DOENÇA FÍSICA:
CAUSA MENTAL, CURA ESPIRITUAL
Anne Seymour Faulstich
Grande parte da humanidade foi levada a aceitar a crença de que o homem é mortal que adoece devido a coisas tais como clima, dieta, acidente, hereditariedade, contágio ou, talvez, alguma disfunção inexplicada do corpo.
Muitas pessoas não levam em consideração o efeito do pensamento individual sobre a saúde. A base mental da enfermidade freqüentemente permanece inexplorada. O tratamento metafísico, que cura exclusivamente com espiritualizar o pensamento e colocá-lo em consonância com a realidade divina, não é levado em conta.
Mary Baker Eddy, descobridora e fundadora da Ciência Cristã, tendo ela própria sofrido de séria enfermidade durante muitos anos, diz, porém: “A causa de toda suposta doença é mental, um medo mortal, uma crença errada ou convicção de haver necessidade de má saúde e de esta ter poder; é também um medo de que a Mente seja incapaz de defender a vida do homem e incompetente para governá-la.”
Alguém que está disposto a reconhecer que a doença é um estado mental a ser vencido por mudar-se o próprio pensamento, pode começar de imediato a realizar a cura. Não pode fazê-lo, porém, com recursos humanos. A verdadeira cura que regenera, só se realiza mediante a oração científica, como ensinada na Ciência Cristã e demonstrada por Cristo Jesus.
Tal oração reconhece que as leis espirituais mantêm eternamente toda a criação em perfeita harmonia. Como filhos de Deus, foi-nos outorgada herança espiritual, não material. Bem-estar inalterado vem com ela. A doença, portanto, reduz-se a uma crença ilusória, errônea da mente humana. Para nos curarmos de tal crença, podemos ir diretamente ao Amor divino. O amor de Deus guia, governando, corrigindo, esclarecendo, expandindo o pensamento, até que vejamos algo de nossa integridade nascida nos céus. Com aptidão, a Mente desvenda, mediante o Cristo em nossa consciência, os fatos exatos de nossa identidade espiritual que colocam um ponto final ao domínio da mente mortal. Com o pensamento divinamente retificado, o corpo exala saúde.
O processo de orar pela cura e de aprender mais acerca de como a Mente governa o corpo não pode ser estereotipado nem reduzido a uma fórmula. Cada um de nós aprende lições diferentes mediante vitórias individuais sobre as tentações do pecado e o temor a doenças. Mas existem alguns pontos gerais que podem ser tomados em consideração ao desenvolver-se a habilidade de curar.
NEGAR A REALIDADE DA DOENÇA
Quando ocorre uma doença, talvez procuremos descobrir qual é o problema, o que o causou, quão sério é, quanto tempo irá durar, e assim por diante. Mas aprendemos a evitar esse beco mental sem saída e a nos voltar à Verdade, afirmando que Deus é Tudo e que estamos espiritualmente imunes à doença. Então estaremos obedecendo à ordem de Jesus: “Lançai a rede à direita do barco”. Posicionados no lado correto, olhamos de frente para a crença fictícia de que a doença é verdadeira e negamos cientificamente sua presença. Isso não significa tapar a cabeça para não ver o perigo. A negação nos sustenta até que possamos ver que a doença não é real e nunca o pode ser. Uma posição firme reforça a intuição espiritual que nos impede de ceder à ilusão de doença.
NÃO DAR CRÉDITO AOS SINTOMAS
Sintomas parecem consubstanciar a sugestão de que a enfermidade está avançando e não pode ser detida. Sintomas, porém, não passam de ineficazes sugestões dos sentidos materiais, as quais temos a liberdade de rejeitar vigorosamente porque não têm base na realidade. Não provêm de Deus, e não há necessidade de temê-las. Em vez disso, podemos tomar a posição inegável de que, em realidade, somos idéias espirituais e incapazes de deteriorar, ideias a salvo no reino divino. Essa atitude dá-nos o domínio e aguça as armas mentais com que combater a doença.
DESCOBRIR QUE DEUS NOS QUER CURAR
Quem dentre nós já não duvidou, por vezes, da onipresença de Deus e de Sua capacidade para resolver nosso problema em particular? Ou, talvez não tenhamos duvidado de Sua habilidade, e, sim, de nosso vigor e compreensão. Em tais momentos, quão reconfortantes são declarações tais como esta feita pela Sra. Eddy: “Dize aos doentes que eles poderão fazer frente à doença sem medo, se apenas se compenetrarem de que o Amor divino lhes dá todo poder sobre toda ação e condição físicas”. Descobrir que o Amor está gentilmente dando a cada um de nós o poder do conhecimento e da inspiração espirituais que curam pode vir de um momento para o outro, ou somente depois de um esforço devotado e persistente. Mas somos sábios em nos volvermos com sinceridade para Deus que sabe tudo o que há, em realidade, para saber a nosso respeito. E não precisamos dar ouvidos às sugestões diabólicas que sutilmente sugerem, ou descaradamente gritam que o homem, o bem-amado de Deus, é incapaz.
DISCERNIR QUE A DOENÇA É MENTAL
Precisamos reconhecer claramente que a doença é mental. É raro a mente mortal aceitar prontamente essa novidade. E, por vezes, falar ou ler a respeito desse fato parecerá mais fácil do que comprová-lo, quando pensamos estar-nos o corpo a dizer que estamos doentes. Mas tais sugestões, embora descaradas, realmente nunca procedem do corpo, mas da mente mortal. “Quando se supõe que o corpo diga: Estou doente, nunca te reconheças culpado”, escreve a Sra Eddy. “Como a matéria não pode falar, deve ser a mente mortal que fala; portanto, enfrenta essa insinuação com um protesto.” Algumas linhas mais adiante, diz: “A doença não tem inteligência para declarar que é algo e para declinar seu nome.” Mesmo que uma posição inflexível se faça necessária quanto a esse ponto, precisamos continuar a declarar nossa unidade com nosso Pai-Mãe, o Espírito. Lidando em pensamento para remover as concepções humanas errôneas que nos iludem, deixamos que a Verdade aumente nossa visão espiritual, até estarmos livres. Isso desativa o aparente poder do corpo de fazer voltar-se a atenção para o seu estado físico e deter nosso impulso rumo ao Espírito.
DENUNCIAR COMO FALSA A FALSA EVIDÊNCIA
Sendo a doença uma concepção errônea, qualquer aspecto de qualquer doença, em qualquer estágio, dá falsa evidência. Por vezes, bem depressa detectamos e desarraigamos as crenças materiais que incitam à doença. Então, a evidência falsa, que caracteriza a doença, dissipa-se imediatamente. Outras vezes, muito crescimento precede o silenciar total da evidência falsa. Nesse ínterim, o cuidado de enfermagem na Ciência Cristã pode ser conveniente. Mas quer alguém se ache procurando a verdade para vencer um resfriado quer uma doença alegadamente fatal, não deve cooperar com qualquer anormalidade corporal pensando nela, examinando-a ou remoendo-a. Podemos cessar de nos sentir postos contra a parede até mesmo pela mais obstinada falsa evidência, quando aderimos meticulosamente à verdade do grande amor de Deus por nós, de Seu cuidado infindável para com todos, verdade que impede absolutamente a possibilidade de doença. Nada nos anima, conforta e tranqüiliza tanto, como a convicção de que o Amor divino é onipresente, enchendo o universo. A doença não tem de onde provir, porque o Amor é Tudo. Esse vislumbre traz animação, sustentação e gentil orientação ao nosso tratamento. Capacita-nos a nos esquivarmos firmemente de toda tentativa do erro de buscar autenticidade.
A doença será por fim eliminada, quando a humanidade cessar de identificar-se com o ponto de vista adâmico e ganhar a perspectiva espiritual que Paulo descreveu, quando disse: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós”. Esse declínio da doença não pode vir por meio de pesquisa médica nem por qualquer outro método humano, porque tais esforços estão baseados na matéria.
Fazemos nossa parte em apressar a remoção de toda doença, se disciplinamos pacientemente o pensamento, diariamente, para refletir sobre nossa gloriosa perfeição como obras de Deus, do Espírito. Isso reduz a tendência de nos preocuparmos com o corpo, de condescender com ele, de falar nele, ou de mimá-lo.
Quando nosso interesse estiver mais frequentemente focalizado em ver no homem o representante da Alma, sempre sadio e santo, poderemos nos afastar com maior rapidez da crença na doença e aceitar a consciência divina, onde Deus revela eternamente as alegrias da perfeição espiritual. É nesse estado do ser, mesmo que este por ora se nos torne tangível apenas por curtos períodos, vencemos a enfermidade de maneira completa e permanente.
(De O Arauto da Ciência Cristã-Maio 1983)