“E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em “MIM”.
( João 17:20 )
Quem olha para o exterior, julgando pelas aparências—o cenário visível–, vê ilusão por toda parte e a confunde com a Realidade, que é invisível. Todos os escritos sagrados e metafísicos conduzem a “MIM” as pessoas, ou seja, à própria IDENTIDADE DIVINA de cada um, que é a própria Consciência infinita, Deus, aparecendo como Consciência individual ( Filho de Deus ).
O Infinito é Deus; a Totalidade é Deus; assim, qualquer ponto consciente do Universo da Realidade é “MIM”.
Escribas e fariseus viam uma adúltera, reconheciam-na e julgavam-na conforme ela externamente se mostrava no “mundo material”. Após recusar condená-la, disse-lhes Jesus: “Eu sou a Luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a Luz da vida.” ( João 8:12 ). Para quê serviu a aparência de adúltera àqueles que a julgavam e ameaçavam apedrejar? Serviu para os escribas e fariseus da época ouvirem a Verdade espiritual. Verdade sobre quem? Sobre a “adúltera”? Não Nenhuma adúltera existia diante deles! Havia o quê? Ignorância espiritual, falta de visão simples, havia uma treva a ser dissipada pela Luz!
Sempre que citamos esta passagem, alertando para a visão correta da existência, que exclui a adúltera em termos de percepção, encontramos alguém a dizer: “Mas Jesus disse a ela que não voltasse a pecar”. Eis a mente ilusória presa às aparências e seus julgamentos. Ela não consegue parar para reconhecer sua própria nulidade! De fato, Cristo disse à mulher que deixasse de pecar. A ilusão de pecado é crença coletiva. “Aquele que dentre vós está sem pecado que seja o primeiro que atire pedra contra ela.” ( João 8:7 ). Traduzindo, Jesus estava impersonalizando o erro e mostrando como ele deve ser tratado para deixar de se mostrar visivelmente presente, mesmo ilusoriamente: “Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo. (…) Não me conheceis a MIM, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a MIM, também conheceríeis a MEU PAI.” ( João 8: 15-19 ).
Saiba você o seguinte: o conhecimento da Verdade não o fará trocar de identidade! Ocorrerá simplesmente a constatação de que DEUS É TUDO; assim, cada um perceberá sua real Identidade única e divina, que fará com que a ilusão de identidade humana desapareça. Enquanto Jesus se via como ser humano, dizia “não ter vindo de si mesmo”, mas “ter saído do Pai”. Imaginemos que uma reta infinita tenha o nome de “MIM”. Imaginemos que ilusoriamente um dos pontos formadores da reta se julgasse fora dela. Isto, obviamente, é uma impossibilidade, já que A RETA, EM SI, É O CONJUNTO DE TODOS OS SEUS INFINITOS PONTOS. Mas, para efeito de ilustração, consideremos esta hipótese. Que seria acabar com a ilusão. Seria a percepção da Realidade: INEXISTE, FORA DA RETA, UM PONTO QUE A ESTEJA FORMANDO! Assim, quando o ponto vai à reta, ela vai a MIM, nome que demos à reta. Contudo, vale observar que esta “ida” é ILUSÓRIA! Analogamente, após ter percebido que Deus, o Pai, é MIM, ou seja, o UNIVERSO INFINITO, é “formado” pelo Filho, Jesus disse: “NINGUÉM VAI AO PAI SENÃO POR MIM”. Cada um de nós é um “ponto espiritual” de “MIM”, ou seja, FORMAMOS A “RETA” chamada DEUS ONIPRESENTE. Não vamos ao Pai através de Jesus; vamos ao Pai através da percepção de que, tal como Jesus, nossa identidade espiritual existe em “MIM”, ou seja, no EU SOU GLOBAL ABSOLUTO!
Quando nos volvemos a “MIM”, volvemo-nos ao Pai, encontramos nossa UNIDADE com esse Pai (a RETA) e com TODOS os “pontos”, inclusive com aquele chamado “Jesus”. Este é o sentido das palavras de Cristo em João 17:11: “PAI SANTO, GUARDA EM TEU NOME AQUELES QUE ME DESTE: PARA QUE ELES SEJAM UM, ASSIM COMO TAMBÉM NÓS.”
Em Isaías 45:5, podemos ler: “Eu sou o Senhor, e não há outro; além de MIM não há Deus; EU TE CINGIREI, ainda que não me conheces.” Contemplemos esta REVELAÇÃO. Ela nos leva diretamente à GLÓRIA DO PAI, diretamente a “MIM”, sem mediadores ou intermediários. Esta é a Palavra de Deus; esta é a REVELAÇÃO.