Dárcio
Capítulo VI
COMO ESTUDAR O ABSOLUTO
O Universo infinito é Deus. A premissa básica de nosso estudo diz que Deus é Tudo. Assim, nada há em existência que seja dessemelhante de Deus. A natureza de Deus é a natureza de toda a existência. Quando estudamos, fazemos primeiramente este reconhecimento, que deverá ser acompanhado de nossa total e incondicional identificação com esse Infinito Perfeito, a que é dado o nome de Absoluto, Deus, etc.
Algo imperceptível à mente humana está infinitamente presente e expresso. O Universo é a evidência dessa expressão. Seria esta explanação uma teoria? Outra pergunta: esse enfoque traria melhorias visíveis à nossa vida? A Verdade –diferente de uma teoria –não é idéia engendrada pela mente humana. A Verdade é o FATO ESPIRITUAL incontestável. Mudam as teorias, o FATO ESPIRITUAL permanece incólume, onipresente. Que FATO? O de que Deus, o Espírito, o Absoluto, é TUDO! Se o TUDO é imperceptível à mente humana –mas EXISTE, é REAL e é TUDO –, cabe-nos abrir mão de tudo que a mente humana nos mostra, para “percebermos o imperceptível”. Tal percepção não é feita pela mente humana, mas uma Auto-percepção divina, que é por nós reconhecida como presente, aqui e agora, como o Universo real e como nossa Identidade real, que é Deus. Nesta visão, “Eu e o Pai somos um”, e esta deve ser a nossa visão permanente.
Se tudo é Espírito, cada um de nós é esse Uno SENDO. Desse modo, nossa Visão é reconhecidamente espiritual, é Auto-contemplativa.
O Tudo vê o Tudo; o Espírito infinito vê a Si mesmo aqui e agora, consciente de que TUDO é AQUI e TUDO é AGORA. Temos assim o AGORA da ETERNIDADE, objeto único de atenção para quem a este estudo se dedica.
As melhorias visíveis, decorrentes de nossa dedicação às meditações contemplativas, são chamadas por Cristo de “bens vindos por acréscimo”. Quem os estaria vendo? Todo aquele preso à ilusória mente humana e seu conceito material de mundo! Na verdade, os “bens vindos de acréscimo” não existem e nunca existirão como realidades. Como poderia Deus, o Espírito infinito em expressão, ceder parte de Si mesmo, de Sua Infinitude, para que um “bem material” pudesse “vir por acréscimo”? Impossível!
Entendamos com clareza em que consiste este estudo: com o reconhecimento de que nossa Visão é espiritual, contemplamos, com os “Olhos da Alma”, o Agora atemporal perfeito e completo. Contemplamos o Agora da Eternidade, e esta Visão correta, traduzida pela mente humana, “surge” como melhorias visíveis àqueles que não se identificaram por completo com a Mente do Absoluto. Em outras palavras, o nosso reconhecimento da IMUTABILIDADE da Perfeição produz, na crença humana coletiva, uma “miragem de suprimento”. O que para a Mente absoluta sempre esteve presente, para a finita “mente humana” surge como aparência de algo ausente que se tornou presente. Jesus, para explicar este fenômeno, disse que “as coisas nos são acrescentadas”. Precisamos manter a Visão espiritual, para não sermos iludidos por tais “efeitos” hipnóticos enganadores. O mesmo se dá conosco: pela permanente Visão correta de que Deus já é nosso Ser perfeito, exatamente agora, a “mente humana” passa a traduzir esta Verdade através da“miragem” chamada evolução.