Dárcio
Parte 2
EU SOU O ÔMEGA
Já vimos que quando a ilusão de dualidade é desfeita, mediante o conhecimento da Verdade, a Mente única deste Agora Se revela como onipresente e, conseqüentemente, como a “nossa” Mente.
O livro Ciência e Saúde, de Mary Baker Eddy, traz o seguinte: “Para o sentido mortal, o pecado e o sofrimento são reais, mas o sentido imortal não inclui nem o mal nem a peste. Por não ter erro no sentido, o sentido imortal não tem sentido de erro; por isso não tem elemento destrutivo” (p. 210). Esta frase elucida o entendimento do cap. 21: 4, de “O Apocalipse”: “E (Deus) lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram”.
Tudo se resume num único ponto: “visão correta”. O Sentido espiritual, enquanto não reconhecido como onipresente e perfeito, aparentemente divide espaço com a ilusória mente humana ou, como diz Mary Baker Eddy, com o “sentido mortal”. O objetivo do estudo do Absoluto deve ser bem compreendido, para que a dualidade desapareça como nunca tendo realmente existido.
A Realidade espiritual é O ALFA E O ÔMEGA! Os dois são UM: O AGORA ETERNO. As “primeiras cousas passam” quando o SENTIDO IMORTAL, sempre atuante, é percebido como ÚNICO!
Como fazer com que o sentido mortal desapareça? Através de um aquietar consciente, em que reconhecemos a totalidade do Sentido divino já em nós. Enquanto estivermos reconhecendo imperfeições, estaremos “vendo-as”, apesar de inexistirem. Como podem ser vistas, sendo inexistentes? Aqui está a chave! Elas aparentemente são “vistas” porque acreditamos em mente humana coexistindo com o Sentido divino. Acreditamos que a mente humana evolui, conscientiza a Verdade, até que Deus nos seja revelado. Em outras palavras, o sentido mortal crê no “tempo”, e tenta nos iludir para que creiamos em suas imagens falsas e mentirosas! Como acabar com a ilusão? Identificando-nos com a Mente perfeita, com O ALFA que é O ÔMEGA. Assim, Ocupamo-nos unicamente com a totalidade de nosso Sentido real sendo Deus. E que este Sentido, exatamente AGORA, está discernindo a PERFEIÇÃO ABSOLUTA UNIVERSAL.
No cap. 6, de Malaquias, encontramos: “Porque EU, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos”. Eis outra confirmação da mesma Verdade: existe um EU ÚNICO, imutável, o “Alfa” que é o “Ômega”, à espera do reconhecimento que, de fato, é uma total identificação com a Unidade essencial atemporal, em que Alfa e Ômega “se fundem no Agora.
Ensinamentos dualistas, que colocam o referencial de existência na ilusória matéria, e não em Deus, vêm reforçando a ilusão de que há um ser humano necessitado de conscientizar a Onipresença de Deus. Tal contradição deve ser percebida, para que esta prática ilusória seja de vez abandonada. SOMOS O EU ÚNICO “que não muda”. E o estudo consiste em fazermos este reconhecimento: O EU ÚNICO, IMUTÁVEL, ESTÁ SENDO A NOSSA IDENTIDADE REAL.
“Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Apoc. 1:8). O livro do Apocalipse é tido como de difícil interpretação ou compreensão; porém, tal avaliação parte justamente da suposta mente humana, que é falsa ou ilusória. Uma Revelação não se destina a ser interpretada! É a Verdade. Presa às alegorias do texto, a mente humana busca interpretá-las com a “sabedoria da serpente”, que aceita o bem e o mal, fazendo com que nos escape a direta Revelação de que cada um de nós já é “o que era, é e há de vir”.
A mensagem do Cristo faz com que descartemos qualquer tipo de filiação humana, para podermos discernir nossa REAL IDENTIDADE: “Em verdade, em verdade EU vos digo: Antes que Abraão existisse, EU SOU”. Este “EU” é o Alfa e o Ômega. Em Colossenses, 3: 9-11, encontramos a mesma Revelação: “Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com seus feitos, e vos revestistes do NOVO HOMEM que se refaz para o pleno CONHECIMENTO, segundo a imagem daquele que o criou; onde não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre: PORÉM, CRISTO É TUDO E EM TODOS”.
O “velho homem” não se tornará futuramente “novo homem”. Esta é a ilusória teoria da evolução! O NOVO HOMEM É O CRISTO! “Aquele que É, que ERA e que HÁ DE VIR”. O “novo homem” é o CONHECIMENTO da REAL e ÚNICA IDENTIDADE de todos nós. Em outras palavras, este “novo homem” é o HOMEM ETERNO, a Identidade que sempre estivemos sendo, e que, aparentemente, não percebíamos enquanto a mente humana parecia atuar como nossa mente verdadeira. Sem o sentido mortal, inexistem seres mortais; por outro lado, com o Sentido Imortal, “CRISTO É TUDO E EM TODOS”, conforme registra a citação de Paulo.
A Revelação diz que “a quem tem sede, EU darei de graça da água da Vida”, ou seja, a Consciência Divina, o Cristo, Se revela diretamente e sem nenhum esforço, quando “alguém tem sede”, e Se mostra como a REALIDADE ETERNA PRESENTE desse “alguém”. A partir de então, a partir deste AGORA, este “alguém”, com CONHECIMENTO PRÓPRIO, poderá dizer:
EU SOU O ALFA E O ÔMEGA, O PRINCÍPIO E O FIM.”
Apocalipse 21: 6.