A Meritocracia e o Filho Pródigo

A meritocracia é por definição básica, a premiação do indivíduo por seus esforços em melhorar uma situação, seja pelos esforços trabalho ou por aplicação de inteligência superior. É comum ouvirmos, que uma pessoa merece aqueles benefícios, pois é esforçada, ou porque sofreu muito e por tantas outras justificativas.

O que a Metafísica revela, é a total integração com Deus. E isso não é mensurável, pois se assim fosse seria um método aplicável para uma humanidade sedenta de poder. A beleza da Metafísica está no fato de ela não ser justificável aos humanos e sim ser um objeto abstrato e, portanto, materialmente intangível e, no entanto, ser uma expressão de identificação com o Superior, com a Unidade, com Deus…

Estudos e mais estudos da espiritualidade estão disponíveis para a humanidade, mas a grande maioria está apenas preocupada com os seus esforços para conseguir ser alguém neste mundo e ter tudo de melhor que a ele possa oferecer.

A justiça dos homens se difere em muito da justiça Divina, pois os homens querem sempre ter razão. Há uma necessidade incrível de estarmos certos o tempo todo e vistos de Um Ser único e absoluto e isso é muito infantil, pequeno, humano.

Para muitos religiosos, que se anulam na esperança de serem perdoados por Deus ou ainda para terem melhores lugares num céu, a parábola do Filho Pródigo parece absurda. Afinal ela privilegia um filho humanamente hedônico que escolheu viver a vida mundana, com seus prazeres e ao final, falido, desonrado e destruído, resolve arrependido, retornar à casa de seu pai para poder ser reintegrado ao convívio familiar.

Aos olhos do pai, a imensa alegria de ter o filho de volta, que estava perdido e despertou. Aos olhos do irmão meritocrata, uma injustiça, afinal este sempre trabalhou ao lado do pai enquanto o outro foi viver sua vida egoística até se esbaldar e agora quebrado, volta e o pai o premia com uma festa grandiosa e um anel.

Assim, essa humanidade permanece esperando por trocas de favores com Deus, por promessas que só o Altíssimo tem de cumprir. Esquecemos que nosso EU interior usa as ferramentas que tem para nos alertar desses desperdícios de tempo. Quando Cristo disse:

“Tudo o que tenho é teu, e tudo o que tens é meu; e neles Eu Sou glorificado. ” João 17:10

Foi para nos lembrar de nossa “herança”, já somos um com o Pai. Espiritualmente já temos tudo e já somos tudo. Toda a expressão máxima permanente e eterna.

Mas o humano vive em busca da manutenção de sua animalidade: Nascer, crescer, reproduzir, como todos os animais vivem. O espiritual fica relegado a terceiro plano, ou seja, quando morrer, veremos. Mas nem mesmo os animais tem noção da morte física. E nós passamos a vida tentando fugir a todo custo da morte.

O despertar nos liberta da angústia humana. Quando então percebemos que já estamos no reino espiritual e que o mundano terminará a seu tempo. Até lá, vamos viver bem e certos de que nosso caminho já está pronto desde sempre.

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