AS FOLHAS DA FLORESTA

O Buda repousava, um dia, num bosque, em Kosambi. Tomou nas mãos algumas folhas, e disse aos discípulos: Quais folhas julgais serem mais numerosas: as que tenho na mão ou todas as outras deste bosque? Pois bem! Muito mais numerosas são também as coisas que descobri, mas não vos anunciei, do que aquelas que já vos ensinei. E por que não as ensinei todas? Porque isso não vos ajudaria em nada a vos aprofundar na santidade, ou vos  afastar das coisas da terra, ou a vos conduzir à extinção do desejo, à paz, à ciência, à iluminação, ao nirvana: por isso não as ensinei. O que foi que vos ensinei, ó discípulos? O que é a Dor, o que é a Origem da Dor, o que é a extinção da Dor, o que é a Via que leva à libertação da Dor – eis, ó discípulos, o que vos ensinei.

Nesta passagem, Buda ressalta a necessidade de ser conhecida a tática de se vencer a dor, algo que tanto aparenta fazer sofrer  humanidade. Explica que apenas acumularmos conhecimentos e mais conhecimentos, que só nos servem de curiosidades, não era o seu  objetivo, que era ensinar como nos livrarmos da dor, e, por conseguinte,  percebêssemos a Verdade da Existência Eterna.

O passo principal seria desmantelarmos a suposta “mente humana”, aparente “autora” dos sofrimentos, o que seria feito substituindo-a pela “Mente Búdica”, ou Crística.

Aprendendo que os sofrimentos são dominados pela admissão plena da Mente REAL ILUMINADA, o suposto “mundo fenomênico” teria seus sentidos humanos anulados, por serem ilusórios, deixando à mostra o sentido iluminado, que, através da meditação, nos revelaria sendo habitantes do Nirvana, antes aparentemente oculto pelas imagens ilusórias da mente.

Disse Buda o porquê de não ter ensinado aos discípulos tudo o que descobrira:

E por que não as ensinei todas? Porque isso não vos ajudaria em nada a vos aprofundar na santidade, ou vos  afastar das coisas da terra, ou a vos conduzir à extinção do desejo, à paz, à ciência, à iluminação, ao nirvana

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