Edmundo Teixeira
No deserto do Oriente Médio há uma serpente de presas arqueadas para dentro. Quando abocanha uma presa, ela não escapa. Há também, lá, um rato que, à semelhança do gambá, exala um odor repugnante em momentos de perigo. Ora, quando esta serpente apanha esse tipo de rato, fica num terrível dilema: não o pode soltar porque as presas não deixam; e não o pode engulir porque o seu cheiro é insuportável. (Tradição da Índia)
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O mesmo dilema se apresenta ao homem apegado: conquista o que ambiciona, mas depois sofre para conservá-lo. O apego são presas voltadas para o “si mesmo”. Mas tudo o que não serve a todos, cheira mal e compromete a alma de seu pretenso possuidor. O ideal é ter presas normais, para tudo conquistar e deixar ir, sabendo que são meios e não fim, numa administração conscienciosa, pondo tudo em rotatividade útil, na edificação própria e dos demais.