ABUNDÂNCIA DE TODAS AS COISAS (I)

Ralph Waldo Trine

Este é o Espírito de infinita Abundância; o Poder que está continuamente dando forma tangível a todas as coisas. Quem viver na realização de sua unidade com este Infinito Poder chegará a ser como o ímã que atrai a si contínua provisão de qualquer coisa que deseje.

Se alguém se mantém na idéia de pobreza, pobre será; e o mais fácil é permanecer em estado de pobreza. Porém, se se mantém sem cessar na idéia de prosperidade, sejam quais forem as condições em que se ache, porá em ação forças que, cedo ou tarde, o colocarão em situação de prosperidade. A lei de atração atua sem cessar em todo o Universo e o grande e imutável princípio que dela deriva é, como vimos, que cada coisa atrai o que se lhe assemelha. Se somos uno com este Poder Infinito, com esta fonte de todas as coisas, então à medida que formos vivendo na realização desta unidade, assim atualizaremos em nós mesmos um poder que nos acarrete em abundância quanto desejamos. Por esse meio entraremos na posse de uma força com a qual poderemos atualizar em todo tempo as desejadas condições.

Assim como toda verdade existe por si, e somente espera que a percebamos, assim todas as coisas indispensáveis para satisfazer as nossas necessidades presentes existem também por si e somente esperam em nós o poder de apropriarmo-nos delas. Deus tem todas as coisas em suas mãos. A sua voz nos diz constantemente: “Meu filho, reconhece-me em todos os teus caminhos, e no grau em que assim o faças, no grau em que assim vivas, será teu o que é meu”. Deus dá a todos os homens com liberalidade e sem tacanhice. Ele dá liberdade a todos os homens que se colocam em disposição de a receber dEle. Não derrama seus dons sobre qualquer.

A velha e por algum tempo predominante idéia de pobreza e santidade já não tem fundamento algum. Teve-o parecido ao do ascetismo quando prevaleceu aquela outra idéia de que era necessária a luta entre o espírito e a carne. Surgiu no entendimento dos que tinham uma falsa e torcida concepção da vida. A verdadeira santidade é, em certo modo, o mesmo que a verdadeira sabedoria. A quem é verdadeiramente sábio e faz prudente uso de suas forças e faculdades, abre-lhe sempre o Universo as arcas de seus tesouros.

A dádiva é sempre igual à petição, se esta se faz com procedência e justiça. Quando alguém chega à realização destas altas leis, fica livre do medo da miséria e da pobreza.

Estás sem colocação, sem trabalho? Pois se te deixas dominar pelo medo de não encontrar outro emprego, o possível será que passes muito tempo sem encontrá-lo, ou se o encontras, seja mísero e pobremente retribuído. Em quaisquer circunstâncias deves pôr em ação as tuas forças interiores que sempre acabarão por triunfar de toda e qualquer perda temporária ou aparente. Põe estas forças em atividade e serás então como um ímã, atraindo para ti uma colocação muito melhor que a que perdeste e talvez não tardes em dar graças por tê-la perdido.

Reconhece o Infinito Poder que age em toda parte, que cria e rege todas as coisas do Universo, que governa os inumeráveis sistemas de mundos no espaço.

Fixa-te na idéia (pois as idéias são um poder oculto de energias incalculáveis) de que a apropriada colocação ou o convencional emprego te chegará a seu devido tempo, pelo devido modo, e tu o reconhecerás como teu, quando a ti chegue.

Mantém-te nesta idéia, não titubeies nela; sustenta-a firme. Deste modo porás um anúncio num periódico espiritual de ilustrada circulação, que não só vai além dos limites da Terra, senão do Universo mesmo. Será além disso um anúncio que, retamente inserto por tua parte, terá muito maior eficácia que qualquer outro que pudesse inserir em páginas impressas, por mais que o anúncio seja hoje em dia o grande modo de solicitar o que se precisa. No grau em que chegues a esta realização e vivas em harmonia com as altas leis e forças, em tal grau serás capaz de levar a efeito.

Se movido pela necessidade folheias os anúncios dos jornais, não o deves fazer como se faz comumente. Põe em atividade as forças interiores e coloca-te assim sobre elevada base. Quando tomares o jornal pensa deste modo: se aqui há algum anúncio que me convenha, reconhecê-lo-ei desde o momento que o leia.

Afirma-te nesta idéia, crê nela, espera-a e se isto fizeres com fé completa, sentirás de um ou de outro modo a intuição do momento oportuno, e esta intuição será, nem mais nem menos, a voz da tua própria alma. Quando ela falar, deves agir sem dilação.

Se, uma vez conseguido o emprego, notas que não é ele que precisamente desejavas, se te sentes capaz de desempenhar outro melhor, então considera-o logo como um ponto de apoio para alcançar este outro. Mantém-te nesta idéia, afirma-te nela, crê e espera, e sê, em todo o tempo, fiel à posição em que na atualidade te tenhas colocado. Se não lhe fores fiel, então o  provável será que ele não te sirva de apoio para alcançar  alguma coisa melhor, e sim alguma coisa pior. Se lhe fores fiel, de pronto lhe darás graças, regozijando e alegre por teres perdido a tua antiga colocação.

Esta é  Lei de Prosperidade. Quando sobrevier a transitória desgraça, não te deixes arrastar por ela; procura, ao contrário, tirar dela o melhor partido possível, e olha sempre para a frente em anelo de melhores coisas e mais prósperas condições.
Se te mantiveres nesta posição de ânimo, porás em atividade forças sutis, caladas e irresistíveis, que tarde ou cedo tornarão em forma tangível o que só é ainda uma simples idéia. Porque as idéias têm um poder oculto e, devidamente encaminhadas, são como germes das condições materiais.

Não cedas nem por um instante à queixa; antes, emprega bem o tempo que lamentos inúteis te roubariam, olhando para a frente e corporificando as desejadas condições. Sugere-te a idéia de prosperidade. Considera-te em condições prósperas e confia que antes de muito chegarás a elas. Confia nisso tranqüila e sossegadamente, mas com seguridade e firmeza. Crê absolutamente nisso. Espera nisso e acaricia sem cessar esta esperança. Deste modo serás como um ímã a atrair para ti as coisas desejadas. Não te atemorize a sugestão dessas coisas, porque assim formarás para ti um ideal que as revista de forças tangíveis. Por este meio utilizar-te-ás de agentes os mais sutis e poderosos do Universo. Se especialmente desejas alguma coisa, cuja possessão crês boa e necessária para ti, algo que possa ampliar a tua vida ou acrescentar a tua utilidade para com o próximo, mantém-te singelamente na idéia dela, pois em tempo oportuno, por meios naturais e nas devidas condições, virá a ti ou se te abrirá caminho por onde possas chegar à realização dos teus desejos.

Conheço uma senhorinha que, não faz muito tempo, sentiu-se em apurada necessidade de dinheiro. Para nobre objeto o desejava e não via a razão por que houvesse de carecer dele. Esta jovem era uma dessas pessoas que chegaram a compreender o valor das forças interiores e tomou a disposição de ãnimo que acabamos de expor. Durante a manhã concentrou-se em si mesma, entrou em silêncio por breve instante, pondo-se deste modo em harmonia com as forças supremas. Antes de anoitecer foi à casa dela um cavalheiro pertencente a uma família amiga e lhe perguntou se podia ela encarregar-se de certo serviço que precisava; ficou a moça um tanto surpreendida de que se solicitasse dela aquela classe de serviço; porém, disse para si mesma: “Aqui deve haver um chamamento. Responderei e veremos o que resulta”. Encarregou-se do serviço e saiu-se bem. Quando o terminou, puseram em suas mãos uma quantia de dinheiro muito maior do que esperava e considerou o pagamento excessivo para remunerar o serviço. Recusou a senhorinha e o cavalheiro insistiu: “Não; você nos fez um serviço de maior monta que o dinheiro que lhe demos”. Com efeito, a soma recebida era mais que suficiente para a boa obra que a jovem desejava levar a termo.

Este é um dos tantos exemplos relativos ao emprego prudente e eficaz das forças interiores. Assim mesmo encerra uma lição: Não feches tuas  tuas mãos nem esperes que as coisas caiam no teu regaço, mas sim, põe em atividade as forças interiores e toma o primeiro que te ofereçam. Faz o que tuas mãos sabem fazer e será bem feito. Se este serviço não te satisfaz por completo, então confia, crê e espera que por meio dele alcançarás algo melhor. A base para atrair o melhor que te possa dar o mundo é te rodeares, possuir e viver com ele no pensamento impropriamente chamado imaginação. Tudo quanto chamamos imagens são realidades e forças de elementos invisíveis. Vivei com o pensamento em um palácio e gradualmente gravitarão sobre vós as coisas referentes a ele. Viver, porém, assim não é de modo algum desejar com languidez, com inveja ou com queixume; é ver-te no cume quando estiveres em baixo segundo o mundo; é considerar o prato de estanho em que te vejas obrigado a comer, como um trânsito a outro de prata; não é porém inveja nem resmungo, porque o tenha o vizinho, pois esta inveja é precisamente como um capital tomado a desconto do banco das forças mentais.

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ABUNDÂNCIA DE TODAS AS COISAS (II)

Ralph Waldo Trine

Um amigo que conhece o poder das forças interiores, e cuja vida está guiada por elas nos mais insignificantes pormenores, deu uma sugestão nesta forma: ainda quando estiverdes entre as garras de um urso disposto a despedaçar-te, crava-lhe sorridente teus olhos na cara. Em outros termos: se cedes à adversidade, o mais provável é que a faça dona de ti; porém, se conheces em ti mesmo o poder de dominar as circunstâncias, então a adversidade será sua serva e trocar-se-á em boa fortuna. Se, quando a desgraça chega,  sobrelevas com sossego e calma, em breve desaparecerá, se procuras pôr em atividade as tuas poderosas forças interiores durante o tempo que, de outro modo, perderias em queixas, temores e pressentimentos.

Até a fé, a fé absoluta, é a única lei do verdadeiro êxito. Quando reconhecemos o fato de que o homem leva consigo os elementos de triunfo ou de vencimento e que estes não dependem de condições externas, lograremos a possessão de poderes que invertam essas condições em agentes do êxito. Quando chegarmos a esta elevada realização e pusermos a nossa vida em completa harmonia com as supremas leis, seremos capazes de atrair o êxito em curtas, senão em grandes proporções. Poderemos então estabelecer em nós mesmos um centro tão firme que, ao invés de correr daqui para ali, em busca disto ou daquilo, possamos estar quietos em nosso interior e atrair as desejadas condições. Se nos estabelecermos neste centro e nos mantivermos firmes nele, veremos como parece que as coisas vêm pelo caminho apetecido.

A maioria das pessoas da moderna sociedade só atende às coisas práticas e de cotidiano proveito. Quanto mais cuidadosamente examinarmos as leis fundadas nas grandes verdades que estamos considerando, tanto mais veremos que não só são eminentemente práticas, senão que em certo modo são o único prático de quanto no mundo existe.

Pessoas há que se vangloriam de ser muito práticas; porém, muitas vezes são mais práticos aqueles que não crêem que sejam. E por outra parte — os que se ufanam de ser homens práticos, o são muitas vezes menos, pois que ainda que em certo modo o sejam, são absurdamente inábeis em tudo quanto à totalidade da vida se refere.

Que proveito, por exemplo, pode haver para o homem que, materialmente falando, é dono do mundo inteiro e jamais tratou de conhecer sua própria alma? Vemos multidões de homens completamente enganados sobre o conceito da vida real, homens que ainda não aprenderam o a-bê-cê de como  deve-se viver. Sao escravos abjectos dos bens temporais, que se crêem donos das riquezas e estão completamente dominados por elas, cujas vidas são absolutamente inúteis para seus semelhantes e para o mundo inteiro; que quando já não podem suster o corpo (agente do qual se relacionam com o mundo material) se ficam pobres, miseravelmente pobres; e incapazes de levar a mais insignificante partícula de suas riquezas, vão-se para a outra vida exaustos e nus.

As boas ações, as desenvoltas qualidades de caráter, as realizadas forças da alma, as positivas riquesas da vida interior, todas aquelas coisas que chegam a ser os nossos bens eternos, não ocupam lugar algum em sua mente e por isso andam privados das coisas verdadeiramente necessárias à vida. E ainda muitas vezes pior que privados. Por que não havemos de supor que, uma vez adquiridos os hábitos, possam perder-se mais facilmente em outra forma de vida distinta da atual. Se alguém deixa voluntariamente que tome vôo determinado vício, não devemos supor que a simples morte do corpo estabeleça condições de perfeição. Tudo tem sua lei, sua causa e efeito. Colhe-se o que se semeia, não só nesta vida, como em todas.

Quem tem por único desejo amontoar bens terrenos, estará bem escravizado a eles ainda depois de sua morte; mas então nem sequer terá o meio de satisfazê-lo. Dominado por aquele vício, será incapaz de pôr seus efeitos em outras coisas, e o desejo insatisfeito atormentá-lo-á duplamente. A sua tortura poderá aumentar ainda ao ver que pródigos herdeiros dissipam riquezas com tanto afã por ele amontoadas. Legou suas propriedades, segundo se diz, a outros sem que lhes possa dizer nem uma palavra acerca de como as empregam. Que loucura, pois, pensar que os bens materiais são nossos! Que absurdo, por exemplo, o cercar umas tantas áreas de terra de Deus e dizer que são propriedade nossa! Nada é nosso até ao ponto de detê-lo. As coisas que às nossas mãos chegam, não chegam para ser possuídas nem muito menos entesouradas, senão para que delas façamos prudente e acertado emprego. Somos simples administradores e como tais ser-nos-ão exigidas contas dos bens que nos foram confiados. A grande lei das compensações, que se faz sentir em todo o  mundo, é admiravelmente exata em seus efeitos, ainda que às vezes não possamos de todo entendê-la nem reconhecê-la sequer quando atua em relação conosco mesmos.

Quem logrou a realização de uma elevada vida já não deseja amontoar riquezas nem demasias de outra espécie. À medida que for reconhecendo o fato de que é internamente rico, vai deixando de estimular as riquezas terrenas. Quando realizar o fato de que seu interior emana uma fonte mediante a qual pode pôr em suas mãos, à sua devida hora, o suficiente para prover todas as necessidades, não se afanará por mais tempo em entesourar riquezas materiais que absorveriam toda a sua atenção e cuidado, e assim põe em seu pensamento e emprega o tempo nas coisas reais da vida. De outro modo: primeiro acha o reino de Deus e depois age de maneira que tudo o mais venha por ligação.

É mais difícil um rico entrar no reino dos céus (disse aquele mestre que sem ter nada, teve tudo) do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha. Quer isto dizer: se um homem só pensa em acumular tesouros de que por sua demasia não pode desfrutar, ver-se-á incapaz de achar aquele maravilhoso reino com o que todas as coisas são aparelhadas. Que vale mais, ter um milhão de dólares com o cuidado que tal riqueza leva consigo, ou chegar ao conhecimento de leis e forças pelas quais cada necessidade fica prevista em tempo oportumo, e saber que nada justo nos será negado, que a dádiva será proporcionada à petição?

Quem entra no reino deste elevado conhecimento nunca cuidará de levar consigo as insanas espécies que muitos homens disputam hoje em dia por seu mais firme apoio neste mundo, mas sim evitá-las-á como se evita uma horrível laçada. Quando chegarmos à realização dos altos poderes, de atender ao entesouramento de riquezas vãs, que mais estorvam do que ajudam. Tal é o fundamento da verdadeira solução nesta como em todas as fases da vida.

Se as riquezas excedem de certo limite, não podemos empregá-las e chegam a ser um impedimento ao invés de um auxílio, um castigo ao invés de uma bênção. Por toda parte há pessoas que vivem desmedradas e raquíticas, e poderiam viver louçãs e ditosas cheias de perene gozo, se houvessem empregado prudentemente a grande parte da sua vida mal gasta em entesourar.

O homem que entesourar durante toda a sua vida e ao morrer legar os seus haveres para fins piedosos, está num erro do conceito de vida. Não é mérito em mim dar um par de botas velhas ao descalço; porém, sim — suponho que a dádiva seja um mérito — o é o dar um par de botas novas a quem anda descalço no rigor do inverno e se esforça em viver honradamente para sustentar sua família. E, ao dar-lhe as botas lhe dou também o meu carinho; terá dupla dádiva e eu dupla bênção.

O mais prudente emprego que o rico pode dar às suas riquezas é acumulá-las em sua existência moral, em seu caráter, dia a dia enquanto viva. Deste modo, a sua vida ir-se-á ampliando e enriquecendo continuamente, e tempo virá em que se olhe como sendo uma desgraça um homem deixando atrás de si tais riquezas acumuladas.

Muitas pessoas moram em palácios e são mais pobres que aquelas que carecem de teto onde abrigar-se. Pode um homem possuir e habitar um palácio para ele mais miserável que uma choça.

A traça e o mofo são os meios de que Deus se serve para desagregar e espalhar em novas formas o que fora entesourado e não tem oportumo emprego. Existe também uma grande lei continuamente operativa, cujos efeitos são privar do verdadeiro gozo e de suas plenas faculdades a quem entesoura.

Muitas pessoas estão sem cessar afastadas de elevadas e ótimas coisas por causa de aferrar-se às velhas. Se enxotassem o passado, cederiam lugar às novas coisas que lhe chegam. A avareza sempre acarreta prejuízo, já em uma ou noutra forma. O emprego prudente encerra sempre uma remuneração beneficiosa.

Se a árvore mantivesse em seus ramos as folhas murchas, brotaria nela uma nova vida ao fecundo hálito da primavera? Se a árvore está morta, não cairão as ressequidas folhas, pois ela não terá seiva nem brotos novos; porém, se a árvore está  viva, é necessário que se despoje da emurchecida folhagem para ceder o posto às verdes folhas.

Lei do Universo é a opulência, lei é a abundante visão de cada necessidade, se não há nada que a isso se oponha.

A vida normal consiste em chegar à plenitude de poder por meio da contínua realização de nossa unidade com a Infinita Vida e Poder, para acharmo-nos na possessão constante de todas as coisas necessárias.

Não entesourando, senão fazendo prudente uso das coisas que chegam a nós, teremos uma sempre renovada provisão delas, segundo as nossas verdadeiras nevessidades. Por esse meio, não só chegaremos a possuir os inesgotáveis tesouros do Infinito Deus, como também, por nosso intermédio, poderão chegar às mãos de outrem.

FIM

NÃO HÁ DERROTA PARA UM FILHO DE DEUS

UNIDADE

Um verdadeiro homem e uma verdadeira mulher se conhecem na hora da adversidade. São como o alóes que nos delicia o olfato quando está no fogo. Assim também as virtudes se demonstram na luta.

Aquele que cultiva os valores internos são invencíveis. Em vez de se abaterem, saem fortalecidos da refrega. Como diz o sábio Shiraz: “Já viram o ouro perder valor por cair na lama? Já o pó, mesmo que se eleve ao céu nas asas do vento, continua pó. Um íntimo nobre sempre o é, mesmo em pobreza e aparente desonra, ao passo que a pessoa sem valor interno, continua desprovida, mesmo na opulência. O nobre de alma jamais perde o que tem e logo reencontra a prosperidade que lhe corresponde por direito de nível de ser”.

Se V. está passando por qualquer desafio, inspire-se e fortaleça-se nestas palavras de verdade. Nada e ninguém podem arrebatar as capacidades, os talentos e a confiança de uma pessoa internamente rica. Ainda que perca as coisas, restam-lhe os meios que a levarão a recuperar em dobro o que tinha, em razão da experiência acrescida.

“O nascido de Deus vence o mundo”.

I João 5:4

DÊ VIDA À VIDA

Dárcio

Dar vida à vida parece paradoxal! Entretanto, é o que todos precisamos fazer! Dar vida à vida é viver este agora como ele é: o instante único em que vivemos sempre! Para quê fazer planos? Para quê relembrar passado? Para quê antever futuro? A vida é agora! Como a vida é? Humana? “Quem perder a vida, acha-la-á”, disse Cristo, para revelar o que é Vida, agora, em cada um de nós!  Disse também “Eu sou a Vida!” O verbo está na primeira pessoa do presente.

Alguém poderia dizer: “Se eu for viver este agora, a minha vida está péssima!” Que lhe faltaria perceber? A Vida real! A Vida em SI! DEUS! Sem Deus, a vida é sem sentido! Sem Deus, inexiste vida! A ilusão mostra uma vida limitada e temporária! Nela, perseguimos a felicidade de todas as maneiras! Mas, felicidade é Vida! Felicidade é Deus! Onde está Ele? Em nós!

Deus é nossa Consciência! Eis o sentido da frase “Eu sou a vida!”.
Uma vez percebido que Deus é Vida, que mais a Vida pode ser? Vida é a totalidade daquilo que Deus é! Vida é Amor! Vida é Luz! Vida é Alegria! Vida é o Aqui-e-agora discernido interiormente!

E o mundo visível? Tem vida? Não! Parece ter, mas é simples imagem na mente! Como? Sim, mera imagem hipnótica! Um sonho parece conter elementos vivos para o sonhador! Mas, mesmo assim, a vida de tudo pertencente ao sonho é mera ilusão mental! Que dificuldade, para a mente humana, aceitar esta
verdade! Ela está em vários ensinamentos revelados conhecidos! Mas, a mente humana não pode assimilar algo dessa natureza! Somente “as criancinhas” podem fazê-lo!
Paremos de analisar nossa “vida” humana! Paremos de achar que ela está boa ou ruim! Ela é “nada”! A Vida REAL é a Vida Divina sendo nossa Consciência! NELA SOMOS TUDO! Encontrar nosso verdadeiro Eu é encontrar a nossa Vida verdadeira: e, então, as revelações serão verdadeiras para nós, por terem
sido Autocomprovadas! E dentro de nós!

SEU MELHOR ANO!

Allen White

Leitor,

estou lhe garantindo a experiência de seu melhor ano. Isto porque a Verdade já é verdadeira—já está visivelmente presente e é um Fato imutavelmente estabelecido. Cada pontinho da Existência infinita é um ponto de Perfeição. Ciente disso, seus estudos, orações e contemplações meditativas não serão feitos com o propósito de melhorar, mudar, curar, obter ou atingir algo. A Perfeição (Deus) já é Tudo.

Você já deve ter notado que apenas ficar afirmando que Deus é Tudo não é o bastante para imunizá-lo frente às batalhas e tempestades da vida. A mera repetição destas palavras não tem revelado visivelmente a nulidade da existência humana. Mais se faz necessário.

Como ser humano, você não poderá viver uma vida gloriosa, radiante e triunfante, livre de discórdia e doença. Proclame para si próprio, exatamente agora, que sua Identidade já é o Deus que é Tudo. Os chamados milagres começarão a surgir. Assumindo esta Verdade, real e confiantemente poderá dizer: Eu Sou Tudo, Eu Sou todo Poder, Eu Sou Onipresença, Eu Sou Infinidade, Eu Sou Perfeição, Eu Sou Verdade, Eu Sou Substância, Eu Sou Luz, etc. Isto não será uma elevação da identidade humana para a Divina; antes, será a eliminação da humana pelo reconhecimento da Divina como sendo tudo que há.

Sem flutuações, permaneça em e como esta Verdade. Contemple diariamente a Verdade de sua Identidade. “Já faço assim”, pode você estar pensando. Muitos dizem isto, mas, depois da contemplação matinal, acabam entrando em flutuações e vacilações. Suas conversas, ao longo do dia, expõem o fato de que eles realmente parecem acreditar que suas identidades são humanas. Portanto, persista diariamente na “Eu-Sou-Contemplação”, até deixar de se identificar com alguém de cor branca ou negra, de sexo masculino ou feminino. Continue até parar de identificar seu Eu Eterno com uma data de nascimento ou data de morte futura. Continue até compreender, sem nenhuma sombra de dúvida, que você não é senão a presença visível de cada Verdade que veio ouvindo ou lendo. Sim, Amado, persista, até  todos os vestígios de humanidade visivelmente serem derrubados, revelando mais e mais o Esplendor Consumado de sua Identidade “EU SOU”.

Você, agora, chegou ao seu ponto de rompimento. Até parece que você e eu havíamos assumido um compromisso com nossos olhos de aceitar os seus informes conforme aquilo que está ou não acontecendo num dado momento. É um acordo que você deve quebrar. Muitas vezes, temos aparentemente trocado a Verdade pela ficção. Toda esperança e prece por uma vida melhor ignoram a Existência inabalável como única manifestação. Toda esperança e prece por uma vida melhor se baseiam  nos olhos testemunhando um mundo oscilante. Amado, você não pode continuar desse jeito! Diante de uma escolha entre o que parece ser, de acordo com os sentidos, e o que é, de acordo com a totalidade de Deus, escolha sempre Deus. Faça isto! Permaneça nesta escolha! Não permita oscilações. e repentinamente uma nova visão lhe será aberta, testemunhando a Perfeição exatamente onde a imperfeição parecia estar presente. Se você sabe que Deus é verdadeiramente Tudo, descobrirá ser isto é bem fácil. Se apenas tem repetido as palavras, sem nenhuma percepção de que são a Verdade, isto lhe será difícil; e, caberá a você a tarefa de, em preces contínuas, descobrir a real natureza de Deus.

Meu amado, após assim ter feito, poderá ir ao seu mundo e proclamar que tudo e todos SÃO a Perfeição Evidenciada. Poderá olhar para seu mundo e declarar que é o Paraíso. Poderá olhar para cada aparência de carência e declarar a presença da Abundância Infinita. Poderá olhar para si mesmo, e para o próximo, marido, esposa e filho, declarando secretamente que todos são Deus. Cada dia estará evidenciando mais e mais de sua Divindade, e você irá desfrutar o seu melhor ano.

O REAL FELIZ ANO NOVO

Dárcio

O conhecimento da Verdade de que as Obras Divinas estão prontas, e que o homem é a maior delas, um ser que expressa Deus, faz com que na aparência seja visto este desdobramento visível a cada instante! “Pai, tudo que é meu é teu e tudo que é teu é meu, e nisto sou glorificado!”. Assim orou Jesus Cristo! Este reconhecimento de nossa Unidade com Deus, deste amor que sentimos pela Verdade que somos, e pela Unidade que formamos, revela o sentido da Vida e o vínculo eterno que há entre todos nós!

Deus é Amor e todos nós, que somos o Verbo em expressão, somos Amor! Uma realidade  que jamais o mundo visível saberá entender, pois, “não é deste mundo”.

O real ANO NOVO não é uma nova seqüência de dias que iremos viver na aparência, mas sim o desdobramento visível da VERDADE que vivemos sempre neste AGORA! Portanto, medite e repita com Jesus:

Pai, todas as minhas coisas são tuas e todas as tuas coisas são minhas! E nisto sou glorificado!

Contemple esta Verdade eterna, permaneça nesta visão absoluta, e todo “ANO NOVO” da aparência dará mostras de sua veracidade, num desdobramento pleno de harmonia, paz e felicidade!

FELIZ AGORA! E FELIZ REAL ANO NOVO!

VOCÊ: UM PROJETO DO AMOR DIVINO

Dárcio

“E criou Deus o homem à sua imagem ; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.”
GÊNESIS 1: 27

A revelação de nossa origem divina é a base metafísica para que somente creiamos na obra de Deus como permanente, sem que nos deixemos envolver pelo ilusório universo de aparências fraudulentas. Jesus disse: “O filho faz aquilo que vê o Pai fazer”. E revelou-nos um Deus que é o nosso Pai comum! Esta revelação deve fazer com que jamais VOCÊ se avalie, ou a outrem, segundo as aparências visíveis.

Existe um Deus vendo aparências ilusórias? Existe um Deus vendo em Si mesmo, em Sua Onipresença, alguma imperfeição? Existe um Deus aceitando “outro ser” ao lado de Si mesmo? Que as respostas fluam de SUA PRÓPRIA Consciência!

Deixando de lado o mundo exterior, volva sua atenção para o Reino interno, em que Deus e Homem são um, em que a Mente de Deus e a Mente do Homem são uma! Descubra a Verdade absoluta ensinada pelos grandes mestres! Não há dois mundos: o interior e o exterior! O Reino é um só: a Realidade espiritual! Com toda a atenção voltada a ela, reconheça-a como “perfeição absoluta”, e terá, refletida na mente humana, que atua como espelho, a imagem tridimensional visível correspondente!

Busque unicamente o que é real! A Realidade é una conosco! Desse modo, estando em unidade com o Reino infinito,  visivelmente este “reconhecimento” se mostrará  como todas as coisas supostamente necessárias.

Sua origem é Deus! VOCÊ EXISTE COMO UM PROJETO DO AMOR DIVINO! Nada mais atua sobre você! Unicamente a Lei do Amor o governa! E esta Verdade é demonstrável! Só depende de aceitação incondicional!  Seja “o filho que faz somente o que vê o Pai fazer”! Assim, estará vendo, reconhecendo e sendo unicamente a Perfeição universal e infinita! Erradique em definitivo todas as crenças e conceitos fraudulentos feitos sobre seu ser! Rejubile-se! VOCÊ É UM PROJETO DO AMOR DIVINO!

VIVA COMPLETAMENTE LIVRE!

Dárcio

Viva completamente livre! Assim estará realmente UNO COM DEUS! Deus Se ocupa por inteiro e em completa liberdade! Não se amarra a pensamentos pequenos! Não se preocupa com nada ! E o Universo FLUI! Aja em Unidade com Deus! Aja como Deus! De nada lhe adiantará repetir maquinalmente, “Eu e o Pai somos um”, para sair tenso, na correria, pensando em problemas etc.

Corte pela raiz e com firmeza este mesmerismo! Contemple o Universo fluindo! Confirme sua Mente divina! Deus está em toda parte! Logo, está onde VOCÊ está! A Mente divina está em toda parte! Logo, está onde VOCÊ está! Assuma isto com discernimento! Entenda que o que parecia lhe deixar tenso, preocupado, angustiado ou agitado era pura ILUSÃO!

VIVA COMPLETAMENTE LIVRE! Desse modo, o “seu” Universo fluirá harmoniosamente, pois, ele é o mesmo Universo que é DEUS!

A EXPERIÊNCIA DE DEUS

Dárcio

Muitos pensam que a chamada EXPERIÊNCIA DE DEUS é algum tipo de experiência espiritual vivenciada apenas ocasionalmente por alguém. Eis o porquê de jamais devermos encarar o mundo sem ser a partir do Absoluto. A Experiência de Deus é um acontecimento ininterrupto; é um fato que está se dando sempre, a todo instante, inclusive AGORA.

Deus É! Logo, a “Experiência de Deus” também É!  DEUS É TUDO COMO TUDO, o que torna claro que este EU, que EU SOU, é obrigatoriamente aquilo que Deus É, tudo que Deus É, e somente o que Deus É. Conclusão: EU SOU A EXPERIÊNCIA DE DEUS. A minha Existência é a Experiência de Deus; a sua Existência é a Experiência de Deus, e a Existência Universal é a Experiência de Deus. Este simples reconhecimento constitui a chamada meditação, ou contemplação da Verdade.

A Experiência de Deus não ocorre somente durante as meditações: Ela está ocorrendo sempre! Meditamos apenas para PERCEBER este Fato. Mais correto seria dizer que a Experiência de Deus ocorre INCLUSIVE na hora em que meditamos. Este mecanismo é análogo ao fato de estarmos vivos. Cada um de nós está vivendo agora. Ao fazermos uma pausa para perceber este fato, será que o estaríamos tornando verdadeiro a partir de então? Não; nós já estávamos vivos!

Dissemos, há pouco, que a constatação de que estamos vivos é análoga à percepção da Experiência de Deus. Mas, as duas coisas não são realmente análogas, mas sim idênticas. Na verdade, as duas são uma COISA ÚNICA. Deus é Tudo como Tudo. Deus é Vida, e a ÚNICA Vida que há. A Experiência de Deus, portanto, é a Experiência da Vida. Passamos todos, neste AGORA, pela experiência de viver, e esta constitui a própria Experiência de Deus. Além disso, sendo Deus Tudo como Tudo, não existe mais ninguém que pudesse ter a Experiência de Deus. Estamos expondo o seguinte fato: A EXPERIÊNCIA DE DEUS É EXPERIENCIADA PELO PRÓPRIO DEUS, E NUNCA POR ALGUMA PESSOA. Não existe pessoa alguma neste Universo. DEUS É TUDO! E Deus aparece COMO cada Expressão individual. Não há “Experiências de Deus” pessoais ou isoladas! HÁ SOMENTE UMA EXPERIÊNCIA DE DEUS, CONSTANTE E ININTERRUPTA, SENDO A EXPERIÊNCIA DE CADA UM DE NÓS, NESTE EXATO INSTANTE.

Cada um de nós deve chegar a uma única conclusão: “Eu sou a Experiência de Deus. Deus experiencia a Si mesmo como o Ser que Eu Sou”.

O Universo não é como a suposta mente humana o vê e aceita. A contemplação desta Verdade precisa ser feita. Muitos já ouviram que a mente humana apenas forma um conceito de Universo; porém, a maioria não se deteve nesse ponto para bem conscientizá-lo. Precisamos nos acostumar com a idéia de que a Experiência de Deus é algo ininterrupto, pois a falsa crença de que tal Experiência “nos chega” pela meditação ou contemplação vem predominando na vida de muitos. Exemplificando, é inaceitável, após sermos informados de que o mundo não é como aparenta ser, que continuemos a aceitá-lo da mesma forma, muitas vezes até mesmo justificando tal aceitação com frases do tipo: “Eu somente compreendi isto intelectualmente”. Não; a suposta sabedoria humana não pode “entender” intelectualmente uma Verdade. Deus é Tudo como Tudo; e Deus é a Verdade. Logo, cada um de nós está incluso nesta totalidade, ou seja, cada um já é esta Verdade.

Aqueles que lêem agora estas palavras, e se esforçam para entendê-las, apenas demonstram não havê-las compreendido até aqui, muito embora já tivessem tido anteriormente contato com estas revelações. Que conclusão podemos tirar? Que a mente que tenta conscientizar a Verdade, a cada leitura, não é a nossa mente. Nossa Mente real é a própria Verdade, e possui plena consciência deste fato. Em outras palavras, uma suposta mente humana, dotada de uma suposta sabedoria, tenta nos fazer crer que estamos num Universo imperfeito, tal como ela aparentemente nos apresenta.

No Gênesis, encontramos que o homem, tendo sido enganado pela “sabedoria da serpente”, acabou sendo expulso de paraíso. Que homem seria este? Que mente poderia ser enganada? NENHUM E NENHUMA! Eis as respostas! DEUS É TUDO! Exatamente onde o suposto homem parecia estar, verdadeiramente encontrava-Se Deus, em manifestação individual; exatamente onde a mente passível de ser enganada parecia existir, encontrava-Se a Mente Divina, aparecendo como a Mente individualizada. Conclusão: JAMAIS EXISTIU A EXPULSÃO DO PARAÍSO! Qualquer “expulsão” implicaria dualidade, ou seja, a existência de um lugar, e a existência de alguém que pudesse ser expulso dele para algum outro. DEUS É TUDO! Deus é o Paraíso, e Deus é o Ser que eternamente o habita! Em outras palavras, Deus aparece como o Paraíso e como a totalidade de tudo que nEle está contido. E, ESTA TOTALIDADE, ESTA ONIPRESENÇA, CONSTITUI A EXPERIÊNCIA DE DEUS!

Muitos dizem que não conseguem “sentir” esta Experiência de Deus, quando meditam. Assim, ficam com a falsa impressão de que teriam que se elevar ainda mais em consciência, o que, segundo eles, seria conseguido por meio de muita dedicação, horas de interiorização, etc. Contudo, não existe uma escala de graduação de consciência. DEUS É CONSCIÊNCIA, E DEUS É A ÚNICA CONSCIÊNCIA QUE HÁ! Deus está sendo, aqui e agora, a Consciência que cada um de nós já É! A Consciência de Deus, aparecendo como nossa Consciência individual, constitui a EXPERIÊNCIA DE DEUS. Assim, Deus está, agora e sempre, experienciando a Si mesmo COMO cada um de nós.

Este fato não se deve a nenhum tipo de meditação, dedicação ou qualquer outra suposta atividade humana. NÃO EXISTEM ATIVIDADES HUMANAS! Deus é a ÚNICA Atividade real. Tampouco existe qualquer pessoa para “experienciar Deus”. DEUS É O ÚNICO SER, E DEUS DÁ EXPRESSÃO A SI MESMO COMO CADA UM DE NÓS. Queremos salientar o seguinte: não fazemos meditações ou contemplações da Verdade para “sentir” a Experiência de Deus. Nosso objetivo é outro: CIENTES DE QUE DEUS É A EXPERIÊNCIA DE SI MESMO, ALÉM DE SER O PRÓPRIO EXPERIENCIADOR, PERCEBEREMOS A INEXISTÊNCIA DE QUALQUER PESSOA SUPOSTAMENTE PROCURANDO SE ELEVAR EM CONSCIÊNCIA, TENTANDO SE UNIR A DEUS, OU FICANDO NA EXPECTATIVA DE EXPERIENCIAR DEUS. Isto seria algo impossível de ocorrer, além de contrariar a Verdade Absoluta aqui apresentada.  Nunca tente, como pessoa, “sentir” a Presença de Deus. Uma ilusão jamais poderia experienciar a Realidade. Em vez disso, independente de qualquer coisa, SAIBA QUE DEUS ESTÁ SENDO VOCÊ!

“Muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram.” (Mt. 13; 17). Não são pessoas, boas ou iluminadas, que têm e Experiência de Deus. SOMENTE EXISTE DEUS! E, Deus é a Sua própria Experiência COMO a Experiência de cada um de nós.

Este conhecimento da Verdade nos dá condições de EXPERIENCIÁ-LA no AQUI e no AGORA, pois já não existem “seres humanos” e suas limitações. Há somente Deus, e Deus está sendo agora o Ser que cada um de nós JÁ É!

ESTA É A CHAMADA EXPERIÊNCIA DE DEUS.

"OLHOS DO SENHOR"

Marie S. Watts

A Bíblia estabelece que “Os olhos do Senhor são sobre ti”. Realmente, os “olhos do Senhor” são os ÚNICOS olhos que há. A Substância de toda Visão consciente, perfeita, eterna e imutável, existe exatamente aqui e agora. Este OLHO Todo-vidente, que é Deus vendo, é focalizado, ou evidenciado, neste ponto focal denominado “olhos”. Esta Visão é Deus — o EU SOU que VOCÊ É — distintamente vendo neste ponto focal. Contudo, não há separação, ou divisão, da Visão infinita que é Deus vendo. Esta Visão perfeita sempre vê perfeitamente, porque Ela sempre vê UNICAMENTE Perfeição.

NÃO SEJA "FOLHA BRANCA"

Dárcio

Envolvimento difere por completo de  participação. Quem estuda a Verdade não se envolve com o mundo das aparências, mas, por outro lado, tem nele tremenda participação! Por que? Por não haver dois mundos! Há somente a Realidade Espiritual, que reconhecemos plenamente em nossas meditações contemplativas. A Unidade do Universo Absoluto abrange esta imagem finita tridimensional, assim como a imagem colorida, vista numa TV, engloba a mesma imagem em preto-e-branco exibida por outro aparelho que apenas transmite dessa forma limitada.

No dia-a-dia, a harmonia gerada por nossas contemplações pode parecer “desarmônica” em muitas situações! Isto porque exatamente somos movidos a “participar” de tudo em nosso ambiente! Nesse ponto é que se faz necessário separar o que é “envolvimento” do que é  “participação”. Se meditamos e estamos convictos de que “somos um com Deus”, não devemos esperar que o dia todo seja uma calmaria paradisíaca! Alguns momentos poderão ser; outros não! E isto é natural! Não que iremos antever situações desarmônicas! Pelo contrário, estaremos conscientes de que a “harmonia sempre É”, e, justamente por isso é que o dia-a-dia nos apresenta situações em que iremos ter de participar de muitas maneiras, mas sem envolvimentos, para “fazer” com que as “aparências” se ajustem.

Há um texto de Khalil Gibran chamado “A Folha Branca”. Conta que uma folha branca disse ter sido criada pura, e que assim iria permanecer: pura e sem  negrura alguma que pudesse chegar junto dela. Assim o tinteiro a ouviu, os lápis a ouviram, e todos se afastaram dela. E o autor encerra o texto: “E a folha de papel, branca como a neve, permaneceu pura e casta para sempre, pura e casta — e vazia”.

Conheci pessoas no caminho espiritual que adotavam uma postura de indiferença diante de tudo! Pareciam estátuas! Entendiam que “não envolvimento” seria “não participação”. Com medo de entrar em discussões, em emitir firmes opiniões, enfim, com medo de  perder a suposta “paz” , optavam por somente a tudo observar, acreditando ser aquilo uma atitude muito espiritual! Este texto, “A Folha Branca”,  fez-me recordar esse tipo de postura! De fato, aparentemente, até eles poderiam mesmo estar se mantendo melhor  do que se entrassem em “confronto” com as pessoas e situações; mas, estariam se comportando como a “folha pura, casta e VAZIA!”. A Verdade não gera acomodação ou apatia na vida humana! Pelo contrário, ela gera as condições necessárias de “ajustes”. Aquele que teme participar de tudo, achando que evitar todo tipo de troca de idéias significa poupar discussões, atritos e desavenças, e que isto significa ser “místico”, desconhece o princípio de que “somos todos um”. Por sermos uma “unidade”, a participação nossa com “todos” é a participação global “conosco mesmos”; assim como corrigiríamos, na aparência, algo errado em nós mesmos, ao fazermos o mesmo com os demais, estaremos igualmente fazendo a nós mesmos! A Verdade é a Verdade! Onde o erro aparecer, deverá ser corrigido! Com nossa total participação e sem envolvimentos emocionais! Mesmo que momentaneamente as coisas se mostrem conturbadas!

O filho de Deus, na aparência, não é  vaca de presépio  nem galo de briga! Ele simplesmente deixa fluir a reação natural que cada situação for lhe requerindo! Após cada evento, as partes refletirão e a razão tomará conta! Se formos ver como Jesus agia, notamos que ele estava sempre participando de tudo, ora sendo manso, ora sendo ríspido, mas sempre sendo aquilo que cada situação lhe fosse exigindo! Contudo, lembremo-nos: ele  agia após orar e discernir com clareza sua “unidade com Deus”. Somente assim, poderemos agir livres e confiantes de que as nossas atitudes, ou opiniões emitidas, são realmente as corretas e cabidas.

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OBS: Durante as contemplações, devemos olhar todo o quadro visivel como ILUSÃO! E incluir, neste quadro, a aparência humana do nosso ser. Deus é o Ser que somos! E o Reino de Deus é sempre o local em que estamos!

O "AGORA" NÃO É O "HOJE"

Dárcio

Assim como a cena vista na tela de cinema é “morta”, pois a “viva” está sendo projetada para substituí-la, o seu dia de “hoje” é cena já extinta! Onde está seu “hoje real”?: No AGORA ATEMPORAL que se desdobra a cada instante! Desse modo, extráia a sua atenção do “hoje” para o “AGORA”. Faça-o para valer, sem se importar se as imagens são ótimas ou péssimas! Desse modo, em vez de se prender a uma imagem-crença, onde são vistos os conceitos de bem e de mal, você estará discernindo o AGORA PERFEITO, mantido por Deus.

“O que se vê procede do que não se vê”, isto é, o que “hoje” é visto, é efeito da Causa única, que é Deus! Assim, firme-se no AGORA que o mundo não vê, reconhecendo-O PERFEITO, para que, a partir de então, ele apareça visivelmente como efeito desta contemplação! Nesse sentido, disse Jesus: “Busque o Reino de Deus e a sua justiça, e todas as demais coisas lhe virão acrescentadas.”

NENHUM NA CISTERNA

Dárcio

No Evangelho de Tomé, encontrado no Egito em 1945, encontramos as seguintes palavras de Jesus Cristo:

“Há muitos em volta da cisterna, mas não há nenhum na cisterna”.

A raça humana vive hipnotizada, sem saber de onde veio, onde está e para onde vai. Acomodou-se a esse desconhecimento. Os poucos que se interessaram pelo autoconhecimento, obtido por revelações, acabaram por descobrir a Essência una da Vida. Como reagiu o mundo diante das revelações? Ou as ignorou ou criou estátuas para cultuar os mensageiros!

A Verdade comum a todas as revelações diz que Deus e homem são um! Esta é a “cisterna”. E, como disse Cristo, muitos  ficam apenas  rodeando-a, sem se darem conta de que o radicalismo, em termos de aceitação, reconhecimento e identificação, é vital!

“Não existe um ponto em que Deus termina e começa o homem!. Aquilo que é visível de nós é Deus. Nós somos Deus tornado visível.” escreve Joel S. Goldsmith. Também na Seicho-No-Ie encontramos que “Deus e homem são um só corpo; Deus é a Fonte de Luz e o homem é a Luz emanada de Deus”. Jamais houve uma revelação tratando o homem como ser material, em evolução ou separado de Deus!

Quando Jesus afirmou: “Eu e o Pai somos um”, incluía, nesta percepção, a totalidade da Existência! O “Reino de Deus” é a “cisterna”. Abandone o “eu” que ilusóriamente a rodeia, e se identifique com o “Eu Sou”, que VOCÊ É, já presente DENTRO DELA!

A PERFEIÇÃO DA IMAGEM VERDADEIRA

Masaharu Taniguchi


Silenciosamente feche os olhos para o
mundo fenomênico e mentalize
o panorama do mundo perfeito da Imagem Verdadeira:


É repleto de bondade, é repleto de bondade;
é repleto de harmonia, é repleto de harmonia;
é repleto de beleza, é repleto de beleza;
é repleto de amor; é repleto de amor;
é repleto de saúde, é repleto de saúde;
é repleto de conforto, é repleto de conforto;
é repleto de Deus, é repleto de Deus;
é repleto de boas idéias,é repleto de boas idéias.

Todos os países, todos os homens estão harmonizados e se confraternizam.

Neste momento,aqui, é o Paraíso,
neste momento, aqui,
é o Paraíso…

Ao mentalizar assim, neste momento você está no Paraíso,
exatamente como mentalizou, pois o pensamento
é a única força que tem existência real,
e o mundo material não passa de sua imitação (projeção do pensamento).
E então, este mundo, que não passa de imitação,
começará a se transformar para o lado bom, para o lado belo,
para o lado saudável e para o lado harmonioso,
movido pela força concretizadora
do pensamento.

O PONTO ESSENCIAL

Lillian DeWaters

O ponto grandioso a ser considerado por você é o seguinte: você está agarrado à idéia de sua Realidade espiritual? Ou está se identificando com uma existência material? Com Deus ou com homem? Com a inspiração ou com a razão? Com a Mente divina? Ou está se concedendo uma mente humana separada?

O homem, tendo aceito que há muito deixou a casa do Pai, em imaginação vem se associando com os pares de opostos, bem e mal, vida e morte, e limitações de tempo e espaço. Seu sucesso e riqueza , também, vem dependendo largamente de sua atitude em relação a pessoas, circunstâncias, tempo e condições. Mas, nesse patamar, jamais ele poderá encontrar a paz completa, simplesmente porque esta paz completa não poderá ser achada em falsas aceitações.

Quando o homem se identifica com o Espírito, com a Mente única, ele vê que não pode mais acreditar em outra mente, como até então vinha fazendo. Na Luz Auto-Reveladora, ele pode ver que EU SOU AQUELE QUE SOU, e fica conhecendo sua inerente unidade com aquele “EU”. Desse modo, deixará de pretender evoluir ou espiritualizar uma suposta mente humana, movido pela crença falsa de que esse método alcançaria aquela mente que estava em Cristo Jesus. Tampouco desejará curar ou modificar um corpo que ele considerava ser material, com o propósito de restaurá-lo à condição real de saúde e de harmonia.

( N. do T.) ESTARÁ DESPERTO E VENDO, COM O “OLHO SIMPLES”, O SEU CORPO ESPIRITUAL E ÚNICO, ETERNAMENTE PERFEITO, HARMÔNICO E IMUTÁVEL, O “TEMPLO DO DEUS-VIVO”.)

NÃO HÁ PROVAÇÕES NA ILUSÃO

Dárcio

A crença de vida na matéria gera outra crença ainda mais absurda: de que esta vida é uma provação de Deus, uma “escola de evolução espiritual” e outros disparates correlatos! Por isso, é fundamental discernir com clareza que DEUS É TUDO! Se alguém estiver envolvido com os quadros mostrados pela mente humana, ou com alguma pessoa ou fato presente neles, estará acreditando numa ILUSÃO! E, se entender aquilo como “provação”, “veículo de aprimoramento espiritual”, etc, estará simplesmente afirmando que o “NADA”  lhe está sendo ÚTIL! Poderia haver ponto de vista mais ridículo?

Cristo disse ter vindo para que tenhamos “vida com abundância”. Esta “vida com abundância”” é nosso entendimento constante de que Deus vive SUA VIDA como cada um de nós! Esta Vida é infinita, e se estende a partir de nós mesmos até o infinito!

Não lhe basta meditar e, logo em seguida, sair para o dia-a-dia encarando tudo e todos materialmente! Esta pré-disposição coletiva é que o torna  “isca do mesmerismo”! Ao menor contratempo visível,  você irá ali depositar toda a sua atenção; e daí por diante, a Verdade de que DEUS É TUDO lhe ficará aparentemente esquecida pelo resto do dia!

Inverta isso! Contemple, pela manhã, a totalidade de Deus; quando sair, faça-o pré-disposto a reconhecer que “é santo o solo em que pisa”; olhe cada pessoa e recorde: “Ela é uma extensão da Luz que eu sou; somos todos um em Deus!” Tenha em mente que o cenário todo, o que é REAL, é formado de uma substância espiritual! Não existe matéria! Não existem pessoas materiais! Não existem acontecimentos materiais, nem bons nem maus! DEUS É TUDO! Esta Verdade deve acompanhá-lo de forma bem aflorada aonde quer que você vá! Não a deixe restrita ao seu “local de contemplação”. Ao primeiro “contratempo” que tentar iludi-lo, saia fora! Reconheça o seguinte:

“Isto não me convence de que Deus não seja Tudo!”

Habitue-se a fazer este reconhecimento na hora, de imediato! Não se alinhe com a MIRAGEM!  Faça do mundo todo o seu “local de contemplação” Assim,  realmente, VOCÊ irá “vencer o mundo”.

SABER CALAR

Dárcio

Diante da revelação de que “O Espírito de Deus habita em VÓS”, se meditamos, é unicamente para discernir esta Presença-Viva sendo o nosso ser!

Faça o seguinte: com esta citação em mente, ou seja, “O Espírito de Deus habita em mim”, fique calado! Deixe a Voz divina Se anunciar sozinha! Aguarde! Sinta-se na presença de Deus! Sinta Deus sendo a SUA PRESENÇA! Perceba que DEUS É TUDO! Solte-se nesta Verdade pelo tempo que lhe parecer o suficiente!

Não há momento mais glorioso do que este! Desfrute-o ao máximo!

VIVA CENTRADO NO SER

Roy Eugene Davis

Leve esta lição a sério, quando for meditar: viva centrado na consciência do ser; veja todas as coisas agora disponíveis para você. Quando meditar, lembre-se: você já está no centro interno puro e perfeito. Não há nada a atingir, somente há aquilo que já é autocompleto, a ser reconhecido e experienciado conscientemente.

Durante a calma da meditação, quando uma corrente de pensamentos se dissolve antes que outra surja, durante este interlúdio, a superconsciência (Mente de Cristo) é experienciada. Com prática paciente, estes interlúdios tornar-se-ão de duração mais longa, até que a mente fique clara e prevaleça a consciência pura.

Retenha a calma da meditação à medida que vá se envolvendo com suas atividades cotidianas. Começará a perceber que, seja o que for que ocorra com você, terá uma qualidade semelhantes ao sonho. Você será capaz de ver através das superficialidades da matéria as causas que subjazem por trás dos acontecimentos e circunstâncias. Discernirá, sem julgamento, o comportamente mecânico e irrefletido de muitas pessoas e irá lembrar-se de como você era antes. Aprenderá a decidir o que é importante em sua vida e a desistir de coisas não importantes. Tornar-se-á desapaixonado, calmo, livre de julgamentos pessoais, não mais apegado emocionalmente ou muito envolvido com a vida. Apreciará a vida e experimentará o prazer, mas a apreaciação e a busca de prazer não dominarão sua razão.

Compreenderá que já tem tudo, porque a consciência é todo-inclusiva. Pessoas ao seu redor poderão estar experimentando o inferno de suas próprias criações ou sofrimentos que podem ocasionar uma purificação, ou o que quer que seja que elas possam considerar ser a mais elevada felicidade humana: enquanto isto, você viverá no céu, perfeitamente claro, consciente e preenchido, porque despertou de todo aquele antigo envolvimento de sua atenção.

Sua condição iluminada infundirá na consciência coletiva a luz e influência redimidora. Você não terá de se esforçar em mudar o mundo, porque terá mudado sua visão do mundo. O bem fluirá de você e é Seu desejo que prevaleça.

Observe as orientações, os preceitos. Não prejudique nada, seja honesto e verdadeiro, disciplinado, generoso, contente, puro, estudioso, devoto meditativo e entregue à vontade divina. Não deixe nenhum dia passar sem sentar-se por um certo tempo, em profundo silêncio, ficando aberto ao infinito. À medida que for fiel à vida, a vida será fiel a você, de forma abundante.

CONTEMPLE A UNIDADE EM SILÊNCIO

Dárcio

Quando Cristo disse: “Eu e o Pai somos um”, revelou a unidade da Realidade absoluta! Nesta unidade está todo o segredo da revelação! Que é o Reino de Deus “dentro de nós?” A percepção dessa UNIDADE! Se tudo é UM, somos o UM! Nada nos pode ser tirado ou acrescentado! Segundo a visão humana, tudo é diferente desta revelação. Assim, as pessoas, iludidas por um universo que não existe, tentam nele acumular coisas, encontrar pessoas, escapar de problemas, etc. Como sair desse mecanismo falso ou ilusório? Através do Silêncio contemplativo!

Somos UM! Não há duas mentes nem duas vidas! Deus é VIDA ou MENTE ÚNICAS! Se contemplarmos esta Unidade, ou seja, se a reconhecermos e a considerarmos como Fato eterno e, portanto, fato deste AGORA, estaremos vivenciando nossa libertação completa! Enquanto acreditarmos em “mundo humano”, estaremos sendo vítimas desse hipnotismo de massa! Ao pararmos para dar crédito à profunda revelação de que “este mundo é nada”, ou seja, de que “o reino não é deste mundo” (Jesus Cristo), ou de que “este mundo é maya (ilusão)(Buda), estaremos despertos! Vivos como VIDA ÚNICA! Conscientes como CONSCIÊNCIA ÚNICA! E, o ilusório mundo do bem e do mal terá se evaporado de nossa percepção!

O Silêncio contemplativo é o recurso de que dispomos para reconhecer esta UNIDADE ILUMINADA que somos! Se quisermos vivenciar esta Realidade, precisaremos nos dedicar a estes princípios. Eles são verdadeiros! Que cada um pare neste instante, percebendo interiormente:

“Eu e o Pai somos um”. EU SOU UM! EU SOU O “UM”!

O SÁBIO E O LENHADOR

(Sabedoria Oriental)

Um pobre lenhador, para se manter e à sua família, cortava galhos de árvores à entrada de uma floresta para vendê-los. Seu esforço era enorme! Os recursos obtidos com tremendo trabalho eram mínimos! Um dia, encontrou um sábio que lhe disse: “Homem, por que não avança rumo aos recessos da floresta?” No dia seguinte, com o conselho sem lhe sair da lembrança, o lenhador se decidiu por atendê-lo. Dessa forma, aprofundou-se um pouco mais  na mata e encontrou sândalo, que, substituindo os galhos de árvores comuns, rendeu-lhe muito mais recursos. Algum tempo depois, ao retornar-lhe à mente as palavras do sábio, ele pensou: “Na verdade, ele nada me falou sobre o sândalo, mas, sim, para que eu me aprofundasse na floresta.” E o lenhador resolveu se embrenhar bem mais na mata, chegando, primeiramente a descobrir uma mina de prata, que o tornou milionário, para, em vezes seguidas de um aprofundar cada vez maior, acabar por encontrar  outra mina,  de ouro, e depois ainda outra, de diamantes.

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Nota: Há milênios que a raça vem sendo orientada para procurar “a pérola de grande preço”, oculta nas profundezas de seu próprio ser. Mas, as “imagens coloridas” da ilusão exercem sobre ela uma atração hipnótica, ocupando-a com aquilo que é “nada”. E assim, os reais tesouros, eternamente a todos disponíveis, ali permanecem em eterna espera, até que a frustração se acumule em níveis extremos, fazendo com que “cada lenhador” resolva, de uma vez por todas, se aprofundar na “Floresta” da própria Consciência, e encontrar, finalmente, a Mina de sua Plenitude! (Dárcio)