JESUS NÃO FUNDOU IGREJA!

Jesus não fundou igreja alguma. Pregava nas sinagogas dos hebreus e pelos caminhos em que passava.
Ensinava com base no Antigo Testamento, corrigindo, contudo, muitas crenças religiosas errôneas da época, procurando tornar aquelas sinagogas menos mercenárias.
Não estava de acordo com o costume hebreu de criar doutrina, credo e cerimonial de importância. Não acreditava em suas preces de longa duração, em sacrifício de animais, etc., mas acreditava em adorar um único Deus, sem quaisquer ídolos, lembrando que “eu, de mim mesmo, nada faço” …”mas o Pai, que em mim está, faz as obras”.

Não acreditava no antigo Deus Jeová que, sentado numa nuvem, tinha enorme barba e vestimenta branca. Jesus ensinava que “o reino de Deus está dentro de vós”.
Não fundou uma nova igreja, mas adicionou compreensão e amor à religião que já conhecia, e isto foi a fundação da Igreja Cristã.

Enquanto no Antigo Testamento era ensinado “olho por olho”, a nova igreja dizia:
“ame seus inimigos”, “perdoe a todos até setenta vezes sete vezes”.

Os hebreus acreditavam num Deus que recompensava o bem e punia o mal; a nova colocação dizia:
“Nem eu, também, te condeno: vá e não peques mais”.
Para expressar este pensamento com mais inteireza, foi dito:
“A lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo”.

Torna-se importante “concordarmos em discordar” das igrejas de até agora, sejam quais forem.
Nós temos deixado o Deus pessoal de todas as igrejas para aceitarmos como nosso Deus a Verdade, o Princípio, a Mente impessoais. Temos deixado o antigo conceito de prece (que ora a Deus por saúde, riqueza, etc.) para adotarmos o conceito mais elevado:
“A verdadeira oração não é pedir amor a Deus; é aprender a amar e a incluir o gênero humano numa só afeição”.

“Oração é a utilização do amor com o qual Ele nos ama. Faz descobertas novas e científicas de Deus, de sua bondade e poder. Ela nos mostra mais claramente do que antes víamos, o que já temos e o que somos; e, mais do que tudo, nos mostra o que Deus é.

Progredindo nessa luz, nós a refletimos; e esta luz revela as puras imagens da Mente em oração silenciosa, assim como a fotografia revela a luz solar para retratar a face de um pensamento agradável”.

Nós também abandonamos o antigo conceito do homem como mortal, às vezes bom e às vezes mau, ocasionalmente saudável e na maior parte das vezes enfermo. Nós reconhecemos somente o homem espiritual, a manifestação do ser divino; a eterna expressão da Vida, livre e incorpórea. 

*

 

 

Pessoa E Doença Ficam Fora Das Meditações de Cura Espiritual

Tão logo você entenda a natureza impessoal da ilusão, você começará a curar espiritualmente, já que “esquecer o paciente” é o primeiro pré-requisito para este trabalho. Enquanto retiver na mente um “paciente”, a cura não se dará. Enquanto mantiver na mente o nome de alguma pessoa, a cura não se manifestará, pelo menos espiritualmente. Talvez mentalmente, ou pela força de vontade, o paciente possa ser curado; mas, tal benefício pouco diferiria do resultado obtido pela ingestão de um comprimido.

Para curar espiritualmente, instantaneamente afaste de seu pensamento a pessoa que lhe solicitou ajuda: nome, identidade e problema. Isto porque nem a pessoa é o problema nem sua doença particular é o problema. O problema é a crença universal em alguém apartado de Deus, em uma atividade apartada de Deus, em uma lei apartada de Deus. É com esta crença que você realmente estará lidando.

Quando alguém de nome Sue Jones chega até você e diz: “Estou doente”, cabe-lhe deixar Sue Jones de lado para perceber: “Não! Isto não é pessoa! Isto é a mente carnal. Mas a mente carnal não é mente verdadeira. A mente carnal não é sustentada por nenhuma lei espiritual: não tem substância, não tem causa, não tem realidade”.

Sem pensar na pessoa ou em seu suposto problema específico, você fará manifestar a cura em virtude do reconhecimento de o problema ser, em si, puro nada. O problema é a mente carnal, a crença em dois poderes. Você não irá lidar com algum “ele ou “ela”, nem tampouco com algum problema pessoal: estará lidando com a mente carnal, que tenta convencê-lo de haver vida separada e apartada de Deus. Disse o Mestre: “Quem de vós me convence de pecado?” Assim, quem poderá convencê-lo de que há pessoa ou condição apartada de Deus?

Com os olhos finitos, você pode ver masculino e feminino, jovem e idoso . Porém, ao longo de meus anos nesta prática, aprendi a não olhar muito as pessoas, e sim através delas, de modo que, frequentemente, nem chego a perceber quem é que está diante de mim, e nem porquê. Isso faz com que a identidade da pessoa desapareça de meu pensamento, pois não é a pessoa ou seu problema particular que despertam interesse, exceto que o caso apresentado se torna mais uma oportunidade  para ser revelado que Deus é a única “identidade” presente, e que inexistem leis outras, senão as de Deus. Enquanto eu deixar de ver alguém que tenha me procurado como doente a ser curado, pecador a ser reformado, ou desempregado a arrumar emprego, estarei na base segura como curador espiritual. Por outro lado, se considerar, em minha consciência, um doente a ser curado, um pecador a ser reformado, um pobre a ser tornado ficar rico, ou um desempregado a conseguir emprego, estarei de volta ao nível do sonho mortal, sem capacidade de prestar qualquer auxílio à pessoa, e sem poder trazer qualquer benefício ao mundo. Meu auxílio somente se dá à medida que eu consiga impersonalizar a situação toda.

Há chamados que têm a ver com pessoas de oitenta ou noventa anos de idade. Alguns de vocês estão vivendo próximos àqueles que traduzem estes números como velhice. Não se deixe convencer dessa crença também. Esta sugestão é atingida da mesma forma com que a saúde e a força do corpo e da mente são preservadas: pela não aceitação de que alguém esteja necessitado de cura, regeneração ou suprimento. Seu papel será reconhecer o “Eu” como sendo a única identidade.

“A minha glória não será dada a outro”. Se você diz que Deus não dá a Sua glória a doença, pecado ou escassez, onde estas crenças conseguiriam qualquer glória, se Deus é infinito? Elas não têm nenhuma glória, nenhuma lei, nenhuma beleza, nenhuma continuidade, pois, se estas crenças não recebem de Deus essas qualidades, significa que elas não as estão recebendo de lugar algum!

Ao sentar-se para o exercício da prática de cura, tudo de que você necessita é da habilidade de permanecer quieto em comunhão com Seu Pai interior, percebendo que a Graça de Deus é infinita. Você não precisa de qualquer poder. Não estará curando algo ou alguém. É uma ilusão acreditar na existência de algo ou alguém que devesse ser curado.

Curar espiritualmente significa provar que pecado, doença e morte não são poder; assim, nenhum poder é necessário para vencê-los. Quando falamos de Deus como Poder único, não pense nisso como algum poder que você devesse utilizar. Pense nEle como o Poder que criou o Universo, e que o mantém e sustém. Permita que Ele assim o faça, enquanto comunga com esse poder.

É como se você estivesse quietamente sentado, conversando com sua mãe. Você não necessitaria de poder algum. Deus é o único Poder, e Deus criou este Universo através do “Eu”. Deus o mantém e o sustém; assim, você não precisa de nenhum poder: necessita somente da habilidade de comungar com seu Eu interior, e de se sentir em paz com Ele. E poderá constatar que Deus está mantendo e sustentando a Sua Criação sem qualquer tipo de ajuda, sua ou minha.

*

Atitude Mística De Cura

Você tem se defrontado com um problema e pensado sobre como encará-lo? Então, neste instante, terá se esquecido da existência de um único poder, e de que tal compreensão elimina a necessidade de encarar algo como um problema. Você tem sido chamado para resolver o problema de alguma pessoa, e ficado a imaginar se possui suficiente compreensão ou suficiente poder divino? Caso esteja assim agindo, está revelando, nesse momento, que  não conheceu a Verdade.

Não é o seu conhecimento da Verdade ou o Poder de Deus que enfrentam problemas, mas sim a realização de  Deus como sendo o único poder. Nesta compreensão, não há problemas a serem enfrentados, não há leis a serem dominadas e não há males a serem superados. Tudo  não passa de ilusão dos sentidos.

Tendo lido os textos de O Caminho Infinito, mesmo por curto período, você já deve saber que “Deus É”, e isso lhe basta, pois, sendo Deus infinito, não pode haver coisa alguma além ou ao lado de Deus. Como Deus é onipresente, não existe nenhuma outra presença maligna ou de natureza destrutiva. Como Deus é onipotente, não há poderes do mal com que lidar, e nem mesmo pensamentos malignos. Como Deus é onisciente, Deus é Todo-conhecedor, e nada mais há para você saber ou realizar sobre alguma coisa, exceto  repousar nesta percepção de Deus como “aquele que É”.

Você tem acreditado que através de pensamentos, mesmo os de natureza espiritual, a harmonia do reino de Deus pode se modificar?  ou um reino mítico pode ser  destruído?

Quando você se senta em meditação, prece ou tratamento, você se compenetra de que sua única função é habitar “no que “É”? Deus é amor; você não irá fazer com que Deus se torne amor, ou fazer com que Deus ame. Deus é vida; você não irá salvar a vida de alguém ou evitar a morte de alguém. Você irá conhecer a Verdade libertadora. Do que ela nos liberta? Da ignorância e da superstição, da crença num poder apartado de Deus. Se estiver buscando a Deus por algo, ou por alguém, será você quem estará acreditando em poder apartado de Deus.

Os seus períodos de prece ou tratamento são de quietude? Um habitar no Verbo que Deus É? Ou você estaria  tentando fazer algo referente a alguma coisa? Estaria você tentando conseguir de Deus que Ele fizesse algo, no que diz respeito a alguma pessoa ou coisa? Ou você estaria habitando “naquilo que É”?

Deus É; Eu Sou: saber isto lhe será o bastante. Você permanece ainda temeroso, devido ao seu “paciente”, aluno ou filho? Então dê a si mesmo o “tratamento”, até elevar-se à percepção de que, apesar de todas as aparências do mal, vistas na terra, nenhuma delas tem mais realidade do que uma ilusão qualquer. Como há suficiente Graça divina e Maná divino para atender às necessidades de cada momento, o seu conhecimento desta Verdade promoverá a remoção de suas dúvidas e temores, fazendo com que seu “paciente” responda instantaneamente à sua percepção de que “Deus É”.

A Graça de Deus não depende de coisa alguma, e isto significa que todo estudante está suficientemente avançado para se defrontar com qualquer necessidade, bastando-lhe a compreensão dos princípios de O Caminho Infinito: o princípio da “É-dade” de Deus, e o princípio da “imediata disponibilidade da Graça e do Maná divinos”, para dar o atendimento pleno a cada instante.

Em cada período de meditação, prece ou tratamento, relaxe todos os esforços mentais, pois eles apenas lhe trariam frustrações, ou agiriam como barreiras para sua percepção da instantaneidade da paz, harmonia e plenitude espirituais.

Entre, de uma vez por todas, na quietude e no silêncio, e ouça a “pequenina voz suave”, porque quantidade alguma de pensamentos será de benefício para alguém.

*

 

O Princípio da Ciência Cristã

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Antes acreditávamos no bem e no mal. O bem era atribuído a Deus e o mal ao diabo. Agora, aprendemos que o diabo não existe; mas estaríamos reconhecendo que não existe o mal? Não apenas mudamos o nome do diabo para “mente mortal”, hipnotismo ou xyzismo?

O ponto central é:

PELO RECONHECIMENTO DA IRREALIDADE DA DOENÇA, PECADO E MORTE, VOCÊ DEMONSTRA A TOTALIDADE DE DEUS.

Não estaria você trabalhando contra a ilusão, como se a crença fosse um poder real ou causa de condição errônea? Ou você está firme na maravilha da Ciência Cristã, que revela Deus, somente, como causa e criador, e que “não existem efeitos de outra causa”?

Não basta soltarmos a crença de que o diabo é a fonte do mal. Precisamos entender a revelação de que Deus é a única Presença e o único Poder, e todo o resto como simples ilusão. A realização de que toda aparência do mal é ilusão dissolve sua aparência.

POR QUE NÃO PENSAMOS MAIS?

Por que aceitamos que, ano após ano, um poder humano ou material nos destrói? Por que, se sabemos que existe Deus, um poder espiritual que ultrapassa as discórdias mortais de toda espécie? Por que nos sentimos indefesos diante de germes, medicina, teologia humana, e perseguidores? Por que, se existe Deus, infinito poder do bem?

HÁ SÓ UMA RESPOSTA: DEVEMOS CONHECER DEUS. ACREDITAR NÃO BASTA. PRECISAMOS EXPERIENCIAR DEUS.

O erro está na ideia de procurar Deus, comungar com Deus, orar a Deus, quando aquilo que está procurando ou orando É a Consciência divina destruindo o senso finito. A Verdade é o reconhecimento deste fato.
Não há outra Vida que não seja a Sua, nem outra Mente; deixe que a Vida viva por si; deixe que a Mente Se expresse. Deus não é algo apartado de você. Deus é a Substância, Lei, Vida, e É a Sua realidade. Religiões e filosofias têm dito muito SOBRE Deus. Apresentam seus conceitos, mas eles não são Deus em si.

Enquanto Deus não for percebido como Vida, Mente e Alma do Ser, Deus permanecerá no plano do conceito. A Verdade revela Deus como Mente individual, como sua Mente. Revela o “Eu” de você como Deus. Não está “lá fora”, para ser contatado ou receber orações. Deus é o “Eu”, o Princípio ou Alma, a Vida de seu ser. Deus, como sua Mente, pode Se expressar perfeitamente.

Deixe, apenas; repouse, apenas. Somente a Consciência espiritual revela que não há ilusão. Não caia no erro de acreditar que a Ciência Cristã cure doenças. NÃO HÁ ILUSÃO. Deus é onipotente.

Vamos aceitar a revelação do Cristo e repousar na consciência da ÚNICA PRESENÇA, PODER E VIDA. Somos seres espirituais, aqui e agora. Vamos acatar esta Verdade, livrando-nos para sempre da crença de separação de Deus.

*

A Gratidão-3 (Final)

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– 3 –

Não há limite para a gratidão que podemos exprimir, já que sabemos que tudo vem de Deus.

Não há limite para o amor que podemos exprimir, já que o amor é Deus e d’Ele provém.

Não há limite para o suprimento que podemos experienciar e partilhar – mesmo em dinheiro – sabendo que Deus é o único Provedor.

O ponto mais importante, e que não devemos esquecer, é que Deus é seu Eu real e você possui, latente, toda a infinidade dos divinos dons e da divina capacidade. Não há limites para sua expressão. Você pode exprimir a infinidade que está em germe em você. Não basta teorizar esta Verdade. É preciso tomar consciência dela. É importante começar a conscientizar, a observar e dissolver, paciente e firmemente, as emoções negativas, as crenças equivocadas, as fantasias e demais bloqueios formados em nossa parte humana, a fim de que nos abramos e nos elevemos a este maravilhoso cosmo divino, que está sempre nos mandando mensagens de verdade e de amor e não podemos escutar. E se escutássemos, não poderíamos compreender. É indispensável este trabalho sobre nós mesmos, esta transmutação, que irá rompendo o véu da ilusória separatividade, até que possamos dizer como o Cristo: “Eu e o Pai somos um”.

Recordemos a promessa do Mestre: “As obras que eu faço, vós as fareis, e maiores obras ainda fareis, se me fordes fiéis”. Ele se referia à fidelidade com nosso próprio Cristo interno, em Quem reside toda a infinita possibilidade do Ser, quando Lhe fazemos a vontade.

F  I  M

A Gratidão-2

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– 2 –

Deus é o amor e o suprimento de todo o bem. Ele é infinito Se o homem exprime apenas um dedal ou um copo de graças, a culpa não é de Deus, mas do homem que se limita com suas crenças falsas e negatividades. Na medida em que você se abre ao Divino e Lhe permite maior expressão, seguramente canalizará mais de sua infinidade. Não é que as pessoas retenham o divino amor. O homem não tem poder sobre o amor. O amor continua, incólume, inteiro, livre e puro, ainda que o homem não o exprima. E quando o homem exprime amor, em verdade, é Deus Se exprimindo por ele ou como se fosse ele.

Deus não Se exprime de modo limitado e finito. Se ele não encontra meios suficientemente amplos para exprimir o Seu amor, valer-se-á de outros canais mais generosos. O erro não é de quem parece negar ou limitar o divino amor ou até odiar.  O equívoco está em quem espera receber amor de uma pessoa determinada e fica a exigir-lhe, insatisfeita e a condená-la, julgando que ela está retendo o amor a que tem direito. Ninguém pode reter e bem dar o que não é dele. E o amor é de Deus. De uma vez por todas, ponhamos de lado a ideia de que uma pessoa possa ter amor. Não teimemos em apontar a pessoa que nos deve amor. Ergamo-nos a Deus, que é amor e suprimento. Ele sabe como, por quem e quando nos fazer chegar esse amor e suprimento. Ainda que você não esteja recebendo de quem acha ter o direito de esperar, você não pode mudar ninguém. Mas você pode mudar a demonstração. Não fique a olhar para as pessoas. Olhe para Deus e só d’Ele espere. Então o amor lhe virá de algum modo, mesmo que seja por um canal que não esperava.

Guardemos bem isto: não determinemos a direção de onde nós há de vir o amor e suprimento. Ele sempre vem de Deus. Quando compreendemos claramente isto e nos abrimos a Ele, tudo muda!

GRATIDÃO E SUPRIMENTO

Há estreita relação entre a graça e o suprimento. É frequente ouvir pessoas que, ao exprimir sua gratidão com algum bem material, comenta: “Se eu pudesse, daria mil vezes mais que isto, para pôr-me à altura de tudo que recebi”. É pena que a maioria das pessoas não entenda ainda o sentido mais profundo do amor, do suprimento e da gratidão. Se é verdade que Deus, muitas vezes exprime Seu amor com provisão material, isso não quer dizer que a gratidão possa ser compensada com bens materiais. Infelizmente, a maioria pensa dar e amar pelo humano e, por isso, espera recompensa pelo humano. Acham que, tendo materialmente mais, podem exprimir mais sua gratidão. Grande engano!

Todavia, como devemos compreender e aceitar os demais conforme seu grau de compreensão, não nos esqueçamos de “dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, isto é, sejamos gratos aos canais da provisão e do amor de Deus, alegrando-nos de que possam exprimir os divinos dons e desejando que eles os exprimam cada vez em maior abundância, por sua elevação da consciência. Ao mesmo tempo, nunca olvidemos que Deus é a única Fonte de suprimento e que tudo provém d’Ele. A Ele, sempre, é que devemos endereçar a ação de graças.

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A Gratidão-1

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É dito nos Evangelhos: “Por suas obras os conhecereis”. Esta Verdade se aplica à gratidão, que deve manifestar-se em atos. Quanto mais elevado for o conceito que uma pessoa tiver de gratidão, tanto maiores serão as suas obras de reconhecimento, e mais expressivas as demonstrações que recebe nesse campo.

Dar graças é reconhecer Deus como a Fonte única, abundante, infalível, contínua, amorosa e sábia de suprimento de todo o bem. É impossível ser grato sem exprimir, em alguma medida, a natureza de Deus, no ato de agradecer, pois tudo vem de Deus e não de homens. A gratidão mesma tem significado que transcende a palavra que a representa ou os conceitos concebidos pelos homens a seu respeito. Suas profundas raízes atingem a realidade do Ser.

No sentido comum, a gratidão é o transbordamento de apreço às pessoas e circunstâncias pelas quais, aparentemente, recebemos tudo. Mas seu real significado vai muito além dos eventos e pessoas que a exprimiram. Uma pessoa não pode ser grata e nem ingrata. Não está no poder de ninguém, dar,  limitar ou negar o bem representado por qualquer coisa. A gratidão nada tem a ver com o ser humano, porque ele é apenas um veículo ou canal de expressão do amor de Deus.

 A GRATIDÃO E O AMOR

A gratidão é uma das fases do amor . . . e o amor é Deus. É impossível manifestar gratidão sem manifestar amor, porque os dois são atributos afins de Deus, inseparáveis d’Ele. A gratidão é semelhante ao amor. Tal como o amor, a gratidão é Deus  Se expressando através do homem ou como homem. Assim como é impossível amar sem exprimir, em alguma medida, a divina natureza nossa, também é impossível ser grato, sem exprimir, dentro de nosso entendimento, a natureza de Deus, no ato de agradecer: todo o bem procede de Deus e não do homem. Disse Cristo Jesus ao moço rico (que se julgava virtuoso): “Por que me chamas bom? Bom é só Um – o Pai celestial”.

É tolice dizer: “Gostaria de ser mais amoroso e grato”; “Gostaria de ser mais atencioso e serviçal”, etc.. Você não pode ser os dons de Deus. Compreenda claramente que a natureza humana é apenas um aspecto do Ser total. Como estamos demasiadamente identificados com essa parte periférica, humana, que é uma pequena fração do Ser integral, muita gente concebe, falsamente, que possa amar, ser sábia, ser grata, realizar grandes obras, curar, etc.. Nada mais inverídico! Se assim fosse, Jesus, que exprimia o mais alto nível de iluminação que a humanidade jamais conheceu, não diria humildemente de si mesmo: “Eu, de mim mesmo (natureza humana), nada posso. O Pai (o Divino interno que nos gerou) é Quem faz as obras”.

O homem, como ser humano, não pode ser mais e nem menos. Você não acharia graça se um cano lhe dissesse que ele gerou a água e reclamasse méritos por isso? Daí que os Evangelhos ensinem: “Depois de haver feito tudo que me incumbia, direi: servo inútil sou”.

Realmente, enquanto o ser humano toma a persona como um Todo, é um alienado de Deus. E quando chega à compreender que é um canal das graças divinas, então se torna nada, para saber que o Divino é Tudo. Não há outro ser real, senão o Divino, em nós, a Quem devemos tudo atribuir. É preciso que o eu falso diminua e o Cristo interno cresça. É necessário chegar ao ponto de o eu falso ser crucificado e o Eu real ressuscitar e elevar-se à plenitude de ação e de união ao Pai. Como disse Paulo: “Quando sou fraco (sem pretensão humana) sou forte (internamente”).

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Cristicidade-6 (Final)

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– 6-

A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO

A descida do Espírito Santo, com essa experiência (de o Poder do Altíssimo cobri-lo com Suas Asas), ocorre somente quando você conquista alguma medida da realização de Deus como um único poder; quando tenha renunciado a todas as tentativas de lutar contra o erro, ou de usar a Verdade para vencer o mal; quando você cessar de resistir e de lutar, sabendo que “a batalha não é sua, mas de Deus” (“não por força nem por poder, mas pelo Espírito”). Quando você descansa nesta certeza e sabe que não é preciso combater nenhuma condição ou pessoa; que não adianta força física nem poder mental, porque tudo vem do Espírito (o Pai em você), então você repousa armas contra as chamadas forças e poderes deste mundo. Aí é que você chega à consciência da verdade de que só há um Poder: Deus. Então você sente a descida do Espírito Santo e o Poder do Altíssimo a cobri-lo com Suas asas. Só nessa condição é que sua consciência pode emanar, de você e através de você, a todos aqueles com quem você entra em contato, a força que lhe vem do Alto e de dentro.

No momento da concepção e do nascimento do Cristo em seu íntimo, você deixa de viver na parte humana para viver na Alma. A mente retoma sua própria função como instrumento dócil e fiel e seu corpo será utilizado como veículo de expressão e atividade do Cristo. Quando você realizar essa transição conscientemente, não perderá nunca mais seu corpo: mesmo que deixe esse plano, levará seu corpo com você. Entretanto ele continuamente surgirá para aperfeiçoar-se, de acordo com o seu conceito gradualmente mais perfeito do corpo. Você nunca mais deixará de ter um corpo e nem será privado da mente, senão que, agora, ambos, corpo e mente, tornar-se-ão veículos de expressão da Alma, pois esta se comunicará à parte humana através da mente, para que o corpo execute as funções do Ser. Cada fase de sua vida será, então, vivida diretamente pelo Espírito, que emanará do fundo de você.

Esta é a significação da Imaculada Concepção – a concepção do Cristo em sua consciência. Mas, repito, esse nascimento só ocorre numa vida transformada. Ele nasce em sua experiência pessoal quando você transcende o viver mental para um viver através da Alma. Então, você não é mais um ser humano. Você é um Cristo de Deus!

F  I  M

Cristicidade-5

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– 5 –

“E o anjo, respondendo-lhe, disse: “O Espírito Santo te cobrirá com Suas asas, pois aquele santo Algo que nascerá de ti, será chamado Filho de Deus”.

Esta experiência ocorre a todo praticista espiritual dedicado. Quando ele está meditando, o Espírito Santo desce sobre ele; o poder do Altíssimo o cobre com Suas asas e então, naquela fração de segundo de concepção, o Cristo lhe é revelado: o Filho de Deus nasce nele.

Esta experiência não remove os efeitos da doença ou privação, para devolver-lhe a saúde e a abundância. Ela sana sua condição humana e restaura sua identidade espiritual. O praticista mental meramente transforma uma crença em doença numa crença em saúde, mas o praticista espiritual, que experiencia a unidade com Deus, vive somente para um propósito: para que o Espírito Santo desça e permaneça com ele, cobrindo-o com Suas asas.

Sempre que ele alcança esse estado, acontece a Imaculada Concepção: o Cristo é nele concebido – sendo depois formado, com a continuação do esforço, até que nasça nele. Mas só pode nascer quando morre a ilusão do erro de sua parte humana e a sua Seidade espiritual faça Sua demonstração tangível em sua experiência.

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Cristicidade-4

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– 4 –

AS ASAS DO ALTÍSSIMO COBRI-LO-ÃO

O místico, no pináculo de sua iluminação espiritual, transpõe o visível e contempla a Presença ou o Poder oculto em ação. Com essa compreensão mais profunda de cada pessoa e objeto visível, ele pode testemunhar a Atividade do Espírito aparecendo como forma. Toda pessoa que alcança a comunhão consciente com Deus é agraciada com vislumbres do Infinito Invisível, que está continuamente produzindo e renovando o universo externo.

Algo parecido ocorre na experiência de um praticista de cura espiritual: num certo ponto do tratamento ou meditação, a atividade mental cessa e ele alcança um lampejo do homem real, aquela invisível parte de si mesmo, chamada Filho de Deus, que é o Cristo do ser individual. Cada um de nós tem uma invisível Seidade da qual da qual nosso aspecto visível é uma simples forma externa. Isto você pode provar por si mesmo, fechando os olhos e realizando que o Ser real, o você verdadeiro, está por trás de seus olhos, mas não é visível à consciência humana, quando você se olha no espelho. Aquilo que você vê não é você mesmo, senão a forma externa do Eu real, que é invisível, eterno e imortal, porque é a Presença de Deus em você. Quando tem este vislumbre, como Moisés no monte, você está pisando um solo santo, onde quer que você esteja, e terá outra visão, porque a real Presença de Deus estará olhando o mundo através de seus olhos.

Com meu intelecto não posso ver você e nem posso conhecê-lo pelo processo mental. Nem mesmo sua mãe, marido, esposa ou irmão pode conhecê-lo(a) realmente, porque seu Eu real é desconhecido a qualquer um deste mundo, exceto a você mesmo, quando iluminado; exceto pelas almas iluminadas pela consciente união com Deus, ou ainda daqueles praticistas espiritualmente esclarecidos que atingiram nível suficiente de iluminação para perceber sua essência espiritual.

Esta é a visão que resulta em cura ou solução de qualquer problema. Quando o praticista vislumbra, ainda que momentaneamente, o Cristo em você, Aquele que lhe transcende o sentido físico e mental do ser, naquele instante ocorre a Imaculada Concepção. Então o praticista concebe sua identidade espiritual. E esta verdadeira identidade faz depois sua demonstração espiritual, manifestando-se visivelmente.

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Cristicidade-3

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– 3 –

A DEMONSTRAÇÃO DA CRISTICIDADE

Quando a totalidade de Deus se faz evidente, tangível e visível como Ser individual, o Pai continua sendo Ele mesmo, pois pode ser imanente e transcendente ao mesmo tempo. “Eu e o Pai somos um”, “Aquele que vê a Mim, vê ao Pai que me enviou … mas o Pai é maior que eu”. A plenitude do Pai revela-se como a consciência do Filho. Assim, a consciência do Filho é tão eterna e imortal quanto a do Pai. Em nenhuma outra fonte encontramos essa revelação, exceto na doutrina da Cristicidade: a plenitude do Pai, tornada manifesta como Filho. Todo o Poder do Pai, manifestado como Deus dando ao Filho o Seu domínio. Não que Deus legue ao Filho o Seu Poder, senão que Ele é domínio expresso como Filho, pois o Pai e o Filho são Um.

Assim nós, como seres individuais, achamos nossa plenitude em Deus. Somente quando encontramos a harmonia do ser, a cura, a prosperidade, EM DEUS, reconhecendo-as como a harmonia, a saúde, a abundância de Deus expressas em nós, é que encontramos realmente nossa própria harmonia, saúde, prosperidade como dons imortais, eternos e infinitos.

A demonstração de cura ou de suprimento não é propriamente o vigor físico ou capacidade humana de ganhar dinheiro. A real demonstração, em qualquer área, é de Cristicidade: a atividade do Cristo, por nós testemunhada. Quando Moisés suscitou uma coluna de fumo durante o dia, e uma coluna de fogo durante a noite, para guiar seu povo; quando fez brotar água da rocha; quando abriu o Mar Vermelho; ou quando fez cair maná do céu – não se limitou a suprimento e proteção, senão que demonstrou Cristicidade, que atende perfeitamente a tudo.

Hoje, a todo momento abrir-nos à cura de um resfriado, de uma dor de cabeça, indigestão, consunção ou câncer, mas, por favor, não nos esqueçamos de que estes vislumbres serão demonstrações da Cristicidade. Isto ocorre cada vez que identificamos o Cristo em nossos pacientes e estudantes. Se eles são responsivos, demonstram o poder e a presença de Deus como consciência individual – o Reino de Deus na Terra.

Toda demonstração do poder sanador e redentor de Deus é evidência de que o Pai é o Filho: a glória do Pai manifestada como imortalidade, saúde, harmonia, plenitude e integralidade do Filho. Tal é a demonstração da Cristicidade.

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Cristicidade-1

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– 1 –

Examinando a história do povo hebreu, desde seus inícios, tal como é relatada na Bíblia, destacamos um tema central: a revelação do Cristo. Todos os profetas hebreus, maiores e menores, conforme sua medida, demonstraram a onipresença do bem em meio à escuridão, desespero, carência, limitação, miséria e perigo, protegeram seu povo contra poderes físicos que lhe eram superiores; venceram dificuldades, a fim de que o povo pudesse receber, dentro de seu entendimento, educação e independência política.

Ainda que nenhum ponto da literatura hebraica (com a qual estou familiarizado), pareça reconhecer que na atuação de cada um desses profetas se revelava a atividade e presença do Cristo, isto é claríssimo. Todas as grandes demonstrações de suprimento, de proteção, de harmonia, que vemos nos livros do Antigo Testamento, não foram passes de mágica que fazem surgir algo do nada. Não! Eram reais demonstrações da presença do Cristo, sempre que a circunstância ou uma condição adversa o exigiam.

 

O PODER DE DEUS INDIVIDUALIZADO

 

Ressaltemos bem, não se trata do poder de um Deus manifestado de fora, mas de um divino poder que um indivíduo pode demonstrar. A demonstração individual do poder divino é uma evidência tangível da atividade do Cristo na consciência humana. Deus é UM, e Deus é Poder. A demonstração individual desse poder é o Cristo manifestado, o Verbo feito carne. Com esta compreensão, ao ler os registros dos vários profetas hebreus, notamos que eles estavam conscientes da onipresença do poder de Deus neles mesmos. Sabiam que estavam demonstrando individualmente, dentro de sua medida, esse poder.

O Novo Testamento é a continuação da história do povo hebreu, porém agora dirigido a um povo de mais alta dimensão de vida. Através um de seus rabinos – Jesus, o Cristo – foi ensinada uma nova forma de vida que não havia sido revelada nas Escrituras hebraicas. Por isso, fez-se necessária uma nova escritura, um Novo Testamento, para legar às gerações futuras u’a mais alta revelação do poder de Deus individualizado na consciência humana.

Deste modo, surgiu uma segunda revelação . Deus não é um poder acima dos outros poderes. Algo muito grande a pairar sobre alguém. Deus não guerreia as nações vizinhas. Agora começamos a compreender que esses poderes que o grande Deus Jeová combatia não eram poderes reais, senão algo que o povo aceitava como poder. Deus não é algo que vai destruir poderes inimigos ou proteger-nos de forças adversárias. O Novo Testamento revela que eles não são poderes inimigos.

Em o Novo testamento fala-se pouco do poder de um Deus fora de nós. A ênfase, agora, é posta sobre o poder de Deus demonstrado pelo homem Jesus ou através de João, o discípulo bem-amado e, posteriormente, por meio de Paulo. Ali aprendemos que Deus é uno mas também nos é ensinado que este Deus uno está dentro de nós: Seu reino e reinado estão igualmente em nosso íntimo.

Antes de Jesus, de vez em quando se fala de um Deus poderoso no homem, mas o ensinamento mosaico não considerou Deus como poder individualizado, tal como o Cristo ensina em o Novo testamento, onde é claramente revelado que “o Reino de Deus está dentro de nós”. No Novo Testamento Deus desce à filiação individual, à Cristicidade: a totalidade do Pai manifestando-Se como o Filho, na consciência individual. É o mesmo poder, mas agora dentro de cada um de nós.

Isso nos traz ao tema central da Cristicidade, que significa Deus manifestado no indivíduo. Toda demonstração do Deus-poder é uma revelação do Cristo, porque é Consciência individualizada, manifestando a Presença, o Poder e Ação de Deus. Se isso não fosse verdade, restar-nos-ia um Deus meramente transcendente, sentado lá em cima, enquanto nós ficaríamos cá em baixo, sentados, esperando que Seu Poder se exercesse sobre nós.

A atividade de Deus é exercida dentro da consciência individual. Homens tais como Abraão, Jacó, Moisés, Josué, Elias, Eiiseu, Isaías, Jesus, João e Paulo (para não alongar a citação|), manifestaram esse Poder para que o mundo visse como Deus-Poder é individualmente expresso. Isto esclarece o depoimento bíblico de que o Pai e o Filho são Um. Deus é o infinito Ser universal e a Cristicidade é a demonstração da Deidade. Sem a demonstração de Deus na experiência individual, atuando em tudo que nos concerne, não haveria a imanência tantas vezes testemunhada pelos iluminados.

 

Continua..>

 

Espere Em Quietude!

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Sabe por que a demonstração da Verdade aprendida em O Caminho Infinito é tão reduzida? E sabe por que os tratamentos e preces alcançam a tão poucos? Primeiro, porque na meditação é declarado conscientemente a Verdade sobre Deus, é conscientizada a natureza de toda forma de ilusão como isenta de substância, poder ou lei de sustentação, mas SE ESQUECE DE AGUARDAR, EM QUIETUDE, a certeza interna de que Deus é o único Poder, única Lei, único Ser!

Ao encarar um problema, esquive-se dele mentalmente e, de modo algum permita sua entrada em sua consciência. Declare ou pense em alguma Verdade sobre Deus, Seu Universo, Sua Presença e seu Poder. DEIXE QUE O PENSAMENTO SOBRE DEUS SE DESENVOLVA EM SEU ÍNTIMO! Declare ou pense tudo que você já sabe sobre a natureza do erro — pecado, doença, carência, morte. DECLARE QUE TUDO NÃO PASSA DE FORMAS DO MUNDO DA CRENÇA — consciência coletiva da humanidade, pensamento mesmérico criador de “nadas”. Em seguida, ESPERE! Espere quietamente, silenciosamente, numa atitude de expectativa. Ouça a Voz interna, o “click”, a libertação.

Pratique isso várias vezes por dia. Aproveite todas as oportunidades, tanto com os seus problemas como com os de outrem. Lembre-se: a busca não visa a um crescimento material, mas a realização do Cristo. Somos instrumentos pelos quais o Impulso espiritual destrói o conceito mortal para revelar o homem real, cujo ser “está em Cristo”.

O segredo da cura está nesta expressão: CRISTO-REALIZAÇÃO.

Sente-se ou deite-se confortavelmente, relaxe o corpo, a mente, e sinta-se livre. Este estado receptivo exclui qualquer esforço mental. Você não estará procurando Deus; antes, estará simplesmente RECEBENDO O CRISTO, de modo relaxado, sossegado e pacífico; estará “sentindo” aquela Presença. E, nesse estado de receptividade, unicamente existe consciência, serenidade, pureza e paz. Não se prenda a nenhum desejo, motivo ou pensamento do ego — considere apenas ideias de pureza; pureza e objetivo espiritual; de pura alegria.

Conserve-se em paz, e a Palavra lhe virá: “Eis que estou convosco até o fim do mundo”…”Eu nunca o deixarei nem o abandonarei” — Eu Sou Você!

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Significado Espiritual Da Páscoa

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A época pascal rememora a crucifixão, ressurreição e ascensão de Jesus, ocorridas há 2000 anos. De acordo com os ensinamentos cristãos, o Mestre se submeteu à crucifixão para provar a veracidade de seus ensinamentos e mostrar que, mesmo tendo destruído o corpo, Ele ressurgiria três dias depois. É ensinado que, submetendo-se à morte do corpo, Ele tomou sobre si os pecados do mundo e, dessa forma, morreu para salvar-nos. A páscoa é, pois, a rememoração desses eventos, oportunidade em que se lembra e louva o mais elevado dos homens – Jesus – que se submeteu voluntariamente a esse sacrifício, para que o mundo vivesse.

Nós, estudantes da Verdade, devemos juntar-nos ao mundo cristão inteiro, para entoar hinos de louvor e honrar Aquele que, pela magnitude de seu amor, subida compreensão de Deus e do homem, demonstrou, através da crucifixão, a capacidade de vencer o último inimigo – a morte – ressurgindo do túmulo e sobrepondo-se a toda crença humana. O estudante da Verdade compreende que na experiência da crucifixão, o Mestre demonstrou poder sobre as leis materiais da vida – as crenças mortais que dão poder de vida ao corpo, em vez de reconhecer que a Vida mesma, divina, eterna, é que governa o corpo. Portanto, a crucifixão simboliza a destruição dos pecados do mundo.

Quanto mais estudamos o Novo Testamento, a mensagem e missão de Jesus Cristo, que culminaram nos dramáticos eventos comemorados na páscoa, tanto mais se aprofunda e amplia nosso amor pelo Mestre e Sua obra. E esse amor nos suscita um grande desejo de compreender o princípio da vida, a missão, a mensagem e demonstração final de Jesus. Nenhum outro homem teve maior amor do que ele, que deu a vida por seus amigos. Qual a resposta que se levanta dentro de nós ao penetrar a profundeza do amor que essa grande alma exprimiu ao mundo, em sua demonstração no calvário e na revelação posterior, com os apóstolos?

Quando o estudante da Verdade lê, pondera e medita essa gloriosa experiência, vivida pelo Mestre por amor à humanidade, pode receber inspiração e força para dar o próximo passo, de descobrir o princípio subjacente à crucifixão, ressurreição e ascensão. Qual a lição que o Mestre desejou transmitir? Não sugeria, acaso, que nós também, a nosso modo, devêssemos experienciar esses três passos? Não nos convida ele a estudar, compreender e finalmente demonstrá-los? Não nos indica que todos devemos demonstrar o princípio da imortalidade? Senão, como nos afirmou que faríamos as obras que Ele fez e ainda maiores?

Todos nascemos para as demonstrações que o Mestre exemplificou, em benefício daqueles que ainda não as podem suportar. Ninguém pode chegar a ser um instrutor espiritual se não atingir, em alguma medida, a vivência dos passos de Jesus, porque eles são vividos no dia-a-dia, em pequenas demonstrações, até chegarmos às maiores expressões.

Nossa crucifixão começa pela compreensão desta Verdade cristã: “Eu, de mim mesmo, nada posso. O Pai, em mim, é quem faz as obras”. Exatamente nesse ponto começa a renúncia aos supostos méritos, aos apegos, à ambição desmedida, reconhecendo que o homem não vive apenas de pão (fama, poder, riquezas, sabedoria humana), senão pela Vida que se expressa por toda palavra que procede da boca de Deus. Aqui aprendemos a primeira lição de cura espiritual: que a vida não depende da ação do coração e de outros órgãos e funções do corpo, mas, sim, da consciência que temos da Verdade espiritual (Deus como Vida onipresente).

O essencial é que não precipitemos esse desabrochar. Entendamos firmemente que nossa saúde, suprimento, harmonia de relacionamento, etc., não dependem apenas de esforços humanos e estudos ou poderes físicos, como acreditávamos antes, por causa de nossos condicionamentos sociais. É a palavra de Deus, mantida em nossa consciência, que eventualmente se exprime como harmonia e outras bênçãos em nossa vida cotidiana. Assim podemos compreender o real sentido das palavras de Jesus: “Tenho um alimento que não conheceis”. Compreendendo a palavra de Deus, habitando nela e deixando que ela habite em nós, conseguimos a substância que é a Fonte interna de bens, o Sanador e Salvador interno – o alimento que o mundo não conhece.

Crucificamos os medos humanos e dúvidas quando, em vez de correr loucamente, entre ansiedades e cuidados, realizamos tarefas diárias com esta compreensão: “Graças a Ele, tenho o pão, o vinho, e a água. Tudo o que o mundo anseia e busca com muito esforço, já é meu”. Relaxemo-nos à evidência desta promessa: “Filho, tu estás comigo sempre. Tudo o que é meu é teu”. Desse modo crucificamos as preocupações e insegurança.

Ponderando as reiteradas mensagens do Mestre acerca do perdão, conseguimos perdoar “70 vezes 7” aqueles que abusam de nós e chegaremos até a orar pelos que nos perseguem e nos tratam injustamente. Com esta demonstração crucificaremos nossos ressentimentos, intolerância, ódios, medos e outros obstáculos a um saudável relacionamento.

Meditando profundamente a mensagem do Mestre e Sua missão de curar os enfermos, ressuscitar os mortos, abrir os olhos aos cegos e os ouvidos aos surdos, concluímos que o que diz:: “nunca vos deixarei nem vos abandonarei, mas estarei convosco sempre, até o fim do mundo”, é o Cristo, dentro de nós, buscando desempenhar Sua missão, agora como antigamente, de curar nossas mentes e corpos, de dar-nos um sentido mais alto de vida, de purificar nossas almas, de perdoar nossos pecados, de alimentar-nos com o pão da vida e sustentar-nos com a água da vida eterna. Com esta compreensão crucificamos muitos outros óbices à nossa realização e despertar.

A culminância da crucifixão chega à sua vida e à minha , pouco-a-pouco, com a ajuda de estudo, meditação e prática da mensagem espiritual, até que, num glorioso dia, desponta em nossa consciência esta Verdade: “Não sabeis que sois filhos do Deus vivo?” Nesse momento, todo sentido pessoal, toda identificação humana, é crucificada e morta. O período para esta conquista é o dos simbólicos três dias, para nascermos outra vez, isto é, para sermos renascidos no Espírito. Então saímos do túmulo da personalidade humana e seus suportes materiais. Mas nos estágios iniciais deste renascimento interno, na consciência da filiação divina e sustidos pela divina substância, trazemos as marcas da crucifixão, como o Mestre o demonstrou. É a alegoria das lembranças das falhas, fracassos e dores que transcendemos, como a árvore que sobe e deixa as marcas dos galhos que soltou. São aparências externas que levamos por certo tempo ainda, se bem que tenhamos ressurgido internamente.

Agora andamos na Terra, com aparência de homens comuns, mas como filhos espirituais de Deus e ocasionalmente cometendo pequenos deslizes, pelo simbólico período de 40 dias. Mas somos uma evidência viva aos nossos discípulos, amigos e parentes, do fruto que amadurecemos. Eles percebem que já não dependemos dos valores humanos e nem tememos os Pilatos deste mundo, pois realizamos a graça da comunhão interna com o Pai, dizendo, em humilde confiança, por tudo que fazemos: “Eu, de mim mesmo, nada sou; o Pai, em mim, é Quem faz as obras”.

Dentro de nossa dimensão, todos podemos aprender a orar corretamente e sintonizar-nos com a Fonte divina interna, para receber a graça de levar a cura e solução de problemas aos demais. Mas isto depende muito de nossa compreensão da mensagem e missão de Jesus Cristo. Desse modo atingiremos níveis mais altos de consciência, pela crucifixão, em escalas diminutas, de nossos condicionamentos, das crenças materiais e dependência a poderes e sabedoria humanos. Ao mesmo tempo chegamos ao ponto de compreender e demonstrar o poder do Pai, em nós, pela conscientização de que não vivemos meramente do pão, mas “de toda palavra que procede da boca de Deus”.

O Maná Escondido

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Nova dimensão nos pertence: não mais buscamos o mundo, mas habitamos o centro de nosso próprio ser, onde contemplamos a glória de Deus e aguardamos que o mundo venha a nós.

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido.”

Apocalipse 2:17

“Quem tem ouvidos”—aquele que tem ouvidos espirituais, que consegue ouvir o inaudível — permita-lhe que ouça. Permita-lhe ouvir o que diz o Espírito, não o que eu digo, não o que diz o livro, não o que você gostaria de dizer, mas o que diz o Espírito: “Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido”.

Toda a mensagem de O CAMINHO INFINITO se resume na expressão “maná escondido”. Maná escondido! Como isto é parecido com a frase de Jesus: “A minha paz vos dou: não vo-la dou como o mundo a dá” – não saúde física ou riqueza material, um lar, um automóvel, não algo dado pelo mundo, mas a Minha paz! A Minha paz é algo que o mundo não reconheceria, mesmo estando cara a cara com ela; tampouco a perceberia, mesmo estando a experienciá-la. Minha paz! A paz que é sentida não por estar o corpo saudável, ou a carteira cheia de dinheiro; não por estar o lar feliz, próspero e jubiloso. Não, não, não! A Minha paz é uma paz sentida interiormente, alheia às condições externas, mas que acaba fazendo com que todas estas últimas se alterem.

Eis o mistério escondido. A paz, aquela que o mundo lhe dá, chega a você pelas circunstâncias e condições externas. Se dispuser de mais saúde ou riqueza, de uma casa mais ampla, de férias prolongadas, isso tudo poderá lhe sugerir um estado de paz que será temporário. O bem vindo de fora, e que hoje você desfruta, talvez amanhã venha a ser-lhe tomado. Mas a Minha paz é diferente. A Minha paz é uma atividade de recebimento e de fluxo que se dá em seu próprio âmago; assim, jamais depende de algo: é autogerada e autossustida. A Minha paz aflora de um manancial oculto internamente, trazendo com ela o bem que jamais o abandonará.

Em outras palavras, a paz conscientizada interiormente sempre estabelecerá a harmonia de seu mundo exterior. Este é o “maná escondido”; este é o alimento citado por Cristo, quando disse: “Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis”. Este é o alimento oculto, o alimento espiritual. Quando ele disse: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”, referia-se àquele pão espiritual, àquela substância e suprimento espirituais—não a alimentos ou circunstâncias exteriores.

O mundo está em busca de paz, harmonia, integridade e satisfação: mas, está buscando onde julga ser capaz de conseguir, ou seja, externamente, no mundo lá fora. Existe a possibilidade de se desfrutar paz, prosperidade e satisfação vindas de fora, enquanto durar aquela condição específica; entretanto, a satisfação obtida externamente geralmente é perdida, e a pessoa acaba quase sempre indo à cata de “brinquedos novos”.

A vida se transforma totalmente, tão logo você assimile firmemente a grandiosa Verdade de que “a palavra que sai da boca de Deus” é a substância da vida, e passar a compreender o sentido profundo das seguintes passagens da Bíblia:

  • · “Uma comida tenho para comer, que vós não conheceis.” -(João 4:32)

  • · “Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.” -(João 4:10.14.)

  • · “Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido.” -(Apocalipse 2:17.)

Tão logo passe a observar que o que é exterior e palpável é mero produto do que é invisível, você deixará de avaliar seu suprimento em função de quantas maçãs, pêssegos ou moedas é possuidor, mas sim em função de quantos contatos com Deus foram feitos.

Todo bem que porventura lhe surgir na vida será consequência da atividade da Verdade em sua consciência. Em outras palavras, se a sua consciência de amanhã for idêntica à de hoje, não fique na expectativa de que surgirão amanhã frutos diferentes daqueles que você possui hoje. Para o amanhã lhe trazer uma condição renovada é preciso que hoje, em sua consciência, alguma atividade diferente esteja acontecendo. Se pretende colher frutos espirituais em sua vida, terá de “deixar suas redes”, eliminando de si mesmo quaisquer galhos que o estejam prendendo àqueles já mortos. Você não entrará na presença de Deus levando junto os seus fardos. Não irá a Ele levando algum desejo de que Deus faça, seja, ou consiga alguma coisa para você… mas terá de purificar todos os seus anseios humanos, pela conscientização da Graça divina. Deverá abrir mão do passado e do futuro; deverá abandonar todo o desejo por alguma pessoa, lugar, coisa, circunstância ou condição, abandonar inclusive a espera pelo paraíso.

A presença de Deus está em seu interior, e precisa ser percebida conscientemente; mas, esta conscientização somente se realizará para aquele que estiver buscando Deus com este objetivo exclusivo e único: a busca de Deus em Si. Todo aquele que vinha buscando a Deus e perdeu o rumo, perdeu-o por ter buscado a Deus por algum outro motivo: por uma cura, por suprimento, por um lar, por felicidade, ou por outra coisa qualquer. Deus não pode ser alcançado dessa maneira. Deus pode ser alcançado somente de um modo: pela completa renúncia a tudo, excetuando o desejo único de se abrir à “Graça que é a sua suficiência”. Pense no que representa ter a Graça divina. Pense no que representa ter a paz do Cristo, a Minha paz que o Cristo lhe pode dar; não a paz do mundo, não a saúde ou o dinheiro, não a posição, lugar ou poder: unicamente a paz espiritual. Pense no significado de você somente desejar a Minha paz, a paz do Cristo, sem o mínimo pensamento sobre o que ela irá fazer ou conseguir para você!

Isto somente lhe ocorrerá à medida que conscientizar esta paz no interior de sua própria consciência. Abra mão de tudo, dizendo: “Não quero viver de pão, somente, mas de toda palavra que sai da boca de Deus”. Assim, logo em seguida ocorrerá o “milagre”.

Ao se despojar das dependências materiais e humanas, palavras como “você”, “ele” ou “ela” tenderão a diminuir e quase sumir de seu vocabulário. Não ficará pensando mais com tanta frequência sobre um “você”, um “ele” ou “ela” de quem, até então, vinha esperando tanto. A cada necessidade que surgir em sua vida, seu primeiro pensamento será voltar-se ao Cristo. Do Cristo, e através do Cristo, todo bem lhe haverá de chegar: não por algum “você”, “ele” ou “ela”, mas única e exclusivamente pelo Cristo.

É bem verdade que o Cristo aparecerá na forma de algum veículo humano. Talvez ocorra de seu bem lhe chegar através de mim, ou de meu bem me chegar através de você; entretanto, nem ele virá de você para mim, nem ele irá de mim para você. Jamais eu iria esperá-lo de você, nem você esperá-lo de mim. Eu contaria somente com o Cristo de meu próprio ser, e este Cristo apareceria como você. Por sua vez, também você iria esperar a mensagem da Verdade somente do Cristo de seu próprio ser, que poderia, hoje, estar-lhe vindo pela minha pessoa, e, amanhã, por alguma outra; mas, nesta ou naquela condição, continuaria sempre sendo o Cristo de seu próprio ser, revelando-Se a você.

Quanto menos personalizar seu bem e os canais pelos quais ele lhe chega, permitindo o aparecimento do Cristo na forma que se lhe fizer necessária a cada momento, mais comprovará esse mecanismo em sua vida. Tão logo passar a conscientizar o Cristo como a origem e a fonte de seu bem, contemplando-O continuamente, assim Ele Se manifestará.

Talvez, em algum momento, você fosse levado a pensar: “Será que mereço este bem? Serei digno dele? Terei a compreensão necessária para recebê-lo? Terei tempo necessário para estudar, ler e orar o necessário para obtê-lo?” Gostaria que soubesse o seguinte: o seu bem não depende de coisa alguma que você pudesse estar a fazer: ele é a pura atividade do Cristo em sua consciência, ao qual você se mantém aberto.

Nada pode paralisar a mão de Deus, nem mesmo seus supostos pecados de omissão ou comissão. Nada que faça ou que tenha deixado de fazer irá barrar o fluir divino. Este fluxo independe da quantidade de leitura espiritual que tenha feito, de idas à igreja, ou de estudo e meditação. Estes são apenas fatores auxiliares na abertura de sua consciência. E este é o único objetivo de todos eles. Deus não está jamais esperando sentado, até você se tornar bondoso ou espiritualizado, ou até terminar de ler centenas de páginas sobre a Verdade, ou meditar por determinado número de horas.

O Cristo é a realidade de seu ser agora. Ele está à espera, mas é você que deverá deixá-Lo entrar: primeiramente, exterminando a crença de que Ele seja algo externo ao seu ser; em segundo lugar, permitindo o Seu fluir, através da sua conscientização de sua onipresença.

Se você acreditar, por um segundo que seja, que seu bem depende de algo que possa humanamente fazer ou deixar de fazer, estará se excluindo do fluxo divino. Deus em Si está fluindo infinitamente, e a única barreira à totalidade de Sua expressão é proporcional à sua crença de que o bem divino é dependente daquilo que você faz ou deixa de fazer. Qualquer que seja a atividade espiritual de que faça parte, saiba que o objetivo dela não é o de receber o bem de Deus, mas o de ensiná-lo como abrir sua consciência ao Seu influxo.

Jamais creia que possa provocar ou impedir o fluir divino. Ele já está pleno e completo no interior de seu próprio ser, aguardando seu reconhecimento de sua plenitude no Cristo. Embora escarlates possam ser seus pecados, você é alvo como a neve. Apenas não recaia, não volte a pecar: não retorne à crença de um senso separatista de Deus, Não volte a buscar seu bem no exterior, pois, uma vez aprendido que o reino de Deus está em seu interior, e que deve permitir seu fluir de dentro para fora, se retornar à tentativa de novamente buscá-lo no exterior, isto lhe causará uma sensação de separatividade mais profunda ainda, nunca antes sentida. Não faça isso! Não retroceda! “Vai-te, e não peques mais.” Não retroceda para não se prejudicar, caso alguém não esteja agindo conforme sua expectativa, isto é, perdoando-o, dando-lhe cooperação ou reconhecendo as suas virtudes. Não retroceda àquilo! Solte-o! Conceda-lhe perdão! Deixe-o ir! Você está a sós com seu Deus. Você está a sós em seu Ser divino.

Há períodos em que você se vê diante de alguma aparência de conflito, desarmonia, dor, escassez ou limitação: em tais casos, costuma ser tentado a fazer esforços mentais, empenhando-se em vigorosas mentalizações, afirmações e negações, na esperança de achar harmonia e paz. Inverta agora esse mecanismo! Sempre que surgir alguma aparência de discórdia, relaxe. Não faça o mínimo esforço mental! Lembre-se: o seu bem não lhe virá “pela força ou pelo poder, mas pelo suave Espírito”. O seu bem não lhe virá pelas suas lutas e esforços mentais, mas sim das profundezas do seu ser, na quietude, no silêncio e na confiança.

Você não tentará obter uma cura. Irá aquietar-se e deixar que venha a “pequenina voz suave”. Deixará que o Espírito desça sobre você. Fique descansado, exatamente agora, em meio a qualquer doença, carência, discórdia ou desarmonia que porventura o estiver perturbando. Repouse! Relaxe!

“Minha Graça é a tua suficiência… Eu nunca o deixarei nem o abandonarei.” Para que lutar como se necessitasse de se agarrar a Mim? Como se tivesse de buscar-Me? Ou de procurar-Me? Eu estou em seu próprio íntimo, “mais próximo que seu fôlego, mais perto que suas mãos e pés.”

Se você sabe dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais Eu, seu Pai celestial, não saberei fazê-lo? Não se esforce para consegui-las. Eu as darei a você.Eu lhe darei água. Não desça balde em poços à procura dela. Eu lhe darei água. Quanto a você, fique quieto, deixe que Eu o alimente… deixe que Eu sacie sua sede. Deixe que Eu, em seu âmago, seja a influência curadora. O Cristo curador.

Não tente fazer de sua mente ou pensamentos o Cristo curador. “Os meus pensamentos não são os teus pensamentos, nem os meus caminhos são os teus caminhos.” Por que não abre mão de seus pensamentos nem deixa de lado os seus caminhos? Deixe que os Meus pensamentos assumam o comando. Permaneça repousado dando ouvidos a Mim. – a pequenina Voz suave do centro de seu ser. Eu nunca o deixarei nem o abandonarei. Mesmo “no vale da sombra da morte”, Eu ali estarei. Você jamais conhecerá a morte; jamais morrerá. Por quê? Porque Eu lhe darei água viva que salta para a Vida eterna.

Assim, se permanecer ouvindo a Minha Voz suave, se em Meus braços eternos relaxar, se em Mim repousar, se deixar que Eu o alimente, mantenha e sustente cada palavra que de Minha boca proceder, jamais você morrerá.

Eu nunca conheci um justo a mendigar pão. Que é um justo? Aquele que repousa em unidade comigo. Relaxe, pois, na contemplação do Meu amor, de Minha presença. O Meu espírito está junto a você; a Minha presença segue à sua frente.

“Na casa do Pai há muitas moradas…; vou preparar-vos lugar.” Por certo que vou. Sendo assim, deixe de se preocupar. Pare, pare, pare de temer; pare de duvidar. Pare de tanto insistir com declarações, afirmações e negações. Deixe ir tudo! Repouse em Mim, repouse em Meus braços. Eu, seu Pai celestial, sei que necessita destas coisas, e é do Meu agrado a você concedê-las—não querendo que você se esforce por elas; não querendo que dê “tratamentos espirituais” para consegui-las; mas, é do Meu agrado a você concedê-las, pela Graça. Não pela força, não pelo poder, mas por Meu Espírito. Tudo lhe é possível realizar através de Mim, o Cristo de seu próprio ser.

Deixe que o Cristo seja o canal pelo qual você é alimentado, vestido, abrigado, confortado, protegido, curado, sustentado e mantido. Sempre que surgir em seu horizonte alguma aparência de discórdia, relaxe mais, repouse mais, permaneça ainda mais em paz, certo da presença divina em seu interior. Confie em seu Eu, confie no Cristo do centro de seu próprio ser.

Creia na existência de uma Presença cuja função única é abençoá-lo, bendizê-lo e ser instrumento da Graça de Deus. Confie nEla. “Não deposite sua confiança em príncipes”—creia somente em Deus. Não viva mais de pão, ao menos não somente de pão, mas de toda palavra, de cada promessa bíblica, que deverá ser cumprida em você. “Para onde tu fores, irei também eu” … Eu darei ao vencedor o maná escondido.”

Este “maná” está escondido dentro de você. O mundo não consegue vê-lo; o senso comum não consegue conhecê-lo; os seres humanos não conseguem compreendê-lo. Ele está escondido do mundo. Escondido onde? Nas profundezas de seu próprio ser!

Retire sua atenção de homens e mulheres do mundo. Retire sua fé e dependência a pessoas do mundo, das circunstâncias e condições do mundo; e, em sua lembrança, fique somente com este conhecimento: profundamente, em seu interior, existe alimento que o mundo desconhece; há mananciais de água e maná escondidos, tudo já incorporado interiormente ao seu próprio ser.

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Deus É – 2

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– 2 –

Deus É; Vida É. Não nos é permitido fazer qualquer julgamento que ultrapasse esse ponto. Deus É. Trata-se de um treinamento para deixarmos de emitir opiniões. É muito fácil e agradável, para o ego de alguém, ser um bom juiz da natureza humana, ser humanamente capaz de avaliar aqueles a quem encontra; e, humanamente, talvez ele até esteja julgando certo. Entretanto, se ficarmos olhando o mundo e julgando a humanidade, colocando rótulo em pessoas, e permanecendo no âmbito das opiniões e análises humanas, somente atrairemos confusão. Há uma só forma de escaparmos disso tudo e ficarmos apartados: concordando que Deus fez tudo que foi feito, e que tudo que Deus fez é bom; concordando que Deus, Espírito, é a Vida, a Alma, e a Mente do ser individual. Como poderíamos aceitar um ensinamento que revela Deus como a Vida de toda a existência, como o Princípio criativo de todo ser, e, paralelamente, ficarmos classificando alguma coisa como boa ou como má?

A mulher flagrada em adultério não foi rotulada pelo Mestre: “Mulher, onde estão os teus acusadores?… nem eu, também, te condeno”. E ao cego de nascença, “Nem este homem pecou nem seus pais.” Você está percebendo a necessidade de se abandonar toda censura, toda condenação que se fundamenta em aparências? Toda revelação e ensinamento espiritual, registrados desde 1500 AC., estão baseados nos postulados: “Ame a seu próximo como a si mesmo”, e “Faça aos outros como gostaria que lhe fizessem”. A prece é nosso contato com Deus, e não teremos contato algum com Ele a menos que amemos nosso próximo como a nós mesmos.

Esta prática, logicamente, nos irá tirar de muitas das nossas discussões de cunho político ou social, pois não seremos mais capazes de culpar familiares, amigos, sócios ou lideranças políticas pelos nossos problemas, circunstâncias e depressões. Isto nos exigirá disciplina, e irá nos exigir mais o seguinte: um profundo e grandioso amor a Deus. Ninguém poderá penetrar na sagrada atmosfera de Deus exalando críticas, julgamentos e condenações referentes ao próximo. “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti; deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem e apresenta a tua oferta.” (Mt.5:23-24.)

Não é possível haver demonstração espiritual enquanto continuamos presos às opiniões humanas de bem e mal. Quando olhamos para o mundo sem opiniões, julgamentos ou rótulos – mesmo os bons -, conscientizando que DEUS É, criamos uma espécie de vazio interior. Neste vazio aflora a sabedoria espiritual capaz de definir e avaliar o que está diante de nós, e isto se mostrará inteiramente diferente de nossa estimativa humana. Chega-nos à consciência uma espécie de calor, uma sensação de amor pela humanidade, e a percepção de que Deus é a totalidade da Existência. Quando alguém contempla esta revelação da verdade espiritual, encontra-se pronto para dar o passo seguinte: o passo que o torna um praticista de cura espiritual, um salvador, um reformador, um supridor no universo aparente.

Este é o momento em que devemos olhar para toda condição, seja de prisão em cárcere, em corpo doente, em falta ou limitação, sem lançarmos opinião de bem e mal. Devemos poder encarar qualquer situação e circunstância com a conscientização de que DEUS É . Ser-nos-á requerido um elevado grau de consciência espiritual, para olharmos uma doença séria e sermos capazes de contemplar o Cristo. Isto não quer dizer que olharemos para o pecado, a doença, a pobreza, o cárcere, para rotularmos tudo aquilo de “bom”. Não significa que faremos afirmações mentais de que aquilo é espiritual ou harmonioso; tampouco consideraremos que algo seja “mau”, munidos da intenção de superá-lo, melhorá-lo ou curá-lo. Não, não, não. Falamos de um abandono de todo julgamento humano, na conscientização de que somente DEUS É, DEUS, SOMENTE, É .

Talvez você pergunte: “Que princípio está aqui envolvido?” No reconhecimento de Deus como infinito, poderia você admitir um doente, um pecador, uma condição de pecado ou de doença? Poderia você aceitar uma pessoa ou condição necessitada de cura, mudança ou melhoria? Não, não poderia. Que ocorre quando você testemunha o que o sentido humano chama de “erro”, e ora para removê-lo? A resposta é uma só: ocorre o fracasso.

Lembre-se: você não foi chamado para olhar pessoas e condições errôneas e chamá-las de boas ou espirituais, nem para dizer que uma pessoa em erro é o Filho de Deus. Uma pessoa assim não é o Filho de Deus. Você foi chamado para eliminar toda opinião, teoria ou crença, deixando de lado todo julgamento. Não declare que algo ou alguém seja bom. Disse Cristo: “Por que me chamas bom? Não há ninguém bom, exceto Deus”.

Não vamos chamar nada nem ninguém de bom, mas também não chamaremos de mau. Aprenderemos a olhar para qualquer pessoa e condição com apenas duas palavrinhas: DEUS É, ou ELE É . É- É- É: … nunca “será” curado, melhorado, removido. DEUS É . Harmonia É. Ele É! ELE É AGORA!

Na percepção de que DEUS É, será revelada toda entidade e perfeição espiritual. E então, você não estará vendo o mal humano transformado em bem; não estará vendo pobreza humana transformada em riqueza; não estará vendo doença humana transformada em saúde; não estará vendo culpa humana transformada em virtude; entretanto, estará percebendo a atividade e Lei de Deus presentes exatamente onde parecia existir uma pessoa boa ou má, uma condição boa ou má.

Não buscamos transformar humanidade má em humanidade boa. O objetivo deste trabalho e estudo é alcançar “aquela Mente que estava em Cristo Jesus”, isto é, alcançar o mesmo estado de consciência espiritual manifestado por ele, a fim de contemplarmos o mundo espiritual, o homem espiritual, o Filho de Deus. “O Meu reino não é deste mundo”. O reino de Deus é um reino espiritual, um universo espiritual, governado por lei espiritual. Ele é uma SUBSTÂNCIA espiritual sem começo e que não terá fim.

Podemos compreender melhor esse fato se analisarmos que jamais houve um tempo em que duas vezes dois não fosse quatro. Nunca houve tempo em que uma semente de roseira deixasse de produzir rosa. A lei “semelhante produz semelhante” vem vigorando desde antes que o tempo existisse. Ela sempre foi, é e será. A oração, no sentido comum de prece, não irá provocar esse efeito. Todo “bem” JÁ É.

Mesmo no âmago das chamadas “depressões econômicas”, a terra continuou abarrotada de frutos, os oceanos repletos de peixes, os céus repletos de pássaros. Deus não tem poder para aumentar o Seu suprimento. JÁ É INFINITO! É maior do que a terra possa usar. Ele ainda é, apesar da aparente falta de provisão e dos preços elevados que somente a ignorância é capaz de explicar. O mundo está produzindo mais do que pode consumir ou utilizar. Orar a Deus por aumento de suprimento iria realmente fazer crescer a quantidade de produtos ou benefícios? NÃO! Já existe mais que o suficiente para o mundo todo!

Naturalmente, uma pergunta pode surgir: “Como nos valeremos desta suficiência?” Resposta: “Através da prece”. Que é prece? A prece é este sentimento, esta convicção, este saber interno de que estas palavras são verdadeiras. DEUS É. Você mudaria esse fato? Mudaria algo feito por Deus? Pediria melhorias no universo de Deus? Pediria a Deus para deixá-lo influenciar as leis, a substância e a atividade de Sua própria criação? “Sim, mesmo que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo.” (Salmo 23:4.) DEUS É. Teríamos de orar por algo mais? O sentimento de certeza da declaração “DEUS É”, constitui a sua prece. Exatamente agora, ela lhe será o bastante, desde que possa abrir mão de todos os seus desejos, vontades e mesmo esperanças, para deixar este sentimento, esta realização, conduzi-lo a planos mais profundos de consciência, fazendo-o penetrar nos reinos mais profundos da prece. DEUS É. Isto não basta?

Agora eu reafirmo: não julgue pelas aparências. Olhe para cada pessoa, cada coisa, cada situação, munido somente desta compreensão: DEUS É! A partir daí, deixe a Realidade Espiritual se tornar visível pela ação de seu Pai interior.

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A prece é nosso contato com Deus, a Fonte infinita de nosso ser, da qual não podemos ter nenhum conhecimento intelectual, e que temos chamado de Mente, Vida, Verdade, Amor, Espírito ou Infinito Invisível. Deus é o único princípio criativo do universo, o princípio criativo de tudo que É; e, como esse princípio opera a partir da Inteligência suprema, sem começo e sem fim, precisamos aprender a fazer contato ou a nos tornar um com Ele. A menos que aprendamos como fazer isso, não poderemos nos valer da Onipresença, Onipotência e Onisciência de Deus.

A prece, às vezes chamada de comunhão, é a via de acesso ao contato com Deus; através dela, descobrimos nossa unicidade com Deus, nós conscientizamos Deus. Ela é o meio de se trazer à experiência individual a atividade, a lei, a substância, o suprimento, a harmonia e a totalidade de Deus. Este é um dos pontos mais importantes que um estudante de sabedoria espiritual deve saber, praticar, compreender e vivenciar.

Na compreensão da infinita natureza de Deus, entendemos a infinita natureza de nosso próprio ser. “Eu e o Pai somos um” é o fato a nos garantir a natureza infinita do seu e do meu ser. Isto independe de sermos ou não estudantes da Verdade; depende de nosso relacionamento com Deus, pela natureza de unicidade desse relacionamento – unicidade. Em proporção ao nosso progresso, iremos cada vez mais ouvir a respeito da palavra “unicidade”.

Qualquer coisa espiritualmente válida a certo indivíduo, seja santo ou pecador, deverá ser aceita como válida para mim e para você, porquanto o relacionamento entre Deus e Sua Criação é de uma unidade universal. Ao nos ensinar que “Eu e o Pai somos um”, Cristo foi muito cuidadoso em nos assegurar que falava de meu Pai e de seu Pai. Estava revelando a Verdade espiritual universal. Que diferenciava a demonstração de Cristo Jesus da apresentada pelos rabis hebraicos da época? Que diferenciava a demonstração do Mestre daquela de seus alunos ou discípulos? Era o mesmo relacionamento! “Eu e o Pai somos um”–  meu Pai e seu Pai! Neste relacionamento em Cristo Jesus, somos todos um, em termos de Verdade ou de Realidade espiritual; logo, a diferença residia na diferença de conscientização.

O Mestre conscientizou sua identidade verdadeira. Reconheceu sua relação com o Pai, com Deus, como a Fonte de seu ser. Reconheceu Deus como sua vida – pão, vinho, água. Reconheceu, portanto, sua substância ou suprimento como infinito, sua vida como eterna, sua saúde como perfeita. Todos estes fatores, como tinham origem no Pai, passaram a lhe pertencer por herança divina; revelavam o direito, o privilégio e a experiência do elo Pai-Filho. “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo que é meu é teu”. O Mestre, em seu reconhecimento pleno dessa Verdade, podia demonstrá-la. Os discípulos, não tão convictos, não tão conscientizados, chegaram a demonstrar certo poder de cura e certo suprimento, embora em escala menor. O motivo: a diferenciação no grau de conscientização da unicidade.

O fato de você ouvir com seus ouvidos, ver com seus olhos, não constitui prece e não fará a sua demonstração; porém, se algo profundo em seu coração, uma certeza confortadora no íntimo de sua consciência lhe disser: “Sim, isso é a Verdade! Eu sei que somente nessa conscientização sou um com o Pai”, então será esta a medida de sua percepção da natureza da prece. A prece é a certeza da Verdade dentro de você. Ela nunca significa ir a Deus por alguma coisa; nunca significa desejar algo, exceto o desejo de conhecer Deus, ou tomar maior consciência de Sua Presença. Muitos estudantes, tão plantados na velha teologia ou na metafísica mental moderna, vivem, na crença de que podem ir a Deus em busca de algo: saúde, suprimento, emprego, companhia ou cura; e acabam, em vista disso, adiando a própria demonstração de harmonia.

Nenhum bem lhe fará ficar a pensar em sua vida, sua saúde, seu suprimento; nenhum bem lhe fará dirigir-se a Deus munido de alguma requisição, pedido ou desejo, pois Deus nada possui que nEle pudesse estar retido, e Deus não retém coisa alguma que faça parte de Sua posse, Deus é ser ativo infinito. Tudo que Deus É, e tudo que possui, está fluindo constantemente em manifestação, expressão e forma. Será tolice alguém julgar que sua prece poderá influenciar Deus a acelerar a vinda de algo, ou fazer com que Ele lhe traga algum benefício.

A harmonia vem rapidamente à sua experiência, tão logo concorde que não há sentido algum em se dirigir a Deus em busca de algo. Lembre-se: quando digo “concordar”, falo de uma sensação de certeza, de uma concordância interna ou profunda convicção, e não de um mero falar superficial do tipo: “Sim, eu acredito, concordo com o Mestre. Sou cristão e aceito o seu ensinamento.” Esse tipo de aceitação é o mesmo que nada! Você pode sentir a veracidade desse fato? É capaz de sentir a verdade desta tremenda revelação do Mestre, de que “o Pai sabe que necessitais de todas estas coisas…que é de Seu agrado dar-vos o Reino”? Caso não se sinta convicto, não vá a Deus em busca de alguma coisa. Trabalhe dentro de você mesmo; ore no interior de seu próprio ser; realize uma comunhão interna, até perceber uma concordância, um sentimento de que o Mestre realmente sabia que o Pai conhece todas as suas necessidades, e que, antes que Lhe peça, é de Seu agrado dar-lhe o Reino.

A prece é um reconhecimento desta Verdade do amor de Deus por Sua própria Criação; é um conhecimento interior de que jamais o Pai abandonou a Sua Criação. Quando olhamos para o mundo e vemos doença, pecado, morte e calamidade, ficamos prontos para questionar tudo isso; porém, nesse procedimento, estaremos desconsiderando a sabedoria de João, quando nos adverte: “Não julgueis pelas aparências, mas segundo julgamento justo”.

Temos nos dedicado a ver com os olhos e a ouvir com os ouvidos, quando deveríamos estar vendo com os olhos interiores e ouvindo com os ouvidos interiores, com aquela percepção espiritual que não julga pelas aparências, mas pelo julgamento espiritual. E então, saberíamos que todo pecado, doença, morte, carência, limitação e caos, reinantes no mundo de hoje, surgem por um só motivo, e surgem àqueles que vivem pelo sentido material; àqueles que ainda estão voltados a querer ou desejar obter, adquirir e buscar alguma coisa; àqueles que desconhecem a natureza infinita de seu próprio ser, bem como o fato de que, devido a ser infinita esta natureza, eles deveriam deixá-la se expressar a partir deles próprios, em vez de viverem tentando acrescentar algo à infinitude.

A prece comumente aceita, ortodoxa ou metafísica de cunho mental, deve falhar por ser na maioria tentativa de se obter algo, acrescentar algo, realizar algo ou receber algo, quando a natureza infinita de nosso ser, um com Deus, implica em estarmos com nossos “recipientes” já lotados. Tudo que é do Pai é nosso. Algo mais nos poderia ser acrescido?  Browning, o grande poeta, registrou em seus versos o segredo maravilhoso: “A Verdade está dentro de nós mesmos… e o conhecimento… consiste em abrirmos espaço para que escape o esplendor aprisionado…”.

Quando julgamos pelas aparências, submetemo-nos à crença causadora de toda confusão e discórdia da existência humana: o julgamento do bem e mal. Isto é bom; aquilo é mau; assim rotulamos tudo! Naturalmente, aquilo que hoje é chamado de bom, pelas mudanças de regras sociais poderá ser chamado de mau amanhã. E coisas hoje ditas muito más, talvez se tornem normais, naturais e comuns a todos no amanhã. Porém, não perceberemos que tais avaliações são transitórias e espiritualmente infundadas, enquanto estivermos julgando pelas aparências. Estaremos julgando segundo os padrões atuais da sociedade ou tradições do momento, regras a nós impostas; desse modo, instantaneamente rotulamos tudo como coisa boa ou má, julgando tudo com base em opinião, crença e teoria humanas. Enquanto estivermos encarando o mundo com olhos humanos, sempre estaremos achando algo bom e algo mau, muito embora essa classificação se altere a cada geração que passa.

Para que haja uma compreensão correta da natureza da prece, precisamos, neste instante, abandonar nosso julgamento humano em termos de bem e mal. Não podemos continuar a enaltecer nosso senso de sabedoria psicológica, permitindo-nos julgar as pessoas de nossa família, do círculo profissional ou de nossa comunidade. Deveremos deixar de lado nossas opiniões de bem e de mal, de inteligência ou de ignorância, de honestidade e desonestidade, de moralidade e imoralidade, para termos condição de ver cada indivíduo sem qualquer condenação, sem qualquer crítica e sem qualquer julgamento, unicamente estabelecidos na percepção de que Deus É!

Continua..>

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A DIGNIDADE E SACRALIDADE DO INDIVÍDUO

O significado acerca do Cristo nos escapará, se não compreendermos que o Cristo sanador jamais foi crucificado, ou encerrado num túmulo. O Cristo sanador é o “Príncipe da Paz”, que mora em nosso íntimo: o Filho de Deus que foi entronizado em nós qual uma semente, desde o princípio. Através de nossas meditações, da contemplação e comunhão interna com essa divina Centelha, fazemos ressurgir esse Filho de Deus, em nós. Esta comunhão faz manifestar tudo o que o Filho de Deus é em nosso universo.

É um milagre da graça que, “onde dois ou mais estejam reunidos, em nome dEle, lá Se manifeste o reino de Deus, neles e entre eles”. É um milagre da graça que, um com Deus, seja a maioria. Cada vida singular é um milagre da graça de Deus; cada indivíduo é um descendente do Altíssimo.

Se fôssemos simplesmente essa forma que vemos no espelho refletida, qual seria a razão de nossa existência na Terra? Se observamos o modo de proceder de certas pessoas, meramente como seres humanos, perguntaríamos porque elas são toleradas neste mundo. Só quando começamos a compreender a natureza dAquele que está latente em cada indivíduo, à espera de ser conscientizado e soerguido, para nossa redenção e missão, como Filhos de Deus na Terra – só então entendemos que viemos a este mundo para demonstrar toda a glória de Deus. Este é o verdadeiro Natal, isto é, o Cristo corporificado, o Verbo feito carne.

“Pois eu desci dos céus, não para fazer a minha própria vontade, mas a vontade dAquele que me enviou”. Esclarece o Mestre que, em virtude da natureza universal de Deus, é tarefa, minha e sua, viver de tal modo que a vontade de Deus se faça em e através de nós — e não a vontade pessoal, minha e sua. Nossas vidas devem ser consagradas a Deus, em obediência a esse princípio.

Qualquer indivíduo que seja capaz de não se identificar com suas solicitações humanas e tome consciência de que “estou aqui para que a vontade de Deus Se cumpra”, para dar saída ao “Fulgor aprisionado” em mim; estou aqui para ser um canal consciente, amoroso e desinteressado ao Cristo interno, em benefício de todos os que ainda se encontram em escuridão”, em tal indivíduo o Cristo vive e age.

Napoleão disse que todo soldado leva na mochila um bastão de marechal, uma outra forma de reconhecer as imensas e imprevisíveis possibilidades de cada indivíduo. É uma expressão paralela ao ensinamento cristão, segundo o qual, todo indivíduo, mercê da divina Semente nele plantada, pode exprimir a autoridade e dignidade de um Ser espiritual autêntico.

A humanidade teve a fortuna de contar com grandes instrutores, que alcançaram a realização do Espírito interno e a visão de Sua vontade: Moisés, Elias, Eliseu, Jesus, João, Paulo, Buda. Todos esses homens ensinaram essencialmente a mesma coisa. Mas foram simples cicerones, revelando o que haviam alcançado e o que o homem pode alcançar. Foram suficientemente humildes para reconhecer que se eles não se fossem, o Consolador não nos poderia vir, pelo emergir da Consciência espiritual interna. Percebamos, também, que a revelação dos Mestres espirituais, em todos os tempos, foi a de um princípio universal, que devemos internamente demonstrar como revelação crística. Caso contrário, como poderia o reino de Deus implantar-Se na Terra, se não fosse plantado e desabrochado em cristicidade, em cada indivíduo?

A não ser por esse potencial divino que reclama expansão, poderiam os povos deste mundo melhorar? poderiam as pessoas transformar-se, de boas em más? de ignorantes em sábias? Haveria algum poder para tirar a raça humana do que sempre foi: de um estado selvagem, brutal, de servidão e carência, de ignorância em massa? Poderia o mundo transformar-se, a não ser pela vontade divina que vagamente apreendemos como vontade nossa, de buscar a realização do Natal, a natureza da verdade? Isto se deve à Semente de Deus, plantada na consciência humana, em mim e em você, e que deve germinar e frutificar, definindo nossa identidade individual.

Haveria outro meio de se fazer isso? A educação é, naturalmente, uma valiosa ajuda para a sociedade civilizada, mas, o mero treinamento acadêmico, o simples cultivo intelectual, não podem fundamentar uma consciência moral e integral. Só a realização de nossa natureza espiritual pode fazê-lo. Só o florescimento da natureza crística pode nos elevar acima das limitações humanas, formando uma sociedade de pessoas inspiradas, com elevado sentido moral e espiritual. Dizer às pessoas que devem ser boas, que deve haver paz na terra, que deve haver retidão nas relações humanas, não basta. Nem os sermões o conseguem. A paz na Terra será realizada apenas por um meio: encontrando-a em nosso próprio íntimo e abrindo caminho para que ela desborde à nossa experiência, abençoando e fazendo de nós mesmos uma bênção. De fato, ao encontrar e experimentar a paz de Deus, atrairemos pequenos grupos afins que acharão, por sua vez, essa paz. Desse modo, ela se irá espalhando, “ad infinitum”.

LIBERTANDO O “FULGOR APRISIONADO”

A paz está encerrada em você e em mim. É preciso libertar o “Príncipe da Paz” de nosso íntimo e deixá-Lo sintonizar-se como todos aqueles que, neste momento, se acham maduros e receptivos para a “experiência do despertar”. Repitamos: não se consegue isto pela tentativa de moralização das pessoas ou de pedir aos outros que sejam melhores do que têm sido. Nada disso. Isto é feito individualmente, pelo mergulho em si e libertação do Príncipe da Paz, que está encerrado dentro de nós. Isto é feito ao comungarmos com o Espírito interno, ao conscientizá-Lo em nós. Desse modo vamos formando uma abertura pela qual Ele emerge e Se liberta, caminhando diante de nós para realizar nossas obras, segundo a perfeita vontade do Pai. Notem bem: não nos cabe ir ao encontro do mundo para salvá-lo, senão ir ao encontro de nós mesmos, de nossa real identidade, para nos fundirmos em nova consciência e deixarmos que Ela se expanda de nós, em realização e ajuda.

Não há mérito espiritual em milhares de palavras que possamos enunciar; não há valor moral ou espiritual nas centenas de lições que possamos dar. A graça de Deus não pode alcançar as consciências humanas pela moralização. Só a consciência pode atingir a consciência. Retiremo-nos, em nossos lares, em nossos templos, em vales e colinas, para encontrar a paz escondida em nosso interior. Convertamo-nos em faróis através dos quais a graça de Deus possa ser irradiada. Então essa Presença invisível poderá preceder-nos no caminho, aplainando o solo e “preparando mansões” para nós. Os períodos de silêncio e de conscientização da Presença constituem o que de mais precioso podemos oferecer ao mundo.

Cada vez que vemos uma pessoa e realizamos que esta graça divina está dentro dela, somos-lhe uma bênção silenciosa. Assim, entoamos, sem vozes nem escrito, a paz ao mundo. Olhemos um indivíduo e tomemos consciência de que a graça de Deus está nele também; que ele é um Filho de Deus. Esta é, simplesmente, a prática de libertar o “Fulgor aprisionado”: o reconhecimento do Cristo, no íntimo de nossos amigos; além da mera aparência de um ser humano, andando sobre a Terra. É ver e regar, com esta verdade, a semente divina plantada em seu íntimo.

Esta semente continua enterrada dentro de nós e permanecerá como simples semente ou possibilidade, enquanto não a nutrirmos com o alimento espiritual adequado: o reconhecimento constante, repetido, de nossa identidade espiritual.

Dentro do ser individual está o Filho de Deus, este Eu, que ele é; dentro dele está a divina Presença e o divino Poder – a Graça de Deus. O EU, dentro dele, é o alimento, o brilho do Sol e a chuva fecundante, para esta semente.

Depois esta semente começa a brotar. A natureza de nossos amigos, parentes, sócios, companheiros de trabalho, começa a mudar aos nossos próprios olhos, sem que eles mesmos saibam o porquê. É possível que algo se desenvolva neles e encetem uma busca de Deus, de verdade, até que uma mensagem ou um mensageiro lhes revele que não há necessidade de buscar longe, porque o que estão buscando está dentro deles mesmos e o desejo que sentem é o próprio apelo do “Fulgor Aprisionado” para despertar e libertar-se. O que buscam é a divina Realidade neles: o Filho de Deus, o Santo Graal dentro de suas próprias consciências.

Toda sacralidade do Filho de Deus está estabelecida no centro de nosso ser – a eternidade, a imortalidade, a natureza infinita da seidade de Deus – porque somos UM com o Pai, e tudo que o Pai tem, já é nosso: a Sua sabedoria,a Sua Mente, a Sua Graça, a Sua Presença, a Sua Substância, o Seu Ser. O próprio alento de nossa vida, pois somos UM e, nesta unidade, encontramos a plenitude e nossa união com toda a humanidade. Somente na unidade com Deus é que nos sintonizamos com a Luz individual em cada ser e nos identificamos com tudo que haja percorrido o globo no passado, no presente e no futuro.

O Natal revela-nos que Deus plantou o Seu Filho em nós!

F I M

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O significado pleno de Natal não pode ser conhecido, senão através da compreensão da natureza imutável de Deus. Deus é. Eterna e infinitamente, Ele é o mesmo, ontem, hoje e para sempre. O que é próprio de Deus sempre foi, continua sendo agora, e sempre será. Em decorrência desta compreensão, o verdadeiro Natal não começou há dois mil anos: seu início está além do tempo. O que ocorreu há dois milênios foi meramente a revelação de uma experiência que se tem repetido, não somente “antes que Abraão fosse”, mas antes mesmo que o tempo fosse. Deus não inaugurou nada de novo há dois mil anos.

O verdadeiro sentido de Natal é este: Deus plantou na consciência de cada um de nós uma divina semente que há de germinar e vir a ser um Filho de Deus. Ninguém jamais existiu, nem existe agora e tampouco existirá, sem esta influência espiritual; sem este Poder que foi implantado em nossa consciência, desde o princípio.

A missão do Filho de Deus foi revelada através do ministério de Jesus Cristo e do que ele ensinou: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (não eu, Jesus, mas Eu, o Filho de Deus). Disse Jesus: “Se eu der testemunho de mim mesmo, meu testemunho não é verdadeiro…Eu de mim mesmo não posso nada: o Pai, em mim, é Quem faz as obras…Eu Sou o pão da vida…Eu Sou a ressurreição e a vida”. Este era o Filho de Deus falando através de Jesus, o mesmo Filho de Deus que está no íntimo de cada indivíduo, desde o início dos tempos.

Mergulhe em seu íntimo,

para encontrar a paz que foi estabelecida desde o princípio.

Conta, uma antiga estória, que havia um rei justo, amável, pacífico e misericordioso. Seu vizinho, rei das terras limítrofes, estava empenhado em guerras de conquista. Movido por sua índole justa e misericordiosa, o primeiro rei mandou um embaixador ao reino vizinho, em missão de paz. Entrementes, para proteger o povo, começou o preparo bélico. De um extremo a outro da nação se movimentaram para o provável conflito. Desde então, a alegria se apagou no coração do povo. O sorriso desapareceu da face das pessoas. Isso entristeceu o rei, que se recolheu em prece, em busca de uma solução que devolvesse a paz e harmonia à sua gente. Um dia, a esposa de um dos oficiais da corte pediu audiência para revelar-lhe um segredo. E o que ela sussurrou em seu ouvido fê-lo sorrir. De rosto iluminado, o rei a incumbiu de ir ao encontro de todas as mulheres, não os homens, para confiar este segredo, até que todas o soubessem e o pusessem em prática. O rei levantou-se e foi segredar à rainha o que aprovara. E a própria rainha foi, com a esposa do oficial, correr o reino, para comunicá-lo a todas as mulheres. Dentro de algum tempo o sorriso voltou ao semblante do povo. Um cântico novo era entoado por toda aquela terra. O júbilo foi restabelecido.

No dia de Natal chegou um arauto do embaixador que estava no reino vizinho, anunciando que fora assinado um tratado de paz. O rei mandou dizer ao povo que cessassem os preparativos bélicos. E os oficiais da corte pediram ao rei que lhes dissesse qual fora o segredo, que provocara tão grande transformação no povo e conquistara um improvável tratado de paz. O rei lhes explicou que o segredo, embora singelo, encerrava um poder imenso: consistia nisto: “Retirar-se, pela manhã, em curto período de silêncio, de vazio e introspecção. Orar a Deus (sem pedir a paz nem qualquer outra coisa), e comungar com Ele, deixando que Sua paz permeasse e enchesse o íntimo. Depois, durante o dia, várias vezes conscientizar essa Presença, no íntimo, como paz”. Tal foi o segredo que devolveu alegria ao povo e assegurou harmoniosas relações com o reino vizinho.

Aos estudantes da Verdade, esta estória parecerá mui familiar, porque sabem que em estágio avançado não se ora pela paz ou ordem em nosso reino interno. Deus já plantou esta semente em nossas almas, em nossos corações, em nossas mentes. Para que esta semente germine e emerja à superfície de nossa consciência, devemos mergulhar no próprio íntimo, abrindo o canal, a fim de que o “Fulgor aprisionado” se escape de lá, abençoando nossa vida e contagiando as pessoas de nosso convívio.

A função deste Filho de Deus é levar-nos a vivenciar a paz; induzir-nos a experienciar uma vida abundante; a dinamizar as potencialidades divinas, manifestando, de dentro para fora, tudo o que o Pai é e tem, como foi dito: “Filho, tu sempre estás comigo. Tudo o que é meu, é teu”. Esse “tudo” é a semente que foi plantada em nós. Quando furamos o solo em busca de petróleo; ou cavamos minas, para extrair ouro, prata, diamante; ou quando mergulhamos à cata de pérolas; não estamos trazendo para fora o que Deus formou dentro da terra e do mar? Somos, acaso, responsáveis por tudo que se formou no seio da terra ou dos mares, ou do ar? Fomos nós que formamos tudo isso? Alguém pode responder, pela ciência, que tudo isso se formou durante milhões e milhões de anos, antes que tivéssemos consciência de sua utilidade. No entanto, foi tudo previsto e tudo o que temos a fazer é extrair tudo isso que Deus preparou, para atender às nossas necessidades.

O mesmo ocorre no universo espiritual. O reino dos céus não está fora de nós (não acrediteis quando vos disserem: ei-lo aqui; ei-lo acolá, porque o reino dos céus está dentro de vós”). Como, então poderemos usufruir este reino, senão procurando-o e encontrando-o dentro de nós mesmos? Para contatá-lo, é mister cavar e mergulhar em nós mesmos. Quanto mais profundamente cavarmos e mergulharmos neste silêncio interior, tanto maiores e mais ricos tesouros traremos à manifestação.

NOSSAS VIDAS INDIVIDUAIS MANIFESTAM A GRAÇA DE DEUS

Para compreender o “Dia de Natal”, devemos entender com clareza que Deus plantou a semente de Si mesmo em cada um de nós. Tal semente deve germinar e converter-se no Filho de Deus plenamente desenvolvido, cuja missão é tornar nossas vidas bem-sucedidas e demonstrar a glória de Deus, como Jesus a revelou. Desde que “eu, de mim mesmo, nada posso”, e, “se der testemunho de mim mesmo, meu testemunho não é verdadeiro”, o que nos cumpre é simplesmente demonstrar, em nossas vidas individuais, a graça de Deus — Sua sabedoria, Espírito, saúde e abundância. Ao tornar o potencial em dinâmico, a possibilidade em atualidade, podemos dizer que Deus vai do infinito para o infinito; que Deus é o mesmo sempre, e Ele não faz acepção de pessoas.

Se Deus tudo criou para sempre, então, desde o princípio dos tempos, a humanidade trouxe, dentro de sua própria alma, a divina paz e a divina graça. Infelizmente não podemos partilhar estes dons com nossos semelhantes e nem eles conosco, enquanto cada um não os encontrar em seu íntimo. É uma simples descoberta, mas não podemos dar o que não descobrimos ou aquilo de que não temos consciência ainda. Todavia, quando o descobrimos, assumimos uma responsabilidade: “a quem muito é dado, muito lhe será exigido”. Espera-se muito daqueles que encontraram dentro de si a paz: eles devem derramá-la sobre os demais.

Se ainda não encontramos o Cristo dentro de nós mesmos, não podemos partilhar essa Consciência com os outros. Se não realizamos a paz em nós mesmos, não podemos manifestá-la ao próximo nem suscitá-la nele. Quem não expressa amor não pode atraí-lo. Aquele que não exprime abundância, não pode atraí-la. Ninguém pode atrair a paz, se, antes, não a encontrou dentro de si. Tudo o que gostaríamos de receber de nossos familiares, amigos, comunidade e do mundo, ou partilhar com eles, há de ser, primeiramente, encontrado dentro de nós mesmos.

Continua..>

“Eu Vim”

EVIM

Se disser que Deus é onisciência, onipotência e onipresença, ou que Jesus é onisciência, onipotência e onipresença, não fará nenhuma diferença, pois estará considerando Deus e Jesus separadamente do “Eu” que você é.

Quando considerar que “Eu  o Pai somos um”, sabendo que este “Eu” é onisciência, onipotência, onipresença, você, nesta UNIDADE, será infinito. Nesta UNIDADE, o “Eu” de seu Ser será imortalidade. E poderá verificar a diferença que se fará notar em sua vida diária.

A cada reconhecimento do “Eu”, você estará demonstrando a presença de Deus. Feche os olhos; volte-se internamente em atitude de “escuta”: Deus Se revelará. Deus revelará Sua Presença em seu âmago; mas será você quem Lhe deverá abrir caminho; terá de esvaziar recipientes já cheios; terá de entrar no silêncio sem quaisquer conceitos.

Pensar que Jesus, ou algum místico, “falava de si mesmo”, ao revelar o “Eu”, é enorme erro. Quando o Mestre disse “Eu”, referia-se àquele “Eu” que está em seu Centro, o que dava sentido a uma das maiores passagens das Escrituras: “Eu vim para que tenham vida, e que a tenham com abundância”. Se você lembrar que esta passagem está se referindo ao “Eu” que está em seu Centro, nunca mais temerá por sua vida, por seu suprimento, por sua felicidade ou por sua segurança. Para este “Eu”, em seu interior, é que você deverá olhar, e para nenhum outro. Deixe o divino “Eu” viver sua vida, vivendo conscientemente no “Eu” de seu próprio íntimo, no “Eu” que você declara ter vindo para que você tenha vida infinita, abundante e eternamente.

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