Ann Beals
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COMO O MAGNETISMO ANIMAL
O antiCristo pode fazer isto de muitas formas. Por exemplo, pode preencher nossa vida com tantas atividades humanas que não sobra tempo para orar. Esse envolvimento sem fim com o mundo é como um poço sem fundo. Cada minuto é preenchido com tarefas que precisam ser feitas. Ficamos pensando que assim que cumprirmos nossos compromissos nos dedicaremos à oração. O poço nunca seca. A urgência em nos manter em dia com os compromissos traz obrigações intermináveis, as quais, por sua vez, geram incessantes pressões, crises, conflitos e desvios. A imposição devoradora de muitas mentes nos separam da Mente única.
Esta é a mundanalidade na qual as coisas do mundo nos ocupam mais do que as coisas de Deus. Apesar de não haver nenhum mal em conexão com estas atividades, não satisfazem a necessidade por coisas espirituais. Jesus descreveu esta forma de materialismo na parábola acerca da semente lançada à beira do caminho. “O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.” (Mateus 13:22)
Um sacrifício a ser seriamente considerado é o mesmerismo que vem à guisa de escapismo — televisão, rádio, livros, filmes, revistas, compras, viagens e outros passatempos. Enquanto que os negócios podem ser o que preenche nosso tempo, a maior parte do escapismo de hoje parece a praga venenosa que sufoca a espiritualidade. Nada entorpece mais nossos sentidos espirituais do que a constante absorção em nossa consciência de manifestações do mal em todas as suas formas: sensuais, grosseiras, cruéis, sádicas e violentas, dramatizadas e minuciosamente descritas. Às vezes estas imagens ampliadas do antiCristo são impressas em nossa consciência tão vividamente que nos perseguem por anos. Elas incitam emoções negativas e intensificam a crença na matéria. Elas sugerem experiências e condições ímpias, nas quais nunca poderíamos pensar de outra maneira. Criam uma sementeira de problemas potenciais que nunca existiriam, se não fossem sugeridos ao pensamento tão graficamente à guisa de entretenimento. A espiritualidade não é muito comum no dia de hoje e esta qualidade muito especial necessita ser cuidadosamente protegida, ternamente alimentada. Qualquer pessoa que tenha esta pureza de pensamento deve cuidar para que não seja perdida através dos argumentos do mal de que ela precisa absorver suas mentiras a fim de se distrair.
Se o estudante sério de Ciência Cristã vê através destes esquemas uma armadilha para inpedi-lo de orar, e consegue obter tempo para Deus, então o mal tentará alcançá-lo disfarçado de bem. Algumas vezes até um eleito pode ser enganado.
Muitas vezes, quando uma pessoa está se esforçando para fazer um trabalho melhor na Ciência, alguma coisa material irresistível, com a qual ela sempre suspirou, surgirá em sua experiência — uma viagem, uma posição melhor, oportunidade de estudar numa faculdade, meios para construir uma nova casa ou ter um sítio — alguma coisa do mundo que ela não conseguiu desfrutar anteriormente.
Analisados superficialmente, tais incidentes parecem não estar relacionados ao nosso desejo de estudar Ciência Cristã, mas muitas vezes eles são engenhosamente elaborados para obstruir o progresso espiritual e nos deixar mais profundamente atolados no materialismo. O mal apresentando-se com aparência de bem não é somente sutil, mas tentador. Enquanto aguardamos o desdobramento do bem como resultado de nosso trabalho metafísico, precisamos julgar se a mudança proposta está trazendo progresso espiritual ou mais materialismo.
Se somos sinceros em nosso desejo de demonstrar mais da Consciência Crística, consideraremos cuidadosamente estas oportunidades para determinarmos se elas nos causam o adiamento da espiritualização do pensamento, por nos privar de tempo para estudo e oração, ou se elas nos abençoam, por proporcionar-nos mais tempo para fazer este trabalho sagrado.
Algumas vezes o magnetismo animal nos faz sentir tão confortáveis no materialismo que nos faz pensar que não temos necessidade de estudar e orar. Quando nossa vida diária vai bem, o mal parece estar fora, em algum outro lugar ou tempo e muito longe de nossa experiência. Sem desafios, nosso primeiro interesse pela Ciência Cristã esmorece. Os esforços para espiritualizar o pensamento diminuem. O progresso é nulo. A menos que estejamos alertas, chegamos a um ponto em que nossas orações não são mais tão eficazes quanto costumavam ser. Então constataremos que o mal exigiu de nós mais do que pudemos perceber.
Uma vez que nos tornamos cientes das muitas formas que o magnetismo animal trabalha para nos impedir de orar, podemos então defraudá-lo e pressioná-lo para adquirirmos domínio sobre ele.