“DE HOJE EM DIANTE ÉS
O FILHO DE DEUS”
Gustavo Rocha
“Deus é o Todo de tudo.
Sendo Deus o Todo e o Absoluto, nada há além de Deus.
Deus cobre toda a Realidade.
De tudo aquilo que há, nada há que
não tenha sido criado por Deus.”
(Seicho-No-Ie: Sutra Sagrada – ‘Chuva de Néctar da Verdade’)
O que possibilita ao homem ser um filho de Deus é apenas uma única coisa: O fato de Deus ser tudo, o fato de Ele estar em todos os lugares, de ser Ele eterno, infinito e onipresente. Deus existe sozinho! Ele já é a existência toda, porque é infinito. Se houver alguma outra coisa, além de Deus, ocupando um espaço existencial, Deus perdeu sua infinitude. Deus não pode ver outra coisa além de Si mesmo, não pode interagir com nenhum outro ser existente além de Si mesmo. É essa característica e natureza de Deus que faz com que o homem seja”Um” com Deus.
O homem filho de Deus é o “homem Um com Deus”. Somente dentro dessa unicidade o ser humano é verdadeiramente o filho de Deus. Unicidade significa que Deus e o homem são um, de forma que não se sabe onde o homem termina e Deus começa; não há sequer que falar em tais coisas como “homem” e “Deus”, porque isso gera dualidade, e Deus não conhece a existência do homem. Em Deus, o homem não existe: somente Deus existe! É somente dentro dessa conscientização, dentro deste estado espiritual de consciência, que o homem consegue sentir: “sou filho de Deus”.
Deus não conhece pessoas, não conhece a humanidade, conhece apenas a Si mesmo. Se “existe” um homem doente, Deus não conhece/não vê tal homem nem tal doença, porque, para Deus, este homem não existe; o homem só existe para o próprio homem. O homem doente existirá somente aos olhos do homem que pensa, julga e está convicto de que Deus e ele não são um.
Deus é o homem. Porém, isso não deve ser avaliado como se existisse um “Deus” e um “homem”. Este ensinamento não tem a mínima pretensão de querer tornar o homem equivalente a Deus, pois o homem nunca é Deus — somente Deus é Deus. O que queremos, aqui, é fazer com que o leitor pare de ver as coisas de modo dualista (avaliação errônea que faz com que o homem caia dentro de determinado estado de percepção) e compreenda a frase sob a perspectiva da unicidade: Dizer “Deus é o homem” é o mesmo que dizer “Deus é Deus”. O homem não existe. Essa outra forma de avaliar a mesma frase elimina da mente o estado de percepção mostrado pelo enfoque dual, e faz surgir uma percepção mais aprofundada, transcendental, que não pode ser captada pela mente que assume o homem como sendo uma existência real, existente ao lado de Deus. Deus é o homem! A mente divina é a mente humana! A realidade é a ilusão! Só existe UM. Entenda isso! E permaneça na contemplação silenciosa desta compreensão. Então lhe será revelado silenciosamente em sua consciência: “Tu és o filho de Deus”, “eis que estou contigo desde o princípio até o fim dos tempos”, “filho, eu te amo! Todas as tuas coisas são minhas e tudo o que é meu é teu.”
Compreende de uma vez por todas que você já é o filho de Deus. Quando compreender, assuma de uma vez por todas esta compreensão como sendo a realidade, e não deixe jamais que a percepção dual torne a ocupar o espaço de aceitação de tua mente — porque isso será possível de acontecer. Mesmo após compreender, você terá de lutar para manter-se dentro da visão correta; terá de manter-se sempre vigilante, alerta para não deixar a influência hipnótica-dual absorver-lhe a atenção. Fora de Deus o homem não é o filho-de-Deus. É somente alguma outra coisa mostrada pela percepção dual, e portanto é falsa.
Deus é tudo! Portanto não há espaço para nada mais existir. Deus está aí exatamente onde você está, sendo exatamente quem você é, vivendo a sua vida. O fato de você ser “Deus vivendo” não é mérito seu. Deus Se manifesta como você e Se expressa como a sua vida unicamente para a glória d’Ele! Só existe Ele! Você nem entra na questão. Você só existe porque essa é a vontade de Deus. Deus o conhece como sendo Ele mesmo. Se quer se conhecer como filho de Deus, aprenda a enxergar-se da mesma maneira como Deus o vê: perfeito, uno, em glória com Ele.
Em Deus você é saudável. Em Deus doença alguma existe. Em Deus desarmonia alguma existe. Houvesse desarmonia em Deus, que é infinito, tal desarmonia seria infinita. Houvesse desarmonia em Deus, a existência de Deus e de todo o Universo estaria em jogo — seria instável –, porque “a casa que é dividida contra si mesma jamais consegue subsistir”. Esse é o motivo por que Deus é eterno. Esse é o motivo por que Deus é harmonia, sabedoria, perfeição. Aprenda a ver Deus em todos os seus caminhos, e Ele lhe dará prova de Sua presença. Deus é onipresente. A questão não é saber se Deus está “ali” ou não. A questão é: você tem olhos para ver?
Uma vez que compreenda a sua filiação espiritual divina, jamais olhe para trás novamente. Deixe para trás tudo o que era conhecido e considerado como Verdade para você. Siga em frente mantendo sempre a consciência de que “Deus está aqui onde estou”.
“Retira dos teus pés as tuas sandálias, pois o lugar em que estás é solo santo.”
Quando compreender que o lugar em que está pisando é solo santo, retirará as suas sandálias, reconhecerá e exaltará: “tudo é santo!” Não há nenhum outro solo, a não ser o solo santo de Deus. Toda a existência é esse solo santo. Onde Deus estiver, ali o lugar será santo.
Agora, tome a resolução: “Abandona o teu velho”eu”. De hoje em diante és o filho de Deus.” (Masaharu Taniguchi)