MAGNETISMO ANIMAL-6

M A G N E T I S M O
A N I M A L
Ann Beals

6

AS EMOÇÕES

DO MAGNETISMO ANIMAL

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Até aqui, vimos que o magnetismo animal é uma força-pensamento incorpórea na experiência humana, tentando ativamente mesmerizar o indivíduo com sugestões agressivas quando e onde pode. Isto descreve a presença e atividade do mal, mas uma análise completa da natureza ou disposição do mal pode melhor equipar o metafísico para negá-lo com conhecimento mais profundo e com melhores resultados.

Para negar o mal com profundidade, devemos considerar as emoções que dele resultam. Muitas vezes em seus escritos, a Sra. Eddy define o mal em termos de paixão, luxúria, ira, ódio, desejo depravado, justificação própria, amor próprio, hipocrisia, orgulho, inveja, desonestidade, rivalidade, vingança, malícia, ciúme, medo. Estas emoções negativas suprimem, paralisam e removem a atividade do Cristo na consciência. Elas vão desde um pequeno desapontamento até a fúria desenfreada. São emoções comparadas a um mar revolto, que muitas vezes parecem controlar-nos independente da nossa vontade.

As emoções humanas mais moderadas são muito comuns à raça humana. Apesar de parecerem normais ou justificadas, podem, entretanto, produzir todo tipo de discórdia. Elas sugerem que estamos separados de Deus. Incluem traços de personalidade tais como sensibilidade, auto-depreciação, depressão, impetuosidade, pessimismo, ceticismo, egoísmo, solidão, insegurança, nervosismo, desapontamento, teimosia, preocupação, culpa, irritação, autocondenação, preguiça, autopiedade etc.

É importante reconhecer estes sentimentos em nós mesmos, pois são geralmente a origem de dificuldades e doenças repetidas e crônicas. A crença na matéria nos leva a atribuir a doença à idade, virus, germes, tempo, hereditariedade e outras leis físicas. A mente humana justifica seus problemas culpando as catástrofes e o destino, a falta de dinheiro, relacionamentos difíceis, circunstâncias e condições externas sobre as quais não tem controle. Assim, o magnetismo animal nos induz a apontar causas erradas – causas externas ao nosso pensamento. As crenças da matéria e do mundo devem ser negadas, porém, se o problema não é vencido é porque as causas mentais ocultas ainda não foram descobertas e destruídas.

À medida que nos tornamos experientes em solucionar nossos próprios problemas na Ciência Cristã, aprendemos que a causa de qualquer dificuldade está sempre dentro de nossa própria consciência. Não há exceção a esta regra. Mesmo que às vezes não consigamos detectar o pensamento errado que está causando uma dificuldade prolongada, entretanto, a dircórdia é devida a alguma desobediência às leis de Deus.

Estas faltas mentais algumas vezes desafiam sua detecção porque o magnetismo animal mistura tanto as emoções mortais com o bem na consciência, que estes erros sutis parecem uma parte natural de nosso pensamento. Este modo de pensar errado não é uma lei de Deus escarnecedora, mas um pensamento ou emoção mortal que parece insignificante. Os problemas mais renitentes podem derivar os erros mentais que parecem tão pequenos, comuns ou justificados, que os consideramos completamente dissociados do problema.

Muitas vezes estes traços prejudiciais foram se desenvolvendo desde a infância. Habituamo-nos a pensar desta forma durante tanto tempo que não achamos que possam ser fontes de um problema. Parecem não causar mal algum porque são normalmente considerados parte da natureza humana, mas se continuam sem correção, nos privarão de saúde e felicidade.

Para mencionar alguns desses traços de personalidade: crítica e reprovação de tudo e de todos; irritação constante com outras pessoas; aborrecimentos por pequenas atitudes de outras pessoas; constante ansiedade por achar que as coisas não vão bem; receio do que os outros pensam a nosso respeito; impaciência com as exigências diárias sobre nós; um senso sobrecarregado de falsa responsabilidade; um amor possessivo ou não correspondido; raiva ou desapontamento quando outras pessoas não correspondem às nossas expectativas; sensibilidade e ressentimentos por ter sido mal compreendido; desejos agressivos ou teimosos; medo ou carência etc.

Estes hábitos de emoções permeiam as pequenas coisas em nosso viver diário e assim são muitas vezes difíceis de serem detectados e mudados. São peculiaridades e emoções que determinam, num grau mais amplo, nossa personalidade mortal. São o oposto do nosso ego imortal. Estamos tão acostumados a pensar nelas que parecem fazer parte do nosso ser.

Conforme compreendemos a Ciência Cristã, podemos discernir a diferença entre as peculiaridades da mente mortal e as qualidades da mente imortal. Falsas peculiaridades diminuem e desaparecem quando percebemos que têm sua origem no mal e não na pessoa. Impersonalizando-as podemos argumentar contra elas com sucesso e reivindicar as qualidades espirituais que constituem nosso ego real, até que a consciência material seja substituída por afeições, motivos e ideias espirituais.

Este tipo de mentalidade está absolutamente convencido de que seu ponto de vista egoísta e materialista está correto. Quando é impedido, se enche de ódio e desejo de vingança. Não se importa com o que diz ou faz para atingir uma pessoa que atravesse seu caminho ou frustre seus desejos. Subjuga através do ódio que oprime a iniciativa individual. Nega todo bem e se opõe contra cada esforço contrário a seu desejo, declarando saber o que é melhor para os outros. Não é confiável. Argumenta contra e rejeita a consciência Crística, e recusa reconhecer qualquer evidência de seu poder curativo. Destrói tudo o que é bom e belo dizendo ser prático e realista. Não é cooperativo, é orgulhoso, pernóstico e presunçoso.

A mente sádica usa o bem em outra pessoa para suas próprias finalidades egoísticas. Uma pessoa boa é justa, razoável, gentil e perdoa. Para a mente depravada, estas são qualidades fracas através das quais o ser pode ser dominado. Usará esta bondade e não retribuirá. Confiará no perdão e amor de outra pessoa para perdoar seus atos egoístas e agressivos. Quanto mais este mal for pacificado e acomodado, mais ele oprime, usa e domina a outra pessoa.

Em Miscellaneous Writings, a Sra. Eddy escreve a respeito desta mentalidade: “A crença no mal, e no processo do mal, leva em si a sentença de morte para o malfeitor. Suprime o senso do bem inerente ao homem e lhe dá um sentido falso tanto do mal como do bem. Inflama a inveja, a paixão, a maledicência e a contenda. Inverte a Ciência Cristã em tudo. Faz a vítima acreditar que está progredindo ao prejudicar a si mesma e a outros. Este falso estado de consciência em muitos casos causa grande sofrimento físico à vítima; mas ao se convencer de seu estado errôneo de sentimento, se reforma e consequentemente se cura; mas se não se convence e não se reforma, se torna moralmente paralisado – em outras palavras, se converte em um idiota moral.” (p.221: 31-11)

Esta definição de idiotia moral inclui a mentalidade que é secretamente antagônica à consciência Crística. Este mal é disfarçado como uma aparência de amizade, inocência  e um exterior benigno. Representa a duplicidade da mente mortal que mente, trapaceia e manipula a mente desprevenida com planos de seu próprio interesse e propósitos maliciosos. Não diz ou faz algo que possa trair seus pensamentos mal intencionados, mas é ativo no que pensa, e planeja secretamente contra o bem de outros.

Ainda outras formas de emoções depravadas é o orgulho, a indiferença, a dureza e a rejeição de outra pessoa. Isto anula a outra pessoa, fazendo-a sentir-se diminuída, não amada, indesejável, depressiva, melancólica. Pode destruir na outra pessoa o desejo de viver por não lhe dar o amor e a compreensão que ela necessita.

Quando tais elementos se manifestam em nossa própria consciência ou na de outra pessoa, estamos testemunhando o magnetismo animal em seu estado mais agressivo e destrutivo. Estas emoções são a base da idiotia moral e eventualmente são destruídas através de muito sofrimento.

O medo é a base para todo controle do magnetismo animal. O medo é uma emoção universal que o mal usa sem clemência para influenciar e controlar a humanidade. O mal cria e forma as impressões repugnantes e crueis da mortalidade que causa o medo na mente comum. Não tem senso de culpa ao imprimir estas imagens no pensamento. Cria a vida mortal e aprisiona a pessoa na ilusão da lei material e na materialidade; e então, faz temer as consequências. Nutrindo o pensamento com estas imagens perturbadoras a pessoa tem medo — por seus entes queridos, medo de desastre, doença, morte, escassez, discórdia: medo de reprovação, crítica, fracasso; medo de animosidade, falta de alegria, medo de não ter o que necessita ou quer; medo de não ser amada ou de ser indesejável. Seus medos parecem intermináveis. O medo é uma das mais fortes emoções com que o antiCristo domina a mente humana.

É importante estar ciente destas emoções, pois mesmo que não manifestemos estes mais depravados sentimentos, ainda assim podemos ser vítimas deles. Quando o magnetismo animal não pode nos controlar através de nosso próprio pensamento, tentará fazer-nos reagir ao erro em outros. Seja qual for a avenida que o erro usar, podemos manter nosso domínio se detectamos as emoções erradas que tentam nos controlar. Podemos despersonalizar o erro e negar sua realidade até vermos que é nada. Porém, para demonstrar maior domínio sobre a totalidade do mal, é necessário ir um passo adiante, analisando sua natureza e enfrentando os três elementos básicos em seu âmago.

No âmago da natureza do mal há três elementos básicos: acentuado ódio pela consciência Crística; sadismo ou desejo de fazer a humanidade sofrer; crueldade física e mental. Toda mortalidade é resultado do ódio que motiva atividade do mal. O ódio está por trás das sugestões hipnóticas de pecado, pesar, falta de suprimento, sofrimento e limitação que a humanidade vivencia. Enquanto que o amor é a expressão mais elevada da presença de Deus, o ódio é a mais forte manifestação da presença do mal. O amor e a inteligência de Deus irradiam ideias que inspiram e curam a humanidade. O ódio, que o mal manifesta, mesmeriza com crenças que afligem e aprisionam a mente e o corpo. Estes três elementos básicos são a causa fundamental de todo sofrimento da humanidade. Das trevas do magnetismo animal mental vem a estrutura inteira e o formato da existência mortal. O mal faz da humanidade a vítima através de um conceito material mortal do ser, o qual é uma ilusão hipnótica. Impõe à mente indefesa uma estrutura ímpia de pensamento que é então projetada e vivenciada como se fosse sua vida.

Continua..>

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