Este artigo, de Freda S. Benson. é um dos melhores que conheci da Ciência Cristã, e pude escrever três séries diferentes de comentários sobre o seu conteúdo. Que cada leitor possa aproveitar ao máximo cada uma de suas linhas, pois, de fato, elas trazem detalhes fundamentais àqueles que desejam ir a fundo no desmantelamento da ilusão.
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Na Ciência divina, não temos motivos para temer o magnetismo animal. Em nenhum momento e em nenhum lugar, jamais foi real, poderoso ou substancial. Alguém, talvez, tenha-lhe dito: “Você tem de trabalhar. Tem de negar o magnetismo animal.” Isso o preocupou? Sim, temos trabalho a fazer. Precisamos enxergar através das imposições do erro e provar que são irreais. Isso, às vezes, requer muito trabalho.
Não há, porém, nenhuma razão verdadeira para nos alarmarmos, porque, do ponto de vista do raciocínio sadio da Ciência Cristã, o magnetismo animal não pode ser nada mais que o erro ou mente mortal. Na supremacia do Espírito que tudo permeia, nada dessemelhante do bem espiritual está presente nem em ação. A totalidade absoluta de Deus torna impossível que qualquer ação ou presença opostas – de substância material, inteligência demoníaca ou vida mortal – sejam verdadeiras.
O magnetismo animal, então, é apenas uma crença, um estado ilusório do pensamento. Efetivamente, há só uma consciência, a Mente divina ininterrupta e livre, que é Espírito. E o homem espiritual, a verdadeira individualidade de cada um de nós, é o reflexo dessa Mente para sempre consciente. Portanto, herda só as qualidades de seu Criador eterno, o único Deus, o bem.
Ora, se assim é, por que a Ciência Cristã nos diz que temos de tratar o magnetismo animal como algo a ser destruído? Por que não nos detemos, simplesmente, nos bons pensamentos? Esse modo de ver é falaz, porque o magnetismo animal parece ser um poder ao nosso sentido atual das coisas, e nos busca impedir de estar conscientes só do bem. Essa ação magnética, agindo sobre a natureza animal e por meio dela, pretenderia substituir nossa mentalidade verdadeira que reflete Deus, pela sugestão hipnótica de haver outra mentalidade: fraca, voluntariosa, desobediente, sensual e, consequentemente, suscetível às mentiras do erro. Esta ação magnética pretenderia atrelar sua natureza animal a nós, identificando a matéria como sendo nossa substância e o medo como sendo nossa atitude.
Temos de adaptar nosso modo de pensar à realidade divina do bem sem fim e recusar sermos enganados por falsas sugestões. Contudo, não conseguiremos nada, se perpetuarmos o magnetismo animal desde o ponto de vista de sua própria autoavaliação. Nossa base para enfrentar o mal deve ser a infinidade da única Mente onipotente e a consequente nulidade de toda alegação de uma mentalidade falsa.
Sim, precisamos defender nosso pensamento das imposições mesméricas do magnetismo animal, sempre, porém, com a arma da certeza da totalidade do bem divino. Seguimos adiante com confiança, não com medo. É importante manter em pensamento o fato de que não há mal real, não há verdadeiro magnetismo animal, há apenas uma crença nele, a ser destruída.
Na Bíblia, o mal recebeu vários nomes diferentes: serpente falante que engana e desmoraliza, “Satanás”, “diabo”, “Belzebu”, e, finalmente, “grande dragão vermelho” – o mal pronto para destruir-se a si mesmo. As narrativas bíblicas descrevem o triunfo do bem sobre o mal e a virtude daqueles que, com a ajuda de Deus, o conseguiram vencer. Os nomes dados ao mal indicam sua natureza lendária, uma ficção a ilustrar uma lição moral.
Jesus demonstrou o Cristo, ao vencer o mal. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy diz: “O autor do Apocalipse se refere a Jesus como o Cordeiro de Deus, e ao dragão como o que guerreia contra a inocência.” A Sra. Eddy também escreve: “contra o Amor, o dragão não luta por muito tempo, pois o dragão é morto pelo princípio divino. A Verdade e o Amor prevalecem sobre o dragão, porque o dragão não os pode guerrear.” O autor do Apocalipse também mostra como enfrentar e vencer a soma total da maldade: “Então ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia, e de noite, diante de nosso Deus. Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro” significa o sacrifício indispensável de um falso sentido do eu, a fim de despertarmos para a realidade. “Em face da morte, não amaram a própria vida” pode significar uma dedicação total ao nosso estado espiritual, imortal, e real, enquanto passo a passo renunciamos ao eu aparentemente mortal e material em troca do reflexo divino.
Os requisitos para a vitória sobre o magnetismo animal apresentados nesse trecho do Apocalipse nos alertam para a diferença que há entre a oração perfunctória (ritual de palavra) e o espírito do Cordeiro, que cura. Redenção individual, ao invés de mera repetição de palavras, é o que destrói a crença nas mentiras do magnetismo animal. Tais mentiras nunca foram reais, mas nossa crença nelas precisa ser extirpada. Um esforço obstinado de mudar o pensamento por presumirmos que vivemos aquilo que pensamos – apoiarmo-nos num tipo de profecia autorrealizadora – é fútil e não é redenção real, pois falta-lhe a inocência do Cordeiro.
No seu Sermão do Monte, o Mestre, Cristo Jesus, apresenta os requisitos para a oração curativa eficaz. Nossa motivação para amar, obedecer e abençoar tem de ser profunda. De fato, vivemos o bem que conhecemos, quando nossos pensamentos provêm de uma humilde sujeição à onisciência de Deus e à realidade daquilo que Deus conhece. Mantemo-nos despertos para a realidade quando aderimos persistentemente à verdade e, assim, podemos ajudar outros a despertarem também.
O Cordeiro age quando temos desejos puros de glorificar a Deus e elevamos os conceitos que entretemos a respeito de nosso próximo, ao sermos receptivos sem restrições à orientação da luz da Verdade; ao confiarmos implicitamente na onipotência da vontade divina de prevalecer sobre toda forma de mal.
Esses estados de pensamento são algumas das evidências da ação do
Cordeiro no pensamento consciente.
continua na próxima segunda-feira