A Cura com Base no Cristo

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A CURA COM BASE NO CRISTO

A fim de seguir o mestre e curar, nós necessitamos ponderar o significado espiritual de seus ensinamentos com profundidade.
Há muitos anos, quando eu comecei minha carreira de executivo, trabalhei na indústria de petróleo. Eu aprendi logo que, quando alguém nessa indústria referia-se a seu empregador, era habitual encurtar o nome da companhia para uma palavra. Normalmente se dizia: “eu trabalho para a “Gulf” ou para a “Shell” em vez de Gulf Companhia de Petróleo ou Shell Companhia de Petróleo. Nesse tempo havia diversas companhias de petróleo proeminentes com os nomes identificados geralmente com qualidades morais – companhias tais como o Cia. “Humilde” de Petróleo ou Cia. “Puro” de Petróleo ou Cia. “Plácido” de Petróleo. Seus empregados identificavam seu empregador como “Plácido” ou “Puro” ou “Humilde”…

Quando foi descoberto petróleo no Texas, os poços eram perfurados extensivamente. Os donos de terras ficaram muito excitados com a perspectiva de que pudesse ser encontrado algum poço em suas propriedades.

Um domingo em uma igreja local, um pastor, durante o sermão, falando das virtudes e qualidades morais do homem, disse em sua prece: “Senhor, lembra-te do puro e do humilde…” Nesse ponto alguém na congregação interrompeu gritando: “E não se esqueça da Shell; tenho um contrato com eles na minha propriedade!”

Obviamente, para o pastor, as palavras “puro” e “humilde” tinham um significado decididamente diferente da interpretação que o latifundiário tinha colocado nelas… Frequentemente esse é o caso com muitas palavras empregadas no nosso dia a dia.

Eu disse certa vez a uma repórter de um jornal, que a Christian Science ensina que nós não somos realmente materiais como parecemos ser. Ela ficou confusa, porque para ela a palavra material significava a substância usada para fazer roupas, por exemplo. O uso de algumas outras palavras em explicar a teologia da Christian Science conduz frequentemente a mal entendidos, e mesmo ao ridículo, aqueles que não entendem o significado pretendido por essas palavras em um contexto particular. Por exemplo, a palavra real, nesta Ciência, mais frequentemente se refere ao que é indestrutível e eterno; a Deus e ao que é derivado d’Ele.

O livro texto da Christian Science, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, explica: “Toda realidade está em Deus e Sua criação, harmoniosa e eterna. O que Ele cría é bom, e ele fez tudo o que está feito.” Com base nisso, os Cientistas Cristãos insistem que a doença não é real, significando que Deus não a criou nem a causou. Não negam cegamente que as pessoas fiquem doentes, às vezes; mas os Cientistas Cristãos estão convencidos que Deus não produziu a doença, e certos de que ela não é parte de sua criação espiritual. Neste sentido não é real. E porque não tem nenhuma realidade dada por Deus, nós podemos ser livres dela.

Nosso grande Mestre, Cristo Jesus, disse: “Por que não reconheceis minha linguagem? É porque não podeis escutar minha palavra.” Ele usou muitas parábolas e ilustrações para esclarecer o significado espiritual de seus ensinamentos. Contudo aqueles a quem faltava a inspiração espiritual necessária para compreender o que Ele queria dizer, frequentemente O insultavam. Sem dúvida, nós precisamos ainda perceber o significado espiritual das palavras de Jesus a fim de compreender e demonstrar seus ensinamentos.

Em meu próprio esforço para seguir os ensinamentos de nosso Mestre, eu aprendi que é imperativo ponderar profundamente o significado espiritual das palavras que Ele usou. Por exemplo, em uma de suas afirmações que eu frequentemente revejo, diz: “Em verdade, em verdade, vos digo: o Filho, por si mesmo, nada pode fazer, mas só aquilo que vê o Pai fazer; tudo o que este faz o Filho faz igualmente. Porque o Pai ama o Filho e lhe mostra tudo que faz.”
Ponderando isto seriamente, percebi que, nestas relativamente poucas palavras, Jesus resumiu a Ciência Divina de nossa relação com Deus.

Quanto mais eu compreendo espiritualmente o que Ele disse, melhor equipado estou para demonstrar a autoridade de seus ensinamentos em resolver os problemas humanos.

No meu entendimento, Jesus explicava, nesta afirmação, a base espiritual de seu trabalho de cura. Mas estava também ensinando a seus seguidores que deveriam trabalhar na mesma base. Todos os indivíduos, em sua natureza verdadeira, espiritual, são descendentes de Deus. Reconhecendo isto, João escreveu: “Vede que prova de amor nos deu o Pai: sermos chamados filhos de Deus.” E Paulo escreveu: “Todos os que são conduzidos pelo espírito de Deus, são os filhos de Deus.”

Ao afirmar: ” o Filho, por si mesmo, nada pode fazer”, Jesus declarava um fato espiritual. Isto é, nem mesmo Ele poderia não fazer nada por si mesmo, independente de Deus. Se isso era verdadeiro nele, certamente tem que ser verdadeiro em todos os filhos de Deus. Na realidade, ninguém pode fazer nada, ou ser qualquer coisa, separado de Deus, porque cada um de nós existe eternamente como uma ideia espiritual de Deus, uma ideia na Mente divina, sempre “em unidade” com o Pai. Nenhum filho de Deus pode desenvolver um atributo ou qualidade que não tenha origem no Pai. Não podemos ser feitos para agir de uma maneira que não esteja em conformidade com o controle perfeito que Deus tem de Sua criação. Nós nem mesmo existimos como identidades separadas da Mente divina. Tudo que é verdadeiro em nós, deve estar em perfeita harmonia com o que o Pai expressa do Seu próprio ser infinitamente perfeito.

Foi com este princípio que o Mestre demonstrou a saúde e a harmonia nos assuntos humanos. E instruiu-nos a fazer como Ele fez. Através da oração nós necessitamos elevar o pensamento acima do que parece ser o estado de humanidade, e olhar para ver o que o Pai está fazendo, “porque o Pai ama o Filho e lhe mostra tudo que faz.” O filho deve ser compreendido somente como expressão do que é verdadeiro no Pai.

Aqui, em poucas palavras, Jesus nos estava dizendo, essencialmente, que o homem – e o termo homem é usado genericamente para referir-se à verdadeira identidade de ambos, homem e mulher, criados por Deus – reflete a Vida, que é Deus. A substância do homem é espiritual, refletindo a substância divina do Espírito. A individualidade, a consciência, a inteligência, a ação, e a identidade total do homem refletem perfeitamente a própria integralidade de Deus. No fato científico, então, nada pode ser atribuído ao filho exceto aquilo que expressa a perfeição do Pai.

Não nos instruía Jesus que, para sermos eficazes em curar com a oração, nós devemos saber que tudo que pode ser verdadeiro no homem é o que é verdadeiro em Deus? Ciência e Saúde explica que “Deus nunca poderia transmitir um elemento do mal, e o homem não possui nada que não lhe provenha de Deus.” Se este é o fato científico, a evidência da doença e da discórdia tem que ser uma má representação dos fatos. Compreender nossa relação espiritual com Deus elimina a má representação e produz a cura.

Então, o que fazer quando a evidência física é de doença e discórdia? Você está convencido que o filho pode fazer somente aquilo que expressa o que o pai está fazendo? Se assim é, então você percebe que todas as formas de discórdia são mentiras sobre você e suas possibilidades. E estão apresentando uma visão falsa de identidade. A assim chamada mente mortal, reivindicando insistentemente que a identidade é separada de Deus, e capaz de experimentar os efeitos de uma causa à parte do pai, nos levaria a ver-nos e aos outros como seres materiais, governados por uma mente na matéria. Mas, o conceito mortal de nossas identidades e possibilidades é uma farsa. O homem é espiritual, imortal, nunca separado de Deus. Cada um de nós tem a obrigação de testemunhar o que o pai está fazendo, e a nada mais.

Parece difícil entender o significado deste grande fato científico? Você é deixado sozinho para fazer tudo por você mesmo no seu esforço para compreender a realidade espiritual? Absolutamente não! Nós temos esta garantia do Mestre, que pode certamente ser visto nos estimulando a todos: “… o Pai ama o Filho e lhe mostra tudo que faz.” E em Miscellaneous Writings, Mrs. Eddy diz, “é a finalidade do Amor divino ressuscitar a compreensão, e o reino de Deus, o reino da harmonia já dentro de nós.” Deus o ama. Nunca o deixa desamparado. Ele lhe permite compreender a Ciência divina pela qual Ele tudo governa. Mantenha-se fielmente voltado a Ele, “grudado” à Sua revelação, e você perceberá que Ele está trabalhando com você. Ele lhe comunicará pensamentos puros, mensagens dos anjos, que você necessita a fim de compreender o que é verdadeiro e para experimentar a cura. Se você aderir firmemente ao que você compreende que o Pai está fazendo, você perceberá que o Amor cumpriu sua finalidade de fazer ressurgir a compreensão e a harmonia já existentes dentro de você.

(David E. Sleeper – Journal of Christian Science, Junho 2000)

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