A CIÊNCIA CRISTÃ:
Sua Revelação Divina e Aplicação Humana
Jules Cern
Parte 5 (Final)
O Cristo sempre presente
Agora poderemos considerar a distinção clara existente entre Jesus e Cristo. Declara a Sra. Eddy, em Ciência e Saúde (p. 182): “Jesus era o mais alto conceito humano do homem perfeito.” O Cristo é o conceito que Deus tem da perfeição. O Cristo não é agrilhoado nem tolhido por coisas humanas, mortais ou físicas. O Cristo é a verdade do ser. É a manifestação espiritual perfeita de tudo o que é verdadeiro em relação à integralidade de Deus. O Cristo não se aproxima nem se afasta, pois está sempre presente. O Cristo não é algo que esteja lutando contra o mal em defesa da consciência do homem. Cristo é a consciência humana de que não existe mal. O corpo físico chamado Jesus não era o Cristo. Mas Jesus usava o que parecia um corpo físico para servir ao Cristo, para demonstrar a verdade concernente à verdadeira identidade do homem.
A Sra. Eddy define a base do trabalho de cura realizado por Jesus, e a norma para a realização de toda cura pela Ciência Cristã, nestes termos, em Ciência e Saúde (p.259): “A compreensão acerca do ser científico, da cura divina—compreensão que se assemelha ao Cristo—inclui um Princípio perfeito e uma ideia perfeita—Deus perfeito e homem perfeito—como base do pensamento e da demonstração.” O efeito da compreensão deste Princípio perfeito consiste em harmonizar e curar. Vejamos como ele operou no caso de uma mulher, que parecia estar preste a morrer.
Curada quando parecia condenada
à morte
Certa vez, tarde da noite, um praticista da Ciência Cristã recebeu chamado de uma mulher que, em prantos, lhe informou que a irmã dela, que vinha sofrendo de graves complicações orgânicas, naquele momento parecia estar morrendo. De fato, a enfermeira disse que se não se fizesse rapidamente alguma coisa pela doente, esta, ao que parecia, não duraria mais uma hora. O praticista garantiu à irmã da enferma que nada havia a temer, porquanto nada poderia perverter ou interromper a união da Vida perfeita com sua ideia perfeita, o homem.
O medo não é senão o recrudescimento, a intensificação, da crença de que em algum lugar Deus, a Vida perfeita, não seja infinita, não seja TUDO. O medo está sempre apoiado na errônea crença de que a vida é material e que a identidade do homem é física. A matéria não ocupa lugar na infinidade da Vida, e o corpo físico não tem lugar na identidade do homem. Visto que a matéria e o corpo físico não têm lugar, o medo não tem base. Visto que a Vida perfeita ocupa todo o espaço, não há espaço para a vida doentia.
De acordo com isso, o Cientista Cristão vigilante não cede à sugestão de que precisa procurar transformar o corpo enfermo em corpo sadio. Tal pretensão lançaria seu pensamento a uma atitude dúbia, que, de um lado, aceita a verdade relativa à integralidade da Vida perfeita, de outro lado, nutre a errônea crença de que existe vida imperfeita. Por isso o praticista, que fora chamado a ajudar o que parecia uma mulher moribunda, lembrou-se destas palavras de alento que a Sra. Eddy escreveu em Ciência e Saúde (p. 418): “Apegai-vos à verdade relativa ao ser, contrapondo-se ao erro de que a vida, a substância, ou a inteligência possam estar na matéria. Fazei vossa defesa com uma convicção sincera da verdade e uma percepção clara do efeito invariável, infalível e certo da Ciência divina. Então, ainda que a vossa fidelidade equivalha apenas à metade da verdade em que se estriba vossa defesa, curareis os doentes.”Isso encorajou o praticista, em seu tratamento, a começar e persistir com a declaração da verdade sobre a integralidade da Mente divina, em que não pode haver mente mortal para fomentar a crença em matéria ou para agitar-se em conseqüência de tal crença. Impeliu-o a começar e persistir com a declaração da verdade relativa à integralidade do Espírito e à identidade do homem, absolutamente espiritual, em que não pode existir corpo físico.
Continuando a “apegar-se à verdade relativa ao ser”, a fim de dissipar a falsa aparência, o praticista afirmou substancialmente, nestas palavras, a verdade concernente a Deus e ao homem: “Obrigado, meu Deus querido, por seres TUDO agora mesmo. Obrigado por seres a MENTE ÚNICA, que existe aqui mesmo e em toda parte, não unida a muitas mentes, por ser ÚNICA e ABSOLUTA, e não uma soma de muitas mentes. Tua infinidade não deixa espaço para a existência de uma mente mortal que aceite ou rejeite a verdade relativa ao ser. Obrigado por seres o Espírito infinito aqui mesmo e em toda parte; não apenas em toda a parte onde não há matéria, mas por seres o TUDO em toda parte. Obrigado, meu Deus querido, por ser o homem a Tua ideia amada, espiritual, semelhante a Ti, e não material ou diverso da Tua natureza. A individualidade do homem não surgiu de um corpo físico, e não pode ser encoberta por um corpo físico. A Vida é, eternamente, Tudo em tudo. Portanto, não pode existir tal coisa como o chamado definhamento da vida ou aproximação da morte. Tua ideia amada jamais decaiu de sua perfeição espiritual, e por isso não pode sofrer colapso conseqüente de imperfeição física. Tua ideia amada não é um mortal, abandonado à sua própria sorte. O homem é imortal, inseparável de Ti, sempre perfeito, sempre harmonioso, aqui mesmo, agora mesmo, em toda parte e eternamente.”
Na manhã seguinte, o praticista recebeu um chamado da própria mulher que na noite anterior parecera estar morrendo. Com imensa gratidão e alegria, ela o informou de que se achava completamente curada, já havia dispensado a enfermeira e estava pronta para sair e se encontrar com o seu marido a fim de almoçarem fora.
Quão gratos devemos ser pela revelação divina da Ciência Cristã e sua aplicação humana! E quão gratos devemos ser a essa abençoada mulher, Mary Baker Eddy, que foi bastante humilde para perceber a verdade relativa ao ser, e, cujas palavras inspiradas, contidas em seu livro Retrospecção e Introspecção (p.22), podem servir como uma bênção para nós: “Deus está acima de tudo. Só Ele é nossa origem, nossa meta, nosso ser. O homem real não é do pó, nem foi jamais criado pela carne; porque seu pai e sua mãe são o Espírito único, e seus irmãos são todos os filhos do mesmo Pai, o Bem eterno.”
FIM