O homem vive por decreto divino. É criado, governado e dirigido segundo a lei de Deus. Lei significa ou subentende uma regra estabelecida mantida pelo poder; aquilo que possui permanência e estabilidade; aquilo que é imutável, inflexível e contínuo—“ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre”. A eficiência da lei assenta inteiramente no poder que a põe em vigor. Uma lei que não se possa pôr em vigor não é lei e nada tem a ver com a lei. Deus é o único criador, o único legislador. “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez”.Todo o poder, ação, inteligência, vida e governo existentes no universo pertencem a Deus e sempre Lhe pertenceram. Ele é o Governador Supremo, e não partilha Seu poder com ninguém.
Disse Paulo: “A lei do Espírito em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte”. Por isso, também nós sabemos que “a lei do Espírito da vida” nos livra da “lei do pecado e da morte”. Por quê? Porque todo o poder que existe está do lado da lei da Vida, e aquilo que se opõe a essa lei da Vida absolutamente não é lei; é apenas crença. Em outras palavras, toda lei de Deus tem a apoiá-la o poder infinito que a põe em vigor, enquanto a pretensa lei do pecado e da morte não tem fundamento, não tem nada em que se possa estribar.
Quando, com compreensão, declaramos que a lei de Deus está presente e em ação, invocamos ou pomos em ação toda a lei e o poder de Deus. Declaramos a verdade, a verdade que é de Deus—e essa verdade de Deus é a lei a aniquilar, apagar e eliminar tudo o que é dessemelhante dEle. Quando tivermos declarado e aplicado essa verdade, como nos ensina a Ciência Cristã, a qualquer crença discordante com que nos defrontemos, teremos feito tudo o que podemos fazer e tudo o que nos é necessário fazer, para destruir qualquer manifestação de erro que tenha pretendido existir. O erro, para o qual não há lugar na Mente divina, pretende existir no pensamento humano. Quando o tivermos expulsado da mente humana, o teremos expulsado do único lugar em que ele pretendia apoiar-se. Daí por diante ficará reduzido ao nada.
Há uma lei de Deus, aplicável a todas as fases concebíveis da existência humana, e não se pode apresentar ao pensamento mortal situação ou condição alguma que tenha possibilidade de existir fora da influência direta dessa lei infinita. O efeito da ação da lei é sempre corrigir e governar, harmonizar e ajustar. Tudo o que não esteja em ordem, ou seja, discordante, não pode ter Princípio básico próprio, mas tem de ser posto sob o governo direto de Deus, mediante aquilo que se pode chamar de lei divina de ajustamento. Não é a nós que cabe pôr essa lei em execução. Aliás, não podemos, de modo algum, fazer algo para aumentar, estimular ou intensificar a ação ou a operação da Mente divina, visto estar ela sempre presente, sempre em ação, e nunca deixar de se afirmar e de se declarar quando a ela apelarmos corretamente. Temos apenas de, cientificamente, pôr essa lei de ajustamento em contato com nosso problema por resolver. Quando tivermos feito isso, teremos cumprido todo o nosso dever. Alguém talvez diga: “Como pode a lei de Deus, agindo mentalmente, afetar meu problema, que é físico? Compreenderemos isso facilmente, quando nos compenetrarmos de que o problema não é físico, porém mental. Em primeiro lugar, precisamos saber que tudo é Mente, e que não existe algo como a matéria. Assim, excluímos do pensamento o nocivo sentido material.
A definição original da palavra “doença” é falta de conforto—desconforto, mal-estar, transtorno, inquietude, enfado, lesão. “A doença” —diz Mary Baker Eddy, a Descobridora e fundadora da Ciência “Cristã—”é uma imagem exteriorizada do pensamento. O estado mental é chamado estado material. Tudo o que se abriga na mente mortal como condição física, projeta-se no corpo.” Isso também se aplica ao calor, ao frio, à fome, à pobreza ou a quaisquer outras formas de discórdia, todas elas mentais, embora a mente mortal as considere estados materiais. Por isso, facilmente se compreende como a lei de Deus, a qual é mental, pode ser aplicada a um problema físico.
Na realidade, o problema não é físico, mas puramente mental e é o resultado direto de algum pensamento abrigado na mente mortal. Suponhamos que um homem estivesse se afogando em pleno mar, aparentemente longe de todo auxílio humano: existe uma lei de Deus que poderia salvá-lo, se corretamente apelasse por ela. Porventura o leitor duvida disso? Então tem de acreditar ser possível achar-se o homem numa situação em que Deus não o possa socorrer. Se alguém se achasse num edifício em chamas ou num acidente ferroviário, ou se estivesse numa cova de leões, existe uma lei divina que poderia imediatamente ajustar as pretensas circunstâncias materiais, de modo a proporcionar-lhe completa libertação.
Em absoluto não devemos querer ver em cada caso particular o que essa lei de Deus vem a ser, nem de que maneira irá agir, e uma tentativa de investigar o por quê talvez só serviria para interferir na ação da lei e impedir-lhe a demonstração. Qualquer temor, de nossa parte, ocasionado pelo fato de que a Mente divina nada sabe a respeito de nossa situação precária, ou por pensarmos que a sabedoria infinita não tem a inteligência necessária para efetuar a salvação, deveria ser imediatamente expulso do nosso pensamento. Na página 62 de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a Sra. Eddy escreve: “A Mente divina, que forma o botão e a flor, cuidará do corpo humano, assim como veste os lírios; não interfira, porém, nenhum mortal no governo de Deus, intervindo com as leis dos falíveis conceitos humanos”. O erro em que habitualmente incorremos é desejarmos, primeiro, saber exatamente como Deus vai nos ajudar e quando os bons resultados se produzirão, para depois fazermos o nosso julgamento e decidirmos se estamos ou não dispostos a confiar nosso caso às Suas mãos.
Vejamos, pois, onde a lei divina de ajustamento produz seus efeitos. Deus não tem necessidade de ser ajustado O único lugar que requer ajustamento é a consciência humana. A menos que a consciência humana faça um apelo à lei divina, a menos que esteja disposta e pronta a renunciar à sua própria noção de vontade pessoal e a deixar de traçar planos humanos, a pôr de lado o orgulho, a ambição e a vaidade humana, não haverá lugar para a lei de ajustamento agir.
Quando, em nossa fraqueza, chegamos a ponto de reconhecer que não podemos fazer nada por nós mesmos, e pedimos a Deus que nos ajude; quando estamos prontos a mostrar nossa disposição de abandonar nossos próprios planos, nossas próprias opiniões, nossa própria noção do que se deveria fazer em tais circunstâncias, e não tememos consequências—então a lei de Deus tomará posse de toda a situação e a governará inteiramente. Não podemos, porém, esperar que esta lei atue em nosso proveito, se abrigarmos quaisquer ideias preconcebidas sobre como deverá operar. Devemos abandonar completamente nossas opiniões pessoais e dizer: “Não se faça a minha vontade, e, sim a Tua”.Se dermos esse passo com firmeza e plenamente confiantes de que Deus é capaz de cuidar de toda circunstância, nenhum poder sobre a terra poderia impedir o natural, justo e legítimo ajustamento de todas as condições discordantes.