COMPREENDENDO O ASPECTO REAL DA VIDA – Final

COMPREENDENDO
O ASPECTO REAL DA VIDA
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Gustavo Rocha
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Final
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Outro dia, conversando com alguém sobre este assunto, tal pessoa afirmou que para que consigamos compreender a Verdade, deveríamos estar dispostos a manter uma mente sempre aberta, dispostos a apagar tudo o que sabemos e, assim, recomeçarmos do zero. Deveríamos fazer isto várias vezes quantas necessárias! Recomeçar do zero a cada dia. Isso constituiria um comportamento virtuoso, um ato humilde (na verdade, é um ato destituído de ego) e espiritual. Manter a mente aberta ou mantê-la fechada, tanto faz – não há meio mais eficiente para atrasar a nossa compreensão espiritual! A compreensão da Verdade não virá através de nada disso! Não é importante o que o homem faz. O homem pode agir com a presunção de que sabe sempre cada vez mais, ou pode agir com a humildade de recomeçar do zero a cada dia – este não é o ponto. Porque ambos constituem esforços humanos. Não é importante o estado humano (físico, intelectual, mental, espiritual) que a pessoa se encontra. Deus olha para seus filhos e diz: “filho, se você permitir, eu lhe salvo agora, na forma em que você estiver, na condição que você estiver, onde você estiver, seja quem você for – nada disso importa. Apenas se entregue a Mim”. E é assim que Deus arrebata seus filhos para o céu, para o Reino. O ensinamento do Budismo da Terra pura diz que o Buda Amitabha viveu uma vida de imenso sofrimento – assim como Jesus Cristo, O Buda Amitabha sofreu por todos os homens deste mundo, e não somente pelos homens de sua época, mas pelas pessoas de todas as épocas e eras – e os tomou todos sobre si, para que ninguém mais precisasse sofrer para entrar no Céu, no Nirvana, na Terra Pura, no Jisso. E após ter sofrido tanto quanto Jesus Cristo, e ter finalmente atingido a iluminação espiritual, o Buda Amitabha declarou: “Escolhi sofrer no lugar de todos para remir a humanidade. De hoje em diante, aquele que crer em mim e chamar pelo meu nome, eu o salvarei onde ele estiver, como ele estiver, quem quer que ele seja”. E, desde então, alguns budistas têm tido como principal prática espiritual a entoação e repetição do nome de Amitabha, através do mantra “Namu Amida Butsu” ou por “Namandabu” (que é a contração do mantra mais extenso).

Jesus diz: “Vinde a Mim, os que estão cansados e sedentos, e EU vos aliviarei”, “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida…”, “Aquele que crer em MIM, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva… e ainda que ele morra, viverá”, “Se pedirdes ao Pai em meu nome, sereis atendidos”. Buda diz: “Aquele que crer em MIM e chamar pelo meu nome, será salvo e eu lhe mostrarei a Terra Pura”. Krishna diz: “Mas, quem de coração puro se voltar a MIM e fizer em meu espírito tudo quanto faz – quem renunciar a si mesmo e, dia e noite, firmado em MIM, me servir -, esse será salvo por MIM do tempestuoso mar da existência desse inconstante mundo do nascer e do morrer, porque buscou refúgio em MIM.” Deus é misericordioso demais! Só existe um EU. Este EU apareceu neste mundo como Jesus, como Buda, como Krishna e, por Revelação, está aparecendo também como cada vida existente, como cada um de nós. Possuímos o mesmo Espírito, a mesma Essência, porquanto no universo inteiro há um único EU, uma única Presença, uma única Vida. Esta é a Revelação. Os iluminados compreenderam esta Unicidade. Este EU único é o que tem aparecido através dos tempos para mostrar a humanidade o Caminho da Vida.

No livro “A Verdade da Vida, vol. 01”, o Professor Masaharu Taniguchi relata uma experiência mística/espiritual que de fato foi vivida por um homem que ele havia conhecido. Segue a transcrição do texto:

“O sr. Giichi Ano era um respeitável seguidor do Budismo. Mensalmente convidava um mestre budista e realizava uma reunião para que jovens e fiéis de sua vila pudessem ouvir boas palavras. Desde quando era jovem de uns 20 anos, pensava seriamente sobre o assunto “vida”. Quanto mais pensava, mais foi-se embaraçando nos indecifráveis sofrimentos humanos e chegou a um ponto tal de confusão, que pensou até em se matar, tamanha era sua seriedade. Ele era herdeiro de uma fábrica de molho de soja, por isso, do ponto de vista econômico , não havia propriamente que sofrer. E também não sofreu porque tivesse uma saúde débil. Sofreu psiquicamente a ponto de querer morrer, por pensar em assuntos como o que vem a ser a “vida”, o que vem a ser o “homem”, o que vem a ser o “desejo”. Ainda jovem, com cerca de 20 anos apenas, chegou a sofrer tanto com tais problema; só por isso podemos imaginar o quanto era séria, por natureza, a personalidade do sr. Ano. Quando ouvi esta história do Sr. Ano senti admiração pela seriedade de sua personalidade. Nessa ocasião, o sr. Ano, para resolver o sofrimento da vida, estava fazendo a invocação de Amitabha, sentado em posição de prece, confinado num quarto. Então, certo dia, teve uma visão, na qual contemplou nitidamente uma situação que parecia um paraíso búdico, cheio de luz. Quando viu claramente com seus olhos o aspecto daquele mundo exclusivamente de luz, apagou-se completamente, sem deixar sinal, o seu sofrimento pela vida de treva que levava e, depois disso, o que preenchia seu coração era pura alegria e regozijante bem-estar. Esta visão, na qual lhe foi mostrado o mundo exclusivamente de luz, persistiu por cerca de um mês. ra demais a alegria, demais o regozijo, e nasceu um desejo de experimentar mais uma vez, como antes, o sofrimento em relação à “vida”. Ele orou assim: “Permita-me sofrer mais uma vez em relação à vida”. Então, de fato, repentinamente, se interrompeu a sua clarividência e apagou-se do campo visual o mundo exclusivamente de luz. Desde então, ele continuou a sofrer a respeito da “vida”, exatamente na forma como pediu na oração e, somente agora, conseguiu dominar o sofrimento da vida que ele próprio procurara. (…)” (A Verdade da Vida, vol.01; pg. 184-186)

Essa foi a experiência vivida pelo sr. Giichi Ano, e deu-se através da clarividência. O Jisso verdadeiro não é algo que possa ser “visto”, “ouvido”, ou “tocado”, mesmo que seja por meio dos sentidos espirituais mais sutis. Portanto, o mundo que o sr. Giichi Ano viu não era o verdadeiro Jisso, embora tal mundo o representasse. O Jisso verdadeiro está além de todas as formas. Por isso, “entrar” no Jisso, ou perceber o Jisso, não significa que a pessoa necessariamente terá visões paradisíacas ou celestiais. O Jisso absoluto simplesmente não pode ser captado por nenhuma espécie de sentido (material ou espiritual). Mas isso não constitui empecilho para conseguirmos ver o Jisso. Nós o vemos, mas o fazemos com outra espécie de “olhos” – são os “olhos do Jisso”, ou, conforme ensina a Bíblia, a Mente de Cristo. Somente o Jisso vê o Jisso. Somente a Mente Divina vê a existência divina. Somente Deus vê Deus. Tentar ver Deus com outro instrumento que não seja a própria “Mente de Deus” é mera tentativa fútil. Por isso é que Cristo tomou sobre si as dores e os pecados de toda a humanidade. Por isso é que Jesus e o Buda Amitabha tomaram sobre si os sofrimentos de toda a humanidade: para que, no momento em que pedíssemos a eles, tivéssemos acesso incondicional ao Mundo de Deus, à Terra Pura. O segredo para entrar no mundo do Jisso consiste no fato de que nós podemos entrar nele exatamente assim como estamos agora. Não faz diferença se estamos melhores ou piores do que já somos – a dificuldade (assim como a facilidade) de entrar permanece a mesma. Não precisamos melhorar ou sequer mudar nenhum pouco. Somos aceitos como somos.

São poucas as pessoas que conhecem a história de Amitabha – ele foi outro grande Buda histórico. Sidharta Gautama, o Sakyamuni, não foi o único homem a tornar-se Buda. Amitabha foi anterior a ele e, inclusive, várias vezes, Sakyamuni faz referência ao Buda Amitabha para seus discípulos durante a pregação de suas verdades. O Buda Amitabha possui a mesma história de Jesus Cristo – em épocas diferentes, cenários diferentes, culturas/costumes diferentes… mas a trama é a mesma. Isso mostra que Deus tem se manifestado através dos tempos para conduzir a humanidade a salvação. E a salvação é incondicional! Não depende de condições, esforços, não-esforços, buscas, não-buscas… é incondicional! Porque provém de um lugar que “não é deste mundo”. Então, nada que seja deste mundo possui qualificação suficiente para levar-nos à Salvação, que nos é concedida por Deus. A salvação de Deus só pode ser pela Graça – porque não é deste mundo.

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“O meu Reino não é deste mundo”
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Se, ao ler este texto, você conseguiu perceber o ponto, a sua mente atingiu um certo estado de liberdade, de “libertação”. Este estado de libertação deve ser cultivado no dia a dia. Devemos nos recolher a ele sempre que for possível e, assim, nos aprofundarmos neste “vazio”, neste “silêncio”, cada vez mais. O mundo seguirá sozinho, sem nenhuma interferência de nossa parte (isso inclui os atos que estaremos praticando – não seremos nós as pessoas a fazê-los. Eles simplesmente acontecerão), coisas poderão ser-nos mostradas… Tudo ocorrerá conforme a vontade do Pai. Conforme vamos progredindo em nossa habilidade de “acessar” e “permanecer” no mundo do Jisso, começaremos a comprovar algumas das promessas de Cristo em nossas vidas, como, por exemplo, quando ele diz: “Buscai em primeiro o Reino de Deus e a sua Justiça e as demais coisas lhe serão acrescentadas”, “Não vos preocupeis com o que haverão de comer ou de vestir, pois o Pai sabe de todas as tuas necessidades”, “Vossa oração foi atendida antes mesmo de a pedirdes”.

“(…) Vede, eis o mundo da Imagem Verdadeira!

O Mundo da Imagem Verdadeira é o Reino do Pai,

é o Reino dos Céus,

é o Paraíso.

No Reino do Pai há muitas moradas.

Todas as moradas do mundo da Imagem Verdadeira são Seicho-no-Ie.

Logo, para seus moradores,

não há fome,

não há tristeza,

não há discórdia,

não há doença;

tudo o que é necessário aparece segundo a vontade de cada um

e, cumprida a finalidade, desaparece por si mesmo.

Mundo de harmonia, de fartura,

de pureza, de beleza sublime,

eis o mundo da Imagem Verdadeira!

Eis o vosso mundo!

Não é sonho! É a Imagem Verdadeira!

Não existe outro mundo além deste!”

(Sutra Sagrada: Chuva de Néctar da Verdade; Seicho-no-Ie)

“Neste momento, todos os doentes já estão curados e podem se levantar de seus leitos.”

(Seicho-no-Ie)

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