Dárcio
Quando é revelado que DEUS É TUDO, muitos pensam que, para poder vivenciar
esta Verdade, terão de lutar para anular a chamada personalidade humana. Desse modo,
o estudo da Verdade, que deveria libertá-los, torna-se um fardo pesadíssimo.
Quando fazem algo certo, usam de falsa humildade e atribuem a ação a Deus,
isto quando não se julgam “servos inúteis”, considerando a “boa ação”
como mera aparência sem valor. Quando erram, sentem-se
arrasados intimamente, caindo em auto-análises rigorosíssimas, alimentando
sentimentos de culpa que somente acarretam desejos inconscientes de autopunição.
O tempo passa, e eles persistem nessa crença de “anular o ego”, o que pode acabar
virando verdadeira obstinação. O mais grave é encontrarmos vários
ensinamentos endossando essa prática ilusória e de meta inatingível: querer
anular algo que jamais existiu!
O estudo da Verdade não é um fardo, mas o alívio imediato de todos eles. O
estudo é uma Auto-Revelação divina, e não o cumprimento de objetivo “humano”
de se iluminar! Se existe unicamente Deus, QUE OUTRO SER PODERIA ESTAR SENDO
A SUA IDENTIDADE?
Se um diamante legítimo estivesse sendo confundido com um falso, teríamos de
anular o falso para termos o verdadeiro? Não; bastaria a percepção imediata
de que somente o verdadeiro é o existente. Esta é a base de nosso enfoque:
EXISTE SOMENTE DEUS! O suposto ser humano, dotado de mente humana e desejoso
de conhecer a Verdade, este é um impostor! Talvez ele até estivesse
dando-lhe a impressão de ser você! Entretanto, DEUS É VOCÊ! Caso contrário,
a ONIPRESENÇA seria uma mentira!
Aparentemente falando, um impostor se fazia passar por você. Este
“ser ilusório”, tal como um espectro, parecia ocupar o local em que Deus
está agora ocupando para SER VOCÊ. Como anular este impostor? Crendo em sua
existência? Aceitando que ele, além de ter nascido, vai crescer, morrer,
reencarnar e evoluir aos poucos? Qual era a origem do diamante falso? Qual
será o destino dele? AQUILO QUE É FALSO NÃO TEM ORIGEM NEM DESTINO, POR SER
NADA! AQUI, AGORA E SEMPRE!
Há casos em que o impostor se diz “instrumento de Deus”, “servo de Deus”,
“canal de expressão de Deus”. Poderia o imperfeito servir de instrumento
para o Perfeito? Poderia o “nada” servir de canal para o TUDO? Poderia a
sombra servir para expressar a luz? Se houver a percepção de que o suposto
“imperfeito” é o Perfeito; de que o nada é o Tudo; de que a sombra é a Luz,
isto equivalerá à percepção de que o suposto “diamante falso” JÁ É o diamante verdadeiro!
Assim, em nosso caso, equivalerá à percepção de que o suposto impostor (ego)
já é Deus.
Não dissemos que o “ego humano”, visto pela mente carnal, é Deus; dissemos
que, pela admissão da nossa Mente como idêntica à de Cristo, discernimos
nosso Eu Real, divino, exatamente “no ponto” em que este “impostor” parecia
estar presente e sendo o nosso eu. Resumindo, a questão é “trocar de mente”
e não de se anular algo que não existe.
Assim, partimos radicalmente da Verdade Absoluta: DEUS É TUDO; DEUS É A
TOTALIDADE DE “NOSSO” SER, AQUI E AGORA. Esta Revelação está em Colossenses
3:11: “MAS CRISTO É TUDO EM TODOS”. A percepção de que não somos o
“impostor” elimina pela raiz a culpa, o autojulgamento e a autopunição,
fatores pertencentes a um mundo-miragem, desconhecido por Deus.
A base da percepção espiritual é a admissão incondicional da EXISTÊNCIA
ÚNICA DE DEUS; pois, com ela, podemos dizer sem vacilar: DEUS É A ÚNICA
CONSCIÊNCIA; DEUS É A CONSCIÊNCIA QUE EU SOU; logo, a CONSCIÊNCIA ILUMINADA
ESTÁ SENDO A MINHA CONSCIÊNCIA!
Em Mateus 16:32, podemos ler: “Portanto, qualquer que me confessar diante
dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.”