O Cordeiro De Deus Destrói O Magnetismo Animal

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Na Ciência, não temos motivo para temer o magnetismo animal. Em nenhum momento e em nenhum lugar, jamais foi real, poderoso ou substancial. Alguém, talvez, tenha-lhe dito: “Você tem de trabalhar. Tem de negar o magnetismo animal.” Isso o preocupou? Sim, temos trabalho a fazer. Precisamos enxergar através das imposições do erro e provar que são irreais. Isso, às vezes, requer muito trabalho.

Não há, porém, nenhuma razão verdadeira para nos alarmarmos, porque, do ponto de vista do raciocínio sadio da Ciência Cristã, o magnetismo animal não pode ser nada mais que o erro ou mente mortal. Na supremacia do Espírito que tudo permeia, nada dessemelhante do bem espiritual está presente nem em ação. A totalidade absoluta de Deus torna impossível que qualquer ação ou presença opostas – de substância material, inteligência demoníaca ou vida mortal – sejam verdadeiras.

O magnetismo animal, então, é apenas uma crença, um estado ilusório do pensamento. Efetivamente, há só uma consciência, a Mente divina ininterrupta e livre, que é Espírito. E o homem espiritual, a verdadeira individualidade de cada um de nós, é o reflexo dessa Mente para sempre consciente. Portanto, herda só as qualidades de seu Criador eterno, o único Deus, o bem.

Ora, se assim é, por que a Ciência Cristã nos diz que temos de tratar o magnetismo animal como algo a ser destruído? Por que não nos detemos, simplesmente, nos bons pensamentos? Esse modo de ver é falaz, porque o magnetismo animal parece ser um poder ao nosso sentido atual das coisas, e nos busca impedir de estar conscientes só do bem. Essa ação magnética, agindo sobre a natureza animal e por meio dela, pretenderia substituir nossa mentalidade verdadeira que reflete Deus, pela sugestão hipnótica de haver outra mentalidade: fraca, voluntariosa, desobediente, sensual e, consequentemente, suscetível às mentiras do erro. Esta ação magnética pretenderia atrelar sua natureza animal a nós, identificando a matéria como sendo nossa substância e o medo como sendo nossa atitude. Temos de adaptar nosso modo de pensar à realidade divina do bem sem fim e recusar sermos enganados por falsas sugestões. Contudo, não conseguiremos nada se perpetuarmos o magnetismo animal desde o ponto de vista de sua própria autoavaliação. Nossa base para enfrentar o mal deve ser a infinidade da única Mente onipotente e a consequente nulidade de toda alegação de uma mentalidade falsa.

 Sim, precisamos defender nosso pensamento das imposições mesméricas do magnetismo animal, sempre, porém, com a arma da certeza da totalidade do bem divino. Seguimos adiante com confiança, não com medo. É importante manter em pensamento o fato de que não há mal real, não há verdadeiro magnetismo animal, há apenas uma crença nele, a ser destruída.

 Na Bíblia, o mal recebeu vários nomes diferentes: serpente falante que engana e desmoraliza, “Satanás”, “diabo”, “Belzebu”, e, finalmente, “grande dragão vermelho” – o mal pronto para destruir-se a si mesmo. As narrativas bíblicas descrevem o triunfo do bem sobre o mal e a virtude daqueles que, com a ajuda de Deus, o conseguiram vencer. Os nomes dados ao mal indicam sua natureza lendária, uma ficção a ilustrar uma lição moral.

 Jesus demonstrou o Cristo, ao vencer o mal. Em Ciência e Saúde, a Sra. Eddy diz: “O autor do Apocalipse se refere a Jesus como o Cordeiro de Deus, e ao dragão como o que guerreia contra a inocência.” A Sra. Eddy também escreve: “contra o Amor, o dragão não luta por muito tempo, pois o dragão é morto pelo princípio divino. A Verdade e o Amor prevalecem sobre o dragão, porque o dragão não os pode guerrear.” O autor do Apocalipse também mostra como enfrentar e vencer a soma total da maldade: “Então ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia, e de noite, diante de nosso Deus. Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro” significa o sacrifício indispensável de um falso sentido do eu, a fim de despertarmos para a realidade. “Em face da morte, não amaram a própria vida” pode significar uma dedicação total ao nosso estado espiritual, imortal, e real, enquanto passo a passo renunciamos ao eu aparentemente mortal e material em troca do reflexo divino.

Os requisitos para a vitória sobre o magnetismo animal apresentados nesse trecho do Apocalipse nos alertam para a diferença que há entre a oração perfunctória (ritual de palavra) e o espírito do Cordeiro, que cura. Redenção individual, ao invés de mera repetição de palavras, é o que destrói a crença nas mentiras do magnetismo animal. Tais mentiras nunca foram reais, mas nossa crença nelas precisa ser extirpada. Um esforço obstinado de mudar o pensamento por presumirmos que vivemos aquilo que pensamos – apoiarmo-nos num tipo de profecia autorrealizadora – é fútil e não é redenção real, pois falta-lhe a inocência do Cordeiro.

 No seu Sermão do Monte, o Mestre, Cristo Jesus, apresenta os requisitos para a oração curativa eficaz. Nossa motivação para amar, obedecer e abençoar tem de ser profunda. De fato, vivemos o bem que conhecemos, quando nossos pensamentos provêm de uma humilde sujeição à onisciência de Deus e à realidade daquilo que Deus conhece. Mantemo-nos despertos para a realidade quando aderimos persistentemente à verdade e, assim, podemos ajudar outros a despertarem também. O Cordeiro age quando temos desejos puros de glorificar a Deus e elevamos os conceitos que entretemos a respeito de nosso próximo, ao sermos receptivos sem restrições à orientação da luz da Verdade; ao confiarmos implicitamente na onipotência da vontade divina de prevalecer sobre toda forma de mal. Esses estados de pensamento são algumas das evidências da ação do Cordeiro no pensamento consciente.

 Jesus estava sempre consciente da falta de base de qualquer argumento da crença mortal. Sabia muito bem que o mal nunca é uma entidade; é apenas uma negação. Uma negação não pode tomar a iniciativa. Só pode parecer inverter a realidade do bem. Por isso, o magnetismo animal é sempre o inverso do bem existente e real e é assim que devemos mantê-lo já tragado pela ação ininterrupta de Deus, através de Seu Cristo.

Em sua luta contra o diabo no deserto, Jesus rejeitou a sugestão do magnetismo animal de que o sonho do sentido mortal fosse real. Disse:“Retira-te, Satanás”. Sua inocência espiritual, sua devoção ao Cristo, não deixaram espaço para a animalidade, o orgulho ou a negligência, que o tornariam vulnerável às imposições do dragão. Jesus nos deu a preparação específica necessária para destruir o dragão, quando disse a Satanás: “Está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele darás culto”. O Cordeiro de Deus requer que adoremos e sirvamos a Deus com a inspiração da santidade.

 O Cordeiro de Deus, agindo em nós, atinge o alvo: o pecado da adoração mundana, e o derruba de sua aparente entronização no pensamento. O poder e a presença do próprio Deus sustentam o Cordeiro e, por conseguinte, a oração genuína alcançará o erro básico em toda situação, naquilo que parece ser e no que alega fazer – nada mais do que uma farsa ridícula. Então, regozijar-nos-emos insensatamente, quando a carnalidade da besta for rechaçada pela inocência de nossa verdadeira natureza dada por Deus. O que procurou subverter o bem naquilo que é semelhante ao Cristo pode ser visto em sua estupidez negativa, e a harmonia universal do Cordeiro do Amor reinará.

 Quando as qualidades do Cordeiro de Deus ficam estabelecidas no pensamento, já temos os ingredientes neutralizadores para obter a vitória sobre qualquer mentira agressiva. Quando incorporamos a ideia do Amor divino como o nosso ideal, em nossas relações com outros, não podemos prejudicá-los nem ficamos ao alcance da maldade mortal. A doença desaparece ante o pensamento que não se deixa mesmerizar pelas aparências materiais. Tal pensamento, calmamente controlado pela inocência que é dada por Deus e é tudo o que Ele conhece, brande a espada do espírito da Verdade sempre que há receptividade, banindo a crença na moléstia. Na ideia perfeita do Amor, não há medo e nada que possa engendrá-lo ou responder-lhe.

 Saber que o homem está envolvido pelo Amor do Pai-Mãe nos torna corajosos e mantém-nos livres. E esse conhecimento é nossa única mentalidade real. Não traz indiferença à angústia do sofredor, mas seu oposto: compaixão que cura, pois reconhece na saúde o único efeito da Mente divina.

 O que o Cordeiro pode fazer no clima aparentemente desarmonioso e sombrio do mundo de hoje? Pode despertar, e eventualmente despertará, cada indivíduo do sonho mortal de haver uma mente má – de haver na matéria poder para degradar, para acusar o inocente e exaltar o culpado, para seduzir o imprudente e roubar o pobre. Tudo o que é desprezível e corrupto tem de, por fim, fracassar. A fúria do magnetismo animal parece estar à solta em seu ódio contra tudo o que é bom; mas, espere-se um momento, ele não é real! A Ciência ajuda cada um de nós a demonstrar a consciência crística, o pensamento verdadeiro, ajuda-nos a não sermos nunca enganados pelo dragão que se propõe a fazer parecer real o que nunca foi real.

 A matéria, o conceito errôneo do magnetismo animal sobre a realidade, é apenas a crença numa suposição impossível de que o Espírito infinito, a Vida real, a substância e a inteligência reais estejam ausentes. Assim podemos estar certos de que ele não exerce nem tem influência, seja como idolatria, imoralidade, infidelidade, seja como oportunismo cínico. A devoção ao Cordeiro nos manterá despertos para a verdade pela qual ajudamos a curar situações mundiais, ao invés de ficarmos perturbados por elas ou indiferentes a elas. O Cristo está em toda parte, a todo instante, e nosso conhecimento correto conta com sua força em favor de todo ponto de perturbação no mundo.

 Há diferença entre ir ao encontro da besta assassina do Apocalipse no próprio nível dela e entre anulá-la desde a posição superior de se refletir a inocência do Cordeiro. As seguintes palavras de Ciência e Saúde são relevantes: “Cordeiro de Deus. A ideia espiritual do Amor; imolação de si mesmo, inocência e pureza, sacrifício”. Conhecer conscientemente o bem e estar firmemente convicto de que não há outra realidade a ser conhecida, permite-nos manter o pensamento livre de ser hipnotizado pelo magnetismo animal. E, ao progredirmos espiritualmente, aprendemos a permanecer cada vez mais no estado espiritual do ser, onde nossos pensamentos e vidas são uma transparência para o Cordeiro de Deus. Então, a exterminação do dragão tornar-se-á mais espontânea.

(Extraído de O Arauto da Ciência Cristã –Maio 1983)

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