“DEIXAR FLUIR”
Dárcio
Parte 2 – Final
Acreditar que Deus flui como o nosso Ser é muito bom; no entanto, isto ainda não é o bastante. O importante é que haja a percepção de que o nosso Ser, presente aqui e agora, JAMAIS SOFREU NEM SOFRERÀ QUAISQUER MODIFICAÇÕES, por já ser o Eu Sou Iluminado que Deus é. Tal percepção é a garantia de que não somos influenciados pelo desfile de quadros ilusórios que o mundo aceita como existentes. Contemplar a constância de nossa harmonia, a despeito das aparentes mudanças que o mundo considera relacionadas conosco, eis em que consiste a VIDA PELA GRAÇA, a Vida do “DEIXAR FLUIR”, sem anseios ou preocupações. Como se preocupar? Se há a percepção de que a HARMONIA é constante, imutável, permanente, além de onipresente?
Talvez uma criança, olhando a lua no céu, em quarto crescente, acreditasse que ela levaria algum tempo para “ficar inteira” novamente. As pessoas do mundo reagem de modo idêntico, olhando, por exemplo, para um suposto “doente” e procurando “mentalizar” a sua “recuperação”. O tempo não existe! Nosso Ser é a perfeição divina individualizada; nosso Corpo é a perfeição constante e perene, aqui e agora. É a “aparência” que se altera e ilude a todos! Quando empregamos a expressão “DEIXAR FLUIR”, não queremos dizer que deixaremos as “aparências deste mundo” assumirem ao seu bel prazer os contornos dos quadros visíveis mutáveis. “DEIXAR FLUIR” significa perceber que a atividade única é Deus, agindo como nossa harmonia deste aqui-e-agora, nessa perfeição constante e perene. Equivaleria a olharmos para a lua em qualquer de suas fases e discernirmos que ela está sempre inteira.
Há um outro aspecto que merece ser abordado. Há pessoas que dizem o seguinte: “Pena que não conheci estes princípios antes, pois, teria desintegrado muitas aparências desagradáveis no meu passado!” Certamente, a ilusão de que a lua aumenta ou diminui de tamanho veio sendo aceita desde a antiguidade. Porém, a ilusão é sempre ilusão, e não seria um princípio espiritual que evitaria as modificações no tamanho da lua. Tais modificações jamais ocorreram! A LUA SEMPRE ESTEVE SENDO DO MESMO TAMANHO, E O TEMPO NÃO EXISTE! Todas as aparências “deste mundo” são o puro e simples NADA! Um “problema”, que alguém do mundo porventura venha a enfrentar “amanhã”, por exemplo, já era NADA desde o princípio, do ponto de vista da Verdade. TODAS AS APARÊNCIAS DO MUNDO FORAM, SÃO E SERÃO O “NADA”, pois, DEUS, SOMENTE, EXISTE. Por último, queremos ressaltar uma vez mais a importância da percepção da existência única do AGORA PERFEITO. Com esta percepção, as falsidades chamadas “tempo” e “espaço” se desvanecem, e o Universo luminoso é reconhecido como onipresente, constante e perene.
“Deixar fluir”, portanto, e permanecermos no referencial absoluto da imutabilidade, enquanto as “aparências”, para quem nelas crê, fiquem se modificando sem cessar na ilusória “tela” do tempo e do espaço.