Marie S. Watts
Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e, vendo, vereis, mas não percebereis; mas bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.
MATEUS 13: 13,14,16.
Que vem a ser o sentido de ver e perceber? Ele é bem claro: através da percepção é que podemos ver. Consciência significa percepção, e estar consciente da Verdade significa ver ou perceber a Verdade. Por estarmos existindo como Consciência, a percepção é algo intrínseco ao nosso ser. Assim, quando ouvimos a expressão “ver com os olhos da Alma”, seu significado é exatamente este que acabamos de expor.
Enquanto ficamos maravilhados com este conhecimento, o Ultimato vai mais além em sua revelação: a Consciência que percebe a Verdade é a própria Substância, Forma e Atividade do que é percebido. Esta conscientização é de extrema importância pelo seguinte: conhecer a Verdade sobre a Verdade não é o bastante. Há muito que vínhamos fazendo isto! É comum ouvirmos alguém declarar: “Eu estava apenas conhecendo a Verdade sobre alguma coisa”. E, também com muita freqüência, verificamos uma demora na manifestação da perfeição. Conhecer a Verdade sobre algo equivale a atribuir um conceito falso de separatividade entre o que somos e o que estamos conhecendo. Este é o elemento que tem contribuído para que haja um aparente intervalo entre a Verdade que conhecemos e a Perfeição que almejamos ver manifesta. Este intervalo não pode existir, se observarmos claramente que a Consciência que percebe algo abrange este algo por Ela percebido.
Se a Verdade for por nós conhecida mediante tal conscientização, a aparente separação entre a revelação e sua imediata manifestação deixará de se mostrar como existente.
Fora de sua Consciência não há mais nada que possa Se revelar. Realmente, ver é ser aquilo que estiver sendo visto. Esta compreensão nos faz discernir o ver na qualidade de ser, a revelação na qualidade de manifestação: tudo é simultaneamente Um. Isto é o que constatamos quando conscientizamos instantaneamente a Onipresença da Perfeição. Algo está lhe parecendo obscuro ou alarmante? Nesse caso, será viável fazer ao seu próprio Ser algumas perguntas.
Deus não é a única Mente conhecedora de algo? Deus conheceria alguma coisa fora de Sua Inteireza infinita? Existe algo ou alguém em posição relativa a Deus? Deus não seria a própria Substância, Forma, Alma, Vida e Atividade de tudo conhecido por Ele? Haveria uma Consciência apartada de Deus, capacitada a Se identificar como sendo a minha Consciência ou a Consciência de alguém? Haveria alguma pessoa ou mente pessoal fora da Consciência de Deus? A Mente divina estaria fragmentada em inúmeras mente menores? Poderia a Consciência divina ser Onipresente como a Consciência de uma Identidade sem ser de outra? Deus não teria consciência de ser a inteireza de tudo que Ele estivesse percebendo? Alguém me poderia ser revelado sem que já estivesse incluído em e como a própria Consciência divina que Eu sou? Alguém poderia estar fora desta Consciência? Se Deus é a única Consciência que pode estar individualizada, qual Consciência poderia estar existindo deixando de estar consciente de ser a Substância, Forma e Atividade de tudo percebido por Ela? Após formular estas perguntas ao seu Eu, aguarde com tranqüilidade que as respostas lhe cheguem reveladas. Não se esforce para respondê-las com o intelecto. Nenhuma revelação nasce do intelecto. Saiba que as respostas são intrínsecas ao seu Ser; assim, certamente lhe serão reveladas. Este tipo de revelação é o próprio Eu revelado a Si mesmo.
Como sabemos que existimos? Através da percepção, através da Consciência, através do reconhecimento consciente de que somos existentes. Com qual consciência somos conscientes de que existimos? Deus é a única Consciência. A consciência da existência e o Existente são uma e a mesma coisa. São idênticas. Nosso suposto erro tem sido a ilusão da existência de Consciência e Vida; Consciência e Substância; Consciência e Forma. De fato, existe somente UNIDADE, que é CONSCIÊNCIA. É a Consciência como Vida, Substância, Forma e Atividade.
Deus vê pela percepção, pela Consciência; e Deus é aquilo que Ele percebe. Sendo Você Consciência divina consciente, Você também vê pela percepção, E VOCÊ É AQUILO QUE ESTÁ PERCEBENDO. Além disso, estando Deus consciente de ser Aquele percebido por Ele, Você está consciente de ser Aquele que você está percebendo. Esta percepção exclui limitações ou restrições. Ela, por certo, não está confinada ao Corpo, mas inclui o Corpo. Se a Consciência não incluísse o Corpo, seria incompleta. Realmente, a percepção é a Substância, a Forma e a Atividade do Corpo por Ela percebido.
Houve quem tenha dito: “O que vês, é o que tu és”. Quem chegou a dizer aquilo constatou uma tremenda Verdade. Deus é Consciência, e Deus é Tudo. Não há nada nem ninguém postos numa posição relativa a Deus. Para existir, é requisito necessário que alguém exista COMO Consciência divina. Para estar consciente, é requisito necessário que alguém esteja consciente COMO Consciência divina, pois inexiste outra. Deus não pode estar consciente de separação entre O QUE ELE É, e AQUILO QUE ELE CONHECE, pois a consciência de conhecer é a Consciência de Ser.
Você é a Consciência divina expressa, individualizada. Sua percepção se dá COMO esta Consciência, e nenhuma outra. Como Consciência divina identificada, você pode somente perceber como Deus percebe. Se você existe, e isto é um fato, você precisa existir na qualidade de Deus conhecendo, Deus sendo, Deus existindo. Caso contrário, não existiria nenhum Você. De fato, Você conhece como Deus conhece; vê como Deus vê; age como Deus age, e é consciente como Deus é consciente. Você percebe seu Eu sendo a Substância, Forma e Atividade de tudo que sua percepção abranja, pois esta Sua percepção é Deus percebendo; Sua consciência é Deus consciente; Seu próprio Ser é Deus sendo Você.