Preocupações em Momentos de Prece

.
PREOCUPAÇÕES
EM MOMENTOS DE PRECE
Joel S. Goldsmith
.  

Frequentemente as preocupações nos acompanham aos momentos de prece. Ficamos a refletir:- Como resolver este ou aquele problema? Como devo orar para intuir uma solução? Posso receber uma compreensão mais elevada de como orar?

Se isto está acontecendo com você, medite sobre o alcance desta frase: “Acaso o Reino de Deus se converteu em meras palavras ou sílabas? Por que devemos ficar limitados ao sentido literal, se somos livres?” As Escrituras ensinam que somos livres; que somos filhos de Deus e, se filhos, também herdeiros; como herdeiros, co-herdeiros com o Cristo.

Nós JÁ somos livres. Se não o fôssemos, nem o divino poder nos libertaria. Não precisamos lutar por nossa liberdade, porque já somos livres. A síntese da verdade é, precisamente, trazer à luz esta percepção ou revelação de nossa atual liberdade. Ante qualquer problema que nos esteja a desafiar, deveríamos ter presente que as soluções não estão nas palavras ou nas declarações da verdade. O que resolve, isto sim, é predispormo-nos ao aquietar e, por algum tempo, permanecer em estado de receptividade, deixando que Deus nos revele o Seu plano: isso mesmo, o Seu plano, não o nosso!

 

*

Imortalidade Trazida à Luz-8

.
IMORTALIDADE TRAZIDA
À LUZ
Dorothy Rieke
.
– 8 –

No que diz respeito a Deus, a Vida eterna, o homem habita naquela compreensão divina que a tudo governa, e não possui qualquer outra consciência. A Mente divina e eterna ignora o acaso ou a mudança. Por vezes, os Cientistas Cristãos aceitam a seguinte ideia: “Bem, é certo que não existe morte e por isso, continuamos a viver eternamente; mas Deus retira-nos deste estado ou nível de consciência e leva-nos para outro.” Esta noção implicaria que  Deus tivesse conhecimento daquilo a que se chama morte ou “transição”. Se a aceitarmos, não poderemos, evidentemente, demonstrar a Vida eterna como Enoque, Elias e Jesus o fizeram. A Vida eterna não conhece a morte, nem a “transição”, nem a mudança. Por isso, podemos nos libertar da crença e do medo ridículo de que todos morreremos um dia. 

Todos nós deveríamos afirmar em alta voz que “Deus, a minha Vida eterna, nada conhece sobre a morte.” Sendo a Sua imagem e semelhança, o homem não pode ter conhecimento de nada que se relacione com a morte. Deus conhece apenas o maravilhoso desdobramento do Bem, sem qualquer sugestão de declínio. Reconheçamos a nossa unidade com essa Vida eterna que desconhece totalmente a morte, essa Verdade eterna que ignora o mínimo erro e essa Mente divina que não admite o menor mal.

Mas se não passamos pela “transição”, como se processa então a nossa evolução? Estejamos alertas, pois esta questão é uma armadilha disfarçada. Nem sequer se imagina o número de Cientistas Cristãos que admitem voluntariamente a ideia de que um dia experimentarão um crescimento ou elevação através da morte. Frequentemente, estes se sentem um pouco culpados por reivindicarem o bem para eles mesmos e julgam que essa ideia é cientifica, aceitando mediante uma atitude tímida, apagada e confusa, que um dia evoluirão. Tornam-se um pouco mais confiantes, mais seguros e talvez até um pouco mais exuberantes quando cantam o seguinte verso do Hino 64 do Hinário da Ciência Cristã: “A senda do sentido à Alma vejo,” julgando com essa frase justificar a sua atitude.

Regressando à citação inicial, — Miscellany, pág.2 42 — como pode aquilo que é imortal progredir? Para onde se elevaria o homem? Como pode aquilo que já se encontra no ponto da perfeição — e não em vias de se aproximar desse mesmo ponto — elevar-se ainda mais? Apenas aceitando a crença de que o homem é mortal, é que podemos admitir alguma possibilidade de ascensão. O mortal espera, eventualmente, elevar-se até à imortalidade, mas este não é um enunciado científico. Devemos, pelo contrário, reivindicar agora a nossa imortalidade. Como poderemos então regozijarmo-nos na compreensão de que somos imortais e, ao mesmo tempo, esperar evoluir da mortalidade para a imortalidade? Recordemos que nunca deixamos o céu pela terra! Nunca nos tornamos mortais, nem nos materializamos, pois jamais nascemos na matéria.

A Sra. Eddy sublinha no livro Não e Sim : “Jesus veio anunciando a Verdade e dizendo não somente ‘o reino de Deus está no meio de vós.’ Logo não há pecado, pois o reino de Deus está em toda parte e é supremo, e segue-se que o reino humano não está em parte alguma, e deve ser irreal.” (pág. 35: 25-29) Logo a seguir, vem uma das mais significativas declarações acerca de nosso Mestre: “O ser consciente e verdadeiro de Jesus nunca deixou o céu pela terra. Permaneceu no alto para sempre, mesmo quando os mortais acreditavam que estava aqui. Uma vez falou de si próprio (João 3:13) como sendo “o Filho do homem que está no céu”,palavras notáveis, inteiramente contrárias às opiniões populares sobre a natureza de Jesus.” Também nós somos os filhos de Deus, imortais, habitando para sempre no reino celestial de Deus. Não podemos decair desse único estado de existência, nem a ele nos elevarmos, pois nele vivemos, agora; e é esse estado de existência que reivindicamos, compreendemos e com o qual nos regozijamos.

Um dos relatos que deveríamos ter sempre presente no pensamento é o da transfiguração de Jesus: levando consigo a Pedro, Tiago e João, Jesus subiu a um alto monte e aí foi transfigurado na presença daqueles: “o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Então disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui.” (Mateus 17: 2-5) Fazendo eco das palavras de Pedro, afirmemos também: “Senhor, bom é estarmos aqui.” E onde estamos nós? Estamos igualmente no cimo do monte da compreensão divina; vimos a Jesus, Moisés e Elias e na Ciência, vimos o homem perfeito: jamais nascido e incapaz de morrer, mas sempre semelhante ao filho de Deus; podemos igualmente escutar a voz de Deus, falando conosco como falava aos discípulos daquele tempo: “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo.” (Mateus 3:18) A luz da verdade revelou-nos que esta declaração é válida não somente para Jesus, mas também para Moisés, para Elias e para todos os filhos de Deus. Permanecendo no cimo do monte com Pedro, Moisés, Elias e Jesus, é bem menos difícil ver o nosso próximo, sem exceção, como o filho bem-amado de Deus, perfeito e imortal. Tomemos agora a decisão de permanecer no cimo do monte da compreensão e revelação divinas. Não renunciemos nunca à nossa resolução de ver o nosso próximo e todo o universo nesse mesmo local, em companhia dos imortais Moisés, Elias e Jesus. Veremos então o universo e conheceremos o homem como Deus os vê: imortais e perfeitos. Não será essa a forma de trazer a imortalidade à luz?

Todos os dias, eu me coloco as questões que vou agora enunciar e em seguida responder. Quando nelas meditarem, respondam como se fossem jurados num tribunal, obrigados sob juramento a dizer a verdade:

Quando é que foram para a Rússia? Quanto tempo viveram sob as leis e os regulamentos russos? Quantas injustiças e afrontas sofreram durante esse tempo? Que tipo de impostos e multas suplementares foram obrigados a pagar na Rússia? Quantos dias infelizes, repletos de desânimo e de medo aí passaram? Quando é que decidirão abandoná-la?

Não é evidente por si mesmo que, se alguém nunca esteve na Rússia não pode aí ter sofrido, tal como não se pode abandonar um local onde nunca se esteve? Respondamos então agora às seguintes questões com o mesmo parecer positivo e com a mesma certeza científica:

Quando é que entraram no reino da matéria, ou por outras palavras, quando é que nasceram? Quanto tempo viveram sob o controle das leis e regulamentos materiais? Com que frequência transgrediram as 1eis materiais? Quantas dores e sofrimentos sofreram na matéria? Quantos dias infelizes, cheios de medo e de desalento, viveram no reino da matéria? Quando pensam “apanhar um comboio”, por exemplo, e efetuar a “transição” ou morrer na matéria? Quando pensam “apanhar um avião”, por exemplo, e elevarem-se acima da matéria?

Desta forma, não vos parece lógico que, nunca tendo vivido na matéria, seja impossível nela pecar ou sofrer? O homem não pode estar agitado, atormentado ou preocupado na matéria; não pode morrer na matéria ou efetuar a “transição”, tal como não se pode elevar acima de algo de onde nunca foi oriundo.

Tenho um apreço especial por este pequeno exercício mental, pois torna-se assim bem mais fácil compreender que, visto eu nunca ter entrado na Rússia, não posso aí ser penalizada ou mesmo daí sair. Da mesma forma, é igualmente mais fácil compreender que, nunca tendo nascido na matéria ou na mortalidade, não podemos ser nela castigados, tal como não a podemos abandonar.

Tendo-nos tornado obedientes às duas primeiras recomendações do nosso texto inicial — nomeadamente, a de reivindicar a nossa imortalidade e a de a compreendermos — é agora mais fácil ser obediente à terceira recomendação: a de praticarmos a Ciência Cristã “a partir do ponto da perfeição”. De que modo foi científica a Sra. Eddy ao praticar a Ciência unicamente a partir do ponto de perfeição! Conforme já foi citado antes, ela declara: “A Ciência Cristã é absoluta; ela não está aquém nem além do ponto da perfeição, mas encontra-se exatamente nesse ponto e é a partir daí que deve ser praticada.” (My. pág. 242: 5-7) É espantosa a forma como a Sra. Eddy inclui nessa importante declaração a reivindicação da imortalidade e a argumentação a partir do ponto da perfeição. A bem dizer, as duas ideias andam a par e passo; é por ser o homem imortal, que se justifica a sua perfeição e é igualmente a sua imortalidade que lhe confere o direito de reivindicar, argumentar e testemunhar unicamente a perfeição. Por outro lado, como o homem reivindica a sua perfeição e procura viver “a vida que se aproxima do bem supremo”, reconhece a sua própria identidade verdadeira e, como consequência, compreende a sua imortalidade.

 

 

 

 

.
Continua..>

Imortalidade Trazida à Luz-7

.
IMORTALIDADE TRAZIDA
À LUZ
Dorothy Rieke
.
– 7 –
.
No livro A Unidade do Bem, a Sra. Eddy salienta esse ponto na seguinte declaração: “(…) os moribundos — se é que se pode morrer no Senhor — despertam da ideia da morte para uma consciência da Vida em Cristo, com um conhecimento da Verdade e do Amor superior ao que possuiam anteriormente.” (pág 2: 24-27) Recordemos que, referindo-se à morte de Joseph Armstrong, a Sra. Eddy descreveu seu fiel seguidor como gozando de maior sabedoria, saúde e felicidade do que anteriormente, pois o sonho mortal de vida já havia sido atenuado. Senti uma enorme inspiração ao ler um artigo de John Randall Dunn sobre o tema da imortalidade, intitulado “The Spring Song of Christian Science” (“O cântico primaveril da Ciência Cristã”). No entanto, depois de ter tomado conhecimento do falecimento do seu autor, foi-me particularmente difícil manter esse pensamento inspirado no trabalho metafísico que eu fazia para os meus pacientes. Resolvi então estudar um artigo do Christian Science Journal; mas antes de o ler, tive o seguinte pensamento: “Será que vou encontrar aqui alguma mensagem para mim da parte do Sr. Dunn?” Ao abrir então a referida publicação, deparei-me com essa maravilhosa mensagem sobre o tema da imortalidade. Para mim, foi tal como se a tivesse ouvido dos seus próprios lábios! Aquelas palavras reconfortaram-me profundamente e o meu pensamento recebeu uma alegria renovada e um maior impulso: “Certamente, o Cientista Cristão que já não vemos, foi elevado a um melhor e mais feliz sentido da realidade.” Ao continuar a ler, pude imediatamente sentir que o Sr. Dunn não queria que eu me sentisse afligida por causa da sua partida: “São muitos os homens e as mulheres acabrunhados pela dor que buscam a Ciência numa tentativa de pôr fim ao intenso egoísmo do desgosto, pois enquanto se acarinha a ideia de perda e de angústia, não pode haver regozijo na liberdade e na harmonia; esse acordar espintual para além da sua própria visão é inevitável na experiência do Cientista Cristão. Assim, a mensagem pascoal da Ciencia Cristã pede aos que sofrem: Regozijai-vos, porque o homem vive e ama, e ele ignora a tristeza e a separação.”

Mas será então necessário passar pelo sonho da morte para se ser curado, para se alcançar a compreensão de que a morte não existe, para se crescer espiritualmente e para se demonstrar que não existe idade? Não, de forma alguma. A Ciencia Cristã ensina de um modo tão claro e infalível sobre a imortalidade do homem que não nós é necessário morrer para podermos demonstrá-la. Sabemos neste exato momento quem somos, para que o Cristo, a Verdade, seja glorificado. Sabemos quem somos e sabemos também qual é a verdadeira realidade; sabemos, sem sombra de dúvida, que nunca tendo nascido, somos espirituais e perfeitos, não podendo nunca vir a morrer. Temos igual consciência da impossibilidade absoluta da. morte, devido à sua completa inexistência. Somos agora os filhos e as filhas do Rei, possuindo já um perfeito estado de ser, de pensar e de demonstrar; e não nos é necessário morrer para descobrirmos ou demonstrarmos esse fato. 

Uma das mais poderosas verdades para o estabelecimento da irrealidade da morte é o fato de que Deus, a única Vida divina e eterna, desconhece em absoluto tudo o que com esta se relacione. A doutrina ortodoxa antiga defende que Deus tem conhecimento de muitas coisas relacionadas com a morte e muitos dos Cientistas Cristãos não estão suficientemente esclarecidos ou confiantes para refutarem essa doutrina. A maioria dos sermões fúnebres antigos continha a seguinte declaração: “Deus a concedeu, Deus a tomou.” Jamais se pronunciou uma tão grande mentira como essa de que Deus leva os Seus filhos pela morte.

Um grande Cientista Cristão, com quem me relacionei bastante, disse-me uma vez: “Quando chegar a hora de eu partir, logo que Deus queira me levar, estarei preparado.” Tal atitude implicaria que Deus tivesse conhecimento de que existe algo chamado morte. Essa crença está de tal forma enraizada no pensamento de algumas pessoas, que as impede de rejeitar a ideia da morte e de aceitar a verdadeira ideia da Vida eterna. A crença generalizada diz: “Só podemos tomar duas coisas como certas: a morte e os impostos.” Apenas quando se abandonar essa crença e se começar assim a reconhecer o fato de que Deus desconhece a morte, só a partir desse momento será possível começar a vencer a morte. Por ocasião da crucificação de Jesus, os doutores da lei e os fariseus procuraram provar que a crença no mal, e em particular na morte, era real. Quando se deu a ressurreição, Jesus certamente reconheceu que Deus, seu Pai-Mãe e Princípio celestial, desconhecia por completo a morte. Tomou consciência somente da sua coexistência com esse Princípio divino, negando assim todas as experiências relatadas anteriormente. Não há dúvida que foi essa compreensão que lhe permitiu sair do túmulo e demonstrar assim o seu domínio sobre aquilo que se apelidou de morte.

Nunca é da vontade de Deus que alguém morra. Em Ezequiel lemos: “Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto convertei-vos e vivei.” (18:32) Além de não desejar a morte, Deus não possui qualquer conhecimento sobre esta. E como o poderia possuir, Ele que é a Vida eterna? Como poderia a luz ter conhecimento das trevas ou o bem do mal?
Frequentemente, ouvimos dizer: “Como se pode afirmar que a morte não existe, se eu já assisti à morte de várias pessoas? De fato, todos vamos ter que morrer alguma vez.” Visto que a maior parte das pessoas afirma conhecer bem a morte, pagam depois o preço desse falso conhecimento, cavando a sua própria sepultura. Consideremos os fatos espirituais: Enoque andava com Deus. Ele reconhecia a simples verdade de que o seu Criador nada conhecia acerca da morte e vivia a sua união com Deus, sendo por, fim elevado de forma a não passar pela morte; Eliseu sabia que o seu Criador desconhecia a morte e unia o seu pensamento à Mente divina, a qual ignora a morte.

Também ele triunfou, provando que o conhecimento da Vida eterna o libertou da crença na morte; Cristo Jesus sabia que Deus desconhecia a existência da morte. Declarou ele que “todo o que (…) crê em mim, não morrerá, eternamente.” (João 11:26) E acrescentou ainda: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17:3) Se por algum momento, Jesus tivesse acreditado que o seu Criador conhecia a morte, então ele próprio, por reflexo, a teria conhecido e nunca teria podido demonstrar a ressurreição.
Diante do túmulo de Lázaro, Jesus reconheceu que Deus nunca levara o seu amigo; reconheceu que Deus nunca tomara conhecimento daquilo que os mortais apelidavam a morte de Lázaro, e reconheceu também que o seu Criador celestial, a sua Mente divina, era tão dinâmico na Sua presença, na Sua força e glória que na sua Consciência não poderia existir qualquer conhecimento de morte. Foi por essa razão que Jesus ordenou ao povo ali presente que “desatassem” Lázaro e o “deixassem ir”. Afirmou a Marta que ali mesmo não existia absolutamente mais nada do que o reconhecimento da Vida. Como consequência, Lázaro saiu livre do túmulo.

Quando esteve em casa de Jairo, Jesus deteve-se numa ante-camara na presença daqueles que manifestavam ter conhecimento da morte e do seu aparente poder. Aí, o Mestre viu claramente que o eterno Criador não possuía qualquer conhecimento da morte, ou de qualquer espécie de fim. Assim, ele pôde entrar no quarto e ordenar: “Talita cumi”, que significa: “Menina, eu te mando, levanta-te.” (Marcos 6:41) Ele compreendia que não existia nenhuma ideia de morte, nem nenhum de seus efeitos nefastos.

Se Deus nada conhece sobre o tema da morte, então é fácil concluir que Ele desconhece igualmente os vários estados e níveis de consciência. A Vida eterna não pensa no homem passando de um estado ou nível de consciência para outro.

 

 

continua..>

Imortalidade Trazida à Luz-6

IMORTALIDADE TRAZIDA

À LUZ

Doroty Rieke

– 6 –

Farei agora algumas observações acerca destes exemplos e das citações da Sra. Eddy, desejando que se torne cada vez mais clara a verdade de que a morte é totalmente irreal. Na verdade, não se passa nada no processo humano denominado transição e é por isso que não devemos temê-lo.

Ponto 1 – Quem é que alcançou realmente a vitória sobre a morte no último exemplo? Não menosprezando o valor daqueles que faziam o seu trabalho de oração, foi a própria paciente quem se mostrou disposta a querer continuar a viver, recusando-se a consentir na ideia da morte. Não terá sido esse o motivo que tornou possível o sucesso da oração daqueles que a auxiliavam? A jovem não planejou morrer, nem aceitou tal ideia. Se afirmamos a nossa imortalidade, devemos então regozijarmo-nos por compreendê-la e nos recusar a reconhecer a morte como sendo alguma coisa; se não a planejarmos, nem a consentirmos, não podemos morrer.

Ponto 2 – Se a pessoa descobre que já não pode mais se comunicar com aqueles com quem estava, procura outros interlocutores e encontra os seus entes queridos que haviam desaparecido antes dela. Cito como referência a este ponto o poema da Sra. Eddy contido no livro Escritos Miscelâneos, na página 385: “The Meeting of My Departed Mother and Husband.” (“O encontro dos meus falecidos mãe e marido”); neste poema, chamo a vossa atenção para o tema do reencontro com os entes queridos, pois a Sra. Eddy tomou como certo o fato de que a sua mãe decerto acolheria o seu marido, o Dr. Asa Eddy. Este tema é novamente desenvolvido no livro texto: “Só há um momento em que é possível aos que vivem na terra comunicarem-se com aqueles a quem chamamos mortos, e esse é o momento que precede a transição — o momento em que o elo entre duas crenças opostas se está rompendo. No vestíbulo pelo qual passamos de um sonho a outro, ou quando despertamos do sono terrenal para as grandes verdades da Vida, os que se vão podem ouvir as boas-vindas daqueles que se foram antes. Os que se vão podem sussurrar essa visão, pronunciar o nome daquele cuja face lhe sorri e cuja mão lhes acena, como alguém que, diante do Niagara, só tendo olhos para essa maravilha, esquece tudo o mais e expressa em alta voz seu arrebatamento.” (pág. 75: 21-6)

Ponto 3 – O homem desperta com o mesmo conceito mortal ou corpo que tinha no momento da transição. A Sra. Eddy desenvolve esta ideia em Ciência e Saúde, empregando o seguinte provérbio popular: ” ‘Como a árvore cai, assim tem que ficar.’ Tal como o homem adormece, assim acordará. Tal como a morte encontra o homem mortal, assim ele será depois da morte, até que a provação e o crescimento efetuem a mudança necessária.” (pág. 291: 22-26) Esse homem conservou um conceito de um corpo físico depois da morte semelhante aquele que possuía antes e está certamente em contradição com a antiga crença ortodoxa que, afirma que o homem se torna espiritual no instante em que morre.
Atenhamo-nos ao exemplo daquele indivíduo que ao morrer, transportou consigo o seu conceito mortal de corpo. Recordemos agora a forma explícita com que a Sra. Eddy declara na sua carta que, se aquele que parecia morto se tivesse voltado e observado a cadeira sobre a qual estivera sentado, a teria visto vazia. No livro texto, esta conclusão é confirmada na citação seguinte: “Os mortais despertam do sonho da morte com corpos que não são vistos por aqueles que pensam estar sepultando o corpo.” (pág. 429:15) Reparem que ela não afirma que estes últimos enterrem o corpo, mas sim que “pensam estar sepultando” o corpo. Mais adiante, falando do corpo depois da morte, diz-nos: ” (…) a mente humana ainda mantém, na crença, um corpo por meio do qual age e que para a mente humana parece viver — um corpo como o que tinha antes da morte. Esse corpo é abandonado somente quando a mente mortal e errônea cede a Deus, a Mente imortal, e se verifica que o homem é a Sua imagem.” (pág. 187: 30-3) Decerto, a verdade de que no sonho da transição o homem leva consigo o seu conceito humano de corpo acentua a irrealidade da morte. Não deveríamos, então, rejeitar o nosso sentido mortal acerca do corpo atual, regozijando-nos na nossa espiritualidade e imortalidade?

Ponto 4 – Aqueles que já partiram, despertam para o reconhecimento da irrealidade da morte. Em Ciência e Saúde lemos: “O pensamento despertará de sua própria declaração material: Estou morto, para ouvir esse toque de clarim da Verdade: Não há morte, não há inação, nem ação mórbida, nem ação excessiva, nem reação.” (pág. 427: 34-2) A idéia de que transportamos conosco o nosso conceito humano de corpo facilita a nossa compreensão de que a morte não existe.

Em Escritos Miscelâneos, a Sra. Eddy declara: “Ao despertar do sonho da morte, aquele que julgava estar morto comprova que se tratou apenas de um sonho e que não morreu.” (pág 58: 5-7)

O antecedente põe em evidência um outro fato: o de que uma cura pode ocorrer imediatamente após a “transição”. A citação completa é dada em resposta à seguinte pergunta: “Se alguém morreu de tuberculose e já não se recorda de nada acerca da sua enfermidade ou sonho, terá ainda essa enfermidade algum poder sobre ele?” (Escritos Miscelâneos, pág. 58: 1-3) Não, e isso reforça a ideia de que logo que esse alguém entenda que não morreu “compreende que a tuberculose não causou a sua morte. Quando se destrói a crença no poder da moléstia, a moléstia já não pode reaparecer.” (pág. 58: 7-10) Não é razoável aceitar que, havendo o homem perdido o medo e a crença na morte, não pode deixar de constatar a irrealidade daquilo que supostamente a causou? Desprovido do medo e da crença na morte e na moléstia, não desejaria realmente o homem ser curado?

Ponto 5 – Para onde foram os entes queridos já falecidos? Não foram para lugar algum. Para onde poderiam eles ter ido? Não temos todos nós o nosso ser na Mente única e não é nela, que “vivemos e nos movemos”? Onde poderíamos nós estar senão no reino da Mente divina? É somente devido a um falso conceito humano que admite que um ente querido pode ser afastado da nossa vista, que parecem existir estados, etapas e níveis de existência capazes de os afastar de nós.

A respeito da morte de Edward A. Kimball, a Sra. Eddy escreve, em MisceIIany (pág. 297: 18-24): “O meu querido amigo Edward A. Kimball, cujo ensinamento claro e correto da Ciência Cristã foi e continua a ser uma fonte de inspiração para muitos, está tão vivo agora como estava há um ano atrás, quando aqui me veio visitar. Se de fato pudéssemos compreender essa verdade, poderíamos vê-lo aqui e constataríamos que ele nunca havia morrido; esta é a demonstração da verdade fundamental da Ciência Cristã.” Comecemos desde já a nos alegrar com o fato de não possuirmos qualquer concepção errada sobre a vida ilimitada; não aceitemos sequer que o homem seja capaz de morrer e ir para outro local, nem reconheçamos a morte como um sonho ou como uma ilusão; porque sabemos que a morte é totalmente inexistente, elevemo-nos à compreensão e ao reconhecimento de que todos os filhos de Deus, vivem numa única Mente, imortal e perfeita. E por esse motivo que não precisamos experimentar a dor de uma separação, porque esta não existe.
Uma das crenças que é abandonada após o despertar do sonho da morte é a crença na idade. Depois de se ter alcançado a total convicção de que o nascimento e a morte não existem, é 1ógico e natural que se demonstre a consequente irrealidade da idade.

Ponto 6 – O despertar para a irrealidade da morte é de tal modo inspirador e revelador da imortalidade, que certamente conduzirá a um rápido crescimento espiritual.

 

Continua..>

Imortalidade Trazida à Luz-5



.
IMORTALIDADE TRAZIDA
À LUZ
Doroty Rieke
.
– 5 –
.
Há alguns anos, tive o privilégio de participar de uma mesa redonda da Universidade de Indiana, a qual decorreu durante a “semana da religião” (Religion in Life Week). No meu grupo de trabalho estavam representadas várias religiões, dentre as quais constava um rabino judeu e um pastor metodista. Quando eu afirmei que Deus desejava a nossa verdadeira felicidade, o rabino opôs-se com veemência, defendendo que existiam períodos nos quais nos sentimos profundamente tristes e infelizes; pensava ele que tal correspondia à vontade de Deus, citando em seguida o seguinte exemplo: Se um homem morresse enquanto participava da construção de um suntuoso edifício, seria decerto uma infelicidade para ele não poder assistir ao final da obra que havia iniciado. “Não teriam os seus amigos e familiares motivo suficiente para se sentirem tristes e infelizes?” Perguntou-nos ele. Quando eu me preparava para responder, o pastor metodista fê-lo por mim: “Não, não estou de acordo. Recuso-me a acreditar que esse homem tivesse deixado de trabalhar na sua obra.” Fez-se nesse momento um intervalo e em mais nenhuma ocasião posterior se voltou a discutir esse tema. Fiquei deveras grata pela discussão ter terminado com esta observação. Tínhamos acabado de ouvir uma verdade evangelizadora, que desmascarava a nulidade da morte, anunciando que esta última não impede o homem de continuar a sua atividade anterior. 

A Sra. Eddy sublinha que essa transição não traz nenhuma mudança radical na existência do homem e que este pode, inclusive, prosseguir com o seu trabalho. Ao referir-se à morte de Joseph Armstrong, no livro The First Church of Christ, Scientist and Miscellany, ela afirma: “O saudoso irmão Cientista Cristão e editor de meus livros, Joseph Armstrong, C.S.D., não está morto, nem tão pouco dorme ou descansa com relação à sua obra na Ciência divina. O mal não tem poder algum para causar dano, limitar ou destruir o verdadeiro homem espiritual. Hoje, ele goza de maior sabedoria, saúde e felicidade do que no passado. O sonho mortal de vida, substância ou mente na matéria foi atenuado, e a recompensa do bem, a punição pelo mal e o seu sonho adâmico do mal terminarão na harmonia — o mal sendo impotente e Deus, o bem, sendo onipotente e infinito.” (pág. 296: 10-20)

Arquivada na Igreja Mãe encontra-se uma carta apelidada “The Riley Letter” — a carta Riley. Trata-se de uma resposta dada a um casal de apelido Riley, o qual havia perdido recentemente um filho. Na carta dirigida à Sra. Eddy, este casal afirmara ter entendido a existência de uma só e única Vida, sem começo nem fim, mas questionava também o que se passaria após o falecimento. Partilhando agora o conteúdo da resposta da Sra. Eddy, não posso precisar os termos exatos, mas posso garantir que o sentido foi inteiramente respeitado, por assim dizer, palavra por palavra: “Suponhamos que enquanto estão duas pessoas sentadas a conversar se aproxima um atirador da janela e lança uma seta para uma delas. Aos olhos da testemunha que assiste, a pessoa atingida deixa-se afundar na cadeira e morre, encontrando-se assim aquele na presença de um cadáver inerte. Contudo, isto não é senão o conceito humano da testemunha acerca do que se passou, que em nada corresponde ao conceito daquele que foi atingido pela flecha, o qual se esforça por continuar a falar com o seu amigo. Logo que chega à conclusão que já não pode mais continuar a comunicar-se com o amigo, valendo-se do conceito humano que tem a respeito de si próprio, ele parte em busca daqueles com quem possa se comunicar. Se ele se voltasse e lançasse um olhar à cadeira sobre a qual estivera sentado, veria então que esta se encontrava vazia.” Não nos mostra esta carta com clareza que nada de muito violento se passa na experiência do sonho chamado morte?

Conheço vários casos de Cientistas Cristãos que morreram e voltaram a viver. Dentre esses, escolhi um em especial, o qual confirma o que anteriormente lemos e que proporcionará uma melhor compreensão sobre este tema:

Uma jovem mulher já havia perdido a sua mãe há muitos anos. Nessa Primavera, perdera o seu bebê, e agora, tudo indicava que ela seria a próxima a morrer. Foi então que se sucedeu o seguinte: quando se deu conta de que já não podia falar com aqueles que rodeavam o seu leito, levantou-se e dirigiu-se à janela; então, olhando para o jardim em baixo, viu a sua mãe, aparentando menos idade do que aquela que possuía da última vez que a vira, segurando o seu filho bebê. A jovem desejou muito descer ao encontro da sua mãe e filho, mas nesse instante, apercebeu-se de que aquilo que estava se passando com ela era o que chamamos “transição”. Lembrou-se então de que seu professor tinha-lhe pedido categoricamente que nunca admitisse essa ideia e compreendeu que se descesse ao encontro dos seus entes queridos, isso significaria que ela a consentia. Em seguida, ouviu as palavras do seu professor: “Nunca admitam essa ideia! Nunca!” Ela afirma que a coisa mais difícil que já fez em toda a sua vida, foi voltar-se e regressar à sua cama, mas não deixou por isso de ser obediente àquilo que lhe havia sido ensinado. Voltou assim para a cama e só então aqueles que oravam por ela foram capazes de a fazer regressar à vida.

 

 

Continua..>

Imortalidade Trazida à Luz-4

.

IMORTALIDADE TRAZIDA
À LUZ
Doroty Rieke
.
– 4 –
Jesus estava consciente da sua pré-existência espiritual., como se pode verificar pelo teor desta grande oração: “E agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.” (João 1 7:5) É fácil compreender que não podia existir moléstia, pecado ou mesmo uma crença em nascimento, “antes que houvesse mundo”. Deus era a única origem, o único criador. Ele glorificava o homem através da Sua própria existência, da Sua. própria realidade, da Sua própria substância, da Sua própria consciência, do Seu próprio ser e da Sua ação; da Sua própria lei, da Sua própria realidade, do Seu próprio amor, do Seu próprio conhecimento e compreensão.Esse mesmo fato é verdadeiro ainda hoje, pois nunca existiu um mundo material ou uma existência material para interromper a imortalidade. A Sra. Eddy escreve, em Escritos Miscelâneos: “O conhecimento firme e verdadeiro que o manso Nazareno possuía acerca da sua pré-existência e da inseparabilidade de Deus e do homem foi o que o tornou poderoso.” (pág. 189: 8-11) Declara ainda na mesma obra: “Os mortais perdem o seu conceito de mortalidade — moléstia, pecado e morte — na proporção em que adquirem o conceito da pré-existência espiritual do homem como filho de Deus, como o descendente do bem, e não como o oposto de Deus — o mal, ou o homem decaído.” (pág. 181:27) É igualmente importante que, ao utilizar o termo pré-existência, estejamos bem certos de que não nos referimos a uma vida espiritual anterior a uma vida material, ou a uma vida material precedendo uma outra vida material. Muitas religiões ortodoxas ensinam que o homem deixou o céu pela terra, e que devido a esse fato, nós já vivemos espiritualmente antes desta existência material. Outras religiões pregam uma existência material precedendo a existência material atual. Mas a Ciência discorda destes falsos preceitos e os substitui pela verdade da imortalidade ininterrupta da existência espiritual atual, tão espiritual como aquela que existia antes que “houvesse mundo”. Existe somente a existência espiritual, e assim, a única pré-existência tem que ser forçosamente espiritual.

Antes de conhecer a Ciência, eu acreditava que devíamos ter tido vidas anteriores, mas o meu conceito era um conceito mortal. Eu estava predisposta a aceitar a imortalidade, a vida eterna, mas imaginava igualmente que existiam períodos de mortalidade. No final do Curso Primário da Ciência Cristã, cada aluno estava autorizado a fazer uma pergunta ao nosso Professor, que já antes havia insistido no ponto de que a única pré-existência era espiritual. Contudo, eu não estava ainda muito convencida e perguntei-lhe então o seguinte: “Se nunca experimentamos uma existência material anterior a esta, então porque é que eu nasci na América, tive o privilégio de receber uma boa educação, de encontrar a Ciência Cristã e de ter sido abençoada pelo Curso Primário, enquanto que na Índia, um hindu vive na maior miséria, sem quaisquer possibilidades de se elevar acima do seu sistema de castas, recebendo muito menos instrução e não tendo sequer a hipótese de ouvir falar na Ciência Cristã? Se nós não tivemos nenhuma existência humana anterior que influencia o status da nossa existência atual, então porque é que existe uma diferença tão grande nas nossas experiências?” A resposta foi plena de sabedoria: “Ambas não passam de sonhos.”

Pude então entender que o meu raciocínio acerca da pré-existência era falso, porque não estava baseado num fato científico. Como no presente supomos viver uma existência material, eu pensava que a pré-existência, deveria também ter sido material. “Para raciocinar corretamente” – escreve a Sra. Eddy – “deve estar presente no pensamento um só fato, a saber, a existência espiritual. Na realidade, não há outra existência, porque a Vida não pode ser unida à sua dessemelhança, a mortalidade.” (C&S, pág. 492:3-7) Em seguida, neguei o sonho presente da existência material e pude aperceber-me de que a nossa pré-existência era idêntica à imortalidade espiritual, perfeita e ininterrupta. Em momento algum eu e o hindu pudemos viver uma história material, da mesma forma que nenhum de nós foi alguma vez cigano. Tivemos, ao longo de todo o tempo, a nossa vida em Deus e ambos sempre fomos abençoados de uma forma ilimitada pelos Seus recursos infinitos, estando sempre plenamente conscientes da nossa espiritualidade e imortalidade, bem como da nossa união com o Pai.

Referindo-se a uma pré-existência, para assegurar que os seus leitores se conscientizariam totalmente da imortalidade infinita, a Sra. Eddy associou esse tema a uma outra palavra — “coexistência”. Vejam, de que forma inspirada ela a utiliza no livro Escritos Miscelâneos: “A Ciência inverte o testemunho do sentido material pelo sentido espiritual, segundo o qual Deus, o Espírito, é a única substância e o homem, a Sua imagem e semelhança, é espiritual, não material. Essa grandiosa verdade não anula, mas confirma a identidade do homem, a sua imortalidade e pré-existência, ou coexistência espiritual com o seu Criador.” (pág. 47: 21-27)

Tendo aceito o fato de que somos agora imortais e sempre o fomos, será o termo “coexistência” mais apropriado? Mais do que uma sugestão passada, presente ou futura, a coexistência representa a imortalidade ininterrupta do eterno agora; tendo aceito o fato de que somos agora imortais e que sempre o fomos, admitamos o fato de que sempre o seremos. É neste ponto que a maioria das religiões cristãs concordam, ao saber que o nosso futuro está associado à imortalidade.

No entanto, estas diferem da Ciência Cristã, quando partem do princípio de que teremos que morrer para a imortalidade prevalecer; assim, uma vez terminada esta vida, deveríamos então continuar a viver a fim de alcançar a demonstração de imortalidade. Mas a Vida é Deus e Deus é a única Vida, a nossa Vida, a qual não conhece a morte — nem mesmo uma fase chamada transição. Cristo Jesus ensinou, pregou e demonstrou a verdade de que a Vida é eterna e de que a morte não existe. Esta gloriosa promessa foi proferida perto do túmulo de Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim, não morrerá, eternamente. Crês nisto?” (João 11: 25, 26). A ressurreição de Jesus dentre os mortos, seguida da sua ascensão, foi uma prova irrefutável de que o homem é eterno. Em todos os seus livros a nossa líder provou a irrealidade e total inexistência do processo de morte. São inumeráveis as vezes em que ela declara: “A morte não existe.” É por este motivo que não deveríamos temer a morte como uma inimiga, nem acolhê-la como uma amiga, mas apenas considerá-la como sendo absolutamente nada, e portanto, totalmente não-existente. Como é maravilhoso saber que a nossa compreensão espiritual, a nossa saúde e a nossa imortalidade não são cúmplices de uma amiga chamada morte! Como tal, não somos obrigados a acolher essa falsa amiga, pois a nossa saúde, a nossa compreensão espiritual e a nossa imortalidade procedem de Deus, fonte inesgotável.

Como considerar então a morte? Como uma amiga, uma inimiga ou como o nada absoluto? Na revista Seleções do Reader’s Digest, de Fevereiro de 1952, consta um excerto condensado do livro The Will to Live (A vontade de viver), de autoria de Arnold A. Hutschnecker. Este livro, na sua maior parte, foi escrito sob um ângulo científico e ao lê-lo, fiquei profundamente impressionada por tudo quanto esse físico eminente havia declarado. Ele chegou à conclusão de que ninguém passa pela transição da morte sem que antes a tenha planejado.

O que é que planejamos? Viver ou morrer? Sejamos vigilantes. Por vezes, esse planejamento ocorre de uma forma muito sutil. Podemos fazer a afirmação com a maior firmeza: “Eu não morrerei nunca”, mas será que não a transgredimos quando admitimos que o nosso nome venha a constar de uma lápide num cemitério? Ou quando fazemos um testamento ou um seguro de vida? Não se encontrará a casa de algum de vós devidamente organizada para facilitar a procura de documentos pessoais no caso da sua própria morte? O Dr Hutschnecker afirma o seguinte: “Frequentemente descobrimos que a vítima de um enfarte repentino e imprevisto havia antes consultado o seu advogado para tratar do testamento ou tinha feito recentemente um novo seguro de vida.”

Não há muito tempo, eu mesma caí na seguinte armadilha: Pensei que não assistiria a uma nova guerra. Mas de súbito interroguei-me: “O que estás a pensar? Que já não estarás mais viva para assistir a uma nova guerra ou que já não haverá mais nenhuma guerra?” Como a minha vida é planejada por mim, me era impossível admitir que eu pudesse passar pela transição antes que uma nova guerra se declarasse num universo material. Eu devia antes alegrar-me pelo fato de que nenhuma guerra poder existir no reino da consciência divina, onde eu eternamente vivo.

Conheço um caso em que, a despeito da ajuda dada por um devotado praticista, sincero e consagrado, o paciente faleceu. Aos amigos que assistiam ao funeral, a família distribuiu com orgulho uma carta que a defunta havia redigido alguns meses antes. Era verdade que essa carta estava especialmente bem escrita e que exprimia muito bons sentimentos, mas por outro lado, revelava que essa pessoa havia de tal forma baseado os seus pensamentos na ideia da morte, que resolvera escrever uma carta a esse respeito! Todos consideraram que se tratava de uma carta magnífica, exceto eu; tive a convicção de que a paciente poderia ter feito muito melhor uso do seu tempo cooperando com o trabalho do praticista e planejando a vida, ao invés da morte. Por vezes, se fazem as seguintes interrogações: “Que se passa com os praticistas? Porque é que há tantos casos de Cientistas Cristãos que morrem?” Eis aqui a resposta: muitos deles aceitam a ideia da morte.

Comecemos já então a planejar viver uma vida plena. Paremos de poupar dinheiro para o deixar como herança aos nossos filhos. Não será essa uma outra forma sutil de planificação? Vivamos o presente e utilizemos os nossos recursos agora, sabendo que o Pai celeste que tanto nos ama suprirá ilimitada e abundantemente tanto às nossas necessidades como as dos nossos filhos, tal como Ele fazia “antes que houvesse mundo”.
.
Na página 427 do livro Ciência e Saúde, a Sra. Eddy descreve a morte como sendo apenas” (…) outra fase do sonho de que a existência possa ser material.” (14-15) Como consequência, a morte é o nada, uma ilusão. É apenas uma parte do relato de Adão e Eva, pretendendo tornar verídica a mentira de que o homem possa nascer na matéria, viver na matéria e morrer na matéria; contudo; isso não passa de uma fábula. Podemos relegar todas as fases da vida na matéria para o reino da pura ficção, pois no reino da ficção, a morte, é o nada — não existe. Mesmo aqueles que nesse sonho de existência adâmica imaginaram morrer, serão os primeiros a confirmar que não se passou absolutamente nada.

 

Continua..>

 

Imortalidade Trazida à Luz-3

.
IMORTALIDADE TRAZIDA
À LUZ
Doroty Rieke

– 3 –
A verdade de que Deus representa o nosso único Pai é uma lei de cura para qualquer problema de hereditariedade, quer num caso de doença, quer para uma questão de caráter. Não tendo nunca nascido de pais humanos, o homem não pode herdar qualidades ou condições próprias da raça humana. Oriundo unicamente de Deus, o homem não tem outra hipótese senão herdar as qualidades e condições provenientes da divindade. Um homem obteve uma cura relativa a seu pai e a seu filho quando negou qualquer relação mortal entre os três, raciocinando que, sendo eles filhos de Deus, não podiam herdar senão as Suas qualidades. Isso significava que ele não havia herdado asma de seu pai, tal como seu filho não a herdara dele próprio. Os três estavam convictos de que nenhum deles havia herdado as tendências humanas de medo, frustração e conflitos emocionais que poderiam ter contribuído para o aparecimento da crença em asma. Mais ainda, esse homem concluiu que, não existindo relacionamento humano, não poderia existir um sentido opressor de amor, o qual se poderia fazer representar sob a condição de asma, mas ao invés, regozijou-se de que cada um refletia o generoso e libertador amor de Deus. Então, a cura há tanto procurada foi rapidamente alcançada através da aplicação desta simples verdade de que Deus é a nossa única origem e o nosso único criador, o nosso Pai-Mãe. Se cada um se identificasse unicamente como o filho de Deus, então todos seríamos irmãos e irmãs num único universo espiritual, e os pais nunca mais seriam um fardo para os filhos, nem os filhos para os pais. Tudo estaria inteira e completamente a cargo de Deus, independente de qualquer pessoa e nos casos em que os laços humanos e as suas falsas responsabilidades se evidenciassem, estabelecer-se-ia antes uma relação feliz e harmoniosa. 

A propósito, que idade tem cada um de vós? Se eu agora vos pedisse que prometessem dizer apenas a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade, qual seria a vossa resposta? Que o fato de não possuírem idade é maravilhoso: não tendo nunca nascido, não podeis ter nem um dia, muito menos trinta, quarenta ou cinquenta anos. Que idade tem a vossa 17a irmã? Nunca tendo nascido, terá ela dias ou anos? Claro que não.
O mesmo se passa convosco. A verdade acerca da idade do homem é que este é radiosamente jovem. Ele é eterno, o reflexo imediato e instantâneo do ser de Deus. Tal como o raio de sol, que mesmo que exista há milhões de anos continua a refletir ainda hoje o sol, assim o homem, o reflexo e a expressão do ser de Deus é neste mesmo instante tudo quanto Deus é. Esse homem é, sem qualquer dúvida, eterno, e tal como o raio de sol, está sempre no zênite da perfeição. Embora o homem mortal possa parecer emocional e impulsivo, ele é sensato e moderado, a completa e perfeita imagem e semelhança de Deus, refletindo em perfeito equilíbrio e da forma mais completa todas as qualidades de Deus.
É isso que a Sra. Eddy exprime quando compara a vida ao sol e a humanidade ao zênite eterno. Não um zênite em função da acumulação de anos, mas sim em função da plenitude e da totalidade do reflexo. O nosso nascimento espiritual não poderia encontrar melhor descrição que esta maravilhosa citação de Ciência e Saúde: “A criação está sempre se manifestando e tem de continuar a manifestar-se eternamente, por causa da natureza de sua fonte inesgotável.” (pág. 507: 30-32)
Não possuindo idade, é uma impossibilidade para o homem ser penalizado pelos seus anos de vida material. A verdade fundamental acerca do mito do nascimento humano fecha a porta às doenças infantis. Logo que uma família seja capaz de se regozijar pelo homem não ter idade e não mais considerar os seus filhos como crianças ou bebês, e sim como idéias de Deus, possuindo a idade da maturidade, cessam os pensamentos receptivos a crenças em papeira ou em varicela. Os problemas de pele ligados à adolescência cedem facilmente à verdade gloriosa de que o homem nunca nasceu e nunca pode ter a idade de um dia, muito menos de dezessete anos. Decerto, aquele que compreende e se alegra constantemente por ser imortal, não pode, de modo algum, ser penalizado pela evolução da vida. Nunca tendo nascido, o homem não tem sequer um dia, e muito menos cinquenta anos. Sabendo que a vida é Deus, sem mutações e sem idade, o homem deve obrigatoriamente demonstrar a perfeição imutável e a harmonia.

O mesmo se aplica aos problemas que surgem aos sessenta ou mais anos, que são imediatamente resolvidos assim que a imortalidade sem idade for reivindicada. Uma das minhas amigas estava muito preocupada por seu pai ser obrigado a aposentar-se aos sessenta e cinco anos, pois ele tinha sido sempre um homem muito ativo na sua profissão e ela temia que a inatividade pudesse trazer-lhe problemas. Porém, nessa fase, essa minha amiga concentrou a sua atenção na imortalidade do homem e no fato dele não possuir idade, regozijando-se com estas verdades. Realizando que o seu pai nunca tinha nascido, era impossível que ele tivesse sessenta e cinco anos, e portanto inconcebível que este pudesse ser prejudicado por algo que não existia. Pôde ainda concluir que Deus nunca aposenta os seus filhos, mas emprega-os continuamente. Um dia, o seu pai encontrou um amigo e este perguntou-lhe como passava; ele respondeu que estava bem, mas que preferiria continuar trabalhando. Então o amigo replicou: “Eu conheço um bom número de pessoas que teriam todo o interesse em empregar alguém como tu.” Assim, no curto espaço de uma semana, o pai da minha amiga estava empregado. Apesar de ter dirigido durante anos um departamento de uma importante organização, ganhava agora muito melhor neste novo emprego. Isto passou-se três semanas antes do Natal e a companhia ofereceu-lhe um presente, tal como a todos os outros empregados — o primeiro presente que ele alguma vez recebera de qualquer empresa.

Porque conhecemos e compreendemos a imortalidade, sejamos então nós reconhecidos por não termos que aceitar qualquer penalidade causada pela idade! Não é maravilhoso que nenhum de nós tenha alguma vez que passar pela velhice, nem ser prejudicados por ela? Somos agora a expressão imediata do ser de Deus e sempre o seremos, manifestando plenamente a Sua liberdade, a Sua força, a Sua inteligência e a Sua atividade divinas, já que somos imortais e compreendemos que de fato o somos.
Que faremos, então, quanto aos aniversários?
A Sra. Eddy diz-nos em Ciência e Saúde: “Medir a vida pelos anos solares é espoliar a juventude e revestir a velhice de fealdade.” (pág 246:11-12)
Ela declara que nunca deveríamos fazer caso da idade e que “os registros de nascimento e de óbito não passam de conspirações” contra o homem e a mulher. Permaneçamos firmes a respeito desta questão de nunca ter nascido, ao invés de afirmarmos sem refletir: “Não posso ser prejudicado pelo nascimento, que na verdade nunca aconteceu” e em seguida fazer caso de um aniversário ou desejar um feliz aniversário a uma outra pessoa. Porque havemos de celebrar algo que nunca aconteceu? Permitam-me deixar-vos aqui algumas questões que a Sra. Eddy nos coloca em Miscellany: “É Deus infinito? Sim. Criou Deus o homem? Sim. Criou Deus tudo quanto foi criado? Sim, Ele o criou. É Deus Espírito? Sim, é. O Espírito infinito criou aquilo que não é espiritual? Não. Quem ou que é que criou a matéria? A matéria como substância ou inteligência nunca foi criada. É o homem mortal um criador, material ou espiritual? Nem um, nem outro. Porquê? Porque o Espírito é Deus e é infinito; como tal, não pode existir nenhum outro criador, nem nenhuma outra criação. O homem é unicamente a Sua imagem e semelhança.

Sois vós Cientistas Cristãos? Eu sou. Aceitam como verdadeiras as declarações acima transcritas? Eu aceito. Então qual a razão destas comemorações de aniversários desprovidas de sentido, se estes não existem?” (pág. 235:15-26)

É comum a interrogação: “Que devemos pensar acerca dos presentes de aniversário? Afinal, essas ofertas são uma expressão de amor.” Todos nós ficamos felizes por dar um presente e é certo que apreciamos a idéia que incita uma outra pessoa a fazê-lo. Mas porquê associar a um presente os estigmas da ficção, da irrealidade e da mentira? Porquê ajudar a cavar uma sepultura, acrescentando a palavra “aniversário” a um presente? Há quem diga: “Eu não faço qualquer referência à idade, esse dia é apenas o meu dia.” Certamente, se assim o desejarmos, todos nós podemos atribuir a um dia um caráter especial, mas porque motivo escolheremos aquele em que nascemos? Porque não escolher uma outra data e consagrá-la como nossa? Um casal meu amigo ignora totalmente esses dias passando-os anonimamente e sem celebração.

Em vez de celebrar essas datas, preferem então comemorar o dia de S. Valentim, que de todas as formas, é um dia consagrado à expressão do amor. Assim, eles estabelecem um forma de comemoração, trocam presentes e fazem realmente desse dia especial o seu dia.
Já alguma vez pensaram como é fácil ver o nosso próximo perfeito, uma vez que se tenha tomado consciência do fato de que ele nunca nasceu? Foi isso que aconteceu numa determinada altura da minha vida, quando me era particularmente difícil ver a irrealidade das qualidades mortais desagradáveis de uma pessoa, e ver somente as qualidades de Deus. Depois, encontrei em Ciência e Saúde a afirmação de que a Ciência “(…) levanta a cortina e deixa ver que o homem nunca nasce (…)” (pág 557: 21-22) Então, baixei a cortina sobre a imagem de um mortal invejoso e egoísta e apeguei-me à imagem que a Ciência apresenta sobre o homem. Vendo o meu próximo como coexistente com Deus, foi-me muito mais fácil aceitá-lo como amoroso, honesto, sem medo, pleno de compaixão e generosidade. Persisti neste conceito, o verdadeiro conceito, e inútil será dizer, a situação harmonizou-se.
Sugiro-vos que naqueles casos em que nas vossas experiências vos seja, particularmente difícil adquirir a visão perfeita, baixem então a cortina sobre a imagem mortal e deixem que a Ciência vos revele a verdade sobre o ser real que nunca nasceu na matéria. Posso vos garantir que vereis o vosso próximo já não como um cigano e sim como o filho do rei.

Conscientizando-nos que jamais nascemos, devemos igualmente aceitar o fato glorioso de que nunca trocamos o céu pela terra. Vivemos, movemo-nos e possuímos sempre o nosso ser em Deus. Assim sendo, o nosso universo é o universo da consciência divina e a nossa história é a história eterna de que “tudo é Mente infinita e Sua manifestação infinita.” (C&S pág 468:10-11) Essa poderosa verdade revela que não existe nada que possa nos afetar, condicionar ou influenciar, senão Deus. No reino da consciência, no interior do qual habitamos, não existe nenhum relato de Adão e Eva capaz de lançar uma maldição sobre nós; não existe caos, destruição, carência, limitação ou conflito capaz de nos fazer sofrer; não existe nenhuma falsa teologia capaz de nos governar ou de impedir o nosso bem-estar, quer nós a apelidemos de Catolicismo, Protestantismo ou Comunismo; não existem leis médicas para nos aprisionar, e acima de tudo isso, não existe mente mortal capaz de exprimir medo, ódio, inquietação, tentação, inveja, abuso, mentira, desconfiança, e assim por diante. Por conseguinte, não existindo mente mortal, não há mesmerismo, magnetismo animal ou hipnotismo que nos influenciem. Todas as forças nocivas e destrutivas ligadas ao universo material e a uma história mortal são completamente falsas, postas a nu como absolutamente inexistentes pela verdade imortal de que o homem nunca nasceu na matéria.

É necessário compreender que não somente somos agora imortais, mas que sempre o fomos. Nunca houve um início de imortalidade. Uma assim-chamada existência material jamais pôde interromper a imortalidade. Em resposta à pergunta de Deus a Jó: “Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra e (…) as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus?” (Jó 38: 4, 7) nós podemos afirmar: “Estava lá com as estrelas da alva, rejubilando, junto aos filhos de Deus.”

 

 

 

Continua..>

Imortalidade Trazida à Luz-2

.
IMORTALIDADE TRAZIDA
À LUZ
Dorothy Rieke 

– 2 –

O segundo ponto nessa maravilhosa frase é compreender que somos imortais. Antes de contemplarmos tudo quanto constitui a imortalidade, afirmemos que já possuímos toda a compreensão a esse respeito. Aceitarmos a declaração da Sra. Eddy, a qual salienta a importância de admitir que o homem é a própria semelhança de Deus, abre a porta à imortalidade. Na mesma página, podemos ler: ” A compreensão e o reconhecimento do Espírito têm que vir finalmente (…)”

De novo a nossa líder nos encoraja a afirmar agora aquilo que é justo e bom. Ao fazê-lo, abriremos realmente a porta a uma maior compreensão. Deste modo, mesmo que pretendamos prosseguir na nossa busca científica e aprofundar o tema da imortalidade, vamos admitir e afirmar desde já que o compreendemos agora. Declarar que compreendemos a imortalidade, baseados no fato da compreensão divina constituir a nossa própria compreensão, faz com que sejamos conduzidos à nossa verdadeira herança e abre caminho para que a imortalidade seja trazida à luz na nossa consciência. O novo dicionário escolar Webster define a imortalidade como “qualidade ou estado daquilo que é imortal; existência eterna.”

Um estado do ser que se define como não sendo mortal, não sendo efêmero, pregava a imortalidade de uma forma lógica e coerente e referia-se à sua origem espiritual nos seguintes moldes: “Vim do Pai e entrei no mundo.” (João 16:28). Estava igualmente consciente da sua pré-existência, uma vez que afirmou: “Antes que Abraão existisse, eu sou.” (João 8:58). Exprimia o reconhecimento da sua existência espiritual, dizendo: “Eu e o Pai somos um.” (João 10:30); reconhecia a continuação da vida depois da sua existência terrena, ao afirmar: “Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.” (João 20:17). Jesus jamais admitiu alguém como morto, mas apenas como adormecido; acerca da filha de Jairo, ele afirmou: “Por que estais em alvoroço e chorais? A criança não está morta, mas dorme.” (Marcos 5:39) E acerca de Lázaro: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo.” (João 11:11) Em ambas as situações, ele provou a nulidade da morte e a realidade e imortalidade da Vida.

É seguindo a mesma lógica que a Sra. Eddy revela a imortalidade do homem. O que é que melhor poderia resumir a sua compreensão da origem divina do homem, da sua vida espiritual e eterna, do que um postulado que a Sra. Eddy considerou como uma das “pedras angulares do templo da Ciência Cristã”? — “que a Vida é Deus, o bem, e não o mal; que a Alma é impecável e não se acha no corpo; que o Espírito não é nem pode ser materializado; que a Vida não está sujeita à morte; que o homem real e espiritual não tem nascimento, nem vida material, nem morte.” (C&S pág. 288,: 23-28). Com este postulado declarando que o homem espiritual ignora o que é o nascimento, vamos agora abordar o tema da imortalidade.

Seguramente, devemos começar pelo fato de que o homem nunca nasceu na matéria. Muitas pessoas, incluindo alguns Cientistas Cristãos, “trabalham” para se protegerem da transição da morte. Não será esse procedimento uma forma de começar pelo oposto do problema? Se se regozijassem no fato de que jamais haviam conhecido o nascimento material, reconheceriam igualmente o seguinte: que aquilo que nunca nasceu, nunca pode morrer. A pior e a mais perigosa mentira sobre o homem é a crença de que este tenha tido uma origem material.

Não deveríamos então negar esta mentira mais do que qualquer outra? Em nosso livro texto, a Sra. Eddy oferece-nos uma notável interpretação espiritual dos versículos do capítulo 10 do Apocalipse: “Vi outro anjo forte descendo do céu, envolto em nuvem, com o arco-íris por cima da sua cabeça, o rosto como o sol, e as pernas como colunas de fogo, tendo na mão um livrinho aberto. Pôs o pé direito sobre o mar e o esquerdo sobre a terra.” Acerca desta interessante visão, a nossa líder escreve na página 559 de Ciência e Saúde: “Esse anjo tinha na mão um “livrinho” aberto, para ser lido e compreendido por todos. Porventura esse mesmo livro continha a revelação da Ciência divina, cujo “pé direito” ou poder dominante estava sobre o mar — sobre o erro elementar, latente, fonte de todas as formas visíveis do erro? O pé esquerdo do anjo estava sobre a terra: isto é, um poder secundário era exercido sobre o erro visível e sobre o pecado audível.” Permaneçamos alertas para não colocarmos nosso pé unicamente sobre “o erro visível e o pecado audível.”

Uma vez negados a moléstia, a dor e o pecado, realizamos menos de metade do nosso trabalho — não nos devemos nunca esquecer de controlar e de reduzir a nada “o erro elementar e latente, a fonte de todas as formas visíveis de erro”, através de um claro reconhecimento da totalidade de Deus. O que é esse erro elementar? Não é mais nada senão a crença do nascimento do homem na matéria. Recordem-se que o anjo considerou importante colocar o pé direito ou poder dominante sobre a fonte de todas as formas visíveis do erro, a crença de um nascimento humano. Se o anjo tivesse podido apoiar-se num só pé, decerto teria escolhido o pé direito, pois uma vez dominado o erro latente elementar — a crença de que o homem nasce na matéria — nunca poderia existir nenhuma outra forma de erro visível. Não existiria nenhum corpo físico passível de desenvolver uma doença, nenhum sentido material capaz de experimentar uma dor, nenhum mortal contra o qual estar em conflito, nenhuma forma de matéria capaz de acumular o erro e nenhuma mente mortal ansiosa ou medrosa. Como é bom saber que o pé direito da Verdade onipotente está colocado sobre o erro latente do nascimento material, e reconhecermos e compreendermos que o homem é imortal.

A Sra. Eddy elaborou frases maravilhosas para melhor evidenciar o fato de que o homem nunca nasceu. Uma dessas afirmações trouxe-me uma cura e ajudou-me a compreender que, por nunca ter sido mortal, nunca poderia estar implicada num acidente. Eu tinha caído de uma determinada altura sobre um rochedo pontiagudo e ao voltar-me a Deus para pedir ajuda, recordei-me da seguinte declaração: “O homem (…) não pode decair de sua origem elevada.” Ao estudar a referida citação no livro texto, raciocinei que, se eu nunca havia nascido na matéria, era totalmente impossível eu cair. A passagem seguinte vos é decerto familiar: “Já que o homem nunca nasceu e jamais morre, ser-lhe-ia impossível, sob o governo de Deus na Ciência eterna, decair de sua origem elevada.” (pág. 258:28) A que corresponderá o fato de nunca haver nascido, de nunca ter tido concepção material? — interroguei-me. A resposta veio como se fosse Deus a falar-me: “A tua 17a irmã nunca nasceu.” No primeiro instante, fiquei perplexa com tal resposta, mas refletindo mais um pouco, vi claramente que se a minha 17a irmã nunca havia nascido na matéria, ela não possuía nenhum corpo físico que pudesse cair, e que nenhum poder podia ocasionar essa queda. Concluí que ela nunca havia deixado o céu pela terra, que ela nunca se tinha corporalizado ou materializado; ela habitava sempre em Deus, onde era impossível cair; o seu ser era espiritual, e por isso, estava ao abrigo de feridas ou contusões; a única substância que sempre a animara era o Espírito e como consequência, um ferimento não tinha qualquer razão de ser. Em seguida, regozijei-me pelo fato de tudo quanto era verdadeiro a respeito da minha 17a irmã ser igualmente verdadeiro a meu respeito, porque também eu nunca nascera na matéria. Essa iluminação espiritual a respeito da minha verdadeira identidade espiritual foi confirmada mais tarde numa referência de Ciência e Saúde relativa à nossa imortalidade: “A Ciência divina dispersa as nuvens do erro com a luz da Verdade, levanta a cortina e deixa ver que o homem nunca nasce e nunca morre, mas coexiste com seu criador.” (pág. 557:22)

Naturalmente, seguiu-se uma cura instantânea e completa. Que melhor descrição do homem imortal podemos encontrar, senão aquela contida na epístola aos Hebreus (7:13): “sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de existência, entretanto feito semelhante ao Filho de Deus.”

Somos agora esse homem imortal. Através da iluminação da Ciência Cristã é possível compreender essa verdade, reivindicá-la e regozijarmo-nos com ela.

Essa epístola aos Hebreus levanta uma questão importante. Será que o apóstolo sugere que rejeitemos os nossos pais humanos? É de fato uma obrigação fazê-lo, se desejamos ser lógicos na reivindicação da nossa imortalidade. Como podemos afirmar que somos filhos de Deus e em seguida declarar que nascemos de determinados pais humanos? Recordemo-nos que não podem existir, em nós duas identidades — o filho do rei e o cigano. Existe apenas uma só identidade e essa corresponde ao filho de Deus. Jesus deixou-nos o seu exemplo, renunciando aos seus pais terrenos com apenas doze anos de idade e reconhecendo Deus como o seu único Pai, afirmando a Maria e a José “que se ocupava dos negócios do Pai”. Ele recusava todo parentesco humano, declarando: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? (…) qualquer que fizer a vontade ,de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe.” (Mateus 12:48, 50)

Seremos nós insensíveis, cruéis e ingratos ao negar a paternidade desses entes queridos a quem nós chamamos nossos pais e ao recusá-los como a fonte de nosso ser? Não, pelo contário, nós os abençoaremos. Em vez de vê-los como humanos, nascidos na mortalidade, sujeitos ao pecado e à doença, nós os abençoaremos como filhos imortais de Deus, espirituais, perfeitos, sujeitos unicamente às leis de Deus. São muitas as mulheres que foram curadas pela Ciência do mau funcionamento de orgãos físicos, de varizes e de outras dificuldades causadas por partos, por não se considerarem como mortais dando à luz a outros mortais, mas regozijando-se por serem seus filhos as expressões imortais do ser de Deus, não possuindo qualquer outra origem. Problemas de eczemas, asma e diabetes são bem menos suscetíveis de se desenvolverem nas famílias ou nas crianças que aceitam Deus como o seu único Pai e seu único Criador. E não se trata de uma falta de amor… de fato, é uma tomada de consciência da presença de um Amor muito maior, um Amor que liberta, e da ausência de pressões, de contrariedades e de limitações de um sentido humano de amor.

 

 

 

 

Continua..>

Imortalidade Trazida à Luz-1

.
IMORTALIDADE TRAZIDA À LUZ
Dorothy Rieke

– 1 –

Jamais poderei esquecer a iluminação e a alegria que invadiram a minha consciência, assim que me foi revelado pela primeira vez o fato de eu ser uma filha imortal de Deus e não uma criatura mortal e material. Esta revelação deu-se durante uma conferência da Ciência Cristã, quando era eu ainda uma estudante muito recente desta Ciência. Permitam-me agora partilhar convosco o relato que, pela primeira vez na minha existência, me revelou a imortalidade.

A história centra-se num jovem príncipe que quando ainda criança, deixou a sua ama e foi passear sozinho num bosque onde acampava um grupo de ciganos. Estes últimos raptaram o menino e criaram-no como um verdadeiro cigano. Tendo vivido alguns anos ao ar livre com os seus raptores, o rapaz tornara-se tão moreno e trigueiro como os ciganos que o rodeavam. Vestia-se com as mesmas vestes, falava a mesma língua e usava também já um nome cigano. Assim, tendo a aparência de um verdadeiro cigano, era natural, que ele se considerasse como tal. Quando o rapaz atingiu a idade adulta, o grupo de ciganos acampou novamente nos bosques que circundavam o palácio e um amigo íntimo do rei, que nunca havia deixado de procurar o príncipe, ao ver o jovem, ficou impressionado com a forte parecença deste, com o rei. A despeito da sua aparência de cigano, o velho cortesão ficou perfeitamente convencido de que se tratava do filho do rei. Conhecendo um pouco do idioma cigano, perguntou ao jovem: “Sabeis quem sois?” Fitando o seu interlocutor com extrema admiração, ele respondeu: “Se eu sei quem sou? Claro que sei.” E apressou-se então a pronunciar o seu nome cigano. “Ah! — exclamou o amigo do rei —, mas esse não é o vosso verdadeiro nome. A verdade a vosso respeito é que sois o filho do rei.” O jovem abanou decididamente a cabeça, retorquindo: “Está enganado, eu não sou o filho do rei; sou cigano.” Mas o cortesão respondeu: “Eu sei que é isso que pareceis ser, mas de fato, sois realmente filho do rei.” “Se isso que afirmais é verdade — retorquiu o jovem — , então eu devo ter um sósia, porque somos duas pessoas diferentes: eu o cigano, e o filho do rei. Mas eu não sei onde este se encontra.” “Não — insistiu o nosso amigo — sois apenas um. E é a vós que eu me refiro, ao filho do rei.”

“Então — continuou o jovem na esperança de que a questão seguinte resolvesse o caso —, se eu sou realmente o filho do rei, qual é a origem do cigano?” O seu interlocutor respondeu-lhe que ele não possuía absolutamente nada de cigano, que apenas o parecia, e depois prosseguiu, explicando que toda essa aparência não era senão uma mentira a seu respeito, a qual nunca poderia modificar o fato de ele ser realmente o filho do rei. Resumindo, apenas na sua ignorância e no seu desconhecimento se tinha alojado o seu conceito de cigano, uma vez que ele jamais pudera ser outro senão o filho do rei.

Chegando a este ponto, o conferencista declarou: “Não é maravilhoso que durante todo aquele tempo o rapaz sempre fora o filho do rei e nunca um cigano?” A seguir, ele frisou bem o fato de que, apesar de todos os sinais exteriores evidentes — a linguagem, as vestes, o comportamento e a pele morena — o jovem não era de fato um cigano, mas sim o filho do rei. Então, dirigindo-se ao público, anunciou: “Vós também sois os filhos e as filhas do rei — sois os filhos de Deus. Não importa a evidência que o sentido material apresente a respeito de cada um de vós — que sois um mortal, uma criatura material, filha de pais humanos e possuidora dos seus próprios problemas e aflições —, a verdade é que cada um de vós é realmente o filho imortal de Deus e nunca deixou de o ser.”

Contudo, para o velho cortesão, não foi suficiente ter convencido o rapaz que ele era filho do rei e assim, insistiu em que este o devia acompanhar até a presença do rei, identificá-lo e reivindicar as suas origens. O príncipe assim o fez, mas desta vez, ele não afirmou: “Observem-me, vejam como eu me pareço com um cigano,” mas exatamente o oposto: “Reparem como eu me assemelho muito com o rei. Sou a imagem e semelhança de meu pai. Sou o filho do rei e tudo o que o meu pai possui também me pertence.” Claro está que, como consequência, o príncipe foi reconhecido como o verdadeiro descendente e assim, ao herdeiro foram atribuídos todos os seus direitos.

O conferencista sublinhou que também nós nos devemos aproximar com coragem do trono da graça, iden-tificando-nos como os filhos de Deus, nada menos que a Sua própria imagem e semelhança, e reclamar a nossa herança, reivindicar a saúde, o sucesso, a felicidade e o trabalho. Se mantivermos firmemente a nossa verdadeira identidade e reivindicarmos a nossa herança, também nós receberemos a nossa parte de tudo aquilo que é maravilhoso e bom.

Deixei essa conferência regozijando-me no fato de não existirem em mim duas identidades, de nunca ter sido uma cigana, uma mortal, mas sempre a filha do rei, a filha perfeita de Deus. Logicamente, já havia me decidido a reivindicar a minha verdadeira herança. Nunca deixarei de ser grata pelo fato de me ter sido tão prontamente revelada a imortalidade no meu estudo da Ciência Cristã.


É daí que me advém a convicção de que todos os Cientistas Cristãos deveriam estar mais conscientes da sua imortalidade, e assim possuírem um melhor conhecimento desta e estarem mais alertas para esse fato.

Em II Timóteo (1:10) lemos que Cristo Jesus destruía a morte e trazia à luz “a vida e a imortalidade mediante o Evangelho”. Mary Baker Eddy escreveu em nosso livro texto que Deus “destrói a mortalidade e traz à luz a imortalidade” (pág. 72:12). Que seja essa a nossa oração para esta época; que a mesma Mente que havia em Cristo Jesus e em nossa líder seja igualmente a nossa, e que possamos nós adquirir o mesmo conceito claro de imortalidade que neles existia, para que também nós possamos curar, pregar e ensinar da mesma forma como eles o faziam. Que melhor texto poderíamos nós encontrar na nossa busca do tema da imortalidade trazida à luz na nossa consciência, do que aquele que consta das páginas 241 e 242 do livro The First Church of Christ, Scientist and Miscellany? Os parágrafos deste último, que contém literalmente o resumo desta exposição, foram escritos pela Sra. Eddy em resposta a uma carta que lhe havia sido enviada. O conteúdo dessa carta era o seguinte:
“Ontem a tarde, fui repreendida por um praticista da Ciência Cristã, porque eu me referi a mim mesma como a ideia imortal da única Mente divina. O praticista retorquiu que a minha afirmação era falsa, pois eu vivia ainda na carne. Eu respondi-lhe que eu jamais vivera na carne, pois esta apenas vivia ou morria em função das crenças que eu entretinha a seu respeito.” Eis aqui a resposta da Sra. Eddy, tal como foi publicada no Sentinel e mais tarde, incorporada nos seus escritos: “A Senhora está cientificamente correta no conceito que detém acerca de Si mesma. Não se pode demonstrar a espiritualidade sem que antes se tenha declarado a identidade imortal de cada um e sem que esta seja plenamente compreendida. A Ciência Cristã é absoluta; ela não está nem aquém nem além do ponto da perfeição, mas encontra-se exatamente nesse ponto e é a partir daí que deve ser praticada. A menos que se compreenda perfeitamente o fato de se ser um filho de Deus, e como tal, perfeito, não existe Princípio algum a demonstrar, nem qualquer regra que o permita fazer (…) Na prática da Ciencia Cristã, deve-se afirmar corretamente o seu Princípio, para que a demonstração seja possível.”

Referindo-se a essa carta e à sua resposta, os responsáveis pela publicação dos escritos da Sra. Eddy declararam o seguinte: “É com imensa satisfação que temos o privilégio de publicar um trecho de uma carta enviada à Sra. Eddy. da autoria de uma Cientista Cristã residente no Oeste, bem como a resposta dada pela Sra. Eddy à mesma. A questão levantada é de extrema importância e exige uma resposta correta e absoluta. Os Cientistas Cristãos sentem-se muito honrados por receber as instruções da sua líder sobre esse ponto.”

Afirmo frequentemente que, caso me encontrasse numa ilha deserta e apenas pudesse conservar comigo uma frase de todos os escritos da Sra. Eddy, escolheria esta mesmo, pois nela está contida a indicação exata de como colocar em prática a Ciência Cristã, e assim, de como a viver. Tal como os responsáveis pela sua publicação o sublinharam, esta resposta da Sra. Eddy é um ensinamento para todos nós. Não seremos assim privilegiados por possuir tal ensinamento como base da revelação atual sobre a imortalidade trazida à luz?


Continua..>

O Verdadeiro Reconhecimento e a Cura

O
VERDADEIRO
RECONHECIMENTO E A CURA
(Transcrito de O Arauto da Ciência Cristã – Nov. 1997)
. 

Lembro-me de uma experiência que tive bem no começo de meu estudo da Ciência Cristã. A pedido de minha cunhada, uma de suas filhas, que havia tentado o suicídio, veio morar em nossa casa a fim de que eu a ajudasse através da oração. Era uma menina amável e vivaz, mas de tempos em tempos se com­portava de maneira estranha, trazendo sofrimento aos meus filhos. Esforcei-me seriamente para vê-la como Deus realmente a havia criado, como Sua ideia espiritual perfeita, mas certo dia ela se comportou de maneira tão insuportável que me vi obrigada a levá-la de volta para sua mãe. Mas não consegui fazê-lo. Pensei em como minha cunhada ficaria decepcionada, se lhe de­volvesse a filha sem que estivesse curada.

Desesperada, telefonei para um praticista da Ciência Cristã e lhe pedi ajuda através da oração. Disse-me que me volvesse diretamente a Deus, que me daria a resposta correta. Volvi-me a Deus de todo coração pedindo ajuda, e então ouvi, como se fossem palavras ditas em voz alta: “Não a trate sempre como se ela fosse perfeita, mas saiba que ela o é.” Apesar de minhas declarações de que ela era espiritual , uma filha de Deus, e por­tanto boa, no fundo eu não havia acreditado em minhas pró­prias orações. Eu havia continuado a pensar que ela era instá­vel. Naquele momento minha sobrinha veio dar-me um beijo. Fora curada de sua instabilidade e a cura foi permanente!

Eu havia aprendido que a verdadeira visão inclui a percepção espiritual e dessa percepção faz parte a compreensão de que o homem verdadeiro já é perfeito. Isso é válido para a nossa verdadeira natureza espiritual, mesmo que as circunstâncias  humanas não acompanhem essa percepção de imediato, Podemos comprová-lo de maneira  crescente através da oração e de uma obediência cada vez maior às leis de Deus. A Sra. Eddy, em seu livro Ciência e Saúde, explica:  A compreensão crística  acerca do ser científico e da cura divina inclui um Princípio per­feito e uma ideia perfeita – Deus perfeito e homem perfeito -­ como base do pensamento e da demonstração.”

Será que sempre prestamos atenção às mensagens de Deus, à inspiração que vem dEle? O ouvir atento é amplamente recompensado. Tanto o Antigo como o Novo Testamento contêm rela­tos de pessoas que falaram com Deus e seguiram Suas instruções. Quando Moisés, por exemplo, foi até a sarça que ardia no fogo e Deus o chamou: “Moisés, Moisés!” ele respondeu: “Eis-me aqui!”

E Deus disse: “Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa.” Em seguida recebeu a incumbência de levar os filhos de Israel para fora do Egito, tarefa que cumpriu com êxito.

Para que possamos atingir a perfeição espiritual, é indispen­sável sermos obedientes. Nem sempre precisamos de chamados audíveis para saber o que devemos ou não fazer. Podemos obter inspiração através da oração, através da comunhão silen­ciosa com o nosso Criador.

Reconhecer a realidade espiritual do ser, ouvir as instruções de Deus e segui-Ias, significa ver e escutar bem. Para nós, como filhos de Deus, isso é natural. Damos provas de um coração empedernido quando não vemos os outros como filhos de Deus ou quando não estamos atentos às instruções de Deus e não as seguimos.

Dissolvamos a dureza de nosso coração através da humil­dade, da obediência e do amor para que cheguemos a um reconhecimento cada vez maior de Deus e para que aprendamos cada vez mais acerca de Seu terno amor por nós. Como a Sra. Eddy o diz de maneira tão bela em Ciência e Saúde, o livro-texto da Ciência Cristã: “Em paciente obediência a um Deus paciente, trabalhemos por dissolver, com o solvente universal do Amor, a dureza adamantina do erro – a obstinação, a justificação própria e o egotismo – que faz guerra contra a espiritualidade e é a lei do pecado e da morte.”  A espiritualização do pensamento per­mite que reconheçamos a verdade que nos liberta. Assim adquiri­mos a capacidade de ver, de ouvir – e de curar.

*

 

 

 

 

O Poder Superante do Destemor Divino-6

O
PODER SUPERANTE DO
DESTEMOR DIVINO
Charles Fillmore

6
FINAL
.
Li uma vez num jornal médico um incidente que mostra o poder do pensamento. Um médico diagnosticou um caso de dois jovens que tinham ido procurá-lo para tratar-se. Ele ficou de comunicar-lhes o resultado por carta no dia seguinte. Escreveu, então, a um deles que não tinha doença alguma, mas disse ao outro que seu estado era muito grave, que se fosse para as montanhas poderia prolongar a vida por algum tempo, mas que seu coração estava em más condições e acabaria morrendo. Mas as cartas foram enviadas com os endereços trocados, de sorte que o rapaz sadio recebeu aquela que continha as palavras segundo as quais seu caso era perdido. Este imediatamente abandonou o trabalho e foi para as montanhas e em pouco tempo faleceu. Aquele, ao qual se destinava esse diagnóstico, recebeu, em vez disso, palavras segundo as quais estava perfeitamente sadio e em pouco tempo era a imagem viva da saúde. 

Tome cuidado com a espécie de pensamentos que você cultiva. Eles se irão acumulando em sua mente, e, se forem mal orientados, você começará a pensar que lhe estarão por sobrevir coisas terríveis ou que todos lhe são contrários. Pode você produzir um senso de insegurança em seu corpo, cedendo aos pensamentos atemorizadores. Sou de opinião que os terremotos são causados por temores da humanidade. Quando uma grande vaga de temor emitida pela humanidade atinge a terra, ela treme e se agita como um corpo tremente de carne.

Nada, porém, há a temer quando se conhece a divina proteção. Faça diariamente uma afirmação de que o poder do Espírito vai adiante de você e que nada poderá prejudicá-lo ou perturbá-lo. Então serão reconstruídas as paredes do templo de seu corpo, e a harmonia da divina perfeição aparecerá em você tal como aparece em Cristo Jesus.

F I M

O Poder Superante do Destemor Divino-5

.
O
PODER SUPERANTE DO
DESTEMOR DIVINO
Charles Fillmore

Somos seguidores de Jesus Cristo. Ele nos conduz a um novo reino. Todos os reinos antiquados estão desaparecendo. O reino de Cristo vem-se estabelecendo em todos os negócios dos homens. Quando entendermos o fundamental princípio unificador da Mente, quando soubermos que todos nós somos uma só família, todas as ideias agressivas serão postas de lado e por toda parte se restabelecerá a paz.

Mas nós, que somos vencedores, precisamos resistir por princípio. Deus é Espírito. Deus é tudo e nEle temos divina liberdade. Já não estamos numa servidão de uma lei que destrói. Já não nos unimos à oposição, negação, ignorância e escuridão, mas sim ao Deus Universal. Afirmações positivas dar-nos-ão nova têmpera, tornando-nos intimoratos.

Disse uma vez um homem ao médico: “Como pode o senhor resistir à constante associação com a doença?” A resposta foi:“Vejo apenas o lado curativo”. Adotemos esse pensamento de saúde como realidade. A saúde provém da compreensão da divina lei e da obediência a ela. Muitas pessoas fazem em seus lares preparativos para a doença. Têm os armários cheios de remédios, e alguns têm um quarto extra aparelhado como um pequeno hospital. Têm os pensamentos voltados para o sentido da doença e alguém há de adoecer para que se cumpra a lei mental que eles desencadeiam. Precisamos alterar essa lei, vendo todos como sadios. Cumpre sempre esperar a saúde em nós mesmos, em nossa família e em todos mais. Pense na saúde universal e não abrigue em sua mente pensamentos de doença.

 

Continua..>

O Poder Superante do Destemor Divino-4

.
O
PODER SUPERANTE DO
DESTEMOR DIVINO
Charles Fillmore

Não lute. Não seja sequer agressivo. Nehemias orou e armou-se, mas não saiu a lutar. Ore e arme-se com a Palavra, que é a espada do Espírito, prosseguindo em seu trabalho. Não admita a ideia de que precisa lutar. Se você for um com Deus Onipotente, saberá que tem ao seu lado todo o poder do universo e que nada lhe poderá ser contrário. Nada terá você a fazer com os inimigos. Assim, tome posição, na certeza de que não há resistência ao trabalho de saúde e de harmonia que se processa em seu corpo e em seus negócios.

Às vezes, porém, verificamos que as próprias pessoas com quem privamos nos chamam de volta à negação. Esses pensamentos, na realidade, são os mais difíceis com os quais se lidar, pois ficam muito perto de nós; poderão estar em nossa família ou naqueles que eram nossos companheiros antes de compreendermos a Verdade. Vêm ter a nós de modo sutil e dizem-nos dez vezes, de cada lugar: “Deveis retornar a nós”, “Não podeis fugir de nós”. Provavelmente você não ouvirá isso nessas mesmas palavras, mas tais pensamentos estarão carentes de regeneração e de força, de sorte que deles provirão sugestões de dúvida e temor. Deverá você cultivar poder e impavidez, firmando-se na força do senhor.

Jesus não iria a Jerusalém enquanto não estivesse preparado. Primeiro se firmou ele inabalavelmente em Espírito, lançando ao recesso das células de seu corpo o consciente da vida onipotente até que elas se tornassem obedientes É esse o trabalho que todos nós devemos executar. A vida eterna não vem de fé cega.

Não raro, assaltam-nos esses pensamentos carnais, dizendo: “Oh…você tem de retornar à escravidão da morte. Cada um tem de morrer, cada um tem de adoecer!” Ouvirá você essas afirmações de todos os lados; a atmosfera mental é sufocada por causa delas. Firme-se, porém, na Verdade. Saiba você que disse Deus: “Segue avante!” Revista-se da verdade da nova vida e faça questão cerrada de perseverar.

 

Continua..>

 

 

 

O Poder Superante do Destemor Divino-3

.
O
PODER SUPERANTE DO
DESTEMOR DIVINO
Charles Fillmore

Tem você algo a fazer por si mesmo. Se você quiser que alguém lhe dê pílulas, ou eletroterapia, ou, ainda, se vê um passo além e deseja que alguém lhe ministre tratamento para restituir-lhe a saúde, não estará você cumprindo a divina lei. Todo homem está sujeito à lei, e, pois, precisa aprendê-la e guardá-la por si mesmo. Todas as condições de que não gostamos foram criadas pelos nossos próprios pensamentos e só poderão ser remediados através da disciplinação destes em moldes verdadeiros. Não podemos transferir nosso fardo a outrem. Comemos nosso próprio alimento e respiramos o nosso próprio ar. Compreendemos claramente que não pode outrem comer e respirar por nós. Se fôssemos à escola estudar música, haveríamos de esperar que o trabalho fosse feito por nós mesmos. Não poderíamos sentar-nos e deixar o professor tocar para nós, saturando-nos de música até o ponto de tornamo-nos músicos. O mesmo se dá em relação à cura. Não podemos deixar outrem saturar-nos de medicamentos ou de afirmações metafísicas e esperar saúde verdadeira e permanente. A cultura individual é absolutamente necessária. Cada um deve lançar mão da verdade por si mesmo, observando a lei espiritual em cada um de seus pensamentos; precisa reparar o corpo, restaurando-lhe a glória que lhe é inerente como templo do Senhor. Se tivermos a mente voltada para essa direção, será fácil o trabalho. Comece com a proposição de que você ama o seu trabalho, ama a observância da lei e ama a conformidade de todos os seus pensamentos com ela. Então você vencerá facilmente a indiferença do mundo à sua demonstração espiritual.

Ao começar o trabalho de reconstrução dos muros do seu corpo, encontrará você alguma reação. Há de ver, em sutil oposição, árabes, amonitas e vários pensamentos bárbaros, indisciplinados, nos domínios de sua civilização. Chegam até a fazer incursões em seus sonhos. Qual o remédio? Destemor divino. Quando você souber que há apenas u’a Mente e que essa Mente é todo-poderosa, nada terá a temer. Firme-se então no destemor espiritual. Não fique na dependência de coisa alguma, fora de você mesmo, para salvá-lo. Tome ativa parte no trabalho, recorrendo ao Espírito que habita em seu ser e unindo-se conscientemente a Ele. Ao sentir-se invadido por pensamentos de temor, diga: “Não me atemorizam esses pensamentos todos. A bondade do Onipotente Deus reina em minha mente”.

Continua..>

O Poder Superante do Destemor Divino-2

O
PODER SUPERANTE DO
DESTEMOR DIVINO
Charles Fillmore
2

Às vezes somos inquiridos acerca da autoridade com que damos a essa escritura a interpretação de reconstrução do corpo. Não reconhecemos nenhuma outra autoridade que não a do Espírito da verdade, e todo homem pode falar com segurança quando guiado por esse Espírito. Jesus, que era guiado pelo Espírito da verdade, disse aos judeus que poderiam destruir o templo, que Ele o levantaria em três dias. Disseram eles então que tal afirmação era absurda, e  que quarenta e seis anos foram consumidos na construção do templo. “Mas ele falava do templo de seu corpo”. 

Se Jesus se referia a Seu corpo quando falava do templo, pela mesma razão interpretamos essa lição como a significar a renovação dos muros do verdadeiro templo de Deus, que é o corpo do homem. O que nos importa saber é que nosso corpo necessita de restauração. A doença anda à espreita pela terra. É difícil encontrar homem ou mulher realmente sadio. Reveste-se, pois, de muito maior importância para nós saber como reconstruir os muros do templo de nosso corpo do que estudar essa escritura como estória. Mas se pudermos ver nessa estória uma lição ilustrada do trabalho que todos nós devemos executar, então o relato da escritura nos será de valor.

No começo mesmo desta estória-lição conta-se que “o coração do povo se inclinava a trabalhar”. Se você realmente quiser saúde, precisa ter um espírito inclinado a obtê-la. Todas as parábolas dos profetas mostram os movimentos da mente, e os metafísicos não têm dificuldade para discernir o sentido das ilustrações que nelas se encerram. Precisa você estar “inclinado”, ou seja, propenso ao trabalho mental e físico que se faz mister executar. Se houver uma simples ruptura, em qualquer parte de seu revestimento carnal, se houver o mínimo desvio da perfeição divina, então as paredes do templo de seu corpo estão derrubadas e impõe-se sua reconstrução. A primeira ruptura foi mental; a primeira medida em prol da restauração é também mental, a segunda é física. Importa, porém, que primeiro você tenha inclinação para o trabalho. Encontramos pessoas que gostariam de ser reconstruídas e perfeitamente sadias, mas são mentalmente preguiçosas. O único modo de ser sadio consiste em assumir atitude mental em consonância com o princípio de saúde que constitui a base de toda existência.

 

Continua..>

O Poder Superante do Destemor Divino-1

.
O
PODER SUPERANTE DO
DESTEMOR DIVINO
Charles Fillmore 

1

Está escrito na Bíblia que “a cada um lhe servirá de peso a sua própria palavra”. Significa isso que todos os fardos têm por alicerce o pensamento. A ser isso assim, – e sabemos por experiência que o é – devemos dedicar grande parte da nossa atenção a disciplinar nossas ideias.

Pelo poder do pensamento, não só criamos estados de espírito, mas também nos envolvemos em uma atmosfera proveniente dos outros, para estabelecer uma condição que propicia o bem ou o mal, conforme seja o caráter das nossas ideias.

Incumbe, pois, a todas as pessoas que ensinam a doutrina de Jesus Cristo, a verdade intrínseca do homem, colocar todas as ideias em correta ordem. Se nos confinamos à atmosfera dos pensamentos humanos, precisamos libertar-nos e criar nova atmosfera mental. É esse o trabalho que nos esforçamos por executar.

Podemos admitir que certas causas são verdadeiras, mas nem sempre é fácil demonstrá-las. Sabemos, contudo, que podemos projetar o poder do pensamento e demonstrar o que seja que desejamos, se formos fiéis. Muitas pessoas se sobrecarregam com pensamentos de medo. Por vezes, nem sabem o que temem: os temores lhes sobrevêm da atmosfera mental.

Como vencedores que somos, acabamos com os nossos próprios temores e eliminamo-los da humanidade. Podemos estabelecer-nos em divino destemor através da negação de todo medo ou causa que o determine e da afirmação da presença e da coragem da Mente divina. Deus é a fonte de todo bem e nEle não há temor, “Estando em Ti, não temo o mal”. Tomemos estas palavras e estabeleçamos, agora mesmo, uma atmosfera mental de destemor.

No livro de Nehemias temos um relato da reconstrução dos muros de Jerusalém. Nehemias, um hebreu cativo na Babilônia, ao saber que os muros de Jerusalém haviam sido derrubados e as suas portas destruídas, obteve permissão para restaurar as defesas. O quarto capítulo fala da oposição que os edificadores encontraram em seu trabalho, mas está escrito que “o coração do povo se inclinava a trabalhar”. Eu pediria a atenção do leitor para isso como tema principal. Os árabes, os amonitas e os bárbaros à volta de Jerusalém opunham-se à construção dos muros, porque os mantinham fora da cidade, e enviaram mensagens aos judeus ameaçando matá-los se prosseguissem na reconstrução. Nehemias, porém, continuava orando e trabalhando.

Dentre aqueles que ofereciam oposição a Nehemias havia certos filhos de Israel que não tomavam interesse no trabalho nem tinham fé na reconstrução. Dez vezes, disseram eles, de todos os lugares: “Deveis retornar a nós”. Mas Nehemias orava a Deus e encorajava o povo, e continuavam com o trabalho de restauração. Tudo isso ilustra o trabalho que se processa dentro de todos nós, quando nos compenetramos de que o corpo é deveras o templo do Deus vivo  e somos Sua cidade escolhida.

 

Continua..>

Tudo Está Bem

TUDO ESTÁ
BEM
Allen White

Tudo está bem. Quantas vezes você já disse isso? Eu já encerrei muitas orações públicas com as palavras “e  tudo está bem.” Sim, porque esta é a Verdade. TUDO ESTÁ BEM porque TUDO É DEUS. Sente-se e reflita sobre essas palavras por algum tempo. Logo você  se verá considerando o fato de que TUDO ESTÁ BEM, porque Tudo é Deus.

Amado, isto significa que tudo está bem com sua vida exatamente agora. Em sua vida  não há bolsos vazios causados por falta de realização ou por realização parcial. Algo assim seria impossibilidade: Deus (o TUDO)  é a inteireza de sua vida neste exato momento. Sua vida é constituída por Deus sendo tudo.  Que poderia  lhe estar faltando?

Você já considerou a sua vida a partir deste ponto de vista? Ou  vive na esperança de que as coisas irão melhorar só após  você compreender um pouco mais sobre Deus (Verdade)? Pare! As coisas estão excelentes agora. Elas têm de estar! A Perfeição (Deus) é a soma total do que constitui a sua vida.

Por apenas uma semana, contemple estes fatos. Deixe sua Consciência voar às altitudes supremas da Percepção. Eu lhe garanto que, em apenas uma semana nesta contemplação, você porá fim à ideia de que algo possa  estar faltando em sua vida. E certamente,  irá experimentar a evidência de uma grandiosa realização. Mas o seu propósito, com tal contemplação, deverá ser apenas voltado à alegria de reconhecer a totalidade de Deus.

*

Desejo Exprimir o Divino Amor…

.
DESEJO EXPRIMIR
O DIVINO AMOR,
QUE ATRAI O COMPANHEIRO CERTO E EXPERIÊNCIAS
FELIZES.
unidade
 

Às vezes escrevem à Unidade perguntando se é correto orar para atrair a pessoa certa que nos fará feliz e a quem podemos felicitar. Não há regras fixas para as preces; elas são graduadas ao nível interno de cada pessoa. Portanto, se a pessoa sente o impulso de fazer esse pedido ao Pai, embora Ele já saiba desse anseio, será natural. No entanto, o que se deve evitar, é que se façam determinações; é que se deem ordens a Deus, dizendo-Lhe “qual deve ser a pessoa” e até, indiretamente, impor-Lhe um prazo para que no-la mande… As preces desse teor devem ser gerais, impessoais, em respeito à liberdade do outro.

Não devemos forçar o amor. Ele há de ser espontâneo, livre, para corresponder e preencher o íntimo de cada um, no encontro para crescimento mútuo. Nem devemos forçar prazos, por influência das gerações passadas. O tempo é individual. Muitas vezes a espera é preparo ao desfrute maior da felicidade, que na juventude não avaliaríamos. Quando a experiência tira as arestas, pode unir pessoas que apreciarão as mútuas qualidades.

“O Senhor fartou a alma sedenta e encheu de bens a alma faminta”.

Salmo 107:9.

*

Onde Há Amor Não Existe Carência-2

ONDE HÁ AMOR
NÃO EXISTE CARÊNCIA
DeWitt John
-2- 

Por vezes, a pretensão inicial de carência concentra-se em não se saber exatamente o que fazer – falta de um sentido de direção. No entanto, a completa disposição de trabalhar com Deus em espírito de oração, depositando irrestrita e inabalável confiança em Deus, ilumina o nosso sentido espiritual. Então estamos preparados para ouvir a orientação da Mente onisciente; estamos prontos para responder àquelas intuições celestiais que nos mostram o caminho certo a seguir.

Ou então, o obstáculo parece ser uma opinião negativa a nosso próprio respeito: a falta de um sentido de valor. A Ciência Cristã soluciona tal coisa – não com edificar um sentido mortal do eu com base num ego humano, mas com despertar-nos para perceber o domínio, a pureza e a glória da natureza real do homem como representante de Deus.

Quanto mais aprendermos da plenitude e da perfeição do Amor divino, tanto mais claramente reconheceremos a grandeza e o valor do homem como ideia de Deus. E essa é a nossa verdadeira identidade agora, apesar do que o sentido mortal atesta. Realmente não somos entes finitos em luta para progredir, impelidos pelo egotismo ou pelo medo mortal. Dado a ele por Deus, o homem tem um eu espiritual que se desdobra sempre devido ao incessante impulso carinhoso da Alma infinita, ou Mente.

Para o sentido mortal, o que se faz premente parece ser solucionar a falta de emprego. Para o sentido espiritual desperto, porém, há este reconhecimento, como Mary Baker Eddy o coloca: “O homem é a expressão do ser de Deus”. Claro é que a “expressão do ser de Deus” não pode estar senão empregada – não pode estar senão perpetuamente ativa; nunca está separada do propósito e das capacidades que lhe foram outorgados por Deus nem excluída da oportunidade de expressá-los. O homem nunca poderia ficar separado de realizar o propósito divino, para o qual Deus o criou.

O homem pode parecer estar à procura de maior quantidade de substância. Contudo, a Ciência Cristã demonstra que a substância do homem é imensurável porque é, no seu sentido mais original, o Espírito infinito e o Amor ilimitável. A substância real do homem nunca está confinada à matéria nem cerceada pelas circunstâncias materiais. Irrompe através desses limites ilusórios de concepções finitas, porque existe no Deus infinito e pertence ao Deus infinito. Como a Sra. Eddy explica: “A Alma tem recursos infinitos para abençoar a humanidade e a felicidade seria alcançada mais facilmente e estaria mais segura em nosso poder, se a buscássemos na Alma”.

Que dizer de uma aparente falta de iniciativa, de motivação, de vigor ou do poder espiritual que salva e cura? Quem ou o que pode resistir às energias infinitas do Amor? O que poderia, alguma vez, reduzir à inatividade a oniação da Mente, as forças incomensuráveis da Alma? Pontos de vista limitados a respeito de nosso Deus infinito precisam ceder à percepção engrandecida de Sua ilimitada bondade e de Seu ilimitado poder, percepção de que Deus governa incontestavelmente Sua criação, e de que o homem expressa a inteligência e as energias divinas.

A única conclusão possível, na Ciência Cristã, é a de que as energias da Verdade, contra as quais não pode opor-se coisa alguma, estão sempre a se expressar na economia divina – com espontaneidade, de modo frutífero e com poder irresistível. Os recursos ilimitados da Alma manifestam-se para sempre no cumprimento do propósito eterno de Deus de expressar a Si Próprio, e isto pode ser comprovado mediante a Ciência dó Cristo, em nossa vivência no presente.

Essa oniação, essas forças espirituais, essas energias divinas, esses recursos ilimitados do bem – todos eles estão agora e eternamente manifestados na própria auto-expressão do Amor divino e essa auto-expressão é o homem. Nessa verdadeira identificação de quem e do que somos e de quem e do que são todos os demais, encontramos a realização de nosso ser individual. A carência cede lugar à abundância, e o medo cede ao domínio e à satisfação espiritual do homem.

(Extraído de O Arauto da Ciência Cristã – Maio 1983)

*

Onde Há Amor Não Existe Carência-1

 

ONDE HÁ AMOR
NÃO EXISTE CARÊNCIA
DeWitt John
-1-

Desaquecimento,recessão,desemprego,futilidade; estas sugestões desalentadoras permeiam muito do noticiário atual e assaltam indivíduos e nações como miasma mortífero. No entanto, há resposta a esse contágio eivado de temor e de circunstâncias que parecem justificá-lo.

Com a pura compreensão da Verdade e do Amor podemos enfrentar, baseados no domínio que Deus deu ao homem, a tentação de crer em incertezas pessoais e perigos econômicos. A Ciência Cristã torna claro o que significa para nós a onipotência do Amor divino. Mostra-nos como dar prova prática da ação da Verdade. Quando compreendemos a Verdade em sua Ciência prática, verificamos que ela afasta o medo, realiza ajustes acertados, substitui a carência pela abundância.

Que a ajuda divina está disponível em meio à escassez e à desordem social é um dos temas principais das Escrituras. Grande turbulência prevalecia nos campos bíblicos. Contudo, o triunfo do poder espiritual sobre as condições materiais brilha através dos ensinamentos proféticos e é ilustrado repetidamente pelos personagens do Antigo Testamento ao se sobreporem a perigos e adversidades. É ainda melhor iluminado e confirmado inequivocamente nos ensinamentos do Novo Testamento – e, particularmente, nas portentosas provas dadas por Cristo Jesus e seus seguidores.

Aquilo que procura ocultar a evidência da abundância de Deus e do Seu cuidado infalível é a idolatria do pensamento mortal – é a determinação de resolver as coisas mediante o raciocínio humano, ao invés de resolvê-las pela compreensão espiritual; é a confiança nos meios e recursos materiais, ao invés de confiar na orientação da Mente divina.

Será que voltamos para outras fontes e supostos poderes que não o Amor todo-abundante ou a Mente suprema? O que precisamos é a disposição de fazer da onipotência do Amor divino o ponto de partida de nosso modo de pensar. A receptividade espiritual abre nossa visão para a soberania inexpugnável e a ação salvadora da lei de abundância do Amor. Cristo Jesus indicou o caminho: “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas”.

O ilimitado universo do Amor caracteriza-se pelo bem que jorra sem cessar. Porque o bem é infinito, ele é infinitamente diverso em expressão. E sendo infinito, todo bem está em toda parte, assim como todo o bem está exatamente aqui. O bem divino encontra expressão na imensurável abundância de ideias espirituais da Mente. A infinidade dessas ideias dá testemunho da inteireza e da inteligência suprema da Mente. Sua diversidade sem limite dá prova de que seja qual for a ideia espiritual alguma vez concebida como necessária, ela já existe na Mente. Portanto, a carência é desconhecida na presença de Deus.

Além disso, a infinidade e a diversidade das ideias de Deus asseguram a inteireza, o estado impoluto e a perfeição do homem, que é o reflexo completo, ou seja, a imagem, da Mente. A consciência que o homem tem das ideias da Mente é a substância real do homem. Essa verdadeira consciência – a Mente a refletir sua própria natureza, seu conteúdo e sua plenitude – não tem limite. Constitui o reino dos céus, o qual Jesus disse estar dentro de nós – dentro, na verdadeira consciência e no ser do homem.

A Ciência Cristã mostra que essa consciência e substância espirituais estão ao nosso alcance agora, em nossa experiência humana no presente, mediante a compreensão espiritual de Deus revelada, e proporcionada pelo Cristo e pela Ciência Cristã. Ao percebermos a plenitude do ser do homem que lhe foi dada por Deus, temos os meios espirituais para enfrentar eficazmente todas as pretensões mortais de carência.

Continua..>
Back to Top