MARIA EM SEU SIGNIFICADO ESPIRITUAL

Dárcio

“E no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré. A uma virgem desposada com um varão, cujo nome era José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria. E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é convosco; bendita és tu entre as mulheres. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e considerava que saudação seria esta. Disse-lhe então o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço varão? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.”
Lucas 1: 26,35.

Em cada coração que ocorra a percepção da Onipresença de Deus, é notado o fato espiritual eterno de que “o Senhor é conosco”. O estado mental de pureza e entrega a Deus é o estado pré-requisito em que “achamos graça diante de Deus”. É a fase em que, sem que tomemos consciência, deixamos o campo interno da consciência preparado para a “descida do Espírito Santo”.

Quem é o Filho de Deus, o Santo, que haverá de “nascer” em  nós? Este “Filho de Deus” é  a real identidade crística de todos nós! Até então oculto pelas camadas de crenças materialistas e pelo intelecto humano! O aflorar do Cristo em nós, de início, nos assusta! Não parecemos estar acostumados com algo perfeito e divino Se manifestando em nós! Mas, onde quer que estejamos, “entra o anjo”, a idéia inspirada por Deus,  que  nos acalma: “Não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.”

Este momento sublime marca o início de nosso “despertar” em Cristo! Maria simboliza nosso “Ventre”,  o mais íntimo de nossa pura Consciência crística! Eis por que, em seu ensinamento, disse Jesus: “Quem crer em mim, RIOS DE ÁGUA VIVA fluirão do seu ventre!” Que significa “crer em mim”? Significa crer no Caminho, na Verdade e na Vida espirituais, na UNIDADE que somos e que formamos em Deus! ! Significa entender que o nome de Jesus é EU SOU! E que este EU SOU não é uma pessoa “nascida” neste mundo, mas sim Deus, sendo, portanto, o EU SOU que todos nós somos, na Unidade Celestial, gloriosa e eterna!

Este “renascimento” é o NATAL!

NATAL: MAIS DECISÃO, MENOS COMEMORAÇÃO

Dárcio

Claro está que Jesus Cristo não veio ao mundo para que isto fosse ser somente comemorado. Disse  ter  vindo para “destruir as obras do diabo”, para “dar testemunho da Verdade”, para que “tivéssemos vida com abundância”,  “ficássemos cegos (visão material) e pudéssemos ver (visão espiritual)”, etc.

A comemoração, com sentido verdadeiro, está em fazer cumprir em nós estas metas! Isso exige conhecimento e decisão! Conhecimento, para sabermos que todas as limitações ou problemas “vistos” são ILUSÓRIOS, frutos hipnóticos do “pai-da-mentira”; decisão, para nos rebelarmos com uma atitude sem-volta contra eles, munidos da confiança plena no Poder Único do Amor divino, até que tais “névoas ilusórias” desapareçam de nosso campo de percepção!

Unicamente o Bem absoluto deve ser reconhecido e vivenciado! Todos os supostos problemas, sejam físicos, morais, financeiros, etc., são “obras do diabo” a serem destruídas! Não sumirão por si mesmos com o “passar do tempo”. Não cáia em semelhante armadilha! As crenças devem ser encaradas de frente; e, o tempo para isso é sempre AGORA!

Seja “paralisia”, “cegueira”, “dificuldade financeira”, o que quer que seja, COMEMORE O NATAL COM A DECISÃO DE EXPULSAR ESTAS FALSIDADES DE SUA MENTE! De modo RESOLUTO, DEFINITIVO! Não são realidades! Eis por que o mundo acredita em “milagres”, quando constata o sumiço destas aparências: por  não saber que  não passavaM de CRENÇAS FALSAS! E isso é muito sério! Porque a maioria, infelizmente, passa a vida toda vivendo as “mentiras pregadas pela mente humana”!  Como um cego que, mesmo estando sob a resplandecente luz do sol, “vive em trevas”!

Este estudo da Verdade, tal como a “vinda de Cristo”, não está sendo propagado apenas para que dele tomemos ciência! Que cada um assuma sua PERFEIÇÃO, aqui e agora, expulsando da mente todas as crenças falsas , inclusive e principalmente  as religiosas, em imperfeição, pecado, lei do carma, doença, morte, etc, para poder honrar, exatamente neste AQUI e AGORA, a VINDA DE CRISTO! Como fazer isso? Pela oração contemplativa:

“Pai, revela-me como eu já sou,

segundo a Tua Visão Perfeita!

E que esta DECISÃO, mantida sem esmorecimento, seja a real COMEMORAÇÃO deste seu NATAL!

QUE É A METAFÍSICA ABSOLUTA – Cap. 5

Dárcio

Capítulo V
OBJETIVO DO ESTUDO

Dissemos anteriormente que, para nos dedicarmos a um estudo, primeiro deveremos compreender sua importância e seu objetivo. Qualquer um que perceber a importância deste estudo do Absoluto desejará a ele se dedicar ao máximo de sua capacidade e de seu tempo disponível. Não será um estudo feito nos minutos que lhe sobram de cada dia; antes, a atenção estará voltada quase que exclusivamente a ele. Por quê? Porque a pessoa terá percebido que esta dedicação lhe trará o conhecimento da Verdade, e que este conhecimento é a sua libertação completa.

De início, é comum as pessoas acharem que o estudo visa a eliminar problemas da vida humana, de saúde, finanças, relacionamentos, etc. Tão logo percebem alguma melhoria nesse sentido, ficam empolgadas, julgando que, aprofundando-se no estudo, a felicidade humana almejada acabará por se concretizar. Com efeito, a aplicação dos princípios metafísicos acaba mostrando a nulidade dos problemas deste mundo das aparências, e todo aquele que viver de acordo com eles poderá comprovar os seus efeitos positivos visíveis. Porém, esse aspecto da melhoria humana, muito abordado pela ciência mental, e que consideramos desejável e bem recebido a princípio, dista infinitamente do real propósito deste estudo: ver Deus face a face.

Os benefícios humanos decorrentes desse estudo, apesar de bem-vindos e bem-aceitos, devem ser entendidos pelo que são: ilusão! Se não houver um alerta quanto a isto, tão logo esse fenômeno secundário ocorra –ou seja, a pessoa se depare com uma aparência boa em substituição à má –a dedicação se afrouxará, a pessoa estagnará no bem do mundo, até que outra aparência de mal lhe surja, e o estudo não avançará além disso.

Dizemos que o efeito positivo na vida humana é “ponto secundário”, não para lhe tirar o valor. Trata-se de um valor relativo, obviamente, mas deve ser reconhecido, uma vez que ele simboliza a veracidade do princípio aplicado. Por exemplo, se desafiarmos a aparência mediante a permanência no princípio absoluto de que DEUS É TUDO e, em função disso, percebermos a “melhoria visível”, esse efeito sinaliza o que realmente tem valor, ou seja: O PRINCÍPIO É VERDADEIRO!

Com a prática, descartaremos os anseios quanto aos resultados visíveis, por estarmos permanentemente “presos” ao princípio já provado como verdadeiro, e poderemos perceber a totalidade de Deus, a presença permanente da Realidade perfeita.

Vejamos o que diz Joel S. Goldsmith, em sua obra “A arte de curar pelo Espírito”: “Não te dirijas a Deus esperando emprego, segurança, proteção; vai ter com Deus na esperança de receber a experiência espiritual de Sua presença”. ESTE É O OBJETIVO REAL DESTE ESTUDO. A cegueira humana nos impele a não acreditar que aqui mesmo já é o Universo perfeito. Por darmos crédito a essa falsidade é que somos levados às preces de petições envolvendo “melhorias materiais”. É mentira que Deus não possa ser visto e percebido como sendo tudo, e como sendo nossa própria presença! Mas esta Verdade não é vista pela mente humana. A Metafísica Absoluta, com seus princípios revelados, permite-nos esta PERCEPÇÃO.

E continua Goldsmith: “E verás como então Deus Se manifesta em forma de harmonia nos acontecimentos, nas coisas ordinárias de cada dia”.

Esse mesmo princípio está registrado na Bíblia, onde lemos “buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”, (Mt. 6:33).

Assim, para que a Auto-revelação Se dê por completo, isto é, conscientemente, e para que o objetivo desse estudo se cumpra, devemos “ir ter com Deus esperando Deus”.

ORDEM DE CONTEMPLAÇÃO

Marie S. Watts

Em nosso estudo do Absoluto, não usamos visualizações nem damos tratamentos espirituais. Não há “receitas”; não podemos usar a Verdade. Que fazemos? Há algum meio de vermos a Verdade maravilhosa que contemplamos Se manifestar? Sim, e esse meio inclui uma ordem. Nada fazemos para que a ORDEM DIVINA exista: Ela simplesmente É! Nós apenas tomamos consciência desse fato. Melhor dizendo, focalizamos nossa atenção na perfeita ordem que constitui a Existência toda, em vez de “aplicarmos técnicas” para que algo passe a existir harmonicamente.

Há uma ORDEM nesta “contemplação”,  sem a inclusão de mentalizações ou processos racionais. Toda atenção é focalizada no perfeito Universo ordeiro, na perfeita identidade específica ordeira, e no perfeito Corpo ordeiro. Nada fazemos “de nós mesmos”; somente permanecemos conscientes de ser O PRINCÍPIO INTELIGENTE — ATIVIDADE — EM AÇÃO. Estamos ativos, mas nunca de nós mesmos. E esta atividade é Deus cumprindo seu próprio objetivo como a nossa atividade específica. Deus, sendo o Universo infinitamente ordeiro, age e cumpre Seu objetivo também de modo  ordeiro.

Isso não quer dizer que usamos tratamento ou fórmula. PORÉM, TODO ENSINAMENTO ABSOLUTO É INCOMPLETO,  SE NOS DEIXA FLUTUANDO NO ESPAÇO. Não importa quão verdadeiro e sincero possa ser,  ensinamento assim não é completo.  De fato, reconhecer o Universal Tudo como Tudo é de suma importância; mas, apenas este reconhecimento é insuficiente: ele constitui somente um aspecto da revelação Absoluta. Pouco nos adiantaria se ficássemos no desfrutar de um conceito separado de Universo e,  com qualquer ruído, descêssemos novamente ao encontro dos mesmíssimos antigos problemas. Contudo, se fizermos a trajetória completa, se percebermos a perfeita e eterna Natureza do Universo, da Identidade e do Corpo, estaremos “vendo” também completamente; e esta “contemplação” será manifestada como o nosso Universo, como nossos afazeres e como nossos Corpos.

É certo que Deus é Tudo. Deus realmente é a única identidade infinita; porém, Deus Se identifica especificamente como identidades distintas. Nenhuma identidade é um indivíduo ou pessoa separada; mas, cada uma é distinta: pode ser apontada como sendo esta ou aquela, e nenhuma outra identidade. Desse modo, em nossa “visão segundo uma ordem”, é essencial percebermos o “específico” (identidade individual) sendo o Tudo  identificado como “aquela identidade específica”, e, contudo, inseparável do Todo Universal que compreende toda identidade. Esta Verdade deve ser “vista” completamente. Isto quer dizer que é essencial percebermos que o Tudo é a inteireza da identidade específica e, também,  é necessário percebermos que a identidade específica é o TUDO, e nada mais.

Deus é específico em Sua Auto-expressão. Sendo específico, devemos ser também específicos em nossa percepção de Sua Expressão de Si mesmo. Por exemplo, se um chamado de ajuda lhe chega de Nova York, sua atenção se volta para a identidade específica que ligou. Mas, você sabe que tudo que se relaciona com tal identidade é o seguinte: ela é Deus identificado. Assim, de imediato você conscientiza que Deus é o Universo imutável, eterno, inteiro, a Vida perfeita, o Princípio, a Alma, Corpo e Ser que é o Universo. Você contempla estas Verdades durante alguns instantes. E então, a identidade específica aparece em sua Consciência. Você está consciente daquela identidade específica. Mas, antes de tudo, você está consciente de que aquela identidade é exatamente aquilo que você sabe que Deus é, e nada mais. Este é o sentido de “ser específico” em sua visão.

Nada há de metódico ou frio nesta revelação: pelo contrário, sentimos o Amor jorrar em todo o nosso ser, sentimos ser todo o Amor que existe em e como o Universo.

Lembre-se: NUNCA INCLUA A IDENTIDADE ESPECÍFICA EM SUA CONSCIÊNCIA ANTES QUE TENHA VISTO, SENTIDO E EXPERIENCIADO O TODO INFINITO, DEUS, AMOR, COMO O UNIVERSO INTEIRO. Este ponto é de importância máxima: primeiro, sinta e experiencie a Totalidade que é Deus; depois, perceba este Um total perfeito sendo a totalidade daquilo que existe referente ao ser específico que lhe solicitou ajuda.

Não damos “tratamento”; não focalizamos nossa atenção na identidade específica; não enviamos pensamentos nem projetamos tratamentos. Nada disso. Ocorre simplesmente que, repentinamente, a identidade específica surge exatamente aqui, em nossa Consciência, e nós, sem esforço algum, percebemos Deus sendo a totalidade desta identidade.

Por que é tão importante percebermos primeiro Deus como sendo a inteireza que compreende o Universo, ou primeiro percebermos a natureza do Universo como sendo Deus, antes de percebermos a natureza da identidade especifica? PORQUE É ABSOLUTAMENTE ESSENCIAL PERCEBERMOS O QUE DEUS É COMO O TODO, A INTEIREZA DE TODA A EXISTÊNCIA, ANTES QUE POSSAMOS PERCEBER O QUE DEUS É COMO A EXISTÊNCIA DA IDENTIDADE ESPECÍFICA. Além disso, isso impede que tentemos “dar tratamento” a alguma pessoa, iludidos pela crença de que existe alguém separado de Deus e necessitado, realmente, de nossa ajuda.

O EVANGELHO REALIZADO

Dárcio

EU E O PAI

SOMOS UM, MAS O PAI É MAIOR DO QUE EU”

A palavra “Evangelho” significa “Boa Nova”. A revelação da nossa natureza espiritual, eterna e divina.

Jesus estava expondo sua unidade com Deus e, ao mesmo tempo, a nossa unidade com Deus, quando disse “… mas o Pai é maior do que eu”. Passava horas e horas em meditação, contemplando esta Verdade Absoluta! Repreendia seus díscipulos por dormirem, em vez de orarem e discernirem a mesma Verdade neles mesmos. Sono pesado! Um sono hipnótico que aparenta prender os Filhos de Deus neste cativeiro de crenças, chamado “mundo terreno”.

As Escrituras nos dizem:
“Desperta, tu que dormes, e a luz do Cristo te alumiará”.

Que Luz é esta? A nossa! A Luz , que é Deus, aparecendo como o Cristo de nosso  próprio Ser!

Somos todos um com Deus! Mas o Pai é maior do que cada um! Porque o Oceano é maior do que as gotas! Mas, sem elas, ele não existiria! Analogamente, se possível fosse excluir algum de nós da Existência, Deus deixaria de ser completo, e deixaria, portanto, de ser Deus.

Quando percebermos isso, perceberemos o sentido absoluto das palavras de Jesus, que são “O Evangelho Realizado” como o nosso  EU:

“Naquele dia conhecereis que eu estou no Pai, vós em mim e eu em vós.”

"O PAI EM MIM"

Dárcio

Não há processo gradativo de Iluminação espiritual. A percepção individual de nossa Consciência divina é o reconhecimento de nossa Identidade única como sendo o Cristo, o “Pai em MIM”. A mesma  natureza crística que vive em Jesus, em Paulo, em cada um de NÓS, é a Consciência iluminada totalmente manifesta, aqui e agora. O Cristo vive em NÓS como a “glória do Senhor”, que é “nascida sobre NÓS”. A intenção de se classificar, por exemplo, o grau de cristicidade evidenciado como Jesus, Paulo ou outros, não passa de atitude ilusória de se dividir o que é indivisível. Deus é a Consciência infinita única, indivisível, que Se evidencia aqui e agora como a “sua” Consciência individual, como o Cristo, o que lhe possibilita chamá-Lo de “o Pai em MIM”.

DEUS É TUDO! As pessoas do mundo parecem crer que Deus seja “quase tudo”, pois aceitam a existência também de certa mente humana, passível de “receber a Iluminação espiritual”. Apesar de inexistir tal mentalidade humana, vem sendo aceito que “ela” acabará por adquirir, paulatinamente, a compreensão plena da Verdade, através de leituras, palestras, meditações ou contemplações, até “alcançar” o pleno reconhecimento de que Deus é TUDO e não “quase tudo”. Por causa dessa crença falsa, a Consciência divina aparenta estar limitada em sua expressão, impossibilitada de SER ou de AGIR como a totalidade de SUA CONSCIÊNCIA, aqui e agora. Além disso, fica  a impressão de que você é dependente de “compreensão humana” para poder vivenciá-La exatamente neste instante. Quanto absurdo! Quanta ênfase à ilusão! Não existe “mente humana”; assim, não pode haver compreensão da Verdade por algo que inexiste!. DEUS É TUDO! E, esta totalidade abrange e constitui o “seu” Ser de modo pleno, completo e harmônico.

“O Pai em MIM” é o Reino de Deus DENTRO DE VOCÊ, em Sua Totalidade Infinita. Isto não quer dizer que exista “outro mundo” fora de seu ser! O Reino de Deus é o Universo espiritual, e este é o ÚNICO MUNDO QUE EXISTE REALMENTE! Se o Reino infinito está DENTRO DE VOCÊ, esta infinitude exclui, por sua natureza, todo conceito ilusório de “fora de você”. Em termos práticos, isto significa erradicar o dualismo! Assumir, a partir do Absoluto, que A MENTE DIVINA é a “mente inexistente”; que a MENTE DIVINA é a “mente carnal”; que o TUDO é o “nada”; que DEUS é o “ego humano”; que o CORPO DE LUZ é o “corpo humano”; e que “o PAI EM MIM “é a totalidade daquilo que EU PERCEBO. Que ocorre nessa percepção? A anulação da visão humana pelo reconhecimento pleno da sua Visão Simples ou iluminada, que apenas vê Deus, perfeição, totalidade! Com esta Visão simples, há somente a PERCEPÇÃO do “Pai em Mim”.

O discernimento espiritual jamais modifica algo deste Universo: apenas no-lo revela tal como realmente é. O mundo pode enxergar um “ego humano imperfeito”, mas nossa Consciência (o Pai em Mim) de imediato ali reconhece o Cristo, plenamente consciente e iluminado. Se a mente humana existisse, tentaria induzi-lo a crer que VOCÊ, com a leitura deste texto, está adquirindo compreensão espiritual e a Iluminação. Não creia nisso! Não existe mente alguma para lhe sugerir algo desse tipo. DEUS JÁ É A SUA ÚNICA MENTE, A QUAL JÁ ESTÁ RESPLANDECENTE E ILUMINADA! A SUA MENTE É A IMACULABILIDADE EM SI, “e não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no Livro da Vida do Cordeiro”. (Apoc. 21:27).

A aceitação incondicional de que a Mente Divina é a “mente inexistente”, ou “mente carnal”, é um expediente iluminado para  “não resistirmos ao maligno”. Se reconhecêssemos a mente humana como real, DEUS, A MENTE REAL ÚNICA, pareceria não estar totalmente manifesta, o que não é verdade. DEUS É A TOTALIDADE MANIFESTA! AQUI E AGORA! Se, porventura, pareceu ter havido algo chocante, devido à referida declaração, este “choque” não terá se dado na Mente Divina! Ocorreu, apenas, que a “inexistente” mente humana quis se mostrar estando chocada, ou alarmada, justamente para continuar lhe dando a impressão de ser ela  existente. Não se prenda às alegações ilusórias de que a Mente Divina deva Se manifestar para “dissipar” a chamada mente ilusória. Faça a “superposição aparente”, isto é, reconheça, partindo da Visão absoluta,  que a Mente divina é a “mente carnal”, e pare de lutar com algo que jamais existiu!

Deus sempre foi, é e sempre será a nossa Mente ÚNICA! Alem disso, a Mente divina jamais será envolvida na “superposição aparente”, pois JAMAIS HOUVE, POR PARTE DA MENTE DIVINA, QUALQUER IDÉIA REFERENTE À EXISTÊNCIA DE MENTE HUMANA.

“O PAI EM MIM” é a Totalidade de Deus aparecendo como a “sua” Consciência crística. Esta Totalidade, que já lhe está dada, inclui a Percepção do Universo, tal como ELE REALMENTE É, e inclui a totalidade de “sua” Iluminação espiritual, AQUI E AGORA! Assim ser vivencia a frase endossada por Cristo: “SOIS DEUSES!”.

“Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, pois não lhe dá Deus o Espírito por medida. O Pai ama o Filho, e todas as coisas entregou nas suas mãos.”
(João 4: 34,35).

BRAÇADAS E BOTE SALVA-VIDAS

Dárcio

Na crença coletiva, dois poderes supostamente estão existindo: o bem e o mal. Este par de opostos é a ILUSÃO, um hipnotismo de massa que atua  na chamada “mente humana”. Entretanto, sabemos por revelação que “temos a mente de Cristo” (I cor. 2-16). Esta Mente divina já sabe que o Poder único e todo-abrangente é Deus! Por que alguém  se diz ser influenciado pelo mesmerismo? Porque em nossa atuação normal do dia a dia, fazemos concessões e “usamos” a mente humana! Somente enquanto esta mente estiver sendo “usada”, consciente ou inconscientemente, pode a crença em dois poderes nos sugestionar!

Tanto a mente humana como a crença em dois poderes, que ela aceita, são irrealidades! Por isso devemos “orar e vigiar”. Como fazer isto?  Suponha que alguém, fazendo um passeio de barco, note de repente que ele esteja pegando fogo. Ciente de que dispõe de um bote salva-vidas, ele faz o pedido de socorro à guarda costeira, lança o bote ao mar, pula em seguida, e, dando braçadas até ele, sobe, ficando em segurança aguardando ser resgatado. As braçadas  seriam dadas somente até ele estar no bote! A partir de então, sua segurança passaria a existir sem mais contar com seus esforços pessoais. Da mesma forma agimos “neste mundo”. Tão logo percebamos estar influenciados pelas crenças coletivas, “damos as braçadas” iniciais, isto é, usamos a própria mente humana para endossar as Verdades divinas que conhecemos, até nos sentirmos seguros “no bote salva-vidas”, ou seja, na Presença de Deus em nós! Neste ponto,  os “esforços” são paralisados e ficamos sossegadamente “aguardando” a Mente de Cristo Se mostrar como sendo nossa Mente única em atividade!

Nossos conhecimentos da ciência mental devem andar lado a lado com a Verdade Absoluta que estudamos! Isto por estarmos aparentemente em dois mundos! As afirmações do bem e as negações do mal correspondem às “braçadas”, e o ponto em que elas se tornam dispensáveis é aquele em que nos sentimos no “bote salva-vidas”, conscientemente em Deus.

RESERVANDO TEMPO PARA ORAR

Ann Beals

Somente podemos desenvolver o potencial espiritual que temos dentro de nós se estabelecermos um certo tempo para orar diariamente a despeito das demandas e ds tentações que nos assediam. Devemos reservar um tempo para orar. O mal nunca vai permitir isto sem luta. Nossa determinação em subjugar o erro deve ser maior do que a determinação dele em nos controlar. Nosso domínio sobre o mal começa à medida que conseguimos ter no mínimo uma hora diária para estudo e oração.

Quando conseguimos estabelecer este tempo, devemos ter grande cuidado para que o magnetismo animal não interfira. Ele tentará nos fazer sonolentos e adormecer. Este torpor hipnótico impede pensamentos mais profundos, contudo ele desaparece assim que desistirmos de orar. Se o mal não nos faz dormir, nos lembrará de muitas coisas urgentes que devem ser feitas antes que possamos realizar nosso propósito de orar. Vai sugerir, depois que trabalhamos um pouco, que fizemos o suficiente para aquele dia. Trará interrupções — o telefone, a família precisará de nós, alguém virá à porta. Desviará nossos pensamentos fazendo que estes vagueiem. Iniciaremos a leitura e a oração e então, subitamente, perceberemos que estamos planejando o cardápio da próxima semana ou recordando uma cena que vimos na televisão. Ao invés de orar, nossa mente estará absorvida com planos, ilusões, preocupações. Gastaremos horas, dias e até semanas, recordando ou ensaiando eventos desarmoniosos, argumentando mentalmente com alguém, lamentando o passado ou especulando sobre o futuro.

O mal tentará nos intimidar, sugerindo que não temos suficiente habilidade para compreender esta ciência. Ou nos induzirá a procrastinar com a crença de que este trabalho exige muito de nós. A procrastinação é uma fraqueza humana que o erro usa com grande vantagem: com estas boas intenções, ficamos calmos para adormecer. Pretendemos estudar, porém dia após dia nossos esforços para crescer espiritualmente são pequenos, espasmódicos ou inexistentes. Devemos estabelecer um tempo para orar e insistir em fazê-lo diariamente para que nosso trabalho possa trazer resultados de cura.

Qual a importância deste trabalho? A Sra. Eddy escreveu uma vez: “Nunca será demais para os Cientistas Cristãos o vigiar constante, o trancar cuidadosamente suas portas, ou o orar a Deus fervorosamente, para se livrarem das reivindicações do mal. Assim fazendo, os Cientistas Cristãos silenciarão as sugestões do mal, colocarão a descoberto seus métodos e deterão sua influência oculta sobre a vida dos mortais.” (p. 114: 21-26, Miscellaneous Writings)

Uma vez foi dito que se quisesse compreender a Ciência Cristã deveria orar por mim mesma no mínimo uma hora por dia. No começo achei muito difícil me concentrar dez minutos nas idéias abstratas sobre Deus e o homem. Tive que me forçar a fazer isto. Algumas vezes passavam dias sem que eu fizesse este trabalho pois surgia um obstáculo atrás do outro. Gradativamente disciplinei-me para dedicar mais e mais tempo a cada dia, pensando realmente sobre coisas espirituais. Finalmente pude me sentar durante uma hora inteira e afirmar a verdade e negar o magnetismo animal. Alguns dias orava de modo geral. Outros trabalhava com problemas específicos.

As curas que fluíram deste trabalho são difíceis de relatar. Desde o início, muitos falsos traços de caráter começaram a ser anulados, problemas físicos que pareciam incuráveis foram sanados, um senso muito limitado de suprimento começou a mudar. Dia após dia, no âmago da minha consciência houve um emergir de antigas crenças e de desejos materiais que foram anulados. Cada dia pude olhar para trás e ver a espiritualização do pensamento que resultou deste trabalho. Gradualmente isto trouxe a cura de problemas profundamente enraizados, que nenhum esforço humano sozinho poderia ter resolvido. Por mim mesma, nunca poderia ter planejado ou realizado o bem que fluiu deste trabalho.

Cada pessoa tem sua própria luta com o magnetismo animal em conseguir tempo e paz para poder orar. Felizmente esta luta inicial não requer metafísica profunda. Uma vez que enxergamos os planos diabólicos do mal, podemos resistir de ser controlados por eles. Se estamos determinados a orar, podemos adquirir algum controle sobre nosso tempo e pensamento. Se insistimos em ter este tempo sozinhos com Deus, as manipulações do mal diminuirão até que finalmente desaparecerão.

SOMENTE A CONSCIÊNCIA PERCEBE

Alfred Aiken

Jamais a Inteligência Infinita “pensa” sobre Si mesma como sendo humana; antes, acredite nisso, se você “partir da idéia” de que é um ser humano, naturalmente irá também assumir o corpo como inteligente, dotado da capacidade de pensar; que seu nariz pode cheirar, que seus olhos podem ver, que sua língua pode sentir gosto, que suas mãos podem tocar e sentir. Isto não é Verdade, não é verdadeiro.

Sua língua, de si mesma, jamais sentiu gosto; seus olhos jamais viram, seu nariz jamais cheirou, e seus dedos jamais tiveram sensação de tato. Somente a Consciência é percepção; somente a Consciência pode perceber. Quando você inicia com a Percepção, somente, não estará se voltando a órgãos, a um corpo, esperando que eles lhe digam algo, ou que lhe façam algo, assim como você não fica esperando que uma folha branca de papel possa lhe dizer quão perfumada é uma rosa!

Se seus olhos lhe parecerem estar com problema, e você, por acreditar “estar” com a “visão comprometida”, estiver tentando “curá-la”, nunca será bem-sucedido. Entretanto, se “partir da idéia” de que a Inteligência Infinita aparece como Tudo, como a Presença-Eu-Única, repentinamente você poderá vir a constatar que seus olhos estarão vendo melhor do que nunca. O mesmo se aplica em qualquer outra situação. Jamais parta de algum problema; em vez disso, “comece” com o Todo aparecendo como tudo, e não existirá nenhum lugar, nenhuma identidade para qualquer “problema”.

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NOTA: A Verdade divina, diz a Bíblia, parece “loucura para os homens”. A matéria é vista como real, quando Deus, o Todo, é Espírito! Neste texto, Alfred Aiken fala sobre como devemos encarar as situações ilusórias de problemas. Não devemos ficar analisando se, para a mente humana, as mensagens são lógicas ou absurdas! As curas de Jesus aconteciam, mas eram “absurdas”! Casos de cegueira, lepra, paralisia, e tantos outros, cediam espaço ao conhecimento da Verdade que ele demonstrava possuir. O mesmo Poder nos está disponível, aqui e agora. Cada artigo metafísico nos ensina a aprimorar o “acesso” a esta Poder, pelo reconhecimento pleno de que somos Um com Ele. (Dárcio)

"OLHAI PARA AS AVES DO CÉU"

Dárcio

Num de seus artigos, Emmet Fox cita o “feixe direcional” . Os aviões, à noite, voam com os pilotos colocando-os, através de bússola, num feixe direcional. Permanecendo dentro do “feixe”, o vôo estará seguro e na direção certa do destino almejado.

Nosso “feixe direcional” é a percepção de que vivemos imersos na Sabedoria infinita de nosso Criador divino! Assim, em vez de nos preocuparmos com decisões e atitudes, verifiquemos nossa sintonia com o “Feixe”. Nessa Unidade, sempre será AGORA, e sempre será PAZ!

Notemos que um Universo Infinito está ativo! Ele nos inclui! Se nele nos soltarmos, eliminando as preocupações e a crença estressante de que nossas decisões pessoais são importantíssimas, para nós ou para o mundo, descobriremos o óbvio: uma Inteligência infinita já está cuidando de tudo, e, inclusive, sendo o “Eu Sou” que cada um é.

Jesus Cristo estava se referindo a este fato, ao nos deixar as palavras: “Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?” (Mateus 6; 26)

A vida é simples de ser vivida, quando sua visão se perde na grandiosidade do Infinito e, ao mesmo tempo, se concentra na totalidade deste AGORA! Sem preocupações, sem “decisões importantes”, sem “apegos” e sem “ego”: simplesmente na  UNIDADE!

"LIVRAR-SE DE ILUSÃO" É ILUSÃO

Joel S. Goldsmith

Sempre houve, sobre a face da terra, pessoas espiritualmente iluminadas que perceberam a inexistência da morte;  algumas perceberam inclusive que não existe nascimento. Há aquelas que viram que não existe doença sobre a terra, nem realidade em quaisquer destas aparências negativas. No início, Gautama, o Buda, fundamentou toda a sua revelação não sobre o que Deus é, mas sobre a base de que o erro não é. A revelação que lhe veio, quando meditava, foi de que a totalidade destas aparências é ilusão, não é realidade, algo não se dando no tempo ou espaço, mas ocorrendo somente num conceito mortal universal.

Jesus teve esta percepção, pois, olhando para Pilatos,  disse: “Não terias poder algum”, mesmo com todas as aparências testificando o “fato” de ser ele o legislador e  o poderoso naquela região. Jesus era capaz de olhar toda doença e dizer à pessoa: “Qual é o teu impedimento? Levanta-te, toma teu leito e anda”. Era capaz de olhar para o pecador e dizer: “Nem eu te condeno”. Eu não penso que Jesus tenha condenado o pecado. Ele reconhecia que o pecado, como pecado, era inexistência.

Muito pouco deste princípio veio à luz nos anos seguintes, embora alguns místicos maravilhosos tivessem passado pela terra, e  atingido a consciente realização de Deus, a unicidade consciente com Deus, a união consciente com Deus; porém, em suas revelações, não notaram que atribuir a Deus a causa daqueles erros era tornar Deus responsável por eles, era fazer deles realidade. Assim, tivemos muito pouco sobre o assunto, até que surgiu o livro Ciência e Saúde original. Na obra original, tornou-se claro, outra vez, e pela primeira vez em séculos, que Deus é o único Poder e que estas aparências de discórdia não têm realidade. A Sra. Eddy reuniu todas as discórdias que, juntas, receberam o nome de mente mortal; depois, disse que a mente mortal não era uma coisa, mas apenas um termo para designar o “nada”. Alguns de seus primeiros alunos, dois deles inclusive eu pude conhecer em Boston, foram maravilhosos sanadores, sem mesmo terem profundo conhecimento de religião ou de Ciência Cristã. Foram, porém, sanadores grandiosos por terem captado bem este ponto único; assim, fossem quais fossem os problemas a eles trazidos, apenas sorriam e reconheciam: “Mente mortal, o nada”. Conseguiam se voltar daquilo sem reagir, sem temer, sem se proteger, apenas devido à percepção de que tudo que se lhes apresentasse como pessoa ou condição malignas poderia ser englobado naquela terminologia: mente mortal. E então, a expressão mente mortal passou a ser vista como um nome, não como alguma condição ou  pessoa, não como uma coisa, mas como um nome, utilizado somente para designar o “nada”.

Assim como este ensinamento ficou perdido, após a geração de Gautama Buda, também teve sua metade provavelmente perdida na Ciência Cristã. Alguns ainda existem que captaram este ponto, porém, não muitos. Nos dias de Buda, o erro era este: aqueles não próximos ao mestre original tomaram a palavra ilusão e a externaram. Diziam que pecado, doença e morte eram uma ilusão; porém, que era preciso se livrar da ilusão. O sentido original era outro: tudo já era  mera ilusão, uma imagem mental do nada. Uma ilusão no pensamento, uma imagem mental, sem substância, sem realidade, não passando de uma crença infundada sobre algo, um boato.

Porém, os hindus passaram a chamar este mundo de maya, de ilusão, e o descartaram, ora tentando escapar dele pela morte, ora ignorando-o. Bem, a Índia não é um bom modelo de uma fé verdadeira em continuidade. Contudo, os Cientistas Cristãos, muitos deles, fizeram o mesmo erro. Deixaram o hábito de dizer “estou com resfriado, estou com gripe”, para dizer “Eu tenho uma ilusão; você me ajuda a  ficar livre dela?” Ou, ainda, “Você me protegerá ou me fará um trabalho de proteção da ilusão?” Ora, um praticista poderia estar tão ocupado em Boston, às quartas e domingos, que  não teria nada a fazer, senão sentar-se dia e noite e fazer trabalho de proteção do inimigo.

Tudo isso volta à natureza inata, humana, que realmente acredita em dois poderes (o poder do bem e o poder do mal, chamado o poder de Deus e o poder de Satanás, ou, em filosofia, bem e mal, ou, na metafísica, imortal e mortal: sempre um par de opostos), em vez de se encarar um como tudo e  outro como  nada, uma “ilusão”, maya, um falso conceito de algo, uma ignorância de algo.

O PERDÃO SOB VISÃO ABSOLUTA

Dárcio

Eis a base de nosso enfoque: EXISTE SOMENTE DEUS! Quando algo errado parece existir, o que de fato ocorre é a “falta de percepção” da perfeição e da harmonia sempre existentes. Suponhamos que alguém se sinta magoado ou ressentido com outra pessoa, e que lhe recomendássemos que a perdoasse. Seria este um bom conselho? Sem dúvida! A intenção de perdoar alguém deve ser boa; mas, seria exeqüível? Todos conseguiriam fazê-lo? Sem deixar marcas na lembrança?

A maioria dos ensinamentos enfatiza o valor do perdão. Porém, se não houver um entendimento correto e absoluto de seu significado, a Verdade contida em sua prática poderá não ser percebida por completo. A ilusória “mente humana” sugere a existência de uma condição imperfeita, capaz de originar as mágoas e ressentimentos: em seguida, faz com que esta ilusão seja alimentada pela “necessidade de perdoar” a pessoa envolvida. E o suposto problema, que era apenas um, a mágoa, passa a ser visto como sendo dois: a mágoa e a necessidade do perdão.

Um dicionário comum assim define o perdão: “ato de dar como não cometida uma falta, renunciando a castigos e desforras”. Aquele que se dedica à PERCEPÇÃO da Realidade Divina já encontra semelhança entre esta definição e a Verdade absoluta de que EXISTE SOMENTE DEUS. Segundo os conceitos humanos, este perdão seria o “ato de dar como não cometida uma falta… .” Ampliando-se esta definição ou visão ao nível absoluto, observa-se que, devido à UNICIDADE e à ONIPRESENÇA da Perfeição divina, jamais houve, em tempo algum, o que se poderia denominar uma “falta” em todo o Universo. Assim, em termos absolutos, se não houve falta, não poderá haver perdão. Desse modo, o perdão não existe como realidade! E, paradoxalmente, pela percepção da inexistência do perdão, aos olhos do mundo estaremos perdoando infinita e incondicionalmente a todas as pessoas. O que estamos expondo é o seguinte: SOMENTE o discernimento da ONIATIVIDADE ESPIRITUAL DIVINA pode “gerar” no mundo visível o “perdão verdadeiro”, pois a ilusória mente humana é incapaz de fazê-lo a contento e de forma plena. Mas ao reconhecermos, em “silêncio contemplativo”, a Onipresença da Mente divina sempre sendo a Mente de “um” e de “outro”,  esta situação absoluta de harmonia aparecerá visivelmente como “reflexo”.

O reconhecimento radical de que vivemos num Universo espiritual perfeito promove a soltura da crença de que “houve a falta cometida” e de que “existe alguém para perdoá-la”, dando-a como não-cometida. EXISTE SOMENTE DEUS! EXISTE SOMENTE A PERFEIÇÃO! EXISTE SOMENTE O AQUI E O AGORA!

Pelo mesmo motivo, jamais recomendamos os chamados “exames de consciência”, pois seriam “exames de ilusão”. Como dissemos, os erros ou faltas aparentes, atribuídos a nós ou a alguém mais, nada mais são do que FALHA DE PERCEPÇÃO DA PERFEIÇÃO DIVINA SEMPRE PRESENTE. Fazer a mente rebuscar erros ou faltas aparentes, dando-lhes atenção como se realmente fossem fatos  existentes, apenas a impedirá, aparentemente falando, de perceber, aqui e agora, a mesma perfeição que  ela já havia demonstrado ter deixado de perceber anteriormente.

Uma coisa deve ficar bem clara: sob uma visão absoluta, perdoar “setenta vezes sete vezes” não implica ação alguma da chamada “mente humana”. Como dissemos, a Verdade a ser reconhecida é a de que a Consciência divina é a ÚNICA Consciência, minha ou sua, a ser reconhecida. Identifique-se unicamente com a SUA Mente verdadeira, idêntica à de Jesus Cristo, conforme as Escrituras nos revelam, e perceba que a ONIATIVIDADE DIVINA é a ÚNICA ação real sempre presente. Desse modo, a idéia errônea de “faltas cometidas” será dissipada, levando ao nada originário as práticas de “exame de consciência”, “arrependimento” e “perdão”.

Saiba ser este o mais elevado processo daquilo que o mundo rotula de “cura interior”, pois, leva em conta unicamente a Graça divina como a Ação real de sua Consciência Iluminada, que é o próprio Deus.

VEJA A MIRAGEM COMO MIRAGEM

Dárcio

O chamado “mundo visível” é uma miragem sem sustentação alguma! Que sustentaria a presença de um oásis visto por um alucinado andarilho no deserto? Nada! Assim são TODAS as imagens fenomênicas diante de nós! São MIRAGENS! Sejam  excelentes ou péssimas, todas aparentemente ocultam a IMUTABILIDADE da Perfeição que SOMOS e da Perfeição de onde ESTAMOS!

Que força seria empregada para eliminar um oásis e “restabelecer” a areia no deserto? Nenhuma! O oásis é MIRAGEM! A areia já está em seu lugar! Assim é que “vencemos o mundo”: vendo suas imagens como MIRAGENS, enquanto, internamente, reconhecemos:

“Estas miragens estão aqui como miragens, enquanto o que realmente aqui existe é unicamente Deus!”

Faça uma pausa! Veja de fato a miragem como miragem, enquanto, serenamente, confirma, em VOCÊ MESMO, a Consciência Iluminada que a tudo discerne como Luz!  Firme-se na percepção da Onipresença da Perfeição sendo, aqui e agora, a realidade absoluta de tudo e de todos, inclusive VOCÊ! DEUS É TUDO! MIRAGENS SÃO MIRAGENS!

NATAL

Joel S. Goldsmith

Uma mensagem de Natal deve ser uma mensagem de paz, em que nossos pensamentos se voltam do conceito de paz que o mundo busca, para a realização da verdadeira paz, “a minha paz”, que vem assim que os homens se encontram prontos a recebê-la.

O mundo busca uma paz que jamais pode ser encontrada, enquanto o senso de paz estiver baseado na cessação de guerra. Esta paz, ainda quando esteja realizada, é temporária, pois está baseada somente em conferências e relacionamentos entre homens e nações. A verdadeira paz é consumada, exclusivamente, quando nos despimos da armadura da carne, no momento em que deixamos de erguer a espada em defesa dos temores e ódios do mundo e cessamos de guerrear com as condições terrenas.

A paz duradoura reina somente quando os relacionamentos entre os homens estão alicerçados na conexão de cada um com Deus. A paz é realizada quando nos encontramos unidos com nossos companheiros através da experiência da vivência de Deus. A paz é alcançada quando contemplamos antes o Filho de Deus governando nossa vida e, em seguida, também a de nosso irmão.

O mundo está procurando a paz “lá fora”, mas ela deve ser encontrada dentro do nosso próprio ser individual, na medida em que hospedamos o Príncipe da Paz. Portanto, deixemos de procurar a paz que “o mundo está buscando” e empenhemo-nos em encontrar “A paz de Deus que ultrapassa todo entendimento humano”. “A Minha Paz vos deixo, a Minha Paz vos dou: não como o mundo vos dá. Que não se turvem vossos corações e nem se receiem”. (Ler Isaías 42: 1-9, em seguida, Isaías 61-62: 1-4 e 62: 12).

As advertências, e as promessas do Velho Testamento, são muitas vezes mal interpretadas, como se fossem dirigidas a algum homem em particular ou a uma determinada raça. Os amigos Hebreus consideravam-se filhos de Deus, distintos e favorecidos por Ele; tal má interpretação levou à adoração de certas pessoas chamadas de salvadores, como se fossem, por si mesmas, o Cristo. Isto gerou o sectarismo em determinadas religiões, com limitadas diferenças e inimizades.

Deus não ungiu especificamente um homem ou um povo: Deus tem ungido o Seu Bem-amado, o Cristo. O Cristo é uma entidade espiritual, um impulso espiritual – Um espírito que está no homem. É Ele que, em nós, é abençoado, ungido e sustentado pelo Pai.

Ocasionalmente, este divino Impulso Espiritual, o Cristo, se manifesta de uma forma mais pronunciada num indivíduo aqui, noutro acolá; porém, Ele existe na consciência de cada um, na face do globo terrestre. Chega um período específico. na vida de cada indivíduo, em que ele recebe a anunciação espiritual e então o Cristo é concebido, nutrido e desenvolvido. Num dia de Natal, o Cristo nasce; em outras palavras, a presença do Cristo é realizada dentro do nosso ser.

O nascimento de Cristo não ocorre cronologicamente no dia 25 de dezembro  nem em lugares de terras santas, mas ocorre, sim, na consciência elevada do indivíduo. Este estado de consciência elevado é a Cidade Santa – a cidade cuja busca foi esquecida, o lugar de nascimento e o lugar onde habita o Cristo. Onde quer que o Espírito de Deus apareça na consciência humana, todas as bênçãos e profecias em relação aos ricos frutos do Cristo se evidenciam.

Na luz do Cristo, o cenário humano se revela como algo fantástico. É somente depois da realização do Cristo em consciência, que o sentido profundo da verdadeira humildade é compreendido. Antes desse acontecimento, sempre haverá um sentido pessoal do ego; mas, com o nascimento do Cristo, todo sentido de exibição pessoal, todo desejo de algo ou de alguém, e toda a espécie de ambição humana são perdidos. A partir desse ponto de transição em consciência, onde havia necessidades, desejos pessoais ou uma vida incompleta, passa-se a não mais ter uma vida própria para ser plenificada com seus apegos e suas necessidades de êxitos e sucessos. Neste estado de consciência não existe nem mais um senso de necessidade de Deus, porque há a realização de se contemplar Deus agindo através de si. Esta atividade nunca é para benefício pessoal, mas se torna uma bênção para aqueles que ainda não experienciaram a concepção e o nascimento de Cristo dentro do seu próprio ser e, portanto, não realizaram a natureza universal de Cristo.

Elias revelou a natureza do Cristo como sendo a “pequenina e silenciosa voz” que está dentro e ao alcance de cada indivíduo que se torna receptivo a ouvir;  Daniel revelou o Cristo como uma “pedra cortada da montanha sem mãos”. Nas palavras de Isaías: (42; 2,3,4) “Não chamará, não se exaltará, nem fará ouvir sua voz na praça. A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; em verdade, produzirá o juízo”. Quando Cristo Jesus falava daqueles que “tinham olhos, mas não viam”,  referia-se a uma capacidade interna que contempla aquilo que jamais os olhos humanos seriam capazes de captar.

A natureza do Cristo é uma atividade espiritual, totalmente sem cumprimento físico, assim mesmo suficiente para destruir os quatro reinos temporais. As palavras e os pensamentos de Elias, de Daniel, Isaías e outras grandes personagens bíblicas, transitam no meu ser e se unem na revelação de uma Essência espiritual única, de uma Presença e de um Poder. Mesclados com estes pensamentos estão também os das crianças que vêm ao mundo com deficiências. Estas crianças, com seus clamores, indagam: “por que isto?, por que eu?, por que comigo?”, e suas vozes penetram a consciência da Terra, e esta não tem resposta aos seus problemas e às suas necessidades de cura. Um clamor semelhante se faz dos povos do mundo inteiro, ansiosos por uma cessação de guerras e esperançosos de uma paz mundial, e a Terra também não tem resposta para eles.

Mas há uma resposta! A resposta é o Cristo! Cristo é a influência espiritual dentro de você, de mim e de todas as almas e corações abertos para a anunciação, para a experiência da concepção e nascimento do Cristo. O Espírito do Senhor Deus Todo-poderoso está sobre o Cristo do seu ser individual e esta suave Presença é manifestada, não pela força e nem pelo poder, mas sim pela unção do próprio Espírito.

É este Cristo a resposta à paz mundial, assim como também é a resposta a todos aqueles pequeninos que clamam por suas heranças divinas de saúde, harmonia e plenitude.

A maior missão do Cristo é curar o mundo, portanto, se torna necessário, para aqueles que sentiram o toque do Cristo para servir, abrir  caminho para a atividade do Cristo, que é permear a consciência humana com o conhecimento e o amor do Cristo. A prece é o canal ativo em nossa consciência, que traz a Presença e o Poder de Deus aos afazeres humanos.

Eventualmente você poderá receber pedidos para uma ajuda específica; e, para estar preparado, é preciso aprender a manter a comunhão com o Príncipe da Paz, com nenhum outro propósito a não ser  o da própria comunhão com Ele. Você deve reservar períodos todos os dias para a meditação e nesses momentos se isentar de qualquer preocupação com os problemas relacionados com sua própria vida. Sua única razão para meditar deve ser experienciar em consciência a comunhão com Deus.

Nesta comunhão, a atividade de Cristo em você se torna o agente curador por todos aqueles que lhe solicitem ajuda.

Pensem acerca da consciência curadora que pode ser suscitada no mundo, quando cada estudante da verdade se conscientizar, em primeiro lugar, que “o único filho bem-amado, que está no âmago do Pai”, é o Cristo do seu ser individual.

Tudo que o Pai tem, está derramado sobre esta Centelha divina, vital, eterna e imortal, e o lugar onde Ele habita é dentro de você, em sua consciência!

Lembre-se sempre de que “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles”.

A atividade amorosa do Cristo, em você, é suficiente para derrubar os reinos temporais. Mas, uma coisa é exigida: cada Cristo deve ter o seu Jesus. A criança espiritual deve ter o Seu representante na Terra, e Ela deve ser liberada ao mundo através da conscientização daquelas pessoas que chegaram a realizar o Cristo em si mesmas.

É nossa função recolhermo-nos, diariamente, sem nunca falhar, com o propósito de receber o Príncipe da Paz e, dessa forma, criar-Lhe a possibilidade de atuar em nossos negócios e relacionamentos humanos.

Não é necessário dirigi-Lo ou esclarecê-Lo; a nossa parte consiste em esperar, silenciosamente, sem esforço e sem poder, e deixá-Lo ocupar nossa consciência! Você pode vislumbrar o que acontece, quando o Cristo realmente realizado começa a tocar a consciência de todas as pessoas na Terra, removendo delas as causas e os efeitos do erro humano? O Cristo, ao nos tocar a consciência, liberta-nos dos ódios e dos medos do mundo, abençoando assim inúmeras pessoas.

A prece feita dessa forma nos abre à visitação e à comunhão com o Príncipe da Paz, fazendo de nossa consciência a Cidade Santa, onde o Cristo habita, e através da qual Ele acha o caminho de entrada em todas as consciências humanas.

Enquanto a videira recebe a sua substância pelo Pai, cada galho está sendo alimentado. O Santo de Israel, o Espírito de Deus no homem, o Cristo, está sempre presente, porém, disponível somente na medida em que nos abrimos para recebê-Lo, deixando-O em nós habitar. Nosso único propósito, ao entrarmos em comunhão com o Cristo, é o de Lhe propiciar uma entrada ao mundo, para que possam ser demolidas as crenças humanas cristalizadas e ser estabelecido o Reino de Deus sobre a Terra.

Saibamos que não nos cabe um trabalho pessoal, temos somente que nos aquietar e “deixar fluir”.

No verdadeiro sentido da humildade, não há um “eu” dirigindo esta atividade; ao contrario, há um sentimento profundo de paz e quietude, onde nos tornamos exclusivamente desejosos de deixar o Cristo se encarregar dos negócios do Pai.

Nunca você ou eu poderemos nos ocupar dos negócios do Pai – somente o Cristo pode executar as funções de Deus sobre a Terra, estabelecendo Seu reino nos corações de todos aqueles que são receptivos e responsivos à Sua presença curadora.

E assim, no dia de Natal, façamos votos de boa sorte ao Príncipe da Paz em Sua jornada de amor nas consciências humanas, de modo que cada indivíduo que tenha seu pensamento e mente, Espírito e Alma, abertos à concepção e nascimento de Cristo, possa conhecer essa Presença amorosa  capaz de lançar a paz na Terra e a boa vontade entre os homens.

ONIPRESENÇA

Dárcio

Somos dotados da “mente de Cristo”, ou seja, somos o Sentido Espiritual ativo, somos Consciência iluminada. A Substância única, o Verbo, Deus, está Se expressando como Vida! O Todo aparece como nosso Ser individual. Vive e age como nosso Ser individual. Que percebe este Sentido Único? Percebe a Si mesmo! Percebe a própria Luz! Percebe a Realidade iluminada, que é Espírito.

O Espírito é Onipresença harmônica. O Espírito é Atividade perfeita. O Espírito É! O Todo consciente percebe Sua Onipresença! E, sendo onipresente, está igualmente expresso como a Presença que Eu Sou.

Poderia a Mente única estar deixando de ver sua unicidade perfeita? Não. A Visão e o Objeto são UM. A Luz que Eu Sou, é a Luz que Você é. A Visão, em Mim, é a Substância única também deste ser que você diz ser o “seu” Eu Sou. O Eu Sou é UM, é INDIVISÍVEL! Logo, nossa unidade e unicidade são o Fato eterno. São o Fato deste AGORA!

Em quietude, percebendo a Onipresença iluminada e indivisível, Eu digo: Eu Sou Onipresença; Eu Sou Luz onipresente; Eu Sou Luz que vê; Eu Sou Luz que é vista.

A Realidade espiritual é o que Eu Sou.  O Universo de Luz é o que meu Sentido discerne. Eu Sou a Realidade onipresente. Eu Sou o Universo de Luz. Eu Sou o Sentido Iluminado.

ANO RENOVADO PELA PRESENÇA

Joel S. Goldsmith

Reconheça a Presença interna

Concordando com a necessidade de transformação de consciência, para tornar o ANO NOVO melhor em todos os sentidos, cabe-nos determinar: “Qual deve ser esse novo estado de consciência?”.

Nossos estudantes sabem que uma consciência imbuída da Verdade sempre expressará condições harmoniosas em sua vida. Sabem que nossa vida é um reflexo do grau de Verdade imbuída em nossa consciência, isto é, a qualidade da Verdade com que nossa consciência está construída.

Se bem que seja verdade que Deus constitui a nossa consciência e, portanto já possuamos a plena, completa e perfeita consciência espiritual, devemos compreender que essa perfeição é potencial, disponível, demonstrável. Cabe a cada um de nós revelar aos poucos essa perfeição, por um trabalho individual na Verdade; pelo empenho em nossos deveres, até que a Presença seja realizada em plenitude, à nossa consciência.

Sem um contínuo reconhecimento desta Presença Interna, ficamos hipnotizados pela consciência de massa e sujeitos a ela. Ficamos sob a lei de acidente: se coincidir de ser um novo ano progressista, de boa saúde, talvez partilhemos disso. Mas se acontecer um ano economicamente depressivo, de epidemia, também disso partilharemos.

O modo de evitar fazer parte da consciência de massa — esse viver robotizado, movido pelas crenças mundanas — é começar e terminar nosso dia em estado de oração. É manter-nos vigilantes na consciência de nossa real identidade, como filhos de Deus, vivendo uma própria vida e não a vida dos outros, assim como não buscamos que os outros vivam nossa vida. Deus é que deve viver em ou como nós.

“Deus, no meio de mim, é poderoso”. Há uma Presença divina que vai diante de mim “para endireitar os caminhos tortuosos” (Is.45:2). Há um Poder e uma Presença espirituais dentro de mim, que é a lei de ressurreição sobre toda a experiência humana; sobre os meus negócios e meu corpo; sobre minha profissão e minha saúde. Há uma influência espiritual que restaura até mesmo “os anos perdidos do gafanhoto”.

Devemos aprender a conscientizar a Presença divina em nós, muitas vezes ao dia, até que se torne uma constante. É isto que nos sobreleva a consciência da massa e nos capacita a viver sob a orientação de Deus, pela Graça. A Lei, a substância, o poder de Deus nos suprem, quando O reconhecemos em todos os nossos caminhos e conservamos nossas mentes focadas nEle. Só isto nos separa da influência da massa e salva-nos da experiência coletiva, capacitando-nos a ser uma Lei em nós mesmos.

Portanto, Sede Vós Perfeitos

Vimos a ser uma Lei sobre nós mesmos a partir do momento em que conscientizamos Deus em nosso intimo e aceitamos que Ele nos dirija; do momento em que reconhecemos nosso relacionamento como Filhos e Herdeiros dEle, em usufruto de todas as riquezas celestiais. Só pela consciente e compreensiva aceitação desta Verdade é que nos colocamos sob a Lei de Deus. Estamos sob às leis da humanidade, sob a Lei do Karma, sob a Lei de Causa e Efeito. Todas as leis que operam sobre a consciência humana, produzem seus efeitos sobre nós, individualmente, enquanto não atingirmos a realização espiritual e não demonstrarmos a plenitude da harmonia pela Graça.

O mandamento é: “Portanto, sede vós perfeitos como é perfeito a vosso Pai celestial”. Elevando-nos gradualmente à perfeição é que nos separamos das leis e crenças que governam o mundo. Não há meio de um ser humano chegar a ser perfeito enquanto não reconhecer a perfeição potencial de Deus em seu íntimo, como possibilidade de alçar-se de “gloria em glória”, sob a orientação divina, sob Seu Reino e Sua Lei. Só podemos ser perfeitos pela realização da perfeição divina que já está em nós. Este reconhecimento é importante para estímulo e esforço consciente de superação da influencia de massa.

Como dissemos, esta perfeição não se ganha num instante. Devemos começar no ponto em que nós estamos, sem reclamar essa perfeição a nós mesmos, mas “esquecendo-nos das coisas que ficam para trás” e conscientizando que “Eu e o meu Pai somos Um”. Esta unidade governa nossa vida com harmonia. É uma benção, mesmo na pequena medida inicial de nossa capacidade. Ninguém, neste momento, está exprimindo a plenitude de Deus. Mas podemos regozijar-nos se, em alguma medida, já podemos demonstrar a capacidade de separar-no da consciência de massa; se, em alguma proporção podemos apartar-nos dos erros, doenças e limitações a que estaríamos sujeitos num viver comum.

Não caiamos no mesmo erro de alguns estudantes metafísicos que desanimaram e desistiram do esforço, por não haverem demonstrado harmonia e liberdade interior completas. Ao contrário, alegremo-nos a cada pequeno avanço neste sentido, em nossa experiência, pois é prova de que estamos nos aproximando da mais alta realização, que será seguramente alcançada, se persistirmos neste caminho.

De nada nos vale saber, ler, pensar, que a sintonia com o Divino interno é benéfico. É preciso praticar! É indispensável buscar essa sintonia, para conquistá-la aos poucos. Se não a buscamos, quando a realizaremos?

Nossa vida, neste ano, pode ficar sob a orientação e governo amorosos de Deus, na medida em que aceitarmos e praticarmos esta verdade e nela persistirmos. Não há meio de a Lei ou a Verdade espiritual tocar-nos com a Graça, se não as aceitamos e não as buscamos conscientemente. Depende só de nós: é algo intransferível; ninguém pode fazer por nós, por mais que nos ame e por mais estreitos que sejam os laços que nos unam.

Lembremos: mesmo depois de três anos de intimo convívio com o Mestre, Judas O traiu; os demais discípulos (com exceção de João) O abandonaram, quando Ele mais precisava deles. Isso mostra do quão convictos devemos estar da Verdade, para abraçá-la e demonstrá-la em todas as circunstâncias.

QUE É A METAFÍSICA ABSOLUTA – Cap. 4

Dárcio

Capítulo 04

DEDICAÇÃO

Os textos de Metafísica Absoluta não se destinam à mente humana. É importantíssimo ser salientado este ponto, uma vez que a maioria dos estudos está voltada para uma assimilação humana; porém, pretender encarar o estudo da Verdade da mesma forma é um erro enorme, e o resultado será frustrante.

Na Ciência Mental há as chamadas “leis da mente”, que, seguidas após serem conhecidas, fazem da mente humana um agente gerador de um destino melhor. Estes conhecimentos relativos são úteis e válidos, mas até certo ponto. Quando avançamos além deles, pela Metafísica Absoluta, nossa atenção se fixa na Verdade de que Deus é a Mente Única. Firmados no princípio de que DEUS É TUDO, deixamos de lado as teorias metafísicas puramente mentais, cientes e convictos de que uma interiorização receptiva, que nos permita reconhecer a Presença de Deus “pensando” como cada um de nós, é a “Graça que nos basta”.

Há pessoas que dizem: “Li e não entendi nada! É muito profundo! Não estou preparado!” Eis por que enfatizamos que este estudo não se dirige à mente humana! NÃO É NECESSÁRIO QUE A MENTE HUMANA ENTENDA O QUE ESTIVER SENDO LIDO! Na verdade, já houve quem tivesse dito: “Desconfie das verdades que pôde entender!” Muitos se encontram presos à crença de que a Verdade precisa antes ser conscientizada, para dEla podermos nos beneficiar. Como dissemos, a Verdade revelada diz que “Deus é a Mente Única”. Assim, a cada pausa que fizermos para nos dedicar a este reconhecimento, estaremos sendo beneficiados. E é nesse sentido que ressaltamos a importância da dedicação.

Para nos dedicarmos de corpo e alma a algum estudo, devemos, em primeiro lugar, compreender a sua IMPORTÂNCIA e seu OBJETIVO. Infelizmente, por deixarem de perceber estes dois pontos fundamentais, muitos não se dedicam como deveriam a este estudo. A maioria acredita ser muita presunção alguém se considerar a própria Mente de Deus em ação. Assim, perpetua a crença em mente humana, só dispõe de suas limitações para encarar a vida, que julga ser material, fazendo com que as Revelações libertadoras permaneçam estocadas em estantes ou prateleiras, em livros e mais livros considerados “muito avançados”.

Certa vez, num telejornal, um religioso ortodoxo dizia ao repórter: “Há pessoas dizendo que o homem é Deus. Quem assim se considerar, impedirá que Deus tenha espaço para atuar em sua vida!” De onde surge esta colocação? Da ignorância sobre o estudo! Do desconhecimento dos princípios revelados! Do desconhecimento de que TUDO É DEUS! Do desconhecimento da natureza transcendental do homem e do universo. Tais pessoas estão crendo piamente naquilo que os sentidos humanos captam. Como fazê-las mudar de opinião? Humanamente é impossível. Contudo, como vimos anteriormente, a nova visão do Universo vem por Auto-Revelação: Deus Se revela, e, a cada lampejo, as opiniões humanas vão-se evaporando.

É óbvio que o homem, assim como a mente humana o vê, não é Deus. Porém, assim como o homem não seria um esqueleto, mesmo que toda a humanidade o estivesse vendo com visão de Raios-X, também não é de “carne e osso” como a mente coletiva da humanidade o vê. Como é o homem? Enquanto nos limitarmos ao alcance da mente humana, ele será visto erroneamente como este “ser limitado” da aparência. Que faz a Auto-Revelação? Com o homem, ela nada faz; mas, anula a visão humana! E, com a visão humana anulada, a Visão divina Se revela como a Visão única e verdadeira. Que esta Visão? Vê Deus! Vê Deus sendo cada um de nós! E esta Verdade é verdadeira agora. A Metafísica Absoluta trabalha nesse campo de Autodescoberta.

HOMEM

Masaharu Taniguchi

O homem não é matéria ,
não é corpo carnal,
não é cérebro,
não é célula nervosa,
não é glóbulo sanguíneo,
não é célula muscular.

Nem o conjunto de tudo isso.
Conhecei bem a Essência do homem:

o homem é espírito,
é vida,
é imortalidade,
Deus é Fonte Luminosa do homem
e o homem é Luz emanada de Deus.

Não existe fonte luminosa sem luz,
nem existe luz sem fonte luminosa.

Assim como luz e fonte luminosa são um só corpo.
Deus e o homem são um só corpo.
Porque Deus é Espírito, o homem também é Espírito.

Porque Deus é Amor, o homem também é Amor.
Porque Deus é Sabedoria, o homem também é Sabedoria.

O Espírito não é peculiar à matéria,
O Amor não é peculiar à matéria,
A Sabedoria não é peculiar à matéria.

Portanto, o homem que é Espírito, que é Amor, que é
Sabedoria, nada tem a ver com a matéria.

O homem verdadeiro,
porque é Espírito,
porque é Amor,
porque é Sabedoria,
porque é Vida,
é incapaz de pecar.
é incapaz de adoecer.
é incapaz de morrer.

Há quem diga “Pecador! Pecador!”.
Deus não criou pecador algum,
por isso, neste mundo não existe um pecador sequer.
O pecado é contrário à natureza verdadeira de filho
de Deus, a doença é contrária à natureza verdadeira
da Vida, a morte é contrária à natureza verdadeira
da Vida, pecado doença e morte não passam de
sombras das ilusões da mente que, em sonho, imagina
coisas inexistentes.

No mundo absoluto de Deus,
Deus e Homem são um só corpo,
Deus é a Fonte da Luz
e o homem é a luz emanada de Deus.

SUA CONSCIÊNCIA, O REINO ÚNICO!

Dárcio

Na Metafísica Absoluta (Ontologia), encontramos bem definidos os conceitos do que é Realidade e do que é ilusão. Antes de entrarmos em contato com os ensinamentos iluminados, achávamos que “realidade” fosse este “mundo material”, em que todos nascem, vivem e morrem. Tal “realidade” nunca foi bem aceita em termos práticos, ou seja, sempre o ser humano procurou lutar pela longevidade e pela saúde, o que demonstra sua insatisfação diante de todos estes conceitos.
 
Quando conhecemos teoricamente os ensinamentos, e os aceitamos, este ponto marca o início de nosso “renascimento”, quando nos decidimos por trocar a “realidade”, comumente aceita pela mente humana, pela REALIDADE DIVINA, revelada e passível de ser discernida espiritualmente. Isto se dá pela Mente divina, presente em todos nós, e idêntica à de Jesus Cristo e de todos os iluminados. A “antiga” realidade material passa, então, a ser encarada pelo que é: “miragem”, “sonho”, “ilusão”.
 
Assim como antes era aceito que “somente estávamos num mundo material”, passamos a trocar radicalmente de referencial. Fazemos a admissão plena do Fato espiritual narrado por Paulo, ao dizer que “em Deus vivemos, nos movimentamos e temos o nosso ser”. Não comparamos ensinamentos relativos com esta Revelação. Os ensinamentos relativos têm parte com a ilusória mente humana, e apenas este motivo já justifica nosso total abandono de todos eles. “Em Deus vivemos, nos movimentamos e temos o nosso ser”. Esta é a Verdade eterna. Isto indica que o Reino de Deus é ÚNICO! E indica que o “mundo humano” é irreal! Puro NADA! O processo dessa troca de referencial assemelha-se àquele que ocorre no sonho, quando a pessoa desperta e percebe que jamais esteve passando realmente pelas condições sonhadas.
 
Esta Verdade é grandiosa demais! Parece até difícil aceitá-La como verdadeira! Entretanto, ela  é “Verdade  verdadeira”, aqui e agora. O REINO ÚNICO É O DE DEUS! Sua Consciência Iluminada é, portanto, o REINO ÚNICO! Sua presença, portanto, se dá eternamente neste REINO ÚNICO! E quanto à chamada  “queda do homem?” É o “sonho”. Uma ILUSÃO MESMÉRICA! Solte-se na aceitação de que O REINO ESPIRITUAL É ÚNICO! Perfeito eternamente! Solte-se nesta aceitação, sem se deixar enredar por análises intelectuais. Verdade e intelecto nunca combinaram! Se assim fizer, a Onipresença será naturalmente admitida como Fato, Fato este que  inclui VOCÊ e a todos na perfeição eterna e absoluta, o que lhe possibilita dizer e vivenciar, exatamente aqui e agora:

 
O REINO DE DEUS É ÚNICO! O REINO DE DEUS É MINHA  CONSCIÊNCIA! FORA DE MIM, DA PERFEIÇÃO QUE EU SOU, DA CONSCIÊNCIA QUE EU TENHO DE EXISTIR, NADA MAIS É REALIDADE! NADA MAIS EXISTE!
 
Este é o significado do mandamento: “NÃO TERÁS OUTROS DEUSES AO LADO DE MIM”. Ele somente será cumprido quando  VOCÊ discernir que o suposto “eu humano” é puramente NADA, DANDO LUGAR ÚNICO ÀQUELE a quem TODO LUGAR já pertence: DEUS, SEU PRÓPRIO “EU SOU” DIVINO!
 

O TESTEMUNHO DE DEUS SOBRE VOCÊ

Dárcio

“Sede perfeitos como perfeito é o vosso pai celestial”, disse Jesus. Para isso, basta-nos CRER nas Revelações, sem jamais nos deixarmos enganar pelas crenças coletivas ou pela “outra mente”, que não existe, mas que hipnoticamente parece existir e nos mostrar como mortais imperfeitos.

Deus, o Verbo, está sendo a totalidade de nosso ser.  Esta Verdade é eterna! Por isso, nas contemplações silenciosas VOCÊ deve partir deste Fato:

SOU PERFEITO COMO PERFEITO É MEU PAI CELESTIAL!

Há duas opções: (A) VOCÊ acatar o julgamento que a mente ilusória faz do mundo e de seu ser; ou, (B) VOCÊ acatar a revelação e admitir: Sou PERFEITO como PERFEITO É MEU PAI CELESTIAL.

Não há meios-termos! A Verdade É! Nada, além da Verdade, É! Creia no “testemunho de Deus sobre VOCÊ”, sem jamais endossar as falsas crendices da ILUSÃO.

“Quem crê no Filho de Deus, em SI MESMO tem o testemunho; quem a Deus não crê, mentiroso O fez. porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu. E o testemunho é este: que Deus nos deu a Vida eterna; e esta Vida está em seu Filho. Quem tem o Filho de Deus, tem a Vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a Vida. Estas coisas vos escrevi, para que SAIBAIS que tendes a Vida eterna e para que creiais no nome do Filho de Deus.

( I João 5: 10-13)