CARACTERIZANDO A ILUSÃO- 1

CARACTERIZANDO
A ILUSÃO
DÁRCIO

PARTE I
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Se não contemplarmos o Universo com a Visão do Absoluto, e sim com olhos humanos, o que veremos será meramente um conceito de Universo, isto é, uma ILUSÃO. Sendo assim, devemos saber como lidar com esse conceito mental, o que será feito mediante uma “comunhão interna” com Deus. Desse modo, unicamente AQUILO QUE É REAL será por nós discernido, enquanto as limitações da “aparência” pouco a pouco irão deixando de nos assustar. Esta “sintonia com Deus” é um Fato consumado na Realidade divina. Assim, a cada meditação contemplativa que fizermos, reconhecendo-a como Unidade, somente estaremos deixando de lado o falso testemunho da mente humana, para podermos contemplar a Realidade divina através de nossa Visão crística, também chamada na Bíblia de “Olho Simples”.

Embora haja autores da Verdade absoluta que dispensam o estudo da “natureza da ilusão”, com a alegação de que DEUS É TUDO, e que falar em “ilusão” contradiz a Verdade, eu concordo com aqueles que elucidam o assunto sem comprometer a Onipresença da Verdade, principalmente em textos destinados àqueles que começam a entrar em contato com estes ensinamentos. Cada um, no decorrer do estudo, saberá se dedicar unicamente à “contemplação” da Totalidade de Deus, mas, até que se sinta internamente nessa condição, caracterizar a “ilusão”, no contexto deste estudo, lhe será  fundamental e de grande valia.

O segredo, para lidarmos com a ilusão, está em partirmos diretamente da REALIDADE, da VISÃO ABSOLUTA DA EXISTÊNCIA, abandonando radicalmente o antigo referencial do “julgamento segundo as aparências”. A dificuldade existe enquanto acreditamos que os quadros apresentados pela mente humana sejam reais. Acontece que não são! O Universo Real está presente e continuamente Se expressa como vibrações ou ondas espirituais divinas. Entretanto, a tradução que a mente humana nos faz destas mesmas ondas, devido às suas limitações, é pura ilusão. Assim, a chamada ilusão é o puro e simples NADA! Não obstante, as ondas divinas, que Se expressam como a Luz do Universo da Realidade, estão sempre sendo corretamente captadas pela nossa Mente verdadeira, que é a própria Mente de Deus.

Se a mente humana forma ou deixa de formar alguma imagem, através de alguma projeção daquelas ondas, não irá nos interessar. Exemplificando, se as ondas invisíveis de televisão aqui se encontram presentes, perfeitas, este fato será a realidade que deverá despertar o nosso interesse, e não desejarmos saber se o aparelho de TV está captando-as de forma a traduzi-las como “imagem” perfeita ou imperfeita. Em outras palavras, importa-nos saber que Deus está ONIATIVO aqui e agora, independentemente de haver ou não a mente humana para captar esta atividade global divina na forma de “aparências” boas ou más. Paradoxalmente, este descaso para com a mente humana nos identificará conscientemente com a Mente divina onipresente, e, aos olhos do mundo, esta nossa Visão da Realidade será vista como “mundo humano harmonioso”.

Não existe palavra melhor para definir a ilusão do que esta: NADA. A percepção da totalidade de Deus, ou de Sua Onipresença, naturalmente nos leva a despertar para esta Verdade: ILUSÃO É NADA!

A Bíblia emprega a expressão “mente carnal” para representar a suposta “mente coletiva”, que é incapacitada para discernir “espiritualmente” o Universo em que estamos todos vivendo. Como já vimos, esta mente apenas consegue traduzi-lo na forma finita de “quadros mentais”, considerados como “Universo” por aqueles que não despertaram para a Realidade pluridimensional do Reno do Espírito.

Precisamos partir da TOTALIDADE DE DEUS; desse modo, analisaremos o sentido da palavra ilusão dentro do contexto deste estudo, para não acabarmos por aceitar a falsa ideia de que “ilusão” seja algo a ser removido, alterado, algo de que devamos fugir, com que lutar, etc.  Haveria sentido em querermos fugir de inofensivas “imagens hipnóticas”? Como fugiríamos de um pesadelo? Correndo de suas imagens ilusórias? Ou despertando para a realidade? Se um aparelho de TV distorcer a imagem do locutor, mostrando-o com o rosto deformado, aquilo existiria realmente? Não! Tal imagem seria puramente uma “captação equivocada”, sem realidade ou substância. Um simples ajuste da antena provaria isto! É por esse motivo que afirmamos que “o mundo visível” não passa de “miragem”, uma espécie de “sonho”, ou ilusão.

Continua,,>

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