O CARMA NÃO EXISTE! – 2 (Final)

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Que era você, quando chegou a pecar? Algo ou alguém diferente daquele que você é AGORA? E Deus? Onde estaria nisso tudo? Não é Deus o Todo manifesto como Tudo? Certamente que sim. Portanto, quem seria o pecador? Que seria o pecado? TANTO O MAL QUANTO O PRATICANTE DO MAL NÃO EXISTEM.  O pecado não existe, e jamais existiu alguém que pecasse ou que fosse capaz de pecar. Não existe nenhuma Mente com a consciência de ter sido má, ou voltada para propósitos malignos. Haveria a necessidade de expiação de algo jamais acontecido? Existe alguma pessoa consciente de ser, ou de ter sido má? Não. Pessoa assim não existe. Na verdade, pelos nossos conhecimentos espirituais, sabemos que NENHUMA PESSOA EXISTE.

Amado, estes conhecimentos não excluem a necessidade de autodisciplina e esforços de aprimoramento moral;  são eles  essenciais para aqueles que ainda se consideram como personalidades humanas.

Há vezes  em que o esforço para dominar um falso desejo faz com que esta falsidade dê ares ainda maiores de realidade e de persistência. Conhecemos também o caso de pessoas que se tornaram humanamente boas, mas que se acomodaram àquela retidão de natureza meramente humana. Tal retidão constitui uma treva das mais densas e profundas, caso a pessoa pense  que com ela já atingiu o seu objetivo, pare e se estagne neste ponto. Mas isto não anula o fato de estes passos serem desejáveis e essenciais,  rumo  à revelação máxima final.

Há pessoas que receberam a revelação total numa experiência instantânea, apesar de estarem até então imersas na mais grosseira materialidade. Puderam, subitamente, constatar a manifestação da Luz gloriosa, reveladora do Ser maravilhoso, puro e perfeito. Na maioria dos casos, porém, isso não ocorre desta maneira, dando-nos a impressão de que a busca pelo Ser deva se dar passo a passo. O paradoxal é que este  Ser  é o único Ser que sempre ali esteve, o único que vinha existindo como o suposto buscador.

Em outras palavras, nós somos aquele que parecemos buscar. Na realidade, não é que nós O buscássemos; Ele é que vinha insistindo em Ser Ele próprio como o nosso Ser. E quanto a isso, não temos escolha nem escapatória Não poderíamos  escapar de nós próprios. Mesmo que desejássemos e tentássemos suprimir este “Eu”, não o conseguiríamos. É da natureza de Deus o fato de Ele Se expressar, e nada O iria impedir de fazê-lo como o “Eu” de cada um de nós.

Inclusive a vontade de sermos humanamente bons insinua a irrepreensível natureza de nosso Ser. Que vem a ser o que interpretamos como vontade de sermos melhores? E a vontade que possuímos de eliminar o tempo e o espaço? Isso tudo indica que dentro de nós já se encontra a Consciência inerente de que JÁ SOMOS INTEGRALMENTE BONS. O mal não somente deixa de exercer atração sobre nós, como também é considerado antinatural , desconhecido e inexistente. Antinatural, por não ser inerente à Natureza de Deus; desconhecido, por Deus ser a Mente única e o desconhecer; inexistente, por Deus ser o TODO, e Deus ser inteiramente o Bem.

O mal não consegue atrair, por não ter existência nem poder de atração. Tudo isso é do conhecimento do Ser, e este conhecimento inato é o que nos induz a resistir à sua aparente imposição.

O desejo de sermos melhores moralmente, e o esforço para consegui-lo, são coisas boas e naturais. Mas o Absoluto revela algo muito mais grandioso do que isto. O Absoluto revela aquilo que existe, em vez de se preocupar com o que não existe. Revela que nunca houve um passado em que pecamos, e que também nunca haverá um futuro em que nos tornaremos imaculados.

No Absoluto, sabemos que jamais existiu o mal que pudesse atrair alguém, bem como não existe pessoa alguma para ser atraída pelo “nada” que ele é. Além disso, sabemos da inexistência de qualquer época em que o mal pudesse ter existido.

O Absoluto não considera nenhum tipo de “lei” que estipule: “Quem faz, recebe”. Aqui não existe nenhum tipo de expiação ou de pessoas sentenciadas a expiar por algo. Não existe a intenção de exercermos domínio sobre alguma condição, ou de nos tornarmos diferentes do que já somos, Tudo É, e tudo é gloriosamente bom e perfeito no AGORA. Aqui sabemos que nunca iremos nos tornar aquilo que já somos. Nem iremos pretender dominar aquilo que não somos. Inexiste qualquer consciência de que algo devesse ser dominado ou melhorado.  Há somente uma percepção da Perfeição, eterna e imutavelmente perfeita. Aqui o nosso Ser Consciente é  completo, assim como também é completa a exclusão de toda ilusão ligada à existência de algum delito ou pessoa má. Este Ser Todo consciente, que é Único, está plenamente cônscio da natureza imutável da Beleza, Pureza e Perfeição, não somente de Si, mas da totalidade da Existência.

Caro leitor, você agora deve ter percebido com clareza que não existe nenhuma “lei do carma”. O passado remoto ou recente, em que você pudesse ter pecado, não existe. Não é possível que haja lembrança de algo que jamais ocorreu. Não há qualquer expiação a ser cumprida, seja no presente, seja no futuro. Existe unicamente AQUI E AGORA. E você está habitando sempre este AQUI E AGORA, consciente de perene alegria, paz, pureza, beleza, totalidade, sacralidade e perfeição presentes. Eis Você. Eis a sua Identidade. Eis o Ser divino, Deus sendo Você.

“Portanto, agora  nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8: 1),

Não. Não há condenação;  nem condenação do próximo nem autocondenação. Ninguém para condenar, e ninguém para ser condenado. Você está em Espírito como o Espírito. Você não está  condenado: VOCÊ ESTÁ LIVRE AGORA!

F  I  M

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