Ser Grande!

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Ser grande! Quem não desejaria ter uma vida cheia de verdadeira grandeza e abundância de tudo que faz a vida próspera e digna de ser vivida? Próspero na saúde, no conhecimento, no poder, na prosperidade, no amor, na alegria?

Pois tudo é possível a qualquer pessoa, ao homem e à mulher, ao pobre e ao rico, ao sábio e ao ignorante, ao poderoso e ao humilde — todos podem ser grandes.

Essa verdadeira grandeza e felicidade não depende de circunstâncias externas; não pode ser frustrada pelas adversidades da natureza nem pela perversidade dos homens — depende, em última análise, de cada um de nós.

Quem o disse foi o único homem realmente grande e completamente feliz. E, quando um homem desses fala, fala por experiência própria. E esse homem, Jesus Cristo, disse:

“Se algum de vós quiser ser grande, seja o servidor de todos”.

Se a grandeza dependesse de dominar, seria acessível a poucos, porque poucos podem dominar; mas, como depende de servir espontaneamente, todos podem alcançar esta grandeza, porque não existe um único homem sobre a face da terra que não possa servir; por toda parte há abundante oportunidade para servir. E, no entanto, são poucos os homens realmente grandes, porque a maior parte não compreendeu ainda que a grandeza está em servir espontânea e jubilosamente. A imensa maioria faz depender a grandeza e felicidade de algo que não depende deles, como, por exemplo, o dominar. Querer servir depende inteiramente de mim, e de mais ninguém; por isto, a verdadeira grandeza está nas minhas mãos, se eu quiser.

Mas é precisamente aqui que está a dificuldade capital, o impedimento aparentemente insuperável: O homem comum não acredita que a grandeza possa consistir em querer servir, sem esperar nenhuma retribuição. O homem profano acha que isto é apenas um belo idealismo para uns poucos sonhadores impráticos, mas que para o grosso da humanidade, para o homem prático e dinâmico, não é este o caminho da verdadeira grandeza e felicidade, porque servir parece ser fraqueza e inferioridade, ao passo que dominar e ser servido revela força e superioridade. Pois não nos ensina a experiência de cada dia que os que servem são os ignorantes, os analfabetos, os deserdados da fortuna, os ineficientes, os derrotados da vida?

Aparentemente, a objeção procede, porque o que vemos cada dia é que os que servem são, em geral, os homens menos evoluídos e adiantados.

Entretanto, convém não confundir os que servem compulsoriamente com os que servem espontaneamente. Muitos de fato são servidores pela ignorância natural, pela adversidade da natureza ou pela perversidade dos homens. Não são estes os bem-aventurados, embora também eles possam ser felizes, no caso que compreendam a sua humilde condição e aceitem livremente.

Na verdade, porém, temos de entender pelos homens realmente grandes e felizes aqueles que, podendo dominar, preferem servir, porque esse serviço voluntário não é senão expressão externa da sua grandeza e superioridade interna.

Mas, como convencer o inexperiente de que as palavras do divino Mestre representam verdade absoluta?

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