos o Verbo e somos UM.

“Eu sou o Princípio e o Fim”, lemos no Apocalipse! Honrar esta Presença única e permanente é nosso papel. Honrar como?  Iniciando cada contemplação com esta Verdade! Aquele que dá início às meditações com a mente em problemas, no dualismo, está negando a Verdade!

Inicie suas contemplações com a Verdade: “Eu sou o Principio!”  Honre a Deus por não se ver sendo algum “outro”. VEJA-SE COMO A UNIDADE! A Existência infinita, sozinha, Se dá expressão! A Mente infinita Se exprime precisamente COMO este UNIVERSO INFINITO! Contemple esta Natureza Infinita do Verbo em expressão, e, naturalmente, reconheça que O VERBO É VOCÊ1

“Eu e o Pai somos UM”, disse Cristo! Falava da Unidade que obrigatoriamente nos inclui!  O Princípio e o Fim são UM! Ao encerrar a meditação, contemple: “Eu sou o Fim!”

Na permanência eterna da Perfeição, VOCÊ é  Causa e Efeito no mesmo AGORA! Lembre-se: SER o Princípio e SER o FIM anula a crença no tempo e em mudanças! Tudo que o Verbo É, VOCÊ É! Nada mais, senão a IMUTABILIDADE PERFEITA, é realidade!

ESPERE EM QUIETUDE

Joel S. Goldsmith

Sabe porque a demonstração da Verdade aprendida em O Caminho Infinito é tão reduzida? E porque os tratamentos e preces alcançam a tão poucos? Primeiro, porque na meditação é declarado conscientemente a Verdade sobre Deus, é conscientizada a natureza de toda forma de ilusão como isenta de substância, poder ou lei de sustentação, mas  SE ESQUECE DE AGUARDAR, EM QUIETUDE, a certeza interna de que Deus é o único Poder, única Lei, único Ser!

Ao encarar um problema, esquive-se dele mentalmente  e, de modo algum permita sua entrada em sua consciência. Declare ou pense em alguma Verdade sobre Deus, Seu Universo, Sua Presença e seu Poder. DEIXE QUE O PENSAMENTO SOBRE DEUS SE DESENVOLVA EM SEU ÍNTIMO! Declare ou pense tudo que você já sabe sobre a natureza do erro — pecado, doença, carência, morte. DECLARE QUE TUDO NÃO PASSA DE FORMAS DO MUNDO DA  CRENÇA — consciência coletiva da raça, pensamento mesmérico criador de “nadas”. Em seguida, ESPERE! Espere quietamente, silenciosamente, numa atitude de expectativa. Ouça a Voz interna, o “click”, a libertação.

Pratique isso várias vezes por dia. Aproveite todas as oportunidades, tanto com os seus problemas como com os de outrem. Lembre-se: a busca não visa a um crescimento material, mas a realização do Cristo. Somos instrumentos pelos quais o Impulso espiritual destrói o conceito mortal para revelar o homem real cujo ser “está em Cristo”.

O segredo da cura está nesta expressão: CRISTO-REALIZAÇÃO.

Sente-se ou deite-se confortavelmente, relaxe o corpo,  a mente, e sinta-se livre. Este estado receptivo exclui qualquer esforço mental. Você não estará procurando  Deus; antes, estará simplesmente RECEBENDO O CRISTO, de modo relaxado, sossegado e pacífico;  estará “sentindo” aquela Presença. E, nesse estado de receptividade, unicamente existe consciência, serenidade, pureza e paz. Não se prenda a nenhum desejo, motivo ou pensamento do ego — considere apenas idéias  de pureza; pureza e objetivo espiritual;  de pura alegria.

Conserve-se em paz, e a Palavra lhe virá: “Eis que estou convosco até o fim do mundo”…”Eu nunca o deixarei nem o abandonarei” — Eu Sou Você!

A AÇÃO PERFEITA NA CONSCIÊNCIA

Dárcio

A atividade única está em nossa Consciência infinita, que é Deus. A ilusão de outra atividade exterior assemelha-se a um desenho animado visto pela TV. Toda “movimentação” dele é falsa! Mas “reflete” a movimentação original ocorrida na mente do autor do desenho. Conforme ele fosse imaginando toda a movimentação, para criar na tela aquele efeito, seus pensamentos criavam a ilusão do movimento “lá fora”. Por mais que o desenhista se esforçasse para traduzir com exatidão o que se passava na mente do autor, nunca o desenho se mostraria naquele grau de perfeição. Em toda “tradução” algo se perde!

Algo parecido se dá conosco! A atividade única é perfeita, e é Deus, consciente de SER o “Eu Ativo” que somos. Quanto mais contemplarmos esta ação perfeita e invisível acontecendo como nossa Consciência, mais veremos aperfeiçoar a “expressão fenomênica” desta atividade na tela “deste mundo”, que é uma “sombra”.

Assim como a atividade do desenho animado na TV não se dá independentemente do que idealiza o  autor em sua mente, também as ocorrências nesta vida são ILUSÕES vinculadas às AÇÕES REAIS dentro de nós! Portanto, é DENTRO DE NÓS que devemos nos dedicar para reconhecer e contemplar a Atvidade perfeita de nossa Consciência divina! Se ficarmos a olhar “na tela” do mundo, estaremos apenas observando a “ilusão de acontecimentos”, como  aqueles “acontecimentos” vistos no desenho da TV.

É bom entendermos profundamente este mecanismo, para deixarmos de ver coisas onde elas não existem, e passarmos a contemplar todas elas onde de fato existem, e são perfeitas:  DENTRO DE NÓS!

IMPERSONALIZANDO O ERRO

Joel S. Goldsmith

A história do mundo registra centenas de místicos que se elevaram tão alto em consciência a ponto de conscientizarem o Eu; no entanto, muitos jamais conseguiram desfrutar uma vida feliz, saudável e bem-sucedida, nem formaram um corpo de alunos capaz de revelar ao mundo a harmonia divina aqui disponível para todos. Por quê? Por quê, apesar de terem atingido tamanha elevação, continuaram às voltas com as discórdias deste mundo? Eis o motivo: não captaram a importância e o significado da natureza do erro.

Sem uma compreensão da natureza do erro, este mundo não será, na próxima geração, diferente do atual. Todos sabemos que tem havido várias revelações do Eu, mas, igualmente, sabemos que estas revelações não salvaram o mundo. A revelação da natureza do erro, combinada com a revelação do Eu, poderá cumprir este objetivo e irá fazê-lo.

Uma compreensão do não-poder do efeito é essencial

É verdade que a natureza do erro foi ensinada, em certa escala, nos primeiros anos de ensino e cura metafísicos, mas o real significado do princípio da nulidade e não-poder da doença não foi entendido. Acreditou-se que a mente, que foi tornada um sinônimo de Deus, era o poder que curava a doença; em resumo, que Deus era o poder que a removia. Contudo, se você aceitar a Verdade de que Deus é onipotente, logicamente concluirá o seguinte: “Ora, então nada, senão Deus, é Poder”. Isto implica a impotência de toda e qualquer coisa que se lhe apresente como poder, seja ela pessoa, circunstância, coisa ou condição. Poderá encará-la objetivamente e perceber quão impossível seria ela ser um poder ou possuir um poder, sendo que Deus é onipresente e onipotente, a única Presença e o único Poder.

Quanto mais conscientes ficamos da natureza de Deus como Onisciência, Onipotência e Onipresença, mais nos tornamos conscientes do não-poder deste mundo do efeito. Talvez você fique imaginando qual seria o motivo que provocou a não-descoberta deste princípio pelos antigos místicos, e a resposta é que suas mentes estavam condicionadas, assim como alguns dos místicos atuais estão condicionados. Eles acreditavam que o “karma” é poder, mais poderoso até que Deus, ou acreditavam que Deus se utiliza do mal para alcançar Seus intentos. Estavam tão condicionados, que não podiam abrir mão de sua crença no poder do pecado, doença, falsos desejos, carência e limitação. Isto é o que dificulta explicar este princípio àqueles que não se deixaram conduzir internamente a este ensinamento. Os que conseguiram fazê-lo, puderam logo aceitá-lo e compreendê-lo, certamente por já terem tido a oportunidade de comprovar o não-poder do erro de uma forma ou de outra. Contudo, seja qual for esta experiência, isto é somente um começo.

Os poderes deste mundo não são poder na Presença de Deus

Como fazem milhares de pessoas da atualidade, séculos atrás, também os hebreus oravam a Deus pela destruição dos males de seu mundo, mas nunca eles eram destruídos. Desde o advento do Cristianismo, os cristãos têm orado a Deus para vencer os males de seu mundo, e estas preces, igualmente, nunca foram bem-sucedidas. Pessoas de outras religiões e ensinamentos têm feito preces para dominar os males de seu mundo, mas estes não foram dominados. E isto jamais ocorrerá, a menos que haja o reconhecimento de que estamos todos perdendo tempo enfrentando o mal. Se Deus pudesse combater o mal, não precisaríamos orar a Ele para que assim o fizesse. Deus faria isto sem necessitar de nossas súplicas.

Não comece falando a Deus sobre algo que Ele não esteja já fazendo. A sabedoria de Deus é infinita – não a sua, mas a sabedoria de Deus. A sua sabedoria passa a ser infinita quando você “morre” o suficiente para as suas teorias, suas crenças, seus conceitos, e, em meditação, você se abre em consciência para receber a sabedoria de Deus. Somente assim, a sua sabedoria será infinita, por já não ser mais sua, mas a sabedoria de Deus.

Em suas meditações, eventualmente, você chegará a uma profunda comunhão com Deus, entrando em tabernáculo com Ele. Esta Presença é tão real e tangível quanto qualquer coisa que você tenha conhecido, ou até mesmo muito mais real; e, ao começar a comungar com este Espírito, através de suas meditações, Ele, em seu íntimo, logo o convencerá de que os poderes do mundo não são poder, e mais especialmente, de que os poderes malignos do mundo não são mal algum. De fato, nada é mal, exceto quando o pensar o torna assim. Aceitá-lo o torna assim; porém, em si e de si mesmo, o mal não existe.

Em qualquer grau de cura espiritual que você tenha experienciado, você já obteve a prova desta Verdade. Em outras palavras, se esteve com um resfriado, que supostamente era um poder, e obteve uma cura espiritual, então irá saber que isto provou que o resfriado não era o poder que ele alegava ser.

Se você teve uma doença mais séria, e através de sua própria consciência, ou consciência espiritual de alguém, pôde observar o sumiço da dor e dos sintomas, e a conseqüente restauração da harmonia, tudo o que realmente você experienciou foi a nulidade daquilo que estava surgindo como uma doença, porque se ela fosse alguma coisa, continuaria existindo como essa coisa. O próprio fato de ela ter desaparecido sem o uso de medicamentos materiais, cirurgia, ou outras aplicações de qualquer tipo, significa que não era, de fato, aquilo que alegava ser.

Mal, um hipnotismo universal

Todo mal, de qualquer nome ou natureza, é produto de um hipnotismo, ou má-prática universal, baseada na crença em dois poderes, e descrita por Paulo como mente carnal. Qualquer discórdia à nossa frente nada mais é que este senso mesmérico. Não se trata de uma crença minha ou sua: trata-se de uma crença universal, sob a qual nos colocamos, em virtude da nossa ignorância da Verdade.

Através da atividade da mente carnal, operando universalmente, submetemo-nos a este hipnotismo desde o momento da concepção; e, se estivermos vivendo sob a lei do bem e do mal, tudo poderá acontecer. Ou nos sujeitamos à mente carnal universal, às suas crenças e atividades, ou atenderemos mais e mais ao impulso espiritual.

Exemplificando, quando no outono caem as primeiras chuvas frias, provavelmente três ou quatro, dentre dez pessoas, pegam resfriado, não por causa de seus pensamentos errados, mas devido ao hipnotismo universal oriundo desta crença em dois poderes. Tal hipnotismo pode ser quebrado pela conscientização de que não é preciso nos sujeitar ao mesmerismo do mundo, e pela compreensão de que o hipnotismo, ou mente carnal, não é de Deus; não é espiritualmente ordenado, não é sustentado por nenhuma lei espiritual. Concluindo: ele não é poder.

Nós não lutamos contra o hipnotismo ou mente carnal; não discutimos com ele; não tentamos destruí-lo nem nos elevarmos acima dele. Para nós, o hipnotismo e a “mente carnal” são meramente nomes que identificam o bem e o mal como a essência de toda limitação, mas tão logo sobrepujemos a crença nos poderes do bem e do mal, iniciamos a dissolução da origem de nossas discórdias e desarmonias.

Quanto mais vivermos na conscientização de que não precisamos de nos sujeitar ao hipnotismo universal da crença mundial em dois poderes, mais nos libertaremos daquela influência para vivermos sob a Graça e não sob a lei. Quando compreendermos a Deus como Onipotência, poderemos, então, perceber que o hipnotismo, o mesmerismo, a mente universal, ou a crença universal em dois poderes, não são poder; e, à medida que percebermos isto, proporcionalmente nos libertaremos.

Esta crença universal da mente humana ou carnal somente pode atuar como poder por causa da nossa aceitação da mesma; mas, em si e de si mesma, inexiste qualquer poder na sugestão de um ser apartado de Deus ou de uma presença ou poder apartados de Deus. A única presença é Onipresença. Embora possamos acreditar que vemos um fantasma, embora possamos ver pecado, doença, ou morte, a única presença é a Onipresença.

Deus é o único poder, a despeito das aparências, e Deus é onisciência, todo-sabedoria. Portanto, não temos de conhecer coisa alguma sobre a atividade da mente ou do corpo; tudo que nos cabe fazer é descansar na onisciência de Deus, repousar em Sua sabedoria infinita. Ao permanecermos na Onisciência, Onipotência e Onipresença, poderemos convictamente afirmar: “Ah, sim! Não há presença alguma nem poder algum ao lado de Deus, e isto a que chamamos de crença em dois poderes – a mente carnal – não é poder. Isto não pode atuar sobre o homem nem através dele,”

O mal é impessoal

Todo mal é impessoal: não há pessoa em quem, sobre quem, ou através de quem ele possa operar. Seja uma alegação de tempo, de doença, ou de carência – seja qual for o nome ou a natureza do mal – o mal é impessoal. Não teve sua origem em mim, em você ou em qualquer pessoa, lugar, coisa ou condição. A raiz do mal é a mente carnal, ou a crença em dois poderes; e a crença de que existe poder na doença, no pecado, na carência, é o hipnotismo causador de toda a discórdia no mundo.

Ficaremos sem “mente carnal” à medida que conscientizarmos que, neste mundo todo, o bem e o mal não existem como entidades. Portanto, mesmo pensar ou dizer que tal pessoa, coisa ou condição sejam boas, significa permitir que a mente carnal nos controle. Há somente um Ser, uma Essência, um Poder, e este é Consciência – Deus. A Consciência não é boa nem má: Ela simplesmente É.

Para ser boa ou má, a Consciência teria que ter um oposto, e Ela teria que possuir graduações. Não há opostos em Deus; não há graduações em Deus: Deus é infinito; Deus é onipresente, onipotente, onisciente, o que impede que haja espaço para oposição, opostos, limitações ou finidade. Ao permitirmos que limitação e finidade operem em nossa consciência, estaremos trazendo a mente carnal à nossa experiência. A mente carnal não é sobrepujada através de lutas contra ela, mas através do reconhecimento de que ela se compõe de uma crença no bem e no mal.

Nós reconhecemos o bem e o mal na experiência humana

O que vimos não quer dizer que deixaremos de reconhecer o bem e o mal em nossa vivência cotidiana. Naturalmente, nós reconhecemos que uma condição de saúde é uma experiência melhor em nossa vida do que a de doença, e um dos frutos da vivência espiritual é um senso máximo de saúde que podemos estar agora desfrutando. Assim, enquanto é verdadeiro que humanamente aparentemos ser compelidos a reconhecer as limitações do bem e do mal, deveremos reconhecer que a Consciência não incorpora dentro de Si mesma quantidades ou qualidades de bem e mal, ou de limitação.

Ao nos envolvermos com a rotina das atividades diárias, internamente manteremos nossa percepção espiritual do Eu como consciência individual e o reconhecimento de que tudo que surgir em nossa experiência como pecado, doença, morte ou limitação é a mente carnal, o “braço de carne”, ou seja, nenhuma mente.

Não negaremos que haja maus motoristas, motoristas alcoolizados, descuidados ou incompetentes nas estradas. Enquanto o quadro humano for considerado, os trajetos estarão cheios de pessoas boas e más; mas, ao assim reconhecermos, assumiremos nossa postura espiritual: “Sim, esta é a aparência decorrente da crença no bem e no mal –mente carnal–, mas ela não é poder: não é ordenada ou mantida por Deus. Simplesmente é o “braço de carne”.

Através de nossa experiência humana, não poderemos evitar de tomar conhecimento de pecado, doença e pobreza no mundo, condições que no mundo estarão enquanto existir uma raça humana que não tenha se emancipado. Enquanto perdurar um mundo fundamentado na crença no bem e no mal, estes quadros estarão aqui para serem vistos: doença por toda parte, morte, insanidade, e todas as demais coisas componentes da mente carnal. O que irá determinar a harmonia de nossa experiência é a nossa reação a estes quadros, não por escondermos nossas cabeças na areia, afirmando ou declarando que eles não existem, mas por fazermos o reconhecimento: “Sim, eles são o braço de carne”. Têm poder temporal. Eles são poder para um mundo que crê no bem e no mal, mas não são poder para mim. Eu sei que existe somente um Poder”.

No início e nossa jornada espiritual, meramente saímos de um conceito mortal de mal para um conceito melhorado de vida humana, com mais saúde, mais prosperidade ou felicidade. Contudo, não é este o nosso objetivo final de vida. Este objetivo final é a realização espiritual, que eventualmente erradica a ambos os conceitos de vida humana: o bom e o mau.

A Onipotência do Eu

Ao testemunhar os males do mundo, se eles surgirem em sua vida ou na de seus familiares, vizinhos ou em sua nação, certifique-se de estar cobrindo os dois princípios maiores de O Caminho Infinito: primeiramente, abra a porta de sua consciência e admita o Eu; a seguir, faça o reconhecimento:

Não se atemorize. Eu estou com você. Não tema com relação àquele que está lá fora: Eu sou Ele. Eu estou aqui, e Eu estou lá. Não tema: Eu, em seu âmago, sou poderoso. Eu sou vida eterna. Eu sou o Caminho. Apenas confie em Mim. Não tema perigo algum, pois não há poder algum externo a você. Eu, em seu âmago, sou poder infinito, o poder-total, o único poder.

Viva pela Graça, pois Eu sou o seu alimento, seu vinho, sua água. Eu posso dar-lhe a água que, ao ser bebida, fará com que jamais volte a ter sede. Eu tenho alimento que você não conhece. Eu sou a ressurreição. Eu sou o Caminho para a sua paz; Eu sou o Caminho para a sua abundância; Eu sou o Caminho para a sua segurança.

Eu sou a rocha. Eu sou a fortaleza. Eu sou a muralha. Habite em Mim, e permita-Me habitar em você, e mal algum o atingirá. Nenhuma arma apontada a você irá produzir qualquer efeito. Por quê? Porque elas todas são sombras; não são realidades; não são poder. Eu, em seu âmago, sou onipotência, o único poder. Estas flechas, estes dardos envenenados, estes germes, estas balas, estas bombas: são todos sombras. São crenças num poder apartado de Mim. São a crença universal em dois poderes. Acredite em Mim como Onipotência.

Você não estará na Mística até que tenha aberto a sua consciência e aceito a Verdade de que Eu, em seu âmago, sou Ele, este Cristo encarnado em você, e que a Anunciação significa o nascimento do Cristo em você. Mas, quando aceitar isto, não se esqueça de que o trabalho somente estará completo quando você associar a onipotência do Eu, que é o primeiro princípio de O Caminho Infinito, com o segundo, que é o “não-poder” de tudo aquilo que estiver aparecendo como o mundo do efeito.

Reconheça o mal como a mente carnal

Em sua experiência, você estará lidando com pessoas de diferentes níveis de consciência, de várias graduações de bem e mal, e mesmo que elas tenham contato pessoal com você, não fugirá de seu conhecimento o mal em pessoas ativas nas ocupações nacionais e internacionais. Não será o bastante, posso lhe garantir, você apenas testemunhar o fato de que o Cristo está presente nelas. Você terá que dar o segundo passo e também reconhecer que a mente carnal não é poder. Somente assim a sua prece ou meditação estará completa. Uma vez feito o reconhecimento: “Eu, em meu âmago, é Deus; Eu, em seu âmago, é Deus; e a mente carnal, a crença universal em dois poderes, é não-poder”, então, e somente então, seu trabalho estará completo.

Não tente destruir o mal em alguma pessoa. Perceba a natureza universal da mente carnal, e então “anule-a”. Isto pode ser feito, porque jamais Deus criou uma mente carnal. Deus jamais criou dois poderes. Deus jamais criou o mal; portanto, ao realizar a “impersonalização” e a “anulação”, você conduzirá sua prece, tratamento ou realização a uma conclusão. Poderá, então, descansar e ficar certo de ter realmente lidado com a situação de forma espiritual e inteligente, por honrar a Deus num reconhecimento de Oniptência. Terá honrado a Deus num reconhecimento da Onipresença, a presença de Deus dentro de você, o próprio Eu de seu ser, e praticamente terá expulso o diabo, pela conscientização de que a mente carnal, a crença universal em dois poderes, não tem nenhuma lei de Deus a mantê-la.

O mal que tenta atingi-lo sempre se personaliza. Ele surge como um pecado, como uma tentação, como um falso desejo seu, ou de alguma outra pessa. Ele sempre se personaliza em “ele”, “ela” ou “você”. Observe como jamais você pensa no alcoolismo, mas pensa em alguém alcoólatra. Você nunca pensa na droga, mas no drogado. Você nunca pensa na mente carnal universal: você pensa no mau sujeito na prisão, porque o mal sempre surge numa forma personalizada. Ele veio a Jesus na forma de diabo. Ele sempre se personaliza, mas quando Jesus voltou-se contra ele, não havia diabo algum ali. Era somente uma tentação em sua mente, e foi em sua mente que ele teve de ser encarado.

Assim, não há nenhuma pessoa má a confrontá-lo. Não existe nenhuma condição maligna a confrontá-lo. Isto é uma personalização da impessoal mente carnal – não uma crença sua ou minha, mas a crença universal em dois poderes. Feito este reconhecimento e esta impersonalização, o mal sairá da pessoa, seja na forma de pecado, doença, falso desejo, etc. Sua saída é, às vezes, muito rápida; em outras vezes, é lenta, dependendo do grau de receptividade de cada um.

Nenhum poder divino é usado

Quando você aprender a impersonalizar o mal, não terá que apelar a um poder divino. Você poderá aceitar a Deus como Onipotência, mas somente se puder ver as assim-chamadas aparências malignas como maya, ou ilusão, e deixar, em vista disso, de pretender que Deus faça alguma coisa com elas. Quando se capacitar a agir assim, estará com a sabedoria espiritual. Poderá, então, dizer ao cego: “Abra seus olhos”. Contudo, no instante em que intencionar que um poder divino faça algo pelo cego, terá perdido a demonstração.

Se puder olhar para o paralítico, e dizer: “Levante-se, tome seu leito e ande”, você conseguirá dar-lhe ajuda; porém, se recorrer a Deus para que Ele faça algo por ele, estará participando do mesmo sonho vivido pelo paralítico. Os espiritualmente iluminados sabem que é desnecessário recorrer a Deus por alguma coisa, porque Deus está cuidando sempre de Seus negócios. Ele não precisa ser lembrado, dirigido nem clamado.

Se você deseja realmente honrar a Deus, saiba que Deus está sempre sendo Deus; Deus está sempre mantendo e sustentando Seu universo espiritual. Então, em sua soltura de Deus, irá conscientizar: “Que poder apartado de Deus existe? Que presença apartada de Deus existe? Não devo ser iludido por aparências.” Assim, você verá a retidão se revelar. Nenhum poder divino é usado. O poder divino estava presente desde o princípio, mas o reconhecimento da Onipotência e da Onisciência, e o reconhecimento da irreal natureza das aparências trouxeram-no à infinita manifestação.

Desperte da inércia rumo ao Ser

Está em nossas mãos! Dentro de nós reside nosso poder de determinar se valorizamos ou não nossa liberdade o suficiente para rompermos com a inércia mental que nos impediria de percebermos conscientemente a verdade duas, três ou mais vezes por dia.

Cada um possui um destino espiritual. Assim, o que nos impede de vivenciá-lo? A crença em dois poderes, o bem e o mal, que de tal maneira se cristalizou na consciência humana como uma má-prática ou hipnotismo; crença que nos mantém sob a lei e não sob o domínio da Graça! Uma vez conhecida a verdade de que toda forma de discórdia em nossa vida é uma forma de hipnotismo, e, na proporção com que pudermos aceitar que somos um Eu Divino, iremos ficar livres dos pecados, temores e doenças deste mundo. Nossa mente não tentará alcançar Deus, não buscará o bem: estaremos completamente livres de buscar qualquer tipo de coisa. Deus é; Eu Sou: nesta verdade permaneceremos repousados.

Minha vida e a vida de Deus estão unidas: somos uma só vida. Minha mente e a mente de Deus são uma só mente. Nada pode nos separar ou dividir. Nem a vida nem a morte podem separar-me da vida de Deus, do amor de Deus e da abundância de Deus, pois Deus está sendo AGORA. Eu não posso criar isto – nem mesmo Deus pode fazê-lo, pois já tem sido assim desde o princípio.

O que Deus uniu, nenhum homem, circunstância ou condição podem separar, e qualquer crença ou poder que eu vinha até aqui aceitando, referente a uma presença ou um poder apartados do Eu que Eu Sou, rejeito conscientemente embasado na Onipotência e Onipresença.

Impersonalize Deus; impersonalize o mal. Conheça a natureza do Eu como sendo universal; vida e existência universais. Não permita que o “véu” que personaliza Deus volte a ser colocado. Não faça nenhuma imagem de Deus: não faça nenhuma representação de madeira, de marfim nem de ouro; não faça sequer alguma imagem mental de Deus. Assim, você não estará personalizando Deus.

No minuto exato em que você retiver uma imagem de Deus em seu pensamento, estará personalizando-O, e ficará na expectativa de que aquele conceito formado é Deus; mas, conceito algum poderá ser Deus. Somente o Eu pode ser Deus, e você não será capaz de formar uma imagem mental do Eu. Esta é uma palavra que carece de descrição. Tente à vontade e verá: não irá conseguir fazer uma imagem mental do Eu.

Quando esta verdade lhe estiver desvelada, jamais ela voltará a ser encoberta para você. Jamais será capaz de retornar à mania de criar conceitos de Deus, ou de esperar de Deus que faça algo quanto à nulidade e impotência – não-poder – deste mundo do efeito. Sempre aquele sorriso lhe virá aos lábios, e a palavra Eu lhe surgirá; e então, você estará em paz, estará repousado. E nesse estado de quietude e confiança, você se tornará um observador de Deus em ação. Não irá impulsioná-Lo; não irá dar-Lhe força; não irá colocá-Lo em expressão: em quietude e confiança, apenas se tornará um observador, vendo-O trabalhar.

ABUNDÂNCIA DE TODAS AS COISAS (I)

Ralph Waldo Trine

Este é o Espírito de infinita Abundância; o Poder que está continuamente dando forma tangível a todas as coisas. Quem viver na realização de sua unidade com este Infinito Poder chegará a ser como o ímã que atrai a si contínua provisão de qualquer coisa que deseje.

Se alguém se mantém na idéia de pobreza, pobre será; e o mais fácil é permanecer em estado de pobreza. Porém, se se mantém sem cessar na idéia de prosperidade, sejam quais forem as condições em que se ache, porá em ação forças que, cedo ou tarde, o colocarão em situação de prosperidade. A lei de atração atua sem cessar em todo o Universo e o grande e imutável princípio que dela deriva é, como vimos, que cada coisa atrai o que se lhe assemelha. Se somos uno com este Poder Infinito, com esta fonte de todas as coisas, então à medida que formos vivendo na realização desta unidade, assim atualizaremos em nós mesmos um poder que nos acarrete em abundância quanto desejamos. Por esse meio entraremos na posse de uma força com a qual poderemos atualizar em todo tempo as desejadas condições.

Assim como toda verdade existe por si, e somente espera que a percebamos, assim todas as coisas indispensáveis para satisfazer as nossas necessidades presentes existem também por si e somente esperam em nós o poder de apropriarmo-nos delas. Deus tem todas as coisas em suas mãos. A sua voz nos diz constantemente: “Meu filho, reconhece-me em todos os teus caminhos, e no grau em que assim o faças, no grau em que assim vivas, será teu o que é meu”. Deus dá a todos os homens com liberalidade e sem tacanhice. Ele dá liberdade a todos os homens que se colocam em disposição de a receber dEle. Não derrama seus dons sobre qualquer.

A velha e por algum tempo predominante idéia de pobreza e santidade já não tem fundamento algum. Teve-o parecido ao do ascetismo quando prevaleceu aquela outra idéia de que era necessária a luta entre o espírito e a carne. Surgiu no entendimento dos que tinham uma falsa e torcida concepção da vida. A verdadeira santidade é, em certo modo, o mesmo que a verdadeira sabedoria. A quem é verdadeiramente sábio e faz prudente uso de suas forças e faculdades, abre-lhe sempre o Universo as arcas de seus tesouros.

A dádiva é sempre igual à petição, se esta se faz com procedência e justiça. Quando alguém chega à realização destas altas leis, fica livre do medo da miséria e da pobreza.

Estás sem colocação, sem trabalho? Pois se te deixas dominar pelo medo de não encontrar outro emprego, o possível será que passes muito tempo sem encontrá-lo, ou se o encontras, seja mísero e pobremente retribuído. Em quaisquer circunstâncias deves pôr em ação as tuas forças interiores que sempre acabarão por triunfar de toda e qualquer perda temporária ou aparente. Põe estas forças em atividade e serás então como um ímã, atraindo para ti uma colocação muito melhor que a que perdeste e talvez não tardes em dar graças por tê-la perdido.

Reconhece o Infinito Poder que age em toda parte, que cria e rege todas as coisas do Universo, que governa os inumeráveis sistemas de mundos no espaço.

Fixa-te na idéia (pois as idéias são um poder oculto de energias incalculáveis) de que a apropriada colocação ou o convencional emprego te chegará a seu devido tempo, pelo devido modo, e tu o reconhecerás como teu, quando a ti chegue.

Mantém-te nesta idéia, não titubeies nela; sustenta-a firme. Deste modo porás um anúncio num periódico espiritual de ilustrada circulação, que não só vai além dos limites da Terra, senão do Universo mesmo. Será além disso um anúncio que, retamente inserto por tua parte, terá muito maior eficácia que qualquer outro que pudesse inserir em páginas impressas, por mais que o anúncio seja hoje em dia o grande modo de solicitar o que se precisa. No grau em que chegues a esta realização e vivas em harmonia com as altas leis e forças, em tal grau serás capaz de levar a efeito.

Se movido pela necessidade folheias os anúncios dos jornais, não o deves fazer como se faz comumente. Põe em atividade as forças interiores e coloca-te assim sobre elevada base. Quando tomares o jornal pensa deste modo: se aqui há algum anúncio que me convenha, reconhecê-lo-ei desde o momento que o leia.

Afirma-te nesta idéia, crê nela, espera-a e se isto fizeres com fé completa, sentirás de um ou de outro modo a intuição do momento oportuno, e esta intuição será, nem mais nem menos, a voz da tua própria alma. Quando ela falar, deves agir sem dilação.

Se, uma vez conseguido o emprego, notas que não é ele que precisamente desejavas, se te sentes capaz de desempenhar outro melhor, então considera-o logo como um ponto de apoio para alcançar este outro. Mantém-te nesta idéia, afirma-te nela, crê e espera, e sê, em todo o tempo, fiel à posição em que na atualidade te tenhas colocado. Se não lhe fores fiel, então o  provável será que ele não te sirva de apoio para alcançar  alguma coisa melhor, e sim alguma coisa pior. Se lhe fores fiel, de pronto lhe darás graças, regozijando e alegre por teres perdido a tua antiga colocação.

Esta é  Lei de Prosperidade. Quando sobrevier a transitória desgraça, não te deixes arrastar por ela; procura, ao contrário, tirar dela o melhor partido possível, e olha sempre para a frente em anelo de melhores coisas e mais prósperas condições.
Se te mantiveres nesta posição de ânimo, porás em atividade forças sutis, caladas e irresistíveis, que tarde ou cedo tornarão em forma tangível o que só é ainda uma simples idéia. Porque as idéias têm um poder oculto e, devidamente encaminhadas, são como germes das condições materiais.

Não cedas nem por um instante à queixa; antes, emprega bem o tempo que lamentos inúteis te roubariam, olhando para a frente e corporificando as desejadas condições. Sugere-te a idéia de prosperidade. Considera-te em condições prósperas e confia que antes de muito chegarás a elas. Confia nisso tranqüila e sossegadamente, mas com seguridade e firmeza. Crê absolutamente nisso. Espera nisso e acaricia sem cessar esta esperança. Deste modo serás como um ímã a atrair para ti as coisas desejadas. Não te atemorize a sugestão dessas coisas, porque assim formarás para ti um ideal que as revista de forças tangíveis. Por este meio utilizar-te-ás de agentes os mais sutis e poderosos do Universo. Se especialmente desejas alguma coisa, cuja possessão crês boa e necessária para ti, algo que possa ampliar a tua vida ou acrescentar a tua utilidade para com o próximo, mantém-te singelamente na idéia dela, pois em tempo oportuno, por meios naturais e nas devidas condições, virá a ti ou se te abrirá caminho por onde possas chegar à realização dos teus desejos.

Conheço uma senhorinha que, não faz muito tempo, sentiu-se em apurada necessidade de dinheiro. Para nobre objeto o desejava e não via a razão por que houvesse de carecer dele. Esta jovem era uma dessas pessoas que chegaram a compreender o valor das forças interiores e tomou a disposição de ãnimo que acabamos de expor. Durante a manhã concentrou-se em si mesma, entrou em silêncio por breve instante, pondo-se deste modo em harmonia com as forças supremas. Antes de anoitecer foi à casa dela um cavalheiro pertencente a uma família amiga e lhe perguntou se podia ela encarregar-se de certo serviço que precisava; ficou a moça um tanto surpreendida de que se solicitasse dela aquela classe de serviço; porém, disse para si mesma: “Aqui deve haver um chamamento. Responderei e veremos o que resulta”. Encarregou-se do serviço e saiu-se bem. Quando o terminou, puseram em suas mãos uma quantia de dinheiro muito maior do que esperava e considerou o pagamento excessivo para remunerar o serviço. Recusou a senhorinha e o cavalheiro insistiu: “Não; você nos fez um serviço de maior monta que o dinheiro que lhe demos”. Com efeito, a soma recebida era mais que suficiente para a boa obra que a jovem desejava levar a termo.

Este é um dos tantos exemplos relativos ao emprego prudente e eficaz das forças interiores. Assim mesmo encerra uma lição: Não feches tuas  tuas mãos nem esperes que as coisas caiam no teu regaço, mas sim, põe em atividade as forças interiores e toma o primeiro que te ofereçam. Faz o que tuas mãos sabem fazer e será bem feito. Se este serviço não te satisfaz por completo, então confia, crê e espera que por meio dele alcançarás algo melhor. A base para atrair o melhor que te possa dar o mundo é te rodeares, possuir e viver com ele no pensamento impropriamente chamado imaginação. Tudo quanto chamamos imagens são realidades e forças de elementos invisíveis. Vivei com o pensamento em um palácio e gradualmente gravitarão sobre vós as coisas referentes a ele. Viver, porém, assim não é de modo algum desejar com languidez, com inveja ou com queixume; é ver-te no cume quando estiveres em baixo segundo o mundo; é considerar o prato de estanho em que te vejas obrigado a comer, como um trânsito a outro de prata; não é porém inveja nem resmungo, porque o tenha o vizinho, pois esta inveja é precisamente como um capital tomado a desconto do banco das forças mentais.

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ABUNDÂNCIA DE TODAS AS COISAS (II)

Ralph Waldo Trine

Um amigo que conhece o poder das forças interiores, e cuja vida está guiada por elas nos mais insignificantes pormenores, deu uma sugestão nesta forma: ainda quando estiverdes entre as garras de um urso disposto a despedaçar-te, crava-lhe sorridente teus olhos na cara. Em outros termos: se cedes à adversidade, o mais provável é que a faça dona de ti; porém, se conheces em ti mesmo o poder de dominar as circunstâncias, então a adversidade será sua serva e trocar-se-á em boa fortuna. Se, quando a desgraça chega,  sobrelevas com sossego e calma, em breve desaparecerá, se procuras pôr em atividade as tuas poderosas forças interiores durante o tempo que, de outro modo, perderias em queixas, temores e pressentimentos.

Até a fé, a fé absoluta, é a única lei do verdadeiro êxito. Quando reconhecemos o fato de que o homem leva consigo os elementos de triunfo ou de vencimento e que estes não dependem de condições externas, lograremos a possessão de poderes que invertam essas condições em agentes do êxito. Quando chegarmos a esta elevada realização e pusermos a nossa vida em completa harmonia com as supremas leis, seremos capazes de atrair o êxito em curtas, senão em grandes proporções. Poderemos então estabelecer em nós mesmos um centro tão firme que, ao invés de correr daqui para ali, em busca disto ou daquilo, possamos estar quietos em nosso interior e atrair as desejadas condições. Se nos estabelecermos neste centro e nos mantivermos firmes nele, veremos como parece que as coisas vêm pelo caminho apetecido.

A maioria das pessoas da moderna sociedade só atende às coisas práticas e de cotidiano proveito. Quanto mais cuidadosamente examinarmos as leis fundadas nas grandes verdades que estamos considerando, tanto mais veremos que não só são eminentemente práticas, senão que em certo modo são o único prático de quanto no mundo existe.

Pessoas há que se vangloriam de ser muito práticas; porém, muitas vezes são mais práticos aqueles que não crêem que sejam. E por outra parte — os que se ufanam de ser homens práticos, o são muitas vezes menos, pois que ainda que em certo modo o sejam, são absurdamente inábeis em tudo quanto à totalidade da vida se refere.

Que proveito, por exemplo, pode haver para o homem que, materialmente falando, é dono do mundo inteiro e jamais tratou de conhecer sua própria alma? Vemos multidões de homens completamente enganados sobre o conceito da vida real, homens que ainda não aprenderam o a-bê-cê de como  deve-se viver. Sao escravos abjectos dos bens temporais, que se crêem donos das riquezas e estão completamente dominados por elas, cujas vidas são absolutamente inúteis para seus semelhantes e para o mundo inteiro; que quando já não podem suster o corpo (agente do qual se relacionam com o mundo material) se ficam pobres, miseravelmente pobres; e incapazes de levar a mais insignificante partícula de suas riquezas, vão-se para a outra vida exaustos e nus.

As boas ações, as desenvoltas qualidades de caráter, as realizadas forças da alma, as positivas riquesas da vida interior, todas aquelas coisas que chegam a ser os nossos bens eternos, não ocupam lugar algum em sua mente e por isso andam privados das coisas verdadeiramente necessárias à vida. E ainda muitas vezes pior que privados. Por que não havemos de supor que, uma vez adquiridos os hábitos, possam perder-se mais facilmente em outra forma de vida distinta da atual. Se alguém deixa voluntariamente que tome vôo determinado vício, não devemos supor que a simples morte do corpo estabeleça condições de perfeição. Tudo tem sua lei, sua causa e efeito. Colhe-se o que se semeia, não só nesta vida, como em todas.

Quem tem por único desejo amontoar bens terrenos, estará bem escravizado a eles ainda depois de sua morte; mas então nem sequer terá o meio de satisfazê-lo. Dominado por aquele vício, será incapaz de pôr seus efeitos em outras coisas, e o desejo insatisfeito atormentá-lo-á duplamente. A sua tortura poderá aumentar ainda ao ver que pródigos herdeiros dissipam riquezas com tanto afã por ele amontoadas. Legou suas propriedades, segundo se diz, a outros sem que lhes possa dizer nem uma palavra acerca de como as empregam. Que loucura, pois, pensar que os bens materiais são nossos! Que absurdo, por exemplo, o cercar umas tantas áreas de terra de Deus e dizer que são propriedade nossa! Nada é nosso até ao ponto de detê-lo. As coisas que às nossas mãos chegam, não chegam para ser possuídas nem muito menos entesouradas, senão para que delas façamos prudente e acertado emprego. Somos simples administradores e como tais ser-nos-ão exigidas contas dos bens que nos foram confiados. A grande lei das compensações, que se faz sentir em todo o  mundo, é admiravelmente exata em seus efeitos, ainda que às vezes não possamos de todo entendê-la nem reconhecê-la sequer quando atua em relação conosco mesmos.

Quem logrou a realização de uma elevada vida já não deseja amontoar riquezas nem demasias de outra espécie. À medida que for reconhecendo o fato de que é internamente rico, vai deixando de estimular as riquezas terrenas. Quando realizar o fato de que seu interior emana uma fonte mediante a qual pode pôr em suas mãos, à sua devida hora, o suficiente para prover todas as necessidades, não se afanará por mais tempo em entesourar riquezas materiais que absorveriam toda a sua atenção e cuidado, e assim põe em seu pensamento e emprega o tempo nas coisas reais da vida. De outro modo: primeiro acha o reino de Deus e depois age de maneira que tudo o mais venha por ligação.

É mais difícil um rico entrar no reino dos céus (disse aquele mestre que sem ter nada, teve tudo) do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha. Quer isto dizer: se um homem só pensa em acumular tesouros de que por sua demasia não pode desfrutar, ver-se-á incapaz de achar aquele maravilhoso reino com o que todas as coisas são aparelhadas. Que vale mais, ter um milhão de dólares com o cuidado que tal riqueza leva consigo, ou chegar ao conhecimento de leis e forças pelas quais cada necessidade fica prevista em tempo oportumo, e saber que nada justo nos será negado, que a dádiva será proporcionada à petição?

Quem entra no reino deste elevado conhecimento nunca cuidará de levar consigo as insanas espécies que muitos homens disputam hoje em dia por seu mais firme apoio neste mundo, mas sim evitá-las-á como se evita uma horrível laçada. Quando chegarmos à realização dos altos poderes, de atender ao entesouramento de riquezas vãs, que mais estorvam do que ajudam. Tal é o fundamento da verdadeira solução nesta como em todas as fases da vida.

Se as riquezas excedem de certo limite, não podemos empregá-las e chegam a ser um impedimento ao invés de um auxílio, um castigo ao invés de uma bênção. Por toda parte há pessoas que vivem desmedradas e raquíticas, e poderiam viver louçãs e ditosas cheias de perene gozo, se houvessem empregado prudentemente a grande parte da sua vida mal gasta em entesourar.

O homem que entesourar durante toda a sua vida e ao morrer legar os seus haveres para fins piedosos, está num erro do conceito de vida. Não é mérito em mim dar um par de botas velhas ao descalço; porém, sim — suponho que a dádiva seja um mérito — o é o dar um par de botas novas a quem anda descalço no rigor do inverno e se esforça em viver honradamente para sustentar sua família. E, ao dar-lhe as botas lhe dou também o meu carinho; terá dupla dádiva e eu dupla bênção.

O mais prudente emprego que o rico pode dar às suas riquezas é acumulá-las em sua existência moral, em seu caráter, dia a dia enquanto viva. Deste modo, a sua vida ir-se-á ampliando e enriquecendo continuamente, e tempo virá em que se olhe como sendo uma desgraça um homem deixando atrás de si tais riquezas acumuladas.

Muitas pessoas moram em palácios e são mais pobres que aquelas que carecem de teto onde abrigar-se. Pode um homem possuir e habitar um palácio para ele mais miserável que uma choça.

A traça e o mofo são os meios de que Deus se serve para desagregar e espalhar em novas formas o que fora entesourado e não tem oportumo emprego. Existe também uma grande lei continuamente operativa, cujos efeitos são privar do verdadeiro gozo e de suas plenas faculdades a quem entesoura.

Muitas pessoas estão sem cessar afastadas de elevadas e ótimas coisas por causa de aferrar-se às velhas. Se enxotassem o passado, cederiam lugar às novas coisas que lhe chegam. A avareza sempre acarreta prejuízo, já em uma ou noutra forma. O emprego prudente encerra sempre uma remuneração beneficiosa.

Se a árvore mantivesse em seus ramos as folhas murchas, brotaria nela uma nova vida ao fecundo hálito da primavera? Se a árvore está morta, não cairão as ressequidas folhas, pois ela não terá seiva nem brotos novos; porém, se a árvore está  viva, é necessário que se despoje da emurchecida folhagem para ceder o posto às verdes folhas.

Lei do Universo é a opulência, lei é a abundante visão de cada necessidade, se não há nada que a isso se oponha.

A vida normal consiste em chegar à plenitude de poder por meio da contínua realização de nossa unidade com a Infinita Vida e Poder, para acharmo-nos na possessão constante de todas as coisas necessárias.

Não entesourando, senão fazendo prudente uso das coisas que chegam a nós, teremos uma sempre renovada provisão delas, segundo as nossas verdadeiras nevessidades. Por esse meio, não só chegaremos a possuir os inesgotáveis tesouros do Infinito Deus, como também, por nosso intermédio, poderão chegar às mãos de outrem.

FIM

NÃO HÁ DERROTA PARA UM FILHO DE DEUS

UNIDADE

Um verdadeiro homem e uma verdadeira mulher se conhecem na hora da adversidade. São como o alóes que nos delicia o olfato quando está no fogo. Assim também as virtudes se demonstram na luta.

Aquele que cultiva os valores internos são invencíveis. Em vez de se abaterem, saem fortalecidos da refrega. Como diz o sábio Shiraz: “Já viram o ouro perder valor por cair na lama? Já o pó, mesmo que se eleve ao céu nas asas do vento, continua pó. Um íntimo nobre sempre o é, mesmo em pobreza e aparente desonra, ao passo que a pessoa sem valor interno, continua desprovida, mesmo na opulência. O nobre de alma jamais perde o que tem e logo reencontra a prosperidade que lhe corresponde por direito de nível de ser”.

Se V. está passando por qualquer desafio, inspire-se e fortaleça-se nestas palavras de verdade. Nada e ninguém podem arrebatar as capacidades, os talentos e a confiança de uma pessoa internamente rica. Ainda que perca as coisas, restam-lhe os meios que a levarão a recuperar em dobro o que tinha, em razão da experiência acrescida.

“O nascido de Deus vence o mundo”.

I João 5:4