PRIMEIRO MANDAMENTO: A BASE DA LIBERDADE!

Verdadeiramente livres são os indivíduos cuja convicção de poderem se entregar confiantemente a Deus é tão forte, que sabem que coisa alguma os pode afrontar a ponto de separá-los de Deus. Esta liberdade tem por base uma compreensão firme da unidade inseparável entre o homem e Deus, o Princípio de toda realidade e bondade. Jamais foi enunciada uma diretriz mais fundamental para a obtenção dessa liberdade, do que o Primeiro Mandamento: “Não terás outros deuses diante de mim”.

O grande significado do Primeiro Mandamento deve penetrar a fundo em nosso pensamento. Nossa constante necessidade é a de medir nossa obediência a ele, perguntando-nos se estamos atribuindo poder a qualquer pessoa ou a qualquer coisa além de Deus. A Divindade é a fonte de toda a realidade. Tudo o que Ele sabe é real e Ele conhece somente o bem. Portanto, unicamente o bem é real. Não há, nem pode haver, outro poder além de Deus, porque Ele é Tudo. Ele é o Único, e não existe coisa alguma fora de Sua totalidade. Um domínio e uma independência cada vez maiores se fazem sentir à medida que aprendemos o significado vital de não nos deixarmos sujeitar a poder algum, exceto o Poder de Deus.

Ora, se concedermos poder ou realidade a qualquer outra coisa ou pessoa, estaremos, com efeito, admitindo outros deuses, e violando o Primeiro Mandamento.

No decorrer dos séculos, a humanidade fez enormes esforços para se libertar da escravidão de toda espécie. E a liberdade foi valorosamente conquistada em muitos setores da experiência humana. Conquistaram-se liberdades tais como o direito de voto, o direito de propriedade, de julgamento justo, de imprensa livre e de adorar a Deus de acordo com a própria consciência – aquisições extremamente importantes, as quais, conquanto ainda não tenham caráter universal, proporcionaram bênçãos incalculáveis.

Não será, porém, que a liberdade final deveria incluir o estar livre do pecado, da enfermidade e da morte, como Cristo Jesus prometeu?

Mary Baker Eddy pesquisou as Escrituras durante muitos anos, de modo que nós, seus seguidores de hoje em dia, pudéssemos obedecer às suas palavras: “Curai enfermos, ressuscitai os mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça daí.” A Sra. Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, pela graça e pela revelação discerniu que Deus é Amor, Verdade e Vida, como a Bíblia O define, e que Ele é também o único Princípio divino e demonstrável. Ela percebeu que as portentosas obras de cura realizadas por Jesus não se baseavam numa fé cega nem eram uma dispensação especial a um só homem. Elas destinavam-se a toda a humanidade, porque Deus é o Princípio divino.

Moisés, que numa era remota da história deu-nos o Primeiro Mandamento de Deus, deu provas, em sua própria experiência, do poder libertador de se compreender a unicidade e a suprema autoridade de Deus. Percebeu essa verdade com tal clareza que obteve domínio, em grau excepcional, sobre as restrições e os temores do pensamento mortal. No deserto solitário, Moisés talvez tenha despendido longas horas em oração. Por certo emergiu, de sua experiência no monte Horebe, fortalecido pela convicção de que Deus é o grande “Eu Sou”. Moisés havia começado a discernir sua missão de libertar da escravidão egípcia os filhos de Israel. A liberdade individual de Moisés foi emergindo à medida que ele aprendia mais a respeito do único Deus.

Moisés a princípio teve medo, pois não era eloquente e, por isso, não se sentia capaz de falar com o faraó a respeito da libertação dos israelitas, mas Deus lhe disse: “Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca, e te ensinarei o que hás de falar”.

Moisés e o seu povo foram se libertando mais e mais de todo tipo de limitação, à medida que crescia a confiança radical de Moisés no único Deus. Mais tarde, no ermo, estava espiritualmente preparado para escutar e registrar a portentosa revelação da Verdade nos “Dez Mandamentos”.

A respeito do Primeiro Mandamento, muitos séculos mais tarde, a Sra. Eddy escreveu: “O Primeiro Mandamento é meu texto favorito. Demonstra a Ciência Cristã. Inculca a triunidade de Deus, Espírito, Mente; significa que o homem não terá outro espírito ou outra mente senão Deus, o bem eterno, e que todos os homens terão uma única e a mesma Mente. O Princípio divino do Primeiro Mandamento é a base da ciência do ser, pela qual o homem demonstra a saúde, santidade e vida eterna”.

Compreender o Primeiro Mandamento, e a ele obedecer , conduz à saúde, santidade e vida eterna. Para ficarmos livres do cativeiro da mortalidade precisamos da Ciência do ser, que se baseia no Princípio divino do Primeiro Mandamento. O que é que a obediência do Primeiro Mandamento exige de nos? Tal como Moisés, precisamos compreender Deus mais plenamente – Deus, o grande Eu Sou, a fonte da individualidade do homem. Nossa verdadeira individualidade, nosso ser real, tem sua origem apenas em Deus. A confiança cada vez maior em Deus capacita-nos a provar, até mesmo nos pequenos detalhes dos afazeres do dia a dia, que não existe outro Deus, nenhuma outra presença ou poder, mas somente Ele.

Libertamo-nos das crenças e limitações escravizadoras de todo tipo, à medida que aumenta nossa compreensão de Deus e de nossa unidade com Deus. Nossa crescente devoção a Deus resulta em que nos libertamos paulatinamente das insatisfeitas exigências da matéria. O reconhecimento do domínio dado por Deus como um direito divino nosso, resulta de nossa crescente convicção de que só Deus é a fonte de toda substância real, de toda saúde e de todo suprimento – de um bem permanente e imperecível.

A confiança radical no único Deus livra-nos do medo de virmos a ficar separados do bem. O bem está sempre à mão, porque Deus está sempre ao nosso alcance. Constatamos estar Ele tão perto de nós como o nosso próprio pensamento e descobrimos paz e liberdade imensuráveis à medida que aprendemos a nos volver radical e continuamente e de todo o coração a Ele, a única fonte do bem.

A Sra. Eddy resumiu sua convicção da grande importância do Primeiro Mandamento, nestas palavras:

“O Primeiro Mandamento, – Não terás outros deuses diante de mim – , é uma lei que nunca será revogada, um estatuto divino para ontem e hoje e para sempre”.

À medida que cresce nosso discernimento do estatuto divino e aumenta nossa obediência a ele, encontramos liberdade individual e, portanto, ajudamos toda a humanidade. A Bíblia conta-nos que Moisés, perto do fim de sua carreira terrena, lembrava os filhos de Israel da importância suprema de obedecer aos ditames do Primeiro Mandamento. “Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os cumprires, para que bem te suceda, e muito te multipliques na terra que mana leite e mel, como te disse o Senhor Deus de teus pais. “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor”.

(Extraído de O Arauto da Ciência Cristã – Janeiro 1987

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