'REPARTAM DE BOA MENTE'

“REPARTAM DE BOA MENTE”

Dárcio

“Façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de

boa mente e sejam comunicáveis.”

I Tm. 6: 18-19

A pressão mesmérica do mundo atua sobre a maioria, que fica hipnotizada por atingir suas metas pessoais sem ter olhos para o próximo. É quando observamos pessoas de cara amarrada pelas ruas, por estarem concentradas unicamente em si mesmas e no que humanamente desejam; ou, observamos sorrisos interesseiros, quando também eles são usados sem sinceridade e meramente como armas desse egoísmo pessoal. O mundo das aparências, de si mesmo, é um retrato do egocentrismo.

Quando encontramos na Bíblia, ou em textos espirituais, citações que puxam a atenção de alguém para o altruísmo ou para a caridade humana, precisamos entender que estas obras não são, em si mesmas, a prática da Verdade! Cansei de ouvir pessoas me dizendo que “o Reino de Deus é praticar a caridade”. Não é! Fazer o bem, repartir de boa mente, prestar auxílio, são atitudes que abrem a mente para que escape da pessoa o seu acúmulo de egoísmo. Ela é assim incentivada a olhar ao seu redor e verificar o que pode fazer em prol do próximo, e passa aos poucos a ter a alegria de ver o efeito disso na vida de alguém. Em outras palavras, ela passa a ter abertura à percepção de que “eu e o próximo somos um”.

Tanto Buda como Cristo pregaram este estratagema para desarmar a mente humana, e, nesse ponto, realmente é muito válido! O erro é quando este meio é confundido com o fim, e vemos pessoas a vida toda “praticando caridade” na matéria achando que o Evangelho é isto! O Evangelho é a revelação de Deus no homem, e nunca um homem praticando o bem humano. “Buscai, em PRIMEIRO LUGAR, o Reino de Deus e a sua justiça”, disse Jesus. Esta busca é em cada um, pois, o Reino é a nossa Consciência iluminada. A meta é a percepção de que somos Consciência iluminada, e não “mente humana fazendo o bem”. Se alguém não perceber esta diferença crucial, poderá passar a vida toda na matéria, usando apenas a mente humana e sem ter noção alguma da própria identidade em Cristo.

Por outro lado, quando alguém medita e contempla o Cristo em si mesmo, encontra Deus. A partir disso, suas ações humanas naturalmente serão altruístas ou caritativas, e sem que a mente humana participe como “autora”. “O Pai em mim faz as obras”, disse Jesus, para explicar esse mecanismo. É preciso deixar bem claro esta diferença: uma coisa é alguém decidir humanamente fazer o bem, e outra, é alguém, consciente de sua unidade com Deus, agir fazendo o bem. Aparentemente as duas poderão até estar agindo igual; porém, as causas são completamente diferentes!

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