Masaharu Taniguchi
Para curar com a Verdade, jamais se deve ver o homem como entidade corporal. A convicção comum da humanidade é que a matéria eventualmente perderá seu presente equilíbrio químico e de um estado mais complexo, regressará a outro mais simples. No ponto de vista de que o homem é matéria, encontramos implicações de sua destrutibilidade e inconstância. Na idéia de que o homem é corpo carnal também implica a idéia de que pode ser invadido e morto por germes, vírus, bactérias, etc.
Conseqüentemente, ao guiar alguém à cura, não se deve ver ao homem como uma entidade física, pois esta idéia implica em destrutibilidade, inconstância e doença. Deve-se, sim, ver o homem como um ser espiritual, eternamente indestrutível. Não importa quão crítica possa ser a condição presente, ou quão débil possa achar-se a pessoa, não se deve deixar preocupar por tais condições, que são apenas fenômeno e não realidade. Qualquer coisa fenomênica é meramente uma sombra, a sombra não é o objeto real. O que não é real só pode ser falso. A falsidade apresenta como existente o que não existe de verdade. O que não existe, logicamente, é inexistente. Um corpo inexistente manifesta uma doença inexistente, mas ninguém deve permitir que sua atenção seja capturada por semelhante falsidade. O filósofo tem que ver a verdade. Deve meditar sobre a verdade de que o homem é FILHO DE DEUS, portanto um SER ESPIRITUAL. Ninguém pode realizar a cura metafísica, se as aparências fenomênicas lhe causam preocupação e inquietações. A terapia metafísica, baseada no idealismo absoluto, não tenta curar através de poderes mentais humanos. O tratamento médico é um processo levado a cabo por médicos. Os médicos reconhecem a existência da doença e aplicam terapia medicinal. Esta é uma ação iniciada a partir de um ponto de vista fenomênico e é completamente aceitável em si mesma. É comparável ao ato de alimentar uma pessoa faminta. Administrar uma adequada quantidade de pílulas vitamínicas e outros medicamentos, pode-se comparar ao ato de alimentar a uma pessoa com uma apropriada quantidade de comida. Sem dúvida, não é uma ação que se realize do ponto de vista metafísico. O mesmo médico metafísico, como homem corporal, toma seus alimentos. Esta ação é aceitável em si mesma. Não obstante, o médico metafísico não vê carne, não leva em conta a existência do fenômeno(mundo visível); em lugar disso, medita sobre a verdade.
Através da meditação, ele imprime uma imagem perfeita no filme mental que será projetado na tela chamada mundo-fenomênico. Como resultado, a aparência que se projeta na tela chamada mundo-fenomênico é perfeita. As pessoas vêem as aparências e dizem que a doença se curou. De fato, não houve nenhuma cura, pois a doença não é uma entidade real curável.
Quando o praticante adota o ponto de vista de um verdadeiro curador-metafísico, não vê os fenômenos devido a isso, por paradoxal que seja, não busca resultados no mundo dos fenômenos. Se uma pessoa busca, ao meditar, a cura de uma doença, está tomando o ponto de vista de um terapeuta e não o ponto de vista filosófico-metafísico. Um curador metafísico somente medita sobre a verdade. E, ao meditar, percebe plena e profundamente a unidade com a pessoa que busca ajuda, mediante pensamentos de amor, e logo medita sobre a NATUREZA DIVINA desta pessoa. A natureza divina e verdadeira se manifesta da mesma forma como aparece na meditação; a doença não se cura; desaparece. Com o sentido de unidade, aquele em cuja natureza se medita, se manifesta da mesma forma em que o metafísico-sanador meditou.
Antes, o paciente havia estado vendo o homem do ponto de vista dos fenômenos. Devido a esse estreito ponto de vista, a verdade não havia se manifestado plenamente sobre a tela do mundo fenomênico. O mundo da verdade aparece claramente com a ampliação do campo de visão do homem (visão que o vê como Filho de Deus perfeito e harmonioso).