DA CURA CRISTÃ
Marian C. English
Talvez um dos obstáculos no progresso se apresente sob a forma de uma depreciação irrefletida de nossa própria prática modesta do poderoso cristianismo estabelecido por Jesus. Em todo esforço correto, porém, quem mais progride é aquele que não se deixa paralisar pela autocrítica. Ele está pronto para avançar, obedecendo humildemente ao que compreende no momento. A lição de Cristo sobre a fé do tamanho de um grão de mostarda, capaz de mover montanhas, não é proferido em vão para aquele que está disposto a crescer.
Outras formas de resistência podem ser mais sutis. A sensação de que nosso dia-a-dia está por demais repleto de tarefas e interesses talvez esteja em luta incessante com nossas boas intenções. Podemos ser levados a adiar a nutrição espiritual para alguma época futura e incerta. Talvez nossa capacidade de crescer sofra atraso, devido a um conceito errôneo sobre a grande alegria e liberdade que sempre acompanham um maior reconhecimento da presença poderosa de Deus. Outra forma indireta de resistência é o desânimo, quando nosso interesse se concentra de tal forma em determinada necessidade humana, que perdemos de vista o fato de que só a iluminação espiritual torna possível a cura. É como travar uma luta frenética contra a escuridão, esquecendo de fazer a única coisa necessária, ou seja, deixar entrar a luz.
Paulo atribui tais táticas retardadoras à mente carnal, que ele declarou ser inimizade contra Deus. (Por isso também é inimiga do homem de Deus). Mas as sombras da apatia e da oposição não podem invadir o pensamento iluminado, assim como a escuridão não pode forçar sua entrada num aposento iluminado. À medida que procuramos persistentemente a Deus e nossa relação com Ele, literalmente empenhados em nos achegar a Ele por meio do Espírito e da oração, fortalecendo o nosso trabalho com perseverança, mansidão e obediência, descobrimos que os impedimentos à cura espiritual diminuem progressivamente. À medida que cedemos à Sua presença, o brilho intenso da iluminação espiritual leva a fé adiante, para uma compreensão demonstrável e uma inabalável capacidade de se firmar.
Por sua própria experiência, Mary Baker Eddy aprendeu que uma compreensão cada vez mais profunda de Deus era o requisito incondicional para a cura espiritual contínua. Sua fé profunda e duradoura foi enriquecida pela compreensão crescente da totalidade e unicidade de Deus, o bem, e a consequente nulidade do mal, ou seja, do erro. O que ela estava aprendendo sobre Deus permitiu-lhe curar um caso de câncer instantaneamente. Sempre empenhada em alcançar um patamar mais elevado, ensinou a seus alunos a progredir a passos largos. Escreveu: “Buscai a Verdade e segui-a. Deverá custar-vos algo: estais dispostos a pagar pelo erro e a não receber nada em troca; mas se pagardes o preço da Verdade, recebereis tudo”.