Às vezes, apesar de nossa conscientização de uma Verdade ser muito clara, a sua manifestação não se torna visível. Precisamos ficar alerta quanto a esse ponto, senão ficaremos questionando: “Por que a evidência da Verdade que eu vejo tão bem não está aparecendo? Que está havendo em minha consciência que pode estar bloqueando esta manifestação? Será que minha compreensão não é suficiente para encarar esta situação? Que Verdade estarei falhando em enxergar?”
Estas, e muitas outras perguntas similares, se mostrarão tão persistentes, que antes mesmo que nos demos conta, estaremos negando a própria evidência que esperávamos perceber. Estas perguntas seriam uma aceitação de que a evidência da Verdade por nós percebida não se encontra já presente, aqui e agora. E mais: tais perguntas nos induziriam a pensar que, embora a evidência esteja ausente, ela poderia vir a aparecer, caso nossa compreensão aumente suficientemente para isso. Desse modo, se isso fosse realmente possível, estaríamos atrasando a própria evidência que tanto queríamos ver e experienciar. Estaríamos aceitando a ilusão chamada “tempo”. Percebamos o glorioso Fato Absoluto: a evidência de toda e qualquer Verdade já está presente em e como a nossa Consciência, antes mesmo que parecêssemos nos defrontar com um problema. Agarremos este aspecto da Verdade, e também o eterno Fato de que a Verdade é sempre a Sua própria evidência.
Você naturalmente já sabe que a dualidade sempre tem sido a base de todo atraso ou aparente falha em sua percepção e manifestação da Verdade. Quando você parece olhar adiante, em relação à evidência, um “tempo” de separação entre a “visão” e a manifestação desta “visão” aparenta existir.
Há, porém, outro aspecto de dualidade a se considerar: a separação entre a consciência desta Verdade e a sua evidência aparenta existir. Por quê? Por ser comum considerarmos a Consciência como Algo, e a manifestação da Consciência como alguma coisa a mais, que esteja para vir em seguida ou aparecer. Devemos dispensar para sempre a palavrinha “e” em toda contemplação que fizermos da Verdade. Nunca há Consciência e Sua manifestação. Há sempre Consciência sendo Sua manifestação, ou sendo Sua própria evidência.
A Consciência que você é, é a própria Essência e Atividade de toda e qualquer Verdade que você contempla. CONSCIÊNCIA REALMENTE É SUBSTÂNCIA. CONSCIÊNCIA EM CONTEMPLAÇÃO É SUBSTÂNCIA EM AÇÃO, A SUBSTÂNCIA QUE ESTÁ EM AÇÃO É A EVIDÊNCIA DA VERDADE QUE VOCÊ PERCEBE.
É impossível haver Consciência e Verdade, pois a Consciência É TODA A VERDADE. Tampouco pode haver Consciência, Verdade e evidência. Consciência, Verdade, Evidência são uma UNIDADE INSEPARÁVEL. A Consciência, contemplando qualquer Verdade, é simplesmente a Consciência consciente de ser a Substância que é aquela Verdade contemplada por Ela. Contemplação é Consciência em ação. Consciência em ação é a substância que é a Evidência, ou Verdade, contemplada por Ela.
Consideremos como esta Verdade Absoluta manifesta a Si mesma. Por exemplo: Dizemos com freqüência: “Eu estou consciente da Verdade”, ou “Eu estou conhecendo a Verdade”. Estar consciente da Verdade pode muito bem significar para nós que a Verdade da qual estamos conscientes seja algo separado da Consciência que somos. Frequentemente parecemos conhecer a Verdade como se Ela fosse algo além da Mente que nós somos. Exatamente aqui parece haver um senso de dualidade.
Suponha, por exemplo, que ao responder a um chamado de ajuda, você esteja contemplando a Verdade que é Vida eterna. Você está consciente da Vida porque está consciente como Vida estando consciente. Vida é Verdade. Você está consciente da Verdade que é Vida. Mas a única Vida que há, é Vida eterna. Assim, você está consciente como aquele aspecto de seu Eu que é Vida eterna. A sua consciência da Vida eterna não é sua percepção desta Verdade e da Vida eterna. Antes, é sua própria Consciência como Vida eterna, é a própria evidência –manifestação—da Vida que é eterna. “A ilusão chamada “morte” sequer pode jamais ser evidenciada, quando você percebe com plena clareza estas Verdades).
Talvez você esteja contemplando aquele aspecto da Verdade que é Substância. Você está consciente da Substância por ser você a própria Consciência que é Substância. Em sua contemplação, você percebe aquele aspecto da Verdade que é Perfeição, pois toda Substância é Consciência perfeita. A própria Mente, Consciência, que você é, contemplando a Perfeição que é Substância – a substância que é Perfeição –, é a manifestação instantânea da Verdade que você está contemplando. Não existe nenhuma dualidade presente aqui.
A manifestação desta Verdade não pode ser algo que vem a seguir, ou posteriormente, com relação à sua Consciência deste aspecto da verdade. Antes, sua Consciência sendo esta Verdade, ativa em contemplação desta Verdade, é a manifestação presente da Substância que é perfeita—a Perfeição que é Substância.
Vejamos mais um exemplo deste aspecto de nossa contemplação. Suponhamos que você esteja consciente daquela Verdade que é a Visão. Novamente, você está consciente como a Verdade completa que é Visão perfeita. Sua Consciência como Visão perfeita, ou da Visão perfeita, não é separada da evidência que é Visão perfeita. Ela não é sua contemplação desta Verdade e a manifestação da Visão perfeita. Antes, você, consciente da Visão que é Visão perfeita, é a própria evidência da Verdade que é Visão perfeita. Resumindo, a Consciência que você é, consciente de ser a Verdade que você está “vendo”, é a Substância, e a Atividade – a Evidência em Si. Você agora pode ver porque é impossível o atraso da Evidência de qualquer Verdade que você contempla. E pode, também, perceber porque é inevitável que a evidência seja simultânea com a contemplação.
Aqueles que se dedicam a atender chamados de ajuda, podem avaliar quão útil lhes será esta forma de contemplação, quando os pedidos vierem de quem não está presente. Aqui, de novo, é bom que fique alerta quanto à ilusão de dualidade. Se lhe parecer estar separado da Consciência de quem solicitou auxílio, este senso de separatividade é dualismo. A CONSCIÊNCIA NUNCA ESTÁ DIVIDIDA. Você não está tentando reconhecer alguma Verdade para – ou sobre – alguém que seja uma Consciência separada da Identidade consciente que você é. Assim, você não tenta “alcança” a sua Consciência. Na verdade, sua primeira percepção é de que a Consciência que você é, é a mesma Consciência indivisível que ele é. Mas você não para nesse ponto. Você percebe, também, que a Consciência que ele é, é exatamente a mesma Consciência indivisível que você é.
Desse modo, sua percepção da UNICIDADE é completa. Você sabe que você é a Consciência em toda parte, mas ele também é Consciência em toda parte. Em consequência, toda Verdade que você estiver percebendo, ele estará percebendo igual. Exatamente aqui, a Verdade preciosa, o Amor, é importante. O Amor é sua unicidade. O Amor é a Unicidade dele. O Amor é a sua Consciência de ser o “EU SOU” que você é. O Amor é a Consciência dele ser o “EU SOU” que ele é. Nunca pode haver dualidade no Amor.
Há vezes em que a simples percepção de ser a Verdade que você está percebendo é tão clara e poderosa, que o assim-chamado paciente instantaneamente manifesta a Perfeição por você percebida. Nesses casos, você não estará ativamente consciente da Identidade específica. Mas, pode ter certeza de que a Consciência onipresente, indivisível e universal, que você é, terá cumprido Seu objetivo como a Consciência de sua Identidade específica. Este é o significado da maravilhosa declaração bíblica: “E será que antes que clamem, eu responderei, estando eles ainda falando, eu os ouvirei” (Isaías 65:24).
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