Dárcio
Capítulo V
OBJETIVO DO ESTUDO
Dissemos anteriormente que, para nos dedicarmos a um estudo, primeiro deveremos compreender sua importância e seu objetivo. Qualquer um que perceber a importância deste estudo do Absoluto desejará a ele se dedicar ao máximo de sua capacidade e de seu tempo disponível. Não será um estudo feito nos minutos que lhe sobram de cada dia; antes, a atenção estará voltada quase que exclusivamente a ele. Por quê? Porque a pessoa terá percebido que esta dedicação lhe trará o conhecimento da Verdade, e que este conhecimento é a sua libertação completa.
De início, é comum as pessoas acharem que o estudo visa a eliminar problemas da vida humana, de saúde, finanças, relacionamentos, etc. Tão logo percebem alguma melhoria nesse sentido, ficam empolgadas, julgando que, aprofundando-se no estudo, a felicidade humana almejada acabará por se concretizar. Com efeito, a aplicação dos princípios metafísicos acaba mostrando a nulidade dos problemas deste mundo das aparências, e todo aquele que viver de acordo com eles poderá comprovar os seus efeitos positivos visíveis. Porém, esse aspecto da melhoria humana, muito abordado pela ciência mental, e que consideramos desejável e bem recebido a princípio, dista infinitamente do real propósito deste estudo: ver Deus face a face.
Os benefícios humanos decorrentes desse estudo, apesar de bem-vindos e bem-aceitos, devem ser entendidos pelo que são: ilusão! Se não houver um alerta quanto a isto, tão logo esse fenômeno secundário ocorra –ou seja, a pessoa se depare com uma aparência boa em substituição à má –a dedicação se afrouxará, a pessoa estagnará no bem do mundo, até que outra aparência de mal lhe surja, e o estudo não avançará além disso.
Dizemos que o efeito positivo na vida humana é “ponto secundário”, não para lhe tirar o valor. Trata-se de um valor relativo, obviamente, mas deve ser reconhecido, uma vez que ele simboliza a veracidade do princípio aplicado. Por exemplo, se desafiarmos a aparência mediante a permanência no princípio absoluto de que DEUS É TUDO e, em função disso, percebermos a “melhoria visível”, esse efeito sinaliza o que realmente tem valor, ou seja: O PRINCÍPIO É VERDADEIRO!
Com a prática, descartaremos os anseios quanto aos resultados visíveis, por estarmos permanentemente “presos” ao princípio já provado como verdadeiro, e poderemos perceber a totalidade de Deus, a presença permanente da Realidade perfeita.
Vejamos o que diz Joel S. Goldsmith, em sua obra “A arte de curar pelo Espírito”: “Não te dirijas a Deus esperando emprego, segurança, proteção; vai ter com Deus na esperança de receber a experiência espiritual de Sua presença”. ESTE É O OBJETIVO REAL DESTE ESTUDO. A cegueira humana nos impele a não acreditar que aqui mesmo já é o Universo perfeito. Por darmos crédito a essa falsidade é que somos levados às preces de petições envolvendo “melhorias materiais”. É mentira que Deus não possa ser visto e percebido como sendo tudo, e como sendo nossa própria presença! Mas esta Verdade não é vista pela mente humana. A Metafísica Absoluta, com seus princípios revelados, permite-nos esta PERCEPÇÃO.
E continua Goldsmith: “E verás como então Deus Se manifesta em forma de harmonia nos acontecimentos, nas coisas ordinárias de cada dia”.
Esse mesmo princípio está registrado na Bíblia, onde lemos “buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”, (Mt. 6:33).
Assim, para que a Auto-revelação Se dê por completo, isto é, conscientemente, e para que o objetivo desse estudo se cumpra, devemos “ir ter com Deus esperando Deus”.