Mary Baker Eddy
PARTE 2
Por quê?
Porque Ele chamou os que são Seus, os armou, os equipou e lhes forneceu defesas inexpugnáveis. Esse Deus não permitirá que eles se percam; e se caírem, levantar-se-ão novamente, mais fortes do que antes da queda; Os bons não podem perder seu Deus, a ajuda à qual eles recorrem nas tribulações. Se entenderem mal as ordens divinas, corrigirão seu engano, darão contraordem, retrocederão sobre seus próprios passos e restaurarão as ordens dadas por Deus, com mais certeza de poder seguir adiante em segurança. Terão aprendido a melhor lição de sua vida, havendo travado batalha contra a tentação, o medo e as investidas do mal, visto que puseram sua força à prova e venceram; visto que sua força se aperfeiçoou na fraqueza e seu medo se autoimolou.
Esta destruição é uma quimicalização moral, na qual as coisas antigas passam e eis que se fazem novas. As tendências mundanas ou materiais dos afetos e propósitos humanos são dessa forma aniquilados; e esse é o advento da espiritualização. `céu baixa à terra, e os mortais finalmente aprendem a lição: “Não tenho inimigos”.
Mesmo na crença, tens um só inimigo (e esse não faz parte da realidade), que é o teu próprio eu – sua crença errônea de que tenhas inimigos, de que o mal seja real; de que na Ciência exista alguma coisa além do bem. Cedo ou tarde teu inimigo despertará de sua ilusão, para sofrer por sua má intenção; e descobrirá que ainda que essa má intenção não se leve a cabo, traz um castigo dez vez maior.
O amor é o cumprimento da lei: é graça, misericórdia, justiça. Eu costumava pensar que bastava cumprir as leis de nosso país; que, se um homem apontasse uma arma para meu coração, e se eu, atirando primeiro, pudesse matá-lo e salvar minha própria vida, estaria agindo corretamente. Eu também achava que, se desse aulas gratuitas aos alunos que não podiam pagar, assistindo-os depois financeiramente e, se após o término do curso, não cessasse de ensinar os que se desviassem do caminho, mas os acompanhasse, com preceito e mais preceito; que, se meu ensino os houvesse curado e lhes mostrado o caminho seguro da salvação, – eu haveria cumprido todo o meu dever para com os alunos.
O amor não proporciona justiça humana, mas sim misericórdia divina. Se nossa vida estivesse sob ataque, e só pudéssemos salvá-la em conformidade com o direito comum, tirando a vida de outra pessoa, acaso preferiríamos sacrificar a nossa própria? Temos de amar nossos inimigos em todas as manifestações pelas quais e nas quais amamos nossos amigos; precisamos até mesmo tentar não expor suas falhas, mas sim fazer-lhes o bem sempre que ocorra uma oportunidade. Proporcionar justiça humana àqueles que nos perseguem e nos caluniam, seria não deixar a Deus a prerrogativa de repreendê-los, e não bendizer os que nos maldizem. Se não tivermos nenhuma oportunidade especial de fazer o bem aos nossos inimigos, podemos incluí-los em nossos esforços gerais para beneficiar a raça humana. Como posso fazer muito de bom, de forma generalizada, àqueles que me odeiam, eu nisso me empenho com sinceridade e cuidado especiais – já que eles não me deixam nenhuma outra possibilidade, embora para tanto eu tenha lutado chorando. Quando batem numa face, ofereço a outra; tenho só duas para dar.