A PERCEPÇÃO ILUMINADA

Dárcio

Tudo que reconhecemos na vida, como “problema”, se deve a uma causa única: a incapacidade da mente humana em perceber a presença da Perfeição absoluta e imutável em nosso aqui e agora.
 
A Metafísica Absoluta, com seus princípios revelados, enfatiza que não há seres humanos, mundo humano, estudantes e mestres humanos da Verdade, humanidade, etc. EXISTE SOMENTE DEUS! Assim, são descartados os esforços humanos ou “busca da Verdade”, quando passamos a levar em consideração a AUTO-REVELAÇÃO DIVINA, pela Graça. Sabemos que “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam”. (Salmo 127:1).
 
Analisemos os fundamentos da PERCEPÇÃO DIRETA DA REALIDADE. Desse modo, deixaremos a mente ilusória de lado para, com a Mente de Cristo, discernirmos o que sempre foi, é, e será a nossa Realidade, a nossa real experiência iluminada de vida.
 
De início, façamos três considerações:
 
a)   a Percepção espiritual não é gradativa.
b)   a mente humana, também chamada de “mente carnal”, é uma ilusão coletiva; assim, sendo inexistente, obviamente não está sendo nossa mente deste agora.
c)   O fato de a mente inexistente não perceber a Realidade divina não afeta a nossa PERCEPÇÃO REAL.
 
Não podemos PERCEBER algo que julgamos não existir. Seria inútil tentarmos perceber a Verdade Total aceitando a crença de que “parte dEla ainda está por se manifestar”. Não há graduações de Percepção espiritual. Quem aceitaria que o Universo é parcialmente existente? Ou que estamos parcialmente vivos ou conscientes? A VERDADE É! Não admite meios-termos. Quem faz este estudo, tomando por base o que a mente humana aceita em sua lógica, e difunde a outrem esta mesma noção errônea, será “o cego guiando outro cego”, indo ambos para o “buraco da não-percepção”.
 
Partindo da premissa de que existe um Universo glorioso aqui presente, e plenamente manifestado, será fácil aceitarmos o Fato de que “nele já vivemos, nos movemos e existimos”, como a Bíblia nos revela. Se admitirmos que NOSSA CONSCIÊNCIA É O NOSSO UNIVERSO, naturalmente concluiremos que a PERCEPÇÃO COMPLETA já está manifesta! Deus, percebendo a SI mesmo como “MINHA PERCEPÇÃO: eis em que consiste a PERCEPÇÃO ILUMINADA! Ela é direta e absoluta! Deus é o Universo e também a Consciência que O está percebendo como a nossa própria Consciência. Por conseguinte, estamos percebendo a Presença da Realidade Onipresente, aqui e agora. Como havíamos antecipado, inexistem “graduações” de percepção espiritual, uma vez que a Consciência divina é a única Consciência que há, é infinita, e está plenamente manifesta e consciente como a Consciência individual de todos nós.
 
A suposta mente humana é inexistente; desse modo, por não existir, não pode estar “bloqueando” a percepção daquilo que existe. Assim, na Percepção espiritual, a suposta “mente humana” não desempenha papel algum. A intenção de “querer enxergar o Universo espiritual”, bem como empreender esforços mentais voltados para esse objetivo, são práticas infundadas. Você, eu, qualquer ser real, já é a Consciência iluminada em Autopercepção, em discernimento total e constante do Universo infinito que existe PRONTO, de forma COMPLETA, aqui e agora.
 
A suposta “falta de Percepção da Realidade”, atribuída à “inexistente mente humana”, NÃO AFETA A PERCEPÇÃO DA CONSCIÊNCIA DIVINA, MANIFESTA AQUI E AGORA COMO A NOSSA CONSCIÊNCIA ILUMINADA.
 
O total abandono do “desejo ardente” de perceber a Realidade é, na verdade, o campo propício para a PERCEPÇÃO LEGÍTIMA, pois aquele anseio partia de um instrumento ilusório: a chamada mente humana. Se não há mente humana, não há também o anseio mental humano de “perceber a Realidade”. Desse modo, a admissão radical da existência única da Consciência divina, que é nosso ponto de partida neste estudo, desfaz o dualismo ilusório que nos fazia considerar “Universo real” e “mundo terreno”; “eu superior” e “ego humano”, etc. Alguém já disse que “o paraíso é a terra corretamente discernida”. Desfeito o dualismo, AQUILO QUE SEMPRE É, É VISTO POR NÓS COMO ALGO SEMPRE PERCEBIDO! Em outras palavras, quando aparentemente estamos contemplando o Universo espiritual pela “primeira vez”, durante a experiência de iluminação, jamais nos sentimos surpresos, achando que houve o “início” da experiência, ou que estivéramos anteriormente fora dela por algum instante. Pelo contrário, a experiência endossa os três pontos que salientamos no início, ou seja, que não existe Percepção gradativa, que a nossa Percepção está sempre SENDO, e, que jamais existiu outra mente, senão a Mente divina em constante Auto-percepção onipresente.
 
A Percepção iluminada revela o “nada” da mente humana, o que promove o sumiço automático de todos os chamados problemas aparentemente presentes em sua nulidade. Assim como alguém hipnotizado se liberta da ameaça de ataque de todos os leões de uma jaula, tão logo desperte para a realidade de que ela jamais existira, não passando de visão imaginária sugerida pelo hipnotizador, também os problemas desaparecem mediante a PERCEPÇÃO ILUMINADA! Entretanto, isto não significa que eles chegaram a estar presentes, ou que a Percepção espiritual os eliminou. A PERCEPÇÃO ESPIRITUAL SIMPLESMENTE REVELA O QUE SEMPRE E UNICAMENTE ESTÁ EXISTINDO: A PERFEIÇÃO ABSOLUTA!
 
Há uma brincadeira infantil que consiste em se observar as nuvens para identificá-las com alguma forma conhecida. A criança, após observá-las, deixa de encará-las como nuvens e passa a reconhecer nelas alguma forma conhecida. Assim, ela passa a “ver” um elefante, uma cachorro, um rosto, etc. O adulto, olhando para o céu, apenas enxerga as nuvens; no entanto, para a criança, elas “parecem nem existir”, entretida que está na “percepção daquilo que não existe”, ou seja, as formas identificadas pela sua mente presa à idéia de “ver coisas conhecidas como as nuvens”. A percepção iluminada corresponde à visão do adulto desta ilustração, que revela somente a Realidade (nuvem) onde a “mente inexistente” (mente da criança) parece identificar inexistências (elefante, cachorro, rosto, etc.).
 
As formas ou coisas do mundo não são o que parecem ser. Deus abrange a totalidade da Existência. Ao nos identificarmos somente com Deus, reconhecendo nossa Visão como puramente       divina, estaremos aptos a perceber e contemplar este Universo tal como Ele já é; e, também, constataremos que esta PERCEPÇÃO nunca deixou realmente de estar presente.
 
Voltando à ilustração, os olhos da criança estavam observando corretamente a nuvem, apesar de sua mente, sugestionada pela brincadeira, parecer nublar-lhe a visão correta para mostrar as formas identificadas por ela. TODOS OS NOSSOS SENTIDOS ESTÃO PERCEBENDO A REALIDADE ESPIRITUAL, AQUI E AGORA, COM A MÁXIMA PERFEIÇÃO. Tão logo a inexistente “mente humana” seja realmente reconhecida como tal, a REALIDADE, que nossos sentidos estão captando, será discernida de modo correto, já que a Mente divina estará sendo identificada como a “nossa” Mente Única.
 
“Tu vês muitas coisas, mas não as observas; ainda que tenhas ouvidos abertos, nada ouves”. (Isaías 42:20) Como dissemos, nossos sentidos estão abertos. É preciso observar (PERCEBER) todas as coisas que vemos mediante a nossa TOTAL E EXCLUSIVA IDENTIFICAÇÃO COM DEUS. Somente assim, teremos conhecido a Verdade que somos; somente assim, a chamada “mente humana” será vista como NADA; somente assim, a nuvem será reconhecida como sendo nuvem, e NÓS, como sendo DEUS.

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