LIBERTO DA CULPA- 2 (Final)

LIBERTO DA CULPA
Nathan A. Talbot
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PARTE 2 – FINAL
Quando as pessoas pensam em Deus como sendo bom, acontece muitas vezes que visualizam um Deus distante, separado do homem, que o espicaça a proceder direito. Mas a Ciência Cristã ajuda-nos a compreender que Deus é substância. Este fato revela que o bem é a verdadeira essência do ser do homem. Deus e o homem não estavam originalmente ligados por um liame precário que se romperia em certo ponto de desobediência. Essa unidade só pode ser compreendida como a Mente e sua idéia, o Amor e sua expressão. O homem nunca se separa de Deus, ele jamais cai em pecado.Esses fatos, se aceitos, podem ser tomados de dois modos. Podem ser considerados declarações teóricas interessantes, ou podem ser tomados como verdades profundas. Se os abordamos a partir desse último ponto de vista, então somos tocados por ele, transformados por eles, e podemos destronar a culpa de maneira eficaz.

Será que com isso se nos fornece uma desculpa para pecar e depois sacudir os ombros o pecado, alegando que ele é simplesmente a evidência irreal da falsa crença de que o homem está separado de Deus? Essa atitude não é inocência; é ingenuidade perigosa. A Sra. Eddy diz-nos: “A inocência e a Verdade vencem o crime e o erro.” A inocência não fica estabelecida em nós só por nos dizermos inocentes. Ela advém de uma convicção profundamente arraigada e do amor pela verdade de que o homem é puro, sem pecado, a expressão da Alma divina.

Não basta só sentir-se mal por ter cometido um ato mau. E até nem é suficiente parar de agir mal, porque nos sentimos mal. Merecemos mais do que isso. Merecemos que sejam arrancadas de nossa vida as raízes que definem o homem como mortal falível e pecador. Essa extirpação não virá somente por afirmarmos a falta de poder ou a irrealidade de certo ato, mas por discernirmos a inocência e pureza originais do homem.

Os sentidos materiais não podem conhecer essa pureza. Nunca a viram. Somente o sentido espiritual conhece e preserva nossa virtude original. Em vez de permitir que pontos de vista teológicos errados nos condenem, podemos, pelo sentido espiritual, perceber que Deus preserva nossa perfeição. S. João escreve: “Se o nosso coração nos acusar, exatamente Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas. Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus” (I João 3; 20-21).

A verdade imutável está em que o homem se mantém na eterna impecabilidade da Alma. Essa verdade não é uma teoria vazia. Impulsionada pelo Cristo, ela pressiona a consciência, e desperta-nos para que nos conscientizemos de que nosso eu original nunca pecou, nunca foi condenado e nunca se sente culpado.

Quando discernimos esses fatos com suficiente integridade espiritual, não só somos libertados do desejo de cometer ações más, ou da incapacidade de impedi-las, bem como da tristeza que se segue a tais ações – mas também somos libertados da culpa latente que acusa o homem de ter abandonado a presença de Deus. Então é que verdadeiramente nos sentimos bem com nós mesmos.

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(Transcrito de O ARAUTO DA CIÊNCIA CRISTÃ – Abril- 1982)


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