A mente mortal procura induzir-nos a crer que estamos vivendo na matéria e, por consequência, encontramo-nos indefesos sob suas leis. Alegaria governar-nos, sujeitando-nos à doença e ao pecado, e só nos libertaria depois da morte a um Deus pouco compreendido. Esse Deus de tristezas e paixões humanas é feito à semelhança de um supermortal. Partindo desse ponto de vista mortal, a oração não valeria muito a pena. Poderia acalmar o pensamento, dar-lhe orientação ou alguma esperança. Mas a confiança do salmista, que escreveu: “O Senhor é a fortaleza da minha vida, a quem temerei?”, assenta em prova mais firme do amor de Deus do que a encontrada mediante anseios mortais.
Não encontramos respostas para a realidade suprema do ser e a natureza real do homem analisando os registros das crenças materiais coletivas. Desde o início e por toda a história, a realidade pura se tornou aparente apenas a indivíduos de pendor espiritual, tal como a luz irrompe através de uma fresta nas nuvens.
Cristo Jesus foi caracterizado por seus contemporâneos, bem como por si mesmo, como uma “luz” que veio ao mundo para curar e regenerar. Como é que ele fazia tal coisa? Referia-se continuamente ao fato de ser inseparável de seu Pai; repetidamente explicava ser o poder de Deus – o poder da Verdade e do Amor – o que realizava as curas. Não se deixando iludir por qualquer quadro aterrador, Jesus ia à raiz do problema e percebia a pretensão irreal exercida sobre a mentalidade do paciente.
“Ela não está morta, mas dorme”, disse. E então, não permitindo que o problema permanecesse nem mesmo sob a forma de sonho, despertou da morte uma menina.
A Bíblia diz-nos que Deus, sendo Espírito, é Tudo-em-tudo. Amor infinito, toda verdadeira substância; é íntegro, bom, o Criador todo-amoroso, o terno Pai-Mãe. Essa compreensão gloriosa traz-nos cura, porque nos eleva acima do testemunho do sentido mortal, e porque é realmente verdadeira. A Sra. Eddy diz-nos:
“Deus se compadece de nossas mágoas com o amor de um Pai para com Seu filho – não por tornar-se humano conhecendo o pecado ou o nada, mas eliminando o nosso conhecimento daquilo que não é. Ele não poderia destruir totalmente nossas aflições se Ele tivesse algum conhecimento delas. Sua compaixão é divina, não humana. É o conhecimento de sua própria infinidade o que proíbe a existência genuína de qualquer pretensão do erro. Esse conhecimento é a luz na qual não há trevas – não uma luz contendo trevas em si mesma”.
Neste universo espiritual, a função do homem é refletir, expressar, ser a ideia dessa Mente amorosa que a tudo envolve. Essa unidade da Mente e sua ideia é permanente e já é um fato estabelecido. O amor divino está em ação, atuando, vendo, conhecendo, mantendo o homem. Ao reivindicarmos conscientemente essa lei como verdadeira a nosso respeito e a respeito de outros, perceberemos uma grande diferença em nossa vida.