Lillian DeWaters
A ordem “Expulsai os demônios” já pode ser posta em prática, pois agora estamos capacitados a executá-la com visão espiritual e autoridade divina.
Os “demônios” são as falsas crenças genéricas que têm perpetuado desde o início dos tempos; e, a principal delas chama-se “individualismo”. Cristo ensinou que toda realidade é una, sem partes ou diferenças, ou seja, ensinou ser impossível reconciliar o nosso “Eu” com uma mente humana ou individualidade. Pelo contrário, o homem genérico prega a doutrina da apoteose, isto é, a deificação da mente humana.
A renúncia a toda obediência a personalidades ou doutrinas humanas nos conduz à iluminação flamejante e à convicção de que inexiste qualquer “outro” ao lado do Eu Universal. Este Uno exige nossa total atenção. Verdadeiramente, teremos de clarear nossa visão até que nada mais seja posto diante dela, a não ser o Eu perfeito e Sua perfeita expressão.
Por outro lado, isto é, do ponto de vista de que nada mais existe, se torna fácil entender que as formas discordantes chamadas doença, pobreza ou desarmonia de toda espécie, não possuem nelas Deus algum; portanto, não tem nenhuma vida, nenhuma ação, e nenhum poder.
Porém, que daria origem àquelas aparências? Podemos atribuí-las diretamente aos pensamentos e sentimentos errôneos; eis o porquê delas assumirem forma. Entretanto, tais pensamentos são inteiramente falsos, por terem sido construídos sobre a errônea premissa de que existe outra mente, ou consciência, além daquela que é Deus; e de que estes pensamentos malignos possuam poder.
O grande realismo permanece intacto. A Mente ou Consciência única que temos, é aquela que é Deus. Logo não pode haver, e não há mesmo, nenhuma forma real discordante; nenhum pensar errôneo; nenhuma outra mente, vida ou existência.
Em virtude do fato de que Deus é tudo, e de que inexistem outros pensadores pessoais, conclui-se que todos os resultados atribuídos àqueles pensamentos são míticos e espectrais: vazios de existência.
Consideremos a reinante praga dos pulgões japoneses. Analisemos, neste exemplo específico, o que deve ser expulso. Tais pulgões expressam ou representam vida? São unos com a Vida que é Deus, o Todo? Não. Por certo eles voam, têm bonitas cores, e, aparentemente, têm a mesma vida que nós temos. Porém, que estariam representando? Eles retratam os pensamentos, ações e sentimentos dos povos e nações em guerra, uns com os outros. Aqui se cumpre a profecia de Jesus, quando disse: “Porque se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá terremotos em diversos lugares, além de fomes e pestilências”.
Alegar que a vida-Divina inclui, de alguma maneira, uma forma de vida que seja uma peste, significa interpretar erroneamente a Existência. Além disso, em vez de atribuir a tais insetos a mesma vida que somos, iremos expulsar a forma de vida que eles aparentam possuir; e negar qualquer realidade nela. Sendo descartado o seu semblante de vida, pelo entendimento de que eles simbolizam ignorância, desobediência, treva e engano, que não existe vida ou realidade neles, irão desaparecer em sua própria nulidade.
Pondo em prática este princípio, recentemente a autora pôde presenciar esse tipo de demonstração. Os pulgões, que vinham atacando as plantas no jardim, foram encontrados sem vida em conseqüência disso. Um leve toque, dado nos ramos, e eles caíram das folhas ao chão, pó a pó.
Disse Jeremias: “Todo ourives é envergonhado pela imagem que ele esculpiu; pois as suas imagens são mentira, e nelas não há fôlego”.(Jer. 10:14). Ezequiel teve uma visão similar, quando escreveu: “Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes, e criai em vós coração novo e espírito novo; pois, por que morreríeis, ó casa de Israel?... Eles criaram as imagens de suas abominações, e de suas coisas detestáveis”.
Uma praga ou pestilência retrata avareza. destruição, guerra, luta, mesquinharia: tudo baseado no erro primário de que a Mente pode ser múltipla; de que a Vida possa estar separada e, seres humanos sejam capazes de entrar em guerra, uns com os outros.
Alguém preso a mente pessoal ou intelectual humana, se desgasta com suor e lágrimas; ele caminha em trevas, dorme em trevas e produz em trevas. Esta é a “terra distante” em que, em crença, ele atua afastado de sua Mente real e de seu verdadeiro estado de Ser, até que finalmente lhe chegue à compreensão que uma mente pessoal, ou mentalidade individual, não é para ser transformada ou treinada de nenhuma maneira: ela é para ser abandonada por meio de uma renúncia completa.
A Bíblia nos incita a volver nossos corações para a luz, pois o “coração” denota as aspirações e afeições puras e espirituais. Jesus procurou os puros e simples de coração para semear seu ensinamento. Sabia da dificuldade que os intelectualmente ricos teriam para entrar no Reino do Espírito.
Estabelecidos como o Um, nós assumimos nossa prerrogativa de ser uma lei para o nosso Eu; que nada pode estar conosco sem que seja saudável, perfeito e puro.
“Não vos alegreis porque se vos sujeitam os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus”.Lc: 10;20. Assim falou Jesus àqueles que por ele foram enviados para pregar e curar. A alegria não deve estar ligada à demonstração; devemos nos alegrar por termos descoberto que nós próprios, e todos os demais, somos a Verdade e a Vida. Como devemos ficar alegres e felizes!
O tratamento de Jesus era administrado como Palavra Falada: a Palavra de poder; a Palavra de ordem. O Eu fala ao Eu, com poder e autoridade, dizendo: Saia! Jubilosamente, o Eu ouve e o Eu responde.
Das profundezas do Amor divino, a Palavra sai; e é cumprida. Ela não leva em conta personalidades ou bloqueios mentais; tampouco busca modificar alguma assim chamada consciência. A Palavra emana do Eu; Ela é o Eu; e é a própria autoridade.
O Eu é isento de todo tipo de limitação; sem discrepância ou discriminação. Ele é poder, Todo-poderoso. Ele vê a Si próprio como o Incondicionado — o livre e irresistível, sempre.
Conheça seu Eu! Ame seu Eu! Quem está em todo o céu e a terra, senão seu Eu? Não diga “Eu Sou”, exceto em nome do Uno: o Eu que era; que é, que sempre será; em quem não há sonho nem oposição de qualquer espécie.
Eu sou Amor, Eu sou Entendimento, Eu sou Paz, Eu sou Abundância; igualmente presente em todo ponto. Eu sou a demonstração do bem eterno, sempre. Nada Me pode ser acrescentado; nada Me pode ser tirado. Eu e a minha criação somos Um; e preencho a Infinitude.
“O Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um só será o Senhor, e um só será o seu nome”.Zacarias 14: 9. O Senhor é o Ser infinito. Seu nome é um; e Sua identidade é uma. Sua harmonia é uma; Sua atividade é uma.
“Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Rom. 8; 31. Ninguém! Nada! Nada existe para se-Lhe opor! Nada para ser contrário! Nada para estar separado! A divina Consciência reina, e é tudo- em-tudo.
Conhecedor deste sempre-existente Fato da Existência, Cristo ordenou: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.” Mc 16; 15. Amados, obedeçamos ao nosso Redentor! Passemos a pregar o Evangelho da Unicidade e Totalidade a todo aquele que possa ouvi-lo. Passemos a ensinar a Mensagem da Ontologia: Perfeição indivisível, Completeza, o Eu-Sou-estado-de-ser. Previnamos a todos que deixem de pensar a partir da premissa de um homem em busca de seu bem; em vez disso, assumamos o correto estado do Ser, vivo por toda a Eternidade.
Uma vez aceito nosso verdadeiro estado, estaremos prontos para seguir crescentemente rumo à plena luz e revelação, ou seja, “contemplarão a sua face, e nas suas frontes estará o nome dEle. Então já não haverá mais noite, nem precisarão eles de luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos”. Apoc. 22: 4-5.