MERA QUESTÃO DE PERCEPÇÃO
Dárcio
Mas em termos absolutos, o “vício verdadeiro” a ser erradicado é outro! A humanidade está “viciada em julgar pelas aparências”, e se deixa atrair por elas a todo momento, sempre de prontidão para dar a cada uma sua avaliação ilusória de “bem” ou de “mal”. E é assim que a pessoa sai às ruas: se vê um alcoolatra, logo pensa: “Um bêbado! Que cena deplorável!”; se dá uma volta e encontra algum drogado, logo pensa: “Este está pior! Dependente químico!”, e por aí vai! Esse comportamento, considerado habitual e normal, para quem estuda a Verdade é um absurdo sem tamanho! Este, sim, é o “vício real”: julgar pelas aparências, mesmo após dizer que “estuda a Verdade”! Se somos praticantes da Verdade, devemos atentar para darmos fim a este vício! Primeiramente quanto a nós mesmos; depois, estendendo a todos os demais! “O que somos é o que vemos”, porquanto Deus é TUDO! Enquanto estivermos acreditando em aparências, não as trocando imediatamente pelos fatos reais e perfeitos que existem realmente no lugar delas, teremos de nos empenhar muito mais na aplicação dos princípios! Lembre-se: se estiver vendo “viciados”, “ladrões”, “malfeitores”, etc, o “vício coletivo” permanece iludindo a VOCÊ! De que modo? Fazendo-o crer que a mente humana é a sua! Fazendo-o ver o que Deus não vê! Fazendo-o crer ser algum OUTRO, que não Deus!
Este artigo, mesmo sendo escrito para todos, se destina mais ainda àqueles que já leram, leram e releram princípios que não acabam mais! Mas que os separam da chamada “vida prática”. Assim como as “meditações contemplativas” devem se tornar hábito diário, a erradicação do “vício de julgar pelas aparências” deve receber igual dedicação! Isso não significa sair de casa “ignorando as aparências”, o que seria “empurrar a poeira para debaixo do tapete”; significa REINTERPRETAR AS APARÊNCIAS NA HORA, reconhecendo que, em lugar delas, a Verdade ali presente é a Realidade mantida perfeita por Deus! O estudo da Verdade exige esta dedicação! Quem não estiver disposto a isso, estará somente acumulando teoria! E isso lhe será completamente sem propósito!
Conhecer este processo não quer dizer que cada um deva aguardar problemas decorrentes do estudo. Pelo contrário, este conhecimento deve servir para que a pessoa permaneça firme em sua identidade absoluta, que é Deus, deixando de se envolver com as aparências boas ou más que, a todo instante, se alterarem diante dela. É intuitivo que, para algo se tornar melhor, deve antes sofrer mudanças! Estas mudanças não são feitas na pessoa, mas sim em sua suposta mente humana, que se faz passar como sendo dela! Não existe mente humana! Tudo isso é ilusão! Porém, aparentemente, cada novo entendimento espiritual altera o conteúdo de crenças na mente humana; em consequência, a mente atrairá novos fatos, pessoas e condições mais condizentes com o novo desdobramento que ocorre nela mesma. Portanto, se houver mudança de emprego, de endereço, de companhia, de profissão, etc, é importante que a pessoa saiba: “Deus é meu ser; se algo se altera na aparência, decorrente desta minha conscientização, o resultado haverá de se mostrar sempre positivo! Sabendo lidar assim com as aparências, em breve ela notará o novo padrão se manifestando como harmonia visivel.
Deus é TUDO! Neste princípio devemos permanecer! Quanto menos dermos atenção às aparências, mais rapidamente elas se mostrarão harmoniosas visivelmente! Por isso é fundamental conhecermos o processo todo; desse modo, seremos como Noé protegido na “arca”, enquanto o dilúvio de falsas crenças “acontece” à nossa volta, até que se dê por encerrado!
Parte 2 – Final
O Universo inteiro é Deus em ação! Nosso Corpo, como Templo de Deus, tem em cada “ponto” de si mesmo a Luz divina em auto-expressão onisciente! Isso quer dizer que devemos contemplar estes fatos em reconhecimento sereno e sem esforço. JÁ É ASSIM! A totalidade de nosso Corpo real é Espírito, é Luz dotada de Sabedoria onisciente. Não existe “ação de Deus” para curar ou corrigir imperfeições físicas. Isso por que não existe “corpo nascido” para ser o nosso corpo! Assim como jamais entra em nós a “ilusão” de corpo físico, também não entra em “corpo físico” nenhuma ação divina a fim de repará-lo! É preciso que fique bem claro que não temos dois corpos, um sendo o Templo de Deus, e outro sendo corpo temporal vivendo em mundo material! Não existe matéria! A partir disso, de início as crenças fraudulentas já são reconhecidas como “nada”. Desse modo, as contemplações podem ser realizadas com a maior serenidade, e os fatos reais sobre o nosso Corpo são reconhecidos e vivenciados conscientemente. Assim é a “glorificação de Deus em nosso Corpo”, indicada pelo apóstolo Paulo.
Glorificamos a Deus em NOSSO CORPO, por nos determos em sua existência eterna e gloriosa! E também por o discernirmos intuitivamente como Corpo jamais nascido, eterno, permanentemente iluminado e perfeito! Sabemos que a Sabedoria infinita de Deus está sendo cada “ponto de luz” que tem a forma chamada “Corpo”, e que esta Sabedoria, eternamente presente e ativa, jamais deixa de assumir seu papel divino de ser a perfeição absoluta no Corpo TODO! DEUS É TUDO! O Corpo, obviamente, não poderia estar excluído dessa totalidade! E, de fato, não está mesmo!
No estudo da Verdade Absoluta, esta diversidade de entendimento espiritual visto na “aparência” não pode ser aceito nem reconhecido! O Deus único Se expressa aqui e agora como todos os seres ao mesmo tempo! Se sairmos desta visão iluminada, estaremos dando brechas à ilusão, e o estudo deixará de ser absoluto! Por mais convincentes ou lógicas que as aparências demonstrem ser, todas elas são falsas! Por trás das “miragens” resplandece o Templo-Luz que eternamente somos: o Corpo perfeito, inteligente, perene e imortal. “Não sabeis que sois templos do Altíssimo e que o Espírito de Deus habita em vós? O Templo de Deus é santo e esse templo sois vós” (I Cor. 3-16.17).
Contemplar este Templo que somos, sem deixarmos espaço para a crença falsa em “corpos nascidos” atuar em nós, elimina a prática errônea dos princípios espirituais. Concentrando a atenção no Corpo luminoso e perenemente perfeito, não mais intentaremos corrigir, curar ou melhorar supostos “corpos nascidos”, que são todos unicamente efeitos ilusórios reconhecidos pela também ilusória mente humana. Sejam quais forem os chamados “sintomas físicos” indesejáveis, nenhum deles está em nós ou em nosso Corpo! Por que aparentam estar? Por permitirmos que estas “sugestões” criem raízes pelo nosso próprio endosso ou aceitação! Alguém recebe uma sugestão de “estar passando mal”: se, de imediato, disser para si mesmo: “Eu estou me sentindo mal”, que terá acabado de fazer? Terá dado poder à sugestão falsa! Caso sua atitude fosse outra, isto é, se ficasse posicionado radicalmente na Verdade, no reconhecimento absoluto de que, como Deus é seu Corpo, unicamente a onisciência atua em todo ele para mantê-Lo como perfeição permanente, a ILUSÃO se desfaria! Não eram “sintomas”, e sim “sugestões mentais ilusórias”. O mundo poderá até dar a isso o nome de “cura”; porém, não houve cura alguma! Houve unicamente a permanência consciente na Verdade que ele é, e que eternamente ele é!
Este treinamento consciente é a Prática da Presença de Deus ou vivência no Absoluto: “estarmos no mundo sem pertencer-lhe”. Nesse sentido, disse Jesus: “Trabalhai pela comida que não perece”.
Por que essa diferença? Porque no segundo caso as pessoas não perseguem a felicidade, pensando que ela esteja no exterior do ser humano.
Deus já deu felicidade a todas as pessoas. É uma felicidade termos o ar para respirar, a água para beber, uma casa para morar, roupas para vestir…Há inúmeros elementos bons e gratificantes ao nosso alcance, mas a pessoa nunca vê a felicidade neles enquanto pensar que ela está em algo que não possui. Somente consegue obter a felicidade quem reconhece que já a possui.
Quando será que cada um de nós “chegará a este ponto”? Nunca! JÁ ESTAMOS NELE! Esta percepção traduz o estudo! Nenhuma “visão ilusória” altera jamais a Obra de Deus, nossa filiação divina, nossa “glória recebida desde o princípio”. Nenhuma “ilusão” nos separa realmente de Deus! Esta é a revelação que, assumida e contemplada sem reservas, permite-nos “antegozar a Ciência Cristã absoluta”.
Não há sentido, em se tendo esta Revelação absoluta, que percamos tempo e atenção com “velho céu e velha terra”, ou seja, com a visão ilusória que insiste em ver “matéria” em lugar de “Espírito”. O “antegozo” da Revelação absoluta tem, como pré-requisito, não um “passar do tempo” dentro da ilusão, mas em se levar a sério a recomendação crística: “Não podeis servir a dois senhores”. Quais seriam eles? O “testemunho crístico” e o “testemunho material”.
A autora confirma que este vislumbre, do novo céu e nova terra “é, e tem sido, possível aos homens no atual estado de existência”. Eis o valor de uma Revelação absoluta! Eis o ponto a ser considerado!
Paremos de endossar o “mar de crenças” que, ilusoriamente, nos induz a acreditar que “um dia chegaremos lá!” Lembremo-nos: estamos “conscientizando a Verdade”, e não “conscientizando crenças falsas”. No ATUAL estado de existência, por descartarmos a aceitação do que é material, ou supostamente visto pela mente humana não-iluminada, e pela identificação plena com a visão iluminada de nossa Mente divina, naturalmente, “tornamo-nos conscientes, aqui e agora, da cessação da morte, da tristeza e da dor”, tal qual aqui nos garante a citação.
“Dai ao Senhor a glória devida”, isto é, ouçamos a Voz da Revelação em nós mesmos, com a mente quieta e receptiva! Quietude e receptividade são somente artíficios empregados para a percepção de que “mente humana” é NADA! Aqui e agora, unicamente Deus está consciente e sendo o Ser real de todos. Ao nos desvincularmos das “imagens holográficas” que a suposta mente humana chama de “mundo”, discernimos a Consciência iluminada, aqui presente e sendo a nossa. “Deus está mais próximo do que nossa respiração”, disse um poeta! Nada há mais próximo de nós, do que nós mesmos: e, este EU, que está expresso exatamente aqui e agora como a “sua” Consciência, a “minha” e a de todos, é o próprio Deus.
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No entanto, faço uma objeção a esse brocardo popular: por que preciso esperar certo tempo, após uma experiência desagradável, para, de novo, usufruir minha paz, alegria, motivação e positiva atitude em relação ao futuro? Sou mesmo obrigado a sofrer um período de desânimo e tristeza, por causa de um desentendimento com alguém? Ou porque um empreendimento não deu certo? Não! Se todos estamos sujeitos a experiências frustradoras, isso não quer dizer que sejamos obrigados a sempre reagir negativamente a elas.Só quando aceito o teor negativo de uma experiência é que me magoo e levo certo tempo para recuperar o estado natural.
Não sou obrigado a reagir negativamente! Tenho outra alternativa. Aceito que o Divino, em mim, tem o poder de curar todas as feridas e restaurar todos os desentendimentos, ao revelar-me que a parte humana reage por causa de suas falhas. Ele me dá compreensão das causas, em mim, para eu extrair proveito da experiência e evitá-las no futuro. Esse tratamento interno é muito rápido, consciente e iluminador.
No Espírito não tenho que esperar que a tempestade humana se acalme, para de novo nascer o sol; nEle me restauro, aqui e agora mesmo. Ele não deseja ver-me mergulhado dias, semanas, meses, em sombras e amarguras.
Obrigado, meu Deus, por me fazeres saber que não sou meus pensamentos, sentimentos e hábitos. Tudo isso é provisório, Meu verdadeiro Ser, que és Tu, transita, incólume, através de todas as experiências.
DEUS É TUDO! Em cada ponto do Universo infinito, existe Deus Se expressando em Sua totalidade! Por isso, o Universo todo é um manancial infinito de dádivas divinas! Como fazemos parte da Realidade espiritual, a Biblia diz: “Sois co-herdeiros com Cristo de todas as riquezas celestiais”. O que de fato nos revela esta citação? Revela que onde cada um está, está o próprio Deus em Autossuprimento! Se a pessoa deixar de se ver em seu aspecto visível e humano, que é pura miragem, para se contemplar sendo Deus em expressão individual, “O PAI, NELE, FAZ AS OBRAS”, ou seja, ele estará consciente de que Deus é o ÚNICO ser ali presente realmente, e que, sendo Deus o Autossuprimento infinito em ação, ele está na plenitude da glória!
Nestas contemplações absolutas, tanto Deus como presença UNIVERSAL quanto Deus como presença especificada como o nosso ser INDIVIDUAL devem ser contemplados, isto é, o “oceano”, a “gota”, o “oceano contendo a gota” e a “gota imersa no oceano”. Esta visão espiritual completa nos faz discernir o TODO, que é Deus, em sua inseparabilidade infinita que nos inclui a todos. O mundo visível não é realidade! É mera “sombra na mente humana” daquilo que estiver sendo reconhecido! Uma vez reconhecida a Verdade, como “sombra” teremos a manifestação espontânea de nossa saúde, dinheiro para pagar as contas, e quaisquer outras coisas que na aparência se mostrarem necessárias. Como isso se dará? Não interessa! Focalize sua atenção no que é REAL e já SUPRIDO, sem jamais ter “olhos que vasculhem miragens”. Apenas “contemple a Verdade”, como foi explicado, e, depois, aja ou deixe de agir despreocupadamente, em conformidade com as ideias e situações que naturalmente lhe forem surgindo…
“Dividir a casa”, acreditando em Deus e em mesmerismo, anulará todo o processo! O “EU” é TUDO! Sem crenças, sem ilusões, sem aparências, sem problemas, sem nascimento, sem mudanças, sem morte, sem mente humana, sem mesmerismo, eis o “EU” que “EU SOU” – O “EU” QUE É TUDO! O “EU” QUE É ÚNICO! Perfeito, universal, integral, iluminado, eterno, imutável, onipresente, onipotente, onisciente, oniativo, infinito!
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A Revelação não se identifica exclusivamente com ninguém. A Revelação é tão onipresente e universal quanto Deus. Agora, na presença de uma nova Luz, é revelado que existe somente uma Mente e somente um Ser, que eles são idênticos, e que inexiste qualquer outro. Deixando de lado o ensinamento, sistema, regra e prática baseados na premissa de que Deus é Espírito e que somos mortais, a Voz da Revelação proclama que nós somos o que Deus é, exatamente aqui e agora; nós somos Espírito, a Mente única, o Ser único.
Embora a ideia metafísica de elevação da mente humana, de ascensão de uma consciência humana, e de uma espiritualização de mortais fosse uma animadora ideia nova, quando foi introduzida, será agora suplantada por uma Luz bem maior que vem chegando. Para conhecermos, com autoridade, o verdadeiro “status” de nosso Ser, devemos voltar ao próprio Livro da Vida – o Espírito da Verdade interior. Aqui é revelado que somente existe o Um, e nenhum outro; que a Verdade do Infinito deve ser a Verdade de Tudo. Nossa aceitação do Espírito como nossa Identidade, aqui e agora, é nossa única libertação do sofrimento, tribulação e morte.
Deus não é nenhum outro, senão o “Eu”. É impossível encontrarmos Deus fora de nós mesmos. O Espírito da Revelação está em nosso interior, e em nenhum outro lugar. Saindo daquilo que é parte Verdade e parte inverdade, estamos somente com Deus como nossa Mente única e nosso Ser único. Como nunca fomos capazes de reconciliar Deus com seres pecaminosos, Deus e guerra, Deus e diabo, nós tomamos a grandiosa decisão de aceitar somente Deus. Nós estamos gloriosamente satisfeitos.
O estudo da Verdade está em se “vencer o mundo”. A Verdade de que já vivemos no Reino da perfeição permanente deve predominar em nossa aceitação, e isso se dá pela nossa dedicação em lidar com os pequenos contratempos como se fossem tragédias! Por coisas pequenas, muitos estragam o dia todo! Discutem por banalidades, gravam aquilo na lembrança o tempo todo, quando poderiam “identificar a ilusão” na hora e se desfazer dela: – “Este “probleminha ridículo” é ilusão! Não me fará perder a harmonia que eu sou!” Algo desse tipo deve ser uma lembrança constante em nosso dia-a-dia em contato com o mundo! Quando cada “pequena ilusão” for trabalhada nesse sentido, de ser logo desmascarada sem que nos permitamos ser enganados por ela, os quadros de desarmonia visíveis logo sumirão de vista! E nos sentiremos vitoriosos por termos lidado espiritualmente com a situação, em vez de nos perdermos em confusões mentais por coisas absurdamente pequenas.
A maioria dos conflitos “deste mundo” tem origem em “pequenas coisas”, onde brigas e discussões têm início e são todas fomentadas pelo ego! O Eu único é Deus! Quem estuda o Absoluto deve sempre ter em mente esta Verdade! Desse modo, as “pequenas ilusões”, que, até então, poderiam se tornar foco de distúrbios ou problemas, passam a ser excelente treinamento para praticarmos esta Verdade. Não é somente durante as “contemplações” que Deus é TUDO! Em nosso dia-a-dia esta Verdade se mantém. Jesus disse: “Se o mundo vos aborrece, aborreceu também a mim; mas, tende bom ânimo – EU VENCI O MUNDO!”.
“Em contato com o fluxo da Consciência Cósmica, todas as religiões hoje conhecidas serão dissolvidas…Religião não depende de tradição. Ela não será acreditada e desacreditada. Não será uma parte da vida, pertencendo a certas horas, momentos e ocasiões. Ela não estará em livros sagrados nem na boca de pregadores. Não estará em igrejas e reuniões e formas e dias. Sua vida não estará em preces, hinos nem sermões. Ela não dependerá de revelações especiais, de palavras de deuses que descem para ensinar, nem de uma ou de várias bíblias. Ela não terá qualquer missão de salvar os homens de seus pecados ou de lhes garantir a entrada no paraíso. Não ensinará mortalidade futura nem glórias futuras, pois a imortalidade e toda glória existem aqui e agora. A evidência da imortalidade será vivida em cada coração e vista em cada olho.
“Duvidar de Deus e da vida eterna será tão impossível quanto o é agora duvidar da existência; a evidência de cada será a mesma. A religião será governar cada minuto de cada dia de toda a vida. Igrejas, pregadores, formas, credos, preces, todos os agentes, todos os intermediários entre Deus e o homem individual serão permanentemente substituídos pelo contato direto, que descarta qualquer engano. O pecado não existirá mais e a salvação deixará de ser almejada. Os homens não se preocuparão com a morte, com o futuro ou com o reino do céu…Cada alma irá sentir e saber por si mesma que é imortal, irá sentir e saber por si mesma que o universo inteiro, com todo o seu bem e com toda a sua beleza, a ela se destina e a ela pertence para todo o sempre.
“Onde está o Salvador? Quem ou que é? O Salvador do homem é a Consciência Cósmica…Esta apresenta o cosmos não como constituído de matéria morta, governada por lei rígida, inconsciente e sem propósito; pelo contrário, ela o mostra como inteiramente imaterial, inteiramente espiritual e inteiramente vivo; mostra que a morte é um absurdo, que tudo e todos têm vida eterna; mostra que o universo é Deus e que Deus é o universo, e que jamais algum mal entrou ou entrará nele” (Cosmic Consciousness – p. 5,6,17)
Estes passos constituem a “Prática do Silêncio”. Foi dado um exemplo referente ao “corpo”. Toda Verdade Absoluta revelada deve ser assim contemplada, de modo específico, para que a ILUSÃO de vida material e temporal não encontre, em cada um, a suposta “mente humana” que lhe serviria de instrumento para o autoengano. Existe “mente humana”? Não! Então, vamos “contemplar esta Verdade”. Como? Igualzinho falamos a respeito do “corpo”. Lemos, paramos, nos compenetramos de que “temos a mente de Cristo” (I Cor. 2-16); em seguida, nesse reconhecimento, atiramo-nos na percepção imediata de que a Mente de Cristo, que somos, vê ou discerne unicamente a Luz, a Verdade, a Perfeição, etc.
A ILUSÃO É NADA! Nas “contemplações”, atenha-se ao que existe e é real: DEUS SENDO TUDO! Enquanto a atenção estiver presa à mente humana e suas invenções quiméricas, a “contemplação” não estará se dando de forma correta! É por isso que, neste estudo, sempre partimos da TOTALIDADE DE DEUS! A partir da “contemplação” desta premissa básica, as “contemplações específicas”, sobre o “corpo”, sobre a “mente”, sobre os “negócios”, sobre os “relacionamentos”, se darão com facilidade e de forma adequada. De fato, DEUS É TUDO e a ONIAÇÃO engloba toda a Existência numa atividade amorosa, plena e perfeita! Leia isso tudo, pare, se compenetre de que o lido é Verdade, e “atire-se em percepção imediata”. Assim, realmente você estará “contemplando” estas Verdades.
Parmênides, discípulo de Xenófanes, procurou conscientizar o Ser Absoluto, não-criado e imutável. Foi o primeiro filósofo grego a estabelecer clara distinção entre conhecimento relativo e Conhecimento superior. Disse que o “Eu” jamais nasce e jamais morre. Fez a seguinte declaração: “Aquilo que é, é não-criado e indestrutível, único, completo, imutável e sem fim. Não poderei deixá-lo pensar ou dizer que ele veio do que não é; pois, não pode ser pensado nem declarado que o que não é, é”. Tanto os filósofos gregos como os sábios védicos acreditavam num único “Eu”, e que somos este “Eu”.
Seguidores de Metafísica são sinceros quando declaram que não aceitam o que eles chamam de “segunda criação”. Por que, então, creem que são mortais a serem regenerados, com mentes humanas a serem aprimoradas? Que a natureza do mal deve ser entendida, e estrita disciplina mental seguida?
Todo ensinamento que sanciona estas crenças e teorias está enraizado, inegavelmente, na crença em uma criação mortal. Somente a Mensagem Absoluta desacredita de todas as criações, revelando o UNO INFINITO NÃO-CRIADO COMO A ÚNICA PRESENÇA.
Quando alguém sabe que as narrativas de criações são completamente inverídicas, deixa de aceitar quaisquer doutrinas que provenham delas. Poderia ser dito que religião é “aprender sempre, e nunca poder chegar ao conhecimento da Verdade” (2 Tim. 3-7). Enquanto as religiões não perceberem que as criações são completamente vazias de verdade e de razão, não aceitarão O ESPÍRITO COMO A TOTALIDADE DA EXISTÊNCIA. Reconhecido este fato, Religião e Verdade serão, desse modo, uma Verdade em cada coração.
Aqueles que não receiam renunciar aos velhos mitos – criação de mortais, separação, pecado, luta e morte – para aceitarem a Verdade da Vida e Existência, entenderão a desintegração do Átomo como a extinção da crença num mundo material, um mundo de nascimento, pecado, luta, punição e morte.
O que tem sido chamado de grande mistério passará com a Luz atômica – a revelação de que a Verdade e a Realidade permanecem invioláveis – sem começo, mudança ou fim; sempre presentes, puras, perfeitas e absolutas. Ficaremos conscientes de que o Mundo da Realidade é a nossa própria Consciência espiritual.
O Conhecimento Perfeito prosseguirá revelando tudo como realmente é. As formas perfeitas serão completamente visíveis para nós. Elas serão percebidas através da Visão simples e do Coração simples de que jamais houve ser, coisa ou mundo criados; de que nada jamais chegou a existir, senão o Reino da Consciência espiritual destituída de começo.
Talvez exista uma crença generalizada de que a Bíblia relate a história de duas criações: a primeira, a criação espiritual em que Deus criou todas as formas da Realidade; a segunda, a criação da matéria, do pecado e do mal.
Uma pesquisa mais profunda, porém, revelará que a Bíblia cita cinco criações distintas e diferentes, conforme destacamos a seguir: (1) a criação do homem: “E criou Deus o homem à sua imagem, criou-o à imagem de Deus, e criou-os varão e fêmea” (Gen. 1:276); (2) a formação do homem (Adão): “O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou no seu rosto um sopro de vida, e o homem tornou-se alma vivente” (Gen. 2:7); (3) a formação da mulher (Eva): “Mandou, pois, o Senhor Deus um profundo somo a Adão; e, enquanto ele estava dormindo, tirou uma das suas costelas, e pôs carne no lugar dela. E da costela, que tinha tirado de Adão, formou o Senhor Deus uma mulher; e a levou a Adão” (Gen. 2:21-22). (4) a concepção de Caim: “Adão conheceu sua mulher Eva, a qual concebeu e deu à luz Caim, dizendo: Possuí um homem por Deus” (Gen. 4:1). (5) a concepção de Jesus: “E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo” (Mateus 1:20).
Criações, pecado, sofrimento, salvadores pessoais e arrependimento de pecado são temas de todas as religiões. Leitor, perdoe a si próprio agora, e perdoe a todo o mundo agora, ouvindo e aceitando a Voz da Revelação, que diz: “Nada há ao lado de MIM. Eu Sou o Todo – o Ser Absoluto, glorioso, perfeito. Eu Sou ninguém outro senão a pureza. EU SOU AQUELE QUE SOU, AQUI E AGORA.