KATSUMI TOKUHISA
– Professor, gostaria de expressar a minha opinião a respeito da apresentação de relatos de experiência nos Grandes Seminários. Parece-me que são muitos os relatos a respeito de cura de doenças, e poucos os relatos sobre outras experiências. Já que a Seicho-No-Ie vem solucionando todos os problemas da vida, não seria conveniente aumentar a apresentação de relatos de diversas outras experiências em vez de dar destaque aos relatos a respeito de cura de doenças?
O professor assim me explicou:
– Tokuhisa, o seu equívoco está em considerar esse tipo de relato como simples narrativa da cura da doença em si. Saiba que ouvir relatos a respeito da cura de doenças é a forma mais fácil de se compreender que a mente se manifesta no corpo e que, ao ocorrer mudança na mente, muda também a condição física.
Depois disso, passei a ouvir com outra atitude mental os relatos de experiência a respeito de cura de doenças.
Sendo médico, até então eu não me interessava muito por tais relatos e essa minha atitude se devia ao seguinte motivo: eu tinha a convicção de que o objetivo da Seicho-No-Ie não era simplesmente a cura de doenças e, como naquela época havia muitas pessoas que consideravam a Seicho-No-Ie uma religião que visava unicamente a cura de doenças, desejava ardentemente levar ao conhecimento do maior número possível de pessoas o fato de a Seicho-No-Ie ser uma religião muito mais extraordinária, não só por curar doenças como também resolver todos os problemas da vida.
Na página 27 do 1° volume de A Verdade da Vida, consta claramente:
“A Seicho-No-Ie surgiu, originariamente, para retirar as ilusões do pensamento da humanidade e iluminar todas as facetas da vida humana. Não surgiu com o objetivo único de curar doenças”.
Creio que, por essa razão, eu queria fazer o possível para ajudar a iluminar a vida da humanidade em todos os sentidos. Estávamos no ano pós-guerra de 1948, e eu, que acabara de retornar da Mandichúria, só pensava em ajudar a reconstruir o Japão e torná-lo um país maravilhoso. Estava disposto a empenhar a minha vida na sua reconstrução e, convicto de que o único caminho para isso era o Movimento da Seicho-No-Ie, resolvi mergulhar nele de corpo e alma.
Devido a isso, no meu íntimo existia o pensamento de que, em vez de curarmos doenças, deveríamos desenvolver um vigoroso movimento para infundir ânimo ao povo japonês combatido pela desesperança, conclamando-o a trabalhar em prol da reconstrução nacional. Nos Grandes Seminários, o prof. Taniguchi discorria corajosamente sobre o significado da guerra – que naquela época ninguém ousava questionar – e também sobre o patriotismo. Porém, quanto aos relatos de experiência, a maioria era a respeito da cura de doenças. Foi por isso que, certo dia, lhe fiz aquela pergunta. Ao perceber que o professor ouvia com satisfação os relatos de cura de doenças, eu lhe perguntei se não seria conveniente apresentar também outros tipos de relato. Mas, graças à explicação do professor, compreendi que o fato de alguém obter a cura da doença ao conhecer o ensinamento da Seicho-No-Ie era uma prova concreta da Verdade de que “tanto o ambiente como a condição física são reflexos da mente” – Verdade essa preconizada pela Seicho-No-Ie. Reconheci que errara ao julgar que os relatos das pessoas curadas pelo ensinamento da Seicho-no-Ie eram simples depoimentos a respeito da cura de doenças físicas. O professor sempre ouvia tais relatos com satisfação, considerando-os testemunhos da Verdade. Graças à explicação dele, percebi o meu equívoco.