Deus é indefinível. Somente através de uma experiência transcendental a natureza de Deus pode ser conhecida. Este é o motivo pelo qual se diz: DEUS É. Quando Moisés perguntou a Deus: “Qual é o Seu nome?”, obteve por resposta: “Eu sou o que sou” (Êxodo 3: 12-14). Quando Jesus falou claramente, “Eu e o Pai somos um”, revelou que a natureza de Deus é a natureza do homem real. Esta “unidade” é a base de todo ensinamento espiritual legítimo.Por que Moisés, Jesus e vários outros profetas ou místicos tinham tanta informação espiritual? Porque para eles, Deus não era mero “tema de estudo teórico”, e muito menos simples vocábulo de Escrituras. Moisés e Jesus nos servem de exemplos sobre como deve ser encarado o procimento correto: encaravam Deus como realidade viva, presente em unidade com eles, dotado de SABEDORIA INFINITA! Em outras palavras, conheceram a NATUREZA DE DEUS numa compreensão que vai além do intelecto.
Esta abertura à Realidade espiritual, com a mente humana receptiva a um CONHECIMENTO SUPREMO, faz com que a Natureza de Deus nos seja revelada. Assim, pela “unidade”, temos revelada a nossa real natureza . Em outras palavras, a nossa NATUREZA É DIVINA. Qualquer aspecto de Deus, que tivermos conhecido, é também um aspecto individual de todos nós. Este é o sentido da frase “Eu e o Pai somos um”. Repeti-la com a suposta mente humana, sem o discernimento absoluto do que ela representa, significa tirar-lhe todo o brilho. Precisamos conhecer a natureza de Deus, para, com frases como a citada, sermos capazes de praticar as “meditações contemplativas” corretamente, ou seja, com o propósito único de discernir que SOMENTE O QUE É VERDADEIRO SOBRE DEUS PODE SER VERDADEIRO SOBRE CADA UM DE NÓS.
Deus é onipresente. A Bíblia diz que “Nada há de oculto que não venha a ser revelado”. O que a mente humana aparenta “ocultar” é a ONIPRESENÇA DIVINA. Sempre que ela nos tenta iludir no sentido de que creiamos em imperfeições e problemas, esta mente falsa está, na verdade, julgando-se capaz de encobrir a Realidade aqui presente. Diante da pergunta: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?”, respondeu Jesus: “Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus” (João 9: 2-3). Esta resposta traz a visão correta: não há causas reais para a ILUSÃO. Basta-nos “contemplar as obras permanentes de Deus”, e a Perfeição onipresente, que a mente humana parecia ocultar ou fazer ausente, Se manifestará também aos olhos do mundo. A Onipresença divina garante que o Universo transcendental é HARMONIA ABSOLUTA, AQUI E AGORA. A “troca de referencial” é fundamental, ou seja, o abandono da visão humana em substituição pelo “Olho Simples”, a visão crística: “Uma coisa sei, e é que, havendo eu sido cego (visão humana), AGORA VEJO (visão crística).
Quando discernimos nossa “visão crística” já aberta, “manifestam-se em nós as obras de Deus”. Isso não quer dizer, porém, que a totalidade das obras de Deus ainda não estejam manifestadas! A ONIPRESENÇA É! Nesse caso, o sentido da palavra “manifestado” é simplesmente este: QUANDO PERCEBEMOS QUE AS OBRAS DE DEUS ESTÃO MANIFESTADAS, A MENTE HUMANA, EM SINTONIA COM ESTA VERDADE, FORMA UM CONCEITO FINITO HARMÔNICO, CONDIZENTE COM A REALIDADE INFINITA HARMÔNICA. Em outras palavras, a HARMONIA INVISÍVEL surge visivelmente, em termos de percepção humana. Este processo não é o que se dá mediante a prática de “pensamentos positivos”. Aqui, há o CONTEMPLAR DIRETO DA REALIDADE ÚNICA, e esta VISÃO VERDADEIRA ANULA A ILUSÃO. Contudo, esta suposta “manifestação visível” somente pode ser entendida “temporariamente”, como fruto ilusório da também ilusória “mente humana”. Quando houver um “despertar em massa”, unicamente a REALIDADE ABSOLUTA estará sendo discernida, sem que “sinais” na aparência sequer continuem a ser registrados.
DEUS É ONIPRESENTE! Assim, o que é válido para o TODO está plenamente manifesto em cada INDIVIDUALIDADE nele inclusa. Isso quer dizer que, necessária e obrigatoriamente, é agora válido, para o SER INDIVIDUAL REAL, tudo aquilo que for válido para DEUS. Esta Verdade, conhecida por Jesus, e revelada em sua frase “EU E O PAI SOMOS UM”, já é, portanto igualmente VÁLIDA PARA TODOS NÓS.
A vantagem de considerarmos, primeiramente, uma qualidade, atributo ou aspecto do TODO, para, em seguida, em vista da UNIDADE, considerá-lo válido para nós, como INDIVÍDUOS, é prática: isso facilita sobremaneira a aceitação por parte da suposta mente humana, ao darmos início às “contemplações”. Se partirmos do INDIVÍDUO, e declararmos que ELE JÁ É A TOTALIDADE DE DEUS, mesmo sendo verdadeira a colocação, a “mente humana condicionada” logo reagirá no sentido de negar esta Verdade, oferecendo-lhe as conhecidas oposições ou resistências baseadas em aparências, buscando “retardar” o nosso discernimento pleno de que unicamente DEUS É NOSSO EU INDIVIDUAL. Por outro lado, se partirmos da Verdade de que DEUS É TUDO, de que o TODO necessariamente INCLUI cada INDIVÍDUO, não haverá como se negar o FATO de que TODA VERDADE VÁLIDA, PARA O TODO, É AQUI E AGORA VÁLIDA PARA “MIM”, o “EU” que todos somos.