VOCÊ É
SEMPRE O MESMO
Dárcio
Parte 1
O Evangelho de Tomé registra: “Disse Jesus: Feliz daquele que era antes de existir. Se vós fordes meus discípulos e realizardes as minhas palavras, estas pedras vos servirão. Há no vosso paraíso cinco árvores, que não se movem no verão e no inverno e cujas folhas não caem; quem as conhecer, esse não provará a morte”.
O Universo espiritual é a própria Harmonia permanente. Mas este mundo aparente se mostra em constante mutação. Nele, as pessoas aparentam nascer, envelhecer e morrer; o tempo parece existir, e as supostas estações do ano se evidenciam inclusive pelo aspecto das árvores, com a queda de suas folhas.
A suposta existência humana bem conhece o mecanismo das estações e seus efeitos no aspecto das árvores. Entretanto, o que ocorreria se houvesse a percepção da irrealidade do tempo? Qual seria o nosso aspecto? A admissão do tempo parece facilitar tudo, e as pessoas costumam guardar as fotografias desde que nasceram, arquivando-as como uma sucessão de aspectos que vieram assumindo no decorrer de sua suposta existência. “Feliz daquele que era antes de existir”, disse Jesus. Eis o “machado posto à raiz da árvore”. A sucessão de aspectos aparentes não revela jamais o real aspecto de nosso Ser. Tais aspectos em mutação são comparáveis a sombras projetadas no chão, que assumem variados formatos, e sem revelar o aspecto verdadeiro daquilo que lhes deu origem. A sombra parece ter começo e fim; entretanto, o que existe é o objeto substancial que lhe deu “origem”. O mesmo se dá com você: VOCÊ É SEMPRE O MESMO, ou seja, Deus está constantemente sendo ELE PRÓPRIO como VOCÊ. A aparência humana pode ser encarada como “sombra” do Ser que VOCÊ É; porém, jamais pode ser confundida com a sua Realidade.
Quando meditamos ou contemplamos a Verdade, jamais devemos aceitar a errônea intenção de querer mudar ou alterar alguma coisa. Na verdade, nada pode ser alterado, pois a HARMONIA ONIPRESENTE nunca muda. Contemplar a Realidade é perceber esta HARMONIA PERENE, aqui e agora presente, a despeito das aparências de nascimento ou morte, e a despeito das aparentes quedas das folhas das árvores. As árvores do nosso Paraíso, “que não se movem no verão e no inverno, e cujas folhas não caem”, somente podem ser conhecidas por AQUELE QUE É SEMPRE O MESMO, ou seja, por Deus manifesto como a Consciência que cada um de nós já é. Deus, contemplando a Si mesmo como o Universo harmônico e perfeito de nossa Consciência, “não provará a morte”. O conceito de morte faz parte das sombras e é desconhecido de nossa Consciência iluminada. Deus é Vida, e a Vida é Luz onipresente, constante, perene e infinita. Desse modo, como VOCÊ é unicamente DEUS SENDO VOCÊ, a Luz constitui a totalidade imutável de seu Ser, e VOCÊ É SEMPRE O MESMO. Exclua o conceito de tempo; exclua seu suposto “nascimento”. Expulse realmente de sua aceitação estas crenças fraudulentas! “Feliz daquele que era antes de existir”. VOCÊ é “aquele que era antes de existir”, pois, unicamente Deus está sendo VOCÊ, desde sempre.
Continua…>