DEUS É
Joel S. Goldsmith
Parte 2
Temos nos dedicado a ver com os olhos e a ouvir com os ouvidos, quando deveríamos estar vendo com os olhos interiores e ouvindo com os ouvidos interiores, com aquela percepção espiritual que não julga pelas aparências, mas pelo julgamento espiritual. E então, saberíamos que todo pecado, doença, morte, carência, limitação e caos, reinantes no mundo de hoje, surgem por um só motivo, e surgem àqueles que vivem pelo sentido material; àqueles que ainda estão voltados a querer ou desejar obter, adquirir e buscar alguma coisa; àqueles que desconhecem a natureza infinita de seu próprio ser, bem como o fato de que, devido a ser infinita esta natureza, eles deveriam deixá-la se expressar a partir deles próprios, em vez de viverem tentando acrescentar algo à infinitude.
A prece comumente aceita, ortodoxa ou metafísica de cunho mental, deve falhar por ser na maioria tentativa de se obter algo, acrescentar algo, realizar algo ou receber algo, quando a natureza infinita de nosso ser, um com Deus, implica em estarmos com nossos “recipientes” já lotados. Tudo que é do Pai é nosso. Algo mais nos poderia ser acrescido? Browning, o grande poeta, registrou em seus versos o segredo maravilhoso: “A Verdade está dentro de nós mesmos… e o conhecimento… consiste em abrirmos espaço para que escape o esplendor aprisionado…”.
Quando julgamos pelas aparências, submetemo-nos à crença causadora de toda confusão e discórdia da existência humana: o julgamento do bem e mal. Isto é bom; aquilo é mau; assim rotulamos tudo! Naturalmente, aquilo que hoje é chamado de bom, pelas mudanças de regras sociais poderá ser chamado de mau amanhã. E coisas hoje ditas muito más, talvez se tornem normais, naturais e comuns a todos no amanhã. Porém, não estaremos vendo assim enquanto estivermos julgando pelas aparências. Estaremos julgando segundo os padrões atuais da sociedade ou tradições do momento, regras a nós impostas; desse modo, instantaneamente rotulamos tudo como coisa boa ou má, julgando tudo com base em opinião, crença e teoria humanas. Enquanto estivermos encarando o mundo com olhos humanos, sempre estaremos achando algo bom e algo mau, muito embora essa classificação se altere a cada geração que passa.
Para que haja uma compreensão correta da natureza da prece, precisamos, neste instante, abandonar nosso julgamento humano em termos de bem e mal. Não podemos continuar a enaltecer nosso senso de sabedoria psicológica, permitindo-nos julgar as pessoas de nossa família, do círculo profissional ou de nossa comunidade. Deveremos deixar de lado nossas opiniões de bem e de mal, de inteligência ou de ignorância, de honestidade e desonestidade, de moralidade e imoralidade, para termos condição de ver cada indivíduo sem qualquer condenação, sem qualquer crítica e sem qualquer julgamento, unicamente estabelecidos na percepção de que Deus É!
Continua…>