Dárcio
A humanidade vem encarando as revelações espirituais sempre como algo “a ser” conscientizado aos poucos, pelo intelecto. Mestres mensageiros têm sido vistos como “escolhidos de Deus”, pessoas de alguma forma especiais ou diferentes da maioria . Esse modo ILUSÓRIO de encarar os fatos tem uma causa única: o dualismo. A Revelação espiritual mostra que a Luz que somos sempre esteve presente como a nossa NATUREZA REAL. Esta Luz dissipa o conceito dualista de que somos “Espírito” e “matéria”. O Cristo jamais se identificou com algo ou alguém “deste mundo”; e, o mais importante, também nos desvinculou integralmente desta “ilusão” chamada mundo humano: “Não chameis de Pai a ninguém sobre a face da terra…” (Mateus 23-9), Resta, portanto, entendermos o sentido pleno da palavra “aparência”. Se o Cristo é a “Luz do mundo”, e se nos é dada a mesma Revelação, esta UNIDADE ILUMINADA já existe e está presente. Que é uma “aparência”? Mera imagem que, apesar de vista, não corresponde ao Fato real e espiritual ali presente. Alguma coisa aparenta ser de certa maneira, entretanto, é de outra.
Não existe Realidade e “aparência”: existe a Realidade que, discernida corretamente, revela a VERDADE; e, que vista distorcidamente, revela uma ILUSÃO. Jamais a “aparência” está existindo! Jamais se torna real. “Aparência” é a REALIDADE, mas vista equivocadamente, de modo limitado e distorcido. Como acabar com a distorção? Separando a Realidade da “aparência”, sem pretender que a última seja alterada ou melhorada. A Realidade é sempre Realidade; a “aparência” é sempre falsidade.
A ilustração do andarilho, que no deserto vê a “aparência de lago” em lugar da realidade — areia –, é bem elucidativa. A areia é sempre areia, e o suposto “lago” jamais está presente! Aceitar a existência da areia e do lago é o dualismo. Em nosso caso, se estivermos aceitando Deus e matéria, com seres humanos nascendo, crescendo, “evoluindo” e morrendo, estaremos apenas confirmando a ILUSÃO, a MIRAGEM! Seríamos como o andarilho, frente unicamente à areia, e afirmando haver um “lago” ali! Assim como a areia jamais deixa de ser areia, apesar da ILUSÃO, VOCÊ jamais deixa de ser o CRISTO, apesar da ILUSÃO.
Sua dedicação, neste estudo, se concentra neste ponto: PERMANECER CONSCIENTE UNICAMENTE DA REALIDADE ESPIRITUAL E PERFEITA. Tudo parece se desenrolar em sua Consciência. Mas, Consciência, com “C” maiúsculo, é DEUS! Deus é a sua real Consciência. Ela é Consciência infinita, que exclui a POSSIBILIDADE de haver “outra” consciência. A “aparência”, boa ou má, dá “testemunho da mentira”: nela, você aparenta agir com sua “mente pessoal”. DENTRO DE VOCÊ é que ae desfará dessa MIRAGEM, através de uma plena identificação com a Mente única Se manifestando harmoniosamente como o Cristo de seu ser.
Apenas repetir maquinalmente: “Eu e o Pai somos um”, não será o suficiente. Porém, ao separar a REALIDADE ESPIRITUAL da “aparência de mundo”, mediante um reconhecimento radical de que SOMENTE a Realidade espiritual é a VERDADE, ou seja, que exatamente AGORA é VOCÊ a LUZ DO MUNDO, o “dualismo” sumirá em sua nulidade originária.
Desfeito o dualismo, o que resta é a ERA ETERNA, o Reino de Deus, o Universo como Luz infinita. Sempre este Reino de Luz esteve sendo a presença ÚNICA; mas, deixava de ser assim reconhecido, uma vez que a maioria, usando a ilusória “mente hunana”, com seus quadros ficava entretida, sem sequer imaginar que todos eles são puramente ILUSÃO.
Não existe Consciência iluminada pessoal. Por esse motivo, a UNIDADE é pregada em todo enfoque iluminado. Pelas “aparências”, fazemos os falsos julgamentos, rotulando as pessoas em supostos graus de conscientização. Este erro dualista atua como anti-Cristo. Tenta tornar este estudo racional, em que o intelecto entra em ação para opinar, avaliar e tirar conclusões supostamente espirituais. Não há relação alguma entre intelecto, ou razão humana, e Consciência espiritual. A Consciência espiritual é UNA, ONIPRESENTE, MANIFESTA igualmente como todos nós. A Bíblia a define como “a Luz verdadeira que ilumina todo homem que vem ao mundo”. Somente pela erradicação plena do dualismo a TOTALIDADE DE DEUS será reconhecida para valer. Esta Verdade é sempre verdadeira, e não pode co-existir com reservas ou com aparências ilusórias. O referencial verdadeiro é o do Absoluto! Caso contrário, estaremos “julgando pelas aparências”, alimentando o dualismo gerador da ILUSÃO, e negando a Verdade eterna que somos.