“(Eles) têm sua origem na mente mortal, que apresenta um conceito humano em nome da Ciência, para equiparar-se à Ciência divina da Mente imortal, do mesmo modo como os necromantes do Egito se esforçaram por imitar as maravilhas operadas por Moisés. Tais teorias não têm relação alguma com a Ciência Cristã, que assenta no conceito de que Deus é a única Vida, substância e inteligência, excluindo a mente humana como fator espiritual na obra curativa”.
Esse depender totalmente de Deus, a Mente divina, é o que torna a Ciência Cristã tão eficaz no campo da cura. É inerente a essa abordagem da cura a compreensão de que o homem, em verdade, é espiritual, uma obra do Criador, o Espírito divino, em vez de ser o produto de fatores genéticos ou de circunstâncias ambientais. Quando adotamos esse ponto de vista, reconhecendo que essa é a verdade sobre o Criador e a criação, passamos a ver a saúde de modo diferente. Começamos a perceber que encontramos saúde e bem-estar genuínos por meio de uma melhor compreensão do verdadeiro ser do homem como filho de Deus, e não por meio de uma análise do que parece ser uma unidade mente/corpo em mau funcionamento.
Isso não quer dizer que sejam sem importância um exame honesto de nós mesmos e o esforço de pôr nosso pensamento e nossa vida cada vez mais de acordo com as leis de Deus. Pelo contrário! Não podemos simplesmente ignorar o conteúdo do pensamento humano, pois é aí que a cura, em verdade, tem de ocorrer. Mas como?
Quando a mente humana errônea vê seus próprios pensamentos perturbados (tais como ira, ódio, medo, tensão) se manifestarem visivelmente sob a forma de doença, então o que se faz necessário é o auxílio de um poder superior a essa mente auto-enganadora, a fim de restaurar um sentido normal de bem-estar moral e físico. Esse poder libertador encontra-se em Deus, a Mente divina, e na influência sanadora de Seu Cristo. O tratamento baseado na Mente como a causa única ajuda a libertar o paciente das assim chamadas leis que impõem limites e são inerentes à estrutura mente/corpo definida psicologicamente. Dessa forma, desdobra-se uma visão totalmente nova de identidade e realidade.
Na Bíblia, há um relato que mostra a insensatez de enredar-se nas tendências analíticas da mente mortal e carnal. É a história de Jó, um homem correto, abatido pela tragédia. Cada um dos amigos que vieram consolá-lo apresentaram em detalhes um diagnóstico teológico a respeito do sofrimento de Jó. Após muita discussão, Jó se cansa das teorias deles, que se baseiam na hipótese de que sua desgraça seria fruto de algum pecado pessoal. Ele os chama de “médicos que não valem nada” e diz: “Sois consoladores molestos”.
Acaso esses pretensos auxiliadores não falharam num ponto que continua sendo um dos maiores obstáculos ao tratamento mental eficaz? Qualquer que seja a forma desse engano, sua natureza é a mesma. O pensamento se fixa no problema em si — o que foi errado, quando, por quê — ao passo que uma busca dos fatos concernentes a Deus e ao homem que Ele cria leva à regeneração e à cura.
A Sra. Eddy, baseada em sua experiência na prática da cura científica e cristã, escreve o seguinte: “Estamos constantemente pensando e falando do lado errado da questão. Quanto menos se falar ou se pensar sobre pecado, doença e morte, tanto melhor para a humanidade, seja moral, seja fisicamente. O maior pecador e o doente mais desesperançado são os que mais pensam na doença e no pecado; mas depois de terem aprendido que esse método não os salvou nem de um nem de outro, por que persistem? Por que seus conselheiros morais falam, no intuito de ajudá-los, justamente sobre os assuntos que os doentes prefeririam não mais ressaltar em sua vida? Argumentar a favor da realidade daquilo que deveria desaparecer é como lançar lenha no fogo.”
No livro de Jó, Deus é finalmente ouvido, revelando Sua onipotência. O reconhecimento do poder e da presença de Deus é seguido pelo pleno restabelecimento da saúde e do bem-estar de Jó. O fato de que há quem pense que o relato sobre Jó não é história real não diminui o valor de sua mensagem. Esta foi endossada pelas obras de cura de Cristo Jesus, que não perdia tempo compilando estudos sobre desvios de comportamento. Ele restabelecia a saúde por meio da compreensão da inocência do homem como imagem de um Deus perfeito. Na obra sanadora do Mestre, fica evidente que ele punha o pecado a descoberto como uma concepção errônea sobre o homem e não como um fato da criação de Deus.
A Ciência Cristã, agindo em concordância com o ponto de vista de Jesus em relação à cura, silencia a agitação do pensamento humano por meio do poder da Mente única, Deus. Ajuda-nos a perceber que a doença não tem existência real que se origine de Deus. Faz-nos ver que o pensamento que reconhece a doença, analisa-a e quer saber quando irá embora é um falso sentido das coisas, não o efeito da Mente divina nem da verdadeira consciência do homem como semelhança daquela Mente. Por meio da oração que discerne o poder do Cristo, a Verdade, a falsa crença na doença é destruída, tendo como resultado a cura. Quando nada mais resta na consciência, que dê testemunho do sofrimento, este cessa.
Esse método de cura é eficaz não só no caso de males corpóreos, mas também no de cicatrizes mentais e emocionais. Uma jovem, conhecida minha, enfrentava problemas emocionais ligados a um conceito negativo de si própria. Ela havia lido sobre várias teorias psicológicas e casos semelhantes ao seu. Embora isso lhe tivesse dado um entendimento mais claro do problema, pouco contribuiu para a solução. Parecia-lhe tão remota a possibilidade de um dia reverter esse padrão autodestrutivo de pensamento e de comportamento, que muitas vezes sentia o desejo de morrer.
Volveu-se à Ciência Cristã em busca de auxílio. Ao obter uma compreensão melhor de sua identidade como filha amada de Deus, parou de ver-se como um ser mortal anômalo e começou a expressar mais força de caráter, mais amor pelos outros e menos ódio por si mesma. A depressão e as fantasias suicidas diminuíram, até desaparecer totalmente. Sua vida adquiriu novos propósitos.
A mente humana, mesmo equipada com as mais recentes teorias psicológicas, nunca pode igualar o poder da Mente divina para restaurar, mental e fisicamente, de forma completa, a vida de alguém. Necessário é alcançar a posição que está além do quadro aflitivo da identidade mortal e chegar a compreender que nosso Eu é imortal e recebe toda substância e toda consciência do eterno Pai-Mãe, Deus, e vive em obediência tão só a esse poder. Quando a percepção dessa verdade do ser substitui a fixação no estado imperfeito de um suposto ser mortal, sentimos o amor salvador de Deus.
Na obra sanadora de Jesus e no tratamento pela Ciência Cristã de hoje, a cura não vem por meio dos esforços da mente humana; ela é o resultado da submissão da mente mortal e do corpo ao todo-poder da Mente divina. Essa cura pela Mente é científica, cristã e permanente.