Deus: o Foco Único

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DEUS:
O FOCO ÚNICO
Dárcio
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Por mais que sejam temporariamente úteis, os ensinamentos relativos devem, em dado momento, ser abandonados, para que a Verdade fique realmente sendo o foco único do estudo, e não mais a solução de problemas humanos ou realizações do ego. Por que os ensinamentos relativos agradam mais? Não exigem tanto das pessoas! Além disso, lidam com a mente humana como sendo a nossa, o que nos leva a considerar que melhorias na mente humana são melhorias feitas em nós, o que não é verdade. O ser que somos é Deus! Sempre disse sobre o “referencial da luz”, e que devemos “subir de cima para baixo”,  isto é, a partir da Verdade absoluta e não das aparências. Enquanto ficarmos a vida toda nos posicionando no suposto mundo material, buscando “subir” paulatinamente à Verdade que somos, estaremos no “referencial da ilusão”.

Os ensinamentos relativos são, por assim dizer, um “mal necessário”, uma vez que a maioria não capta de imediato esta “troca de referencial”. Ouvi um preletor da Seicho-No-Ie  comentar, certa vez,  que quando suas palestras tinham por tema a filosofia absoluta do ensinamento, a plateia debandava! A preferência era sempre por algo ligado a “este mundo fenomênico” e não ao Reino de Deus! E é por isso que a maioria dos ensinamentos revelados retém misturas com assuntos do mundo! A maioria busca mais a solução de problemas, a realização de seus desejos,  do que a própria presença de Deus em si! Nas palestras que  fazia, quando era interrompido para dar alguma explicação que me pediam, na maioria das vezes  a questão era humana, voltada a questões do mundo, mesmo que fosse repetidamente explicado que “achando Deus em si”, ou “praticando a presença de Deus em si”, os problemas ilusórios de cada um desapareceriam, proporcionalmente à sua dedicação!

Esta tendência coletiva, que leva a maioria a pender para o lado do mundo material, é fruto do “mesmerismo”, que aparentemente cega a todos para  não verem o óbvio: que Deus é TUDO, e que, praticando, em nós mesmos,  esta “totalidade de Deus”, estaremos conscientemente vivendo em “solo sagrado”.

Se, de um lado, os ensinamentos relativos acabam sendo úteis, por servirem de “pontes” temporárias para a “troca de referencial”, trazem também o seu lado pernicioso e perigoso, quando se tornam veículos de ideias nocivas. Quando estas ideias são levadas em conta pelos leitores, por serem transmitidas por algum suposto “mestre”,  e aceitas sem constatação,  sem o endosso natural  da própria Consciência espiritual, acabam ficando cristalizadas como “verdades”, mesmo sem serem; em vista disso, acabam se tornando “mesmerismo cristalizado”, como é o caso de se “cultuar antepassados”, disseminado pela Seicho-No-Ie, e como é o caso de muitos autores, como Osho,  por exemplo, que há tempos já comentei aqui, que em meio a explanações absolutas, lidam com o ser a partir de sua existência humana,  a partir de seus desejos e anseios humanos, fazendo displicentemente brinquedo de coisa seríssima, em vez de lidar com a unidade absoluta entre Deus e homem. Toda vez que alguém se posicionar no “referencial humano”, atrairá  ensinamentos absurdos do mundo, que, sem que  perceba, poderão fazê-lo permanecer mesmerizado pelo mundo! Quem medita com dedicação e seriedade saberá identificar estes “focos mesméricos”, presentes em tais ensinamentos, e, pelo hábito de contemplar a Verdade a partir do “referencial da luz”, sequer suportará ler ou ouvir supostas “verdades” que o levem a se considerar como “ser humano”.

O foco do estudo é DEUS! A “nossa” presença sendo DEUS! Partimos de DEUS como tudo e, portanto, como a totalidade de nosso Eu. Desta aceitação e identificação incondicional com a Verdade, a suposta “vida humana” é vivida “por acréscimo”, ou seja, com o “bem visível” sendo naturalmente desfrutado, e, principalmente, segundo  adequação e afinação com a Verdade.

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