Dárcio
Capítulo IX
O FUTURO É AGORA
Na Metafísica Absoluta, não são aceitas as limitações de tempo e de espaço criadas pela mente humana. Quando lemos textos espirituais sobre mundo perfeito, vida perfeita, etc., somos erroneamente levados a crer que “um paraíso futuro” acabará por surgir sobre a face da terra. O mundo que a mente humana é capaz de perceber nada tem de perfeito. Por isso, as revelações espirituais de vida plena, de herança divina, são indevidamente encaradas como sendo profecias ou coisas futuras.
Como já vimos anteriormente, as melhorias futuras que a mente humana aceita como possíveis, já existem exatamente AGORA em escala de BEM ABSOLUTO. Portanto, a questão não é “aguardar o futuro promissor”, mas “transcender a ilusão de presente humano” para que o AGORA PERFEITO, que JÁ EXISTE, possa ser discernido espiritualmente e desfrutado.
Cristo disse: “Eu venci o mundo”. Não disse “eu vou melhorar o mundo”. Há pessoas se perdendo com idéias de “milênios”, “nova era”, “paraíso terrestre”, etc., por não terem se desfeito da ilusão que a mente humana lhes mostra como sendo realidade. “EU VENCI O MUNDO”. Este EU é IMPESSOAL! Trata-se do UNO ABSOLUTO, de que sempre fazemos parte.
As pessoas creem em “mentes pessoais”, em “eu pessoal” com problema pessoal, em “evolução pessoal”. Tudo é questão de visão. Segundo uma formiga, ela se acha no formigueiro; segundo um metafísico, a formiga se acha no Infinito! A Metafísica Absoluta nos conduz à “troca de referencial”. Seu estudo faz com que o “ponto de vista” de formiga seja abandonado, para ser adotado o “ponto de vista” de Cristo, um ponto de vista absoluto. Disse Jesus: “Se alguém quiser vir após mim, NEGUE-SE A SI MESMO, tome a sua cruz e siga-me”. A cruz não é o caminho do sofrimento; antes, é o da libertação: a anulação da crença na matéria. O Absoluto, por SER Tudo, e por SER Espírito, obriga-nos a abrir mão do “pessoal” em favor do “impessoal”.
Livres da idéia de “mentes pessoais”, as pessoas se veem livres também da crença em “estágios” de evolução ou de consciência. Identificadas com o EU SOU IMPESSOAL, transcendem as falsidades aceitas como verdades pela mente humana e desfrutam da “herança divina” a que têm direito desde o princípio sem começo.
Ninguém pode vivenciar o Absoluto considerando-se “mente pessoal” apartada do Todo. Por outro lado, a renúncia ao “pessoal” abre espaço à Autorrevelação. Portanto, pouco interessa que nos julguemos seres mortais deste mundo; importa-nos a fidelidade ao Princípio Absoluto: DEUS, O EU IMPESSOAL, É TUDO! E este EU “já venceu o mundo”.
A Verdade é prática. Suponhamos que alguém esteja vivenciando um “problema financeiro” no mundo das aparências. Sua “entrega” ao EU IMPESSOAL e TRANSCENDENTAL revela a nulidade do “mundo” e a totalidade do AGORA AUTOSSUPRIDO, que o inclui. Assim, se ele fizer esta “entrega”, consciente de sua inclusão no Todo Perfeito, ficará (futuro) sem o problema, pois, no Absoluto, o “futuro” já é o próprio “AGORA”.